• Nenhum resultado encontrado

TEXTO PARA CONTEXTUALIZAÇÃO

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 68-71)

Boa noite! Meu nome é Immanuel Kant. Sou um filósofo alemão muito conhecido e estudado atualmente; nasci em 1724 numa cidade, na época, chamada Königsberg, na Prússia oriental, e que hoje se chama Kaliningrado e pertence à Rússia. Tive uma infância bem modesta, perdi minha mãe cedo, e tive que trabalhar como preceptor para poder concluir meus estudos na universidade. Logo assumi o cargo de professor na Universidade da minha cidade natal, onde fiquei até quase o fim de minha vida, infelizmente, em 1804.

Muitas pessoas falam que eu sou muito sistemático, até contaram que os vizinhos acertavam o horário de seus relógios quando me viam fazer minha rotineira caminhada vespertina, mas é só porque eu adorava o fresco ar do meio da tarde. Tudo bem que eu gostava de ter horários determinados para comer, estudar e dormir, por exemplo, mas nunca deixava de ter a companhia de meus amigos no almoço.

Bom, as pessoas sempre dividem minhas obras em duas fases, a dos textos “pré-críticos” e a dos textos “críticos”, e minhas três principais obras chamam-se Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Crítica da Faculdade de Julgar. Aí vocês já perceberam que precisamos deixar bem claro o que significa realmente a palavra “crítica” antes de vocês começarem a entender meu pensamento.

Temos que ter em mente que na crítica não temos um critério último e definitivo e estamos sujeitos a mudanças de “gostos” conforme reconsideramos sobre o assunto, e esse fato mutável das nossas conclusões tiradas a partir da crítica não quer dizer que elas não foram formuladas sem crítica; pelo contrário, a crítica tem, em sua natureza, a necessidade de sempre ser revista, refletida e mudada. Se não fosse por essa característica da crítica, as informações, por exemplo, seriam uma verdade que as pessoas aceitariam sem questionar, ou seja, um dogma.

Kant... 69

O ANALFABETO POLÍTICO (BERTHOLD BRECHT)

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

FRAGMENTOS DO TEXTO “RESPOSTA À QUESTÃO – O QUE É O ESCLARECIMENTO?”

“Esclarecimento é saída do homem da menoridade pela qual é o próprio culpado². Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia.”

“Inércia e covardia são as causas de que uma grande maioria dos homens, mesmo depois de a natureza há muito tê-los libertado de uma direção alheia (naturaliter maiorennes), de bom grado permaneça toda via na menoridade, e porque seja tão fácil a outros apresentarem-se como seus tutores. É tão cômodo ser menor. Possuo um livro que faz às vezes meu entendimento; um guru espiritual, que faz às vezes de minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não preciso eu mesmo dispender nenhum esforço. Não preciso necessariamente pensar, se posso apenas pagar; outros se incumbirão por mim desta aborrecida ocupação.” (p.407)

“É, portanto, difícil para cada homem isoladamente livrar-se da menoridade que nele se tornou quase uma natureza. Até afeiçoou-se a ela e por ora permanece realmente incapaz de servir-se de seu próprio entendimento, pois nunca se deixou que ensaiasse fazê-lo. Preceitos e fórmulas, esses instrumentos mecânicos de um uso, antes, de um mau uso racional de suas aptidões naturais, são os entraves de uma permanente menoridade. Também quem deles se livrasse, faria apenas um salto inseguro sobre o fosso mais estreito, visto não estar habituado a uma liberdade de movimento desta espécie. Por isso são poucos os que

70 PIBID na Escola II

conseguiram, através do exercício individual de seu espírito, desembaraçar-se de sua menoridade e, assim, tomar um caminho seguro. Que um público se esclareça a si mesmo, porém, é bem possível; e isso é até quase inevitável, se lhe for concedida liberdade. Pois, mesmo dentre os tutores estabelecidos do vulgo, sempre se encontrarão alguns livre pensadores <Selbstdenkende>, os quais, após terem sacudido de si o jugo da menoridade, difundirão à volta de si o espírito de uma avaliação racional do próprio valor e a vocação de cada um de pensar por si mesmo. Há, nisto, uma peculiaridade: o público, que antes se encontrava submetido por eles a este jugo, em seguida obriga-os a permanecer sob ele, quando incitado por aqueles dentre seus tutores que são incapazes de todo esclarecimento. Tão prejudicial é cultivar preconceitos, pois terminam voltando-se contra aqueles que foram seus autores, quer tenham sido eles próprios, quer seus antecessores. Por isso um público pode chegar ao esclarecimento apenas lentamente. Uma revolução pode, talvez, produzir a queda do despotismo pessoal e da opressão ávida e ambiciosa, mas jamais uma reforma verdadeira do modo de pensar; antes, novos preconceitos servirão, assim como os antigos, como amarras à grande multidão destituída de pensamento.” (p. 408)

“Se, então, for perguntado: vivemos agora em uma época esclarecida? A resposta será: não, mas em uma época de esclarecimento. No atual estado de coisas, falta ainda muito para que os homens, tomados em seu conjunto, estejam em condições, ou possam vir a dispor de condições, de servirem-se de seu próprio entendimento sem a direção alheia de modo seguro e desejável em matéria de religião. Mas dispomos de sinais claros de que agora se encontra aberto para eles o campo em que podem trabalhar nisto livremente e de que diminuem paulatinamente os obstáculos do esclarecimento geral ou da saída da menoridade pela qual eles próprios são culpados.” (p. 413)

Kant... 71

No documento 2 PIBID na Escola II (páginas 68-71)