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DESENVOLVIMENTO: 1ª ETAPA: SENSIBILIZAÇÃO

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 103-117)

A oficina iniciou-se com uma dinâmica de divisão de alunos em três grupos. Um oficineiro orientava para que os alunos se organizassem em duplas, depois em trios, até que a turma estivesse devidamente dividida em três grupos.

Figura 01 - Dinâmica para formação dos grupos Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Após a divisão dos grupos, foi proposto a eles a montagem de um quebra-cabeça, onde cada grupo trabalharia com uma imagem diferente.

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O objetivo principal desta etapa foi a montagem, observação das imagens e interpretação do observado, no intuito de que os alunos visualizassem e absorvessem as características de cada grau da dúvida enquanto método para se chegar ao conhecimento claro e distinto proposto por Descartes.

A primeira imagem do quebra-cabeça está relacionada com o erro dos sentidos proposto pelo filósofo, o qual aponta que muitas vezes estes podem cometer falhas apresentando variações do que nos é imposto. Portanto, os alunos devem fazer uma reflexão sobre a imagem que apresenta múltiplos sentidos a quem vê.

A segunda imagem apresentada aos alunos é da artista Lisa Adams para a apresentação do argumento dos sonhos, e mobiliza a reflexão acerca da relação da realidade com a vigília.

No terceiro quebra-cabeça a imagem busca a reflexão sobre um Deus perfeito, criador de criaturas imperfeitas, colocando questões como se este seria enganador e porque tal atitude.

Figura 02 - Montagem dos quebra-cabeças Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

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Figura 03 - Montagem dos quebra-cabeças Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

2ª ETAPA: PROBLEMATIZAÇÃO

A primeira imagem representa o argumento dos sentidos, o que representa o primeiro grau da dúvida proposto por Descartes; a segunda imagem representa o argumento dos sonhos, o segundo grau da dúvida; e a terceira imagem representa o argumento dos sonhos, que é o terceiro e último grau da dúvida. Em seguida, iniciou-se uma conversa em círculo, mas direcionada a cada grupo e sua respectiva imagem. Através de um oficineiro, foram abordadas questões como: O que a imagem representa? Onde podemos encontrar imagens deste tipo? É possível existir objetos, animais ou formas na natureza estranhos à nossa observação? Se duvidarmos de tudo, é possível chegar a uma verdade? Será que existe um método para se chegar ao conhecimento claro e distinto das coisas?

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Figura 04 – Problematização: questionamento aos alunos Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

3ª ETAPA: INVESTIGAÇÃO

Utilizando o multimídia e slides, foi apresentada aos alunos a biografia do filósofo René Descartes, bem como suas obras e o método que ele propõe para se chegar ao conhecimento claro e distinto, isto é, a dúvida. A leitura base do grupo foi a obra Meditações Cartesianas, que está no livro Antologia de Textos Filosóficos.

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Figura 05 - Contexto histórico e biografia do filósofo Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Figura 06 - Esclarecimentos sobre a obra "Meditações" Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Com base na Antologia foi proposto que cada grupo investigasse um grau da dúvida. Cada grupo foi guiado por um oficineiro, trabalhando

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no primeiro grupo o argumento dos sentidos; o segundo grupo com o argumento dos sonhos; e o terceiro grupo com o argumento do Deus enganador ou gênio maligno. Assim, todos os grupos fizeram a leitura, discussão e anotações de seu texto escolhido e estabeleceu relações com o quebra-cabeça. As imagens do quebra-cabeça correspondem a cada grau da dúvida, e estas têm por finalidade demonstrar, em forma de imagem, o que Descartes propõe duvidar em cada momento. O tempo estimado para esta atividade é de 30 minutos.

Figura 07 - Investigação do grupo Argumento dos sentidos Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

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Figura 08 - Investigação do grupo Argumento dos sonhos Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Figura 09 - Investigação grupo Argumento do Deus enganador Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Na sequência foi realizada uma mesa redonda, no qual cada grupo apresentou o que foi discutido e a interpretação dos grupos, de cada grau da dúvida, fazendo uma ligação entre trechos da Antologia e uma reflexão

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sobre a imagem montada no quebra-cabeça. Desta forma, foi realizado um diálogo entre os alunos e os oficineiros, traçando uma linha sequencial de pensamento entre os três graus da dúvida, que é o método pensado por Descartes, até chegar à primeira verdade clara e distinta, que é o Cogito, representado pela premissa “Penso, logo Existo”, a primeira verdade cartesiana.

Figura 10 - Questões para os grupos sobre cada argumento Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

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Figura 11 - Trabalho com o conceito Cogito Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

4ª ETAPA: FORMAÇÃO DE CONCEITOS

Realizada a mesa redonda, foi proposto aos alunos que fizessem anotações sobre a reflexão da investigação do grupo. Após isso, ocorreu um debate quanto à visão geral do que foi investigado por cada grupo para ampliação do conhecimento das ideias cartesianas.

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Figura 12 - Debate de argumentos e convite para montagem da árvore da dúvida metódica de René Descartes

Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Os grupos tiveram uma nova oportunidade de anotações na folha, pois houve um esclarecimento das questões apresentadas durante o processo de debate e essas anotações foram coladas na árvore de Descartes, também chamada de “árvore do conhecimento”. A árvore de Descartes proposta pelos oficineiros era composta de modo que as raízes da árvore continham o método; no caule, a dúvida; em cada galho havia um grau da dúvida; e como frutos o “Cogito”.

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Figura 13 - Montagem inicial da árvore com os três graus da dúvida, trabalhado em grupo

Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Após estabelecerem os três graus da dúvida em grupo, cada aluno recebeu um pedaço de E.V.A. recortado em formato de folha, na qual registraram sua percepção do que foi investigado na oficina, expondo seu aprendizado quanto aos argumentos colocados em dúvida. O objetivo desta atividade foi instigar os alunos a buscar novas fontes de conhecimento e colocá-las também em dúvida, um caminho seguido pelo nosso filósofo. As folhas com o registro de cada aluno foram fixadas na árvore, a qual tinha como finalidade demonstrar todo o conhecimento adquirido na oficina sobre as ideias apresentadas pelo filósofo, para fixarem seu conteúdo de maneira simples.

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Figura 14 - Montagem na árvore na sala de aula, com as folhas individuais dos discentes Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Figura 15 - Continuação do processo de montagem na árvore na sala de aula Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

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Figura 16 - Árvore da dúvida metódica de René Descartes, já concluída Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

AVALIAÇÃO DA OFICINA:

Nosso tema discutido “A dúvida metódica de René Descartes” contém relações com cada indivíduo e mostra o progresso do pensamento para a descoberta do sujeito enquanto ser pensante. Para que isso ocorra de fato, o filósofo convida o leitor a meditar junto com ele em cada etapa da dúvida para, ao final, chegar a uma verdade indubitável que esteja de acordo com o que foi pensado em cada elemento colocado em dúvida no decorrer da meditação. Desta forma, o que procuramos é que cada aluno seja afetado pelo processo e caminhe juntamente com o filosofar, de modo que visualize como ser pensante que busca progredir no processo de investigação. Com esta oficina, mostrou-se o quanto a teoria da dúvida se faz presente em todos os indivíduos, colocando o estudante do Ensino Médio em uma real reflexão sobre os sentidos, sonhos e a origem da racionalidade. Com o intuito também de motivar os estudantes a interessarem-se pela leitura, investigação e utilização dos textos clássicos em seu cotidiano, descobrindo o quanto é fundamental compreender o que cada autor apresenta, trazendo para que reflitam sobre os textos.

As avaliações se apresentaram positivas pelos alunos e apoiam os oficineiros para aplicação de mais oficinas no âmbito escolar, pois

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apontam que o conteúdo aplicado se torna de fácil compreensão, ao passo que nos textos clássicos encontram uma escrita formal e de significado variado, de difícil compreensão.

Esta oficina é recente, ainda com resultados de curto prazo, mas busca fazer com que os estudantes utilizem como metodologia de vida o refletir e o buscar por si mesmo. O trajeto da reflexão e de se aceitar como um ser pensante ainda será desenvolvido na longa jornada da história da filosofia.

REFERÊNCIAS

DESCARTES, R. Discurso do método; Meditações; Objeções e respostas; As paixões da alma; Cartas.3. ed. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os pensadores). Textos de referência no Brasil, juntamente com os textos introdutórios e notas. MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009.

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ANEXOS:

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 103-117)