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5.2 ANÁLISE QUANTITATIVA

5.2.2 Desempenho Geral dos Subgrupos do GE

5.2.2.3 Desempenho dos subgrupos do GE no Pós-teste

Para melhor entendimento do leitor, faz necessário lembrar que nesta subseção iniciaremos mostrando a tabela com o percentual dos acertos dos significados em relação a cada significado da fração, após a segunda intervenção, juntamente com os resultados que cada subgrupo obteve no pré-teste e teste intermediário. Nossa intenção, como já foi dito na seção anterior é oferecer ao leitor a possibilidade de ter em uma única tabela ambos os resultados, para visualizar as eventuais melhoras no desempenho de cada subgrupo.

Tal como foi feito na seção anterior, vamos comparar o salto de cada um dos subgrupos, considerando o significado pelo qual o subgrupo passou na intervenção. Assim sendo, vamos comparar o desempenho no teste intermediário para o desempenho no pós-teste.

TABELA 5.3 - Percentual de acertos em relação aos significados da Fração dos Subgrupos do GE

no pós-teste.

S

ig

.

Teste

Grupo Pré Int. Pós Pré Int. Pós Pré Int. Pós Pré Int. Pós

12,5 34,4 Oper. Multip. (%) 34,7 3,6 25,0 48,2 Parte-todo (%) Quociente (%) GE4 (Qu+OM) 21,4 Medida (%) GE1 (PT+Me) 13,9 51,4 63,9 2,8 52,8 33,3 8,3 34,7 4,2 13,9 43,1 GE2 (OM+Qu) 14,3 55,4 89,3 3,6 28,6 32,1 5,4 26,8 GE3 (Me+PT) 20,3 40,6 62,5 6,3 40,6 37,5 31,3 6,3 35,9 62,5 85,7 10,7 28,6 21,4 19,6 39,3 48,2 12,5 48,2 Geral 17,3 52,0 74,2 5,6 38,7 31,5 10,9 33,5 39,9 6,9 30,2 44,6 50,0 50,0 46,8 Legenda: ¾ Números destacados em azul indicam o maior percentual de acerto dos grupos no pós-teste;

¾Números destacados em rosa indicam o percentual de acerto dos grupos no pós-teste

relacionado ao

significado trabalhado na intervenção de ensino.

A Tabela 5.3 apontou novamente que há uma forte tendência dos alunos do GE se saírem melhor em situações que envolvem o significado parte-todo já que obtivemos um valor de 74,2% de respostas certas neste significado.

Os resultados também mostram que os subgrupos tiveram um bom desempenho nas questões que envolviam o significado medida. Comparando o desempenho no pré-teste, onde o total de acertos neste significado foi de apenas 6,9%, o desempenho no pós-teste cresceu além do esperado, pois se seguisse a tendência dos índices de acerto das questões que envolviam o significado parte- todo no pré-teste ao pós-teste, este significado (medida) deveria crescer a um patamar de 29,6%, porém chegou a 46,8%.

Em relação aos subgrupos, iniciamos pelo subgrupo GE1 (PT+Me), pois podemos dizer que este grupo comportou-se como o esperado. O grupo cresceu mais no significado, pelo qual passou na segunda intervenção (medida) seguida do significado que passou na primeira intervenção (parte-todo).

Essas evidências, também, acontecem no GE3 (Me+PT), que agora passou pela intervenção no significado parte-todo, tem seu crescimento maior neste significado, seguido do significado medida, pelo qual o subgrupo teve sua primeira intervenção.

Observa-se que estes dois subgrupos, crescem relativamente bem do pré- teste para o intermediário nos outros dois significados que não foram trabalhados, porém do observa-se uma estagnação e até queda no pós-teste.

Tais resultados nos permitem inferir, em primeira instância, que nossa intervenção parece ter surtido efeito, pois, de fato o comportamento desses dois grupos segue a mesma tendência, uma vez que cresce, primeiramente, na intervenção recebida no pós-teste, seguida da intervenção recebida no teste intermediário, corroborando com as idéias de Vergnaud (2001) já citado na pesquisa, quando argumenta que o conceito deve emergir dentro de várias situações.

Já os subgrupos G2(OM+Qu) e G4 (Qu+OM) não seguiram o mesmo comportamento dos subgrupos GE1(PT+Me) e GE3 (Me+PT), uma vez que o

maior desempenho acontece nos significados que não foram trabalhados durante a intervenção.

O subgrupo G2 (OM+Qu) que entre o teste intermediário e pós-teste, recebeu a intervenção no significado quociente, o maior crescimento proporcional ocorreu nos significados operador multiplicativo, medida e parte-todo, que não foram trabalhados nessa intervenção, sendo que o crescimento no desempenho no significado trabalhado (quociente) foi baixo.

O GE4 (Qu+OM) recebeu a mesma intervenção do GE2 (OM+Qu), porém, em ordem inversa, seu comportamento, é similar, isto é cresce mais no significado não trabalhado, mostrando uma queda no desempenho no significado quociente que havia sido trabalhada na primeira intervenção.

Diante desses resultados podemos inferir que temos dois subgrupos um formado pelos subgrupos GE1(PT+Me) e GE3 (Me+PT), que seguem uma mesma tendência de comportamento, crescendo substancialmente nos significados que foram trabalhados na intervenção recebida, e o outro, formado pelos subgrupos GE2(OM+Qu) e GE4 (Qu+OM), que crescem mais no significado parte-todo, mostrando até uma queda no significado trabalhado.

No caso GE2 (OM+Qu), parece que nossa intervenção fez com o grupo tenha desempenho em todos os significados, visto que consegue distribuir seu crescimento, quase de forma eqüitativa entre os significados, pois cresce entre uma vez meia e quase duas vezes nos outros significados entre teste intermediário e pós-teste.

Já em relação ao GE4 (Qu+OM), parece que nossa intervenção não ajudou o subgrupo, a distribuir seu crescimento dentro dos significados, pois, observando o comportamento desse subgrupo do teste intermediário para o pós-teste há quase que uma estagnação em relação aos significados (cresce um pouco mais uma vez em cada significado).

Diante do resultado apresentado pelo grupo GE4 (Qu+OM), conjeturamos duas possibilidades que justifiquem tal comportamento, já que este foi o subgrupo que começou com melhor desempenho. A primeira, é que tenha havido

desequilíbrio no entendimento das crianças após nossa intervenção, e as crianças não mais tivessem certeza do que sabiam. A segunda, é referente ao tempo da intervenção.

Finalizando esta segunda etapa, poderíamos dizer que temos dois subgrupos que se comportam, conforme o previsto GE1 seguido do GE3, isto é, melhoram seu desempenho nos significados trabalhados na intervenção. Já os subgrupos GE2 e GE4 crescem mais no significado parte-todo que não foi o significado trabalhado. Todos os subgrupos mostram uma queda no significado quociente no pós-teste. Também não podemos deixar de ressaltar que foi no significado quociente onde tivemos o menor número de questões tanto nos testes- diagnóstico como na intervenção de ensino.

Neste momento, necessário se faz refletirmos também sobre o tempo da intervenção novamente. De fato, cada subgrupo só recebeu dois significados com apenas um encontro cada um. Para os grupos GE1, GE2 e GE3 que pouco sabiam, nossa intervenção parece ter levado os subgrupos a refletir e melhorar o desempenho para lidar com situações envolvendo frações.

Com relação o GE4 que tinha algum conhecimento, esta intervenção de poucas horas parece ter desequilibrado e sem ter tido tempo suficiente para equilibrá-lo novamente, assim há necessidade de uma intervenção que dure mais tempo, pois, fazendo uma comparação deste subgrupo com outros subgrupos (GE1, GE2 e GE3) este subgrupo poderia atingir melhor índice de crescimento.

Nesse sentido, Vergnaud (1998; 2001), aponta o papel do conhecimento prévio do aluno.

Segundo Vergnaud (1998) as concepções prévias dos alunos contêm teoremas e conceitos-em-ação, que são verdadeiros teoremas e conceitos científicos que podem evoluir para os alunos. Mas como já foi dito no capítulo II de nosso estudo, o hiato entre os invariantes operatórios dos alunos e os do conhecimento científicos são grandes, de modo que a mudança conceitual pode levar muito tempo.

Na próxima seção, faremos a comparação entre os resultados obtidos nos três testes-diagnóstico (pré, intermediário e pós-testes) no que diz a respeito aos significados da fração.

Antes de iniciar as seções seguintes, cabe lembrar que vamos analisar os dados do ponto de vista geral nos três testes-diagnóstico não destacando mais a separação dos subgrupos do GE.