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DESENVOLVIMENTO/METODOLOGIA

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 136-140)

Os preparativos da oficina começaram com a ornamentação da sala e, conforme os alunos chegavam, dois acadêmicos estavam na porta com três cestas cheias de figuras e perguntavam qual das figuras escolheriam. Assim, de acordo com a característica da figura escolhida, eram direcionados a participarem de um dos três grupos formados, cuja figura corresponde a identidade do grupo. Concluída essa parte, o professor supervisor fez a apresentação dos bolsistas, do projeto PIBID e da importância do mesmo para a formação dos futuros professores. Também fez uma breve contextualização da oficina e o objetivo de trabalhar o tema da estética em Schiller para a educação do homem. 1ª ETAPA: SENSIBILIZAÇÃO

O desenvolvimento da sensibilização teve início com a apresentação de um vídeo introdutório de estética sobre como os padrões de beleza atuais se diferenciam da proposta de Schiller. Posteriormente ao vídeo, foi colocada questões sobre a concepção de estética na atualidade, a estética do senso comum, para contrastar com o conceito de Schiller. Uma escada imaginária foi desenhada no quadro e conforme o desenvolver da oficina alguns balões eram colados no quadro com perguntas e imagens. Na sequência foi abordada a história do termo estética; o que significa estética de acordo com o vocabulário de Alexander Baumgarten (1714-1762) em 1750. No quadro, apresentou-se o significado da palavra estética, do grego aisthesis, que significa “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”. Após estas apresentações para conceituar e fixar mais a ideia de Schiller, apresentamos um vídeo sobre um Artista plástico japonês que pinta peixes em 3D com tinta e resina e apresenta uma atitude estética que a recepciona com gosto e subjetividade (Figura 2 abaixo).

Para maior clareza dos alunos, fizemos um retorno das principais diferenças entre estética comum discutida no primeiro vídeo e a estética em Schiller. Após as exposições que precederam, foi apresentada uma mágica para abrir o leque de curiosidade e instigar o ato de brincar, o qual nos retoma uma perspectiva através da compreensão dos sentidos que se apresenta na estética de Schiller.

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Figura 1 – Apresentação da proposta da oficina pela equipe do PIBID/Filosofia Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

Concluída a sensibilização inicial da oficina, deu-se prosseguimento a apresentação breve da bibliografia sobre Schiller, destacando-o como poeta, dramaturgo, filósofo, historiador, romancista e destacando uma de suas principais obras: “Cartas sobre a educação estética da humanidade” (1790). Também foram apresentados alguns filósofos que o influenciaram na elaboração de uma nova teoria sobre a estética, como Platão, Kant, Hume, Hegel, Diderot, entre outros. Isso se faz necessário para não confundir a concepção de estética proposta pelo autor com esses pensadores.

Por fim, esta primeira etapa culminou com a explicitação dos três conceitos aplicados na organização dos grupos: o impulso sensível, o impulso formal e o impulso lúdico, trabalhados nas cartas XII, XIV e XV. O impulso sensível refere-se ao homem quando submetido ao estado de natureza, no qual busca apenas satisfazer as necessidades de subsistência, procriação e alimentação. Nesse estado não há liberdade, pois o corpo prende-se as forças volitivas, análogo ao homem no estado de natureza preconizado pelo filósofo Rousseau. No impulso formal, a razão é responsável por criar leis e impor a si regras. Neste estágio o homem é capaz de evoluir para o bem ou para o mal, criar e transformar o mundo e a realidade na qual está inserido, assim, afirma Schiller, o homem pode desfrutar da liberdade.

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Figura 2 – Finalização da etapa de Sensibilização Fonte: arquivo da coordenação do PIBID

No impulso lúdico ocorre o equilíbrio entre ambos os impulsos, o impulso sensível e o impulso formal. Nele o homem se desenvolve físico e intelectualmente, evolui esteticamente aprimorando a capacidade do gosto, o que possibilita distanciar-se do homem rústico. Passamos agora à segunda etapa, a problematização acerca dos três conceitos caracterizados acima.

2º ETAPA: PROBLEMATIZAÇÃO

Nesta etapa, cada grupo formado com base nas figuras afins, trabalhou um conceito chave coordenado por dois bolsistas, conforme procede abaixo. Primeiramente, cada componente do grupo foi instigado a relacionar a sua figura com o conceito que o grupo procurou estudar.

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O grupo do impulso sensível explicitado na carta XII problematizou este impulso por meio de perguntas: Se o homem recebesse apenas uma educação no âmbito do impulso sensível, ou seja, instrução física, corporal, como seria a vida dos indivíduos em sociedade? Uma educação que promovesse somente a dimensão sensível formaria qual modelo de ser humano? Quais os limites e possibilidades de uma educação do impulso sensível em promover a humanização do homem?

b) Impulso formal

O segundo grupo de trabalho focou no impulso formal descrito na carta XIV. Foi feita a problematização do impulso formal com base nas questões: Uma educação que privilegia apenas a formação intelectual atenderia a quais interesses sociais? Que sociedade construiríamos sob uma educação com enfoque apenas na ciência? Quais as vantagens e as desvantagens de uma formação plenamente teórica?

c) Impulso Lúdico

O terceiro impulso, o lúdico, descrito na carta XV foi problematizado com a exibição do vídeo Dança das sombras (referência abaixo), o qual demonstrou liberdade e simetria nos movimentos do corpo físico sob as leis da razão. A razão educa o corpo e é também afetado por aquele. Se de um modo à razão ou impulso formal liberta o corpo das forças da natureza, do outro, o sensível freia os excessos da razão com conteúdo acumulado ao longo do tempo. O impulso formal e o sensível ao se desenvolverem de forma recíproca conduzem o homem à perfeição da sua humanidade; das ações morais que o torna um ser lúdico; do gosto evoluído que o faz superar os preconceitos entre as classes sociais, tornando o mundo um lugar melhor de se viver.

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Após o desfecho da problematização relacionada aos conceitos discutidos em cada grupo, impulso sensível, formal e lúdico e, com vista a maior inteligibilidade sobre os mesmos, passou-se para terceira etapa, a investigação.

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 136-140)