Docente responsável: Dario Fiorentini 1 OBJETIVOS
1.1 Objetivo geral: Encaminhar o licenciando em Matemática para uma prática pedagógica consciente, crítica, competente e autossuficiente frente à realidade social e educacional brasileira.
1.1 Objetivos específicos:
• Estudar e discutir aspectos pedagógicos e conceituais relativos aos conteúdos matemáticos do currículo de 1º e 2º graus;
• Situar o aluno frente às tendências pedagógicas da Educação Matemática no Brasil e estudar/discutir alguns métodos específicos de ensino da matemática;
• Discutir os fins da Educação Matemática e o papel do educador matemático;
• Estudar, analisar e discutir propostas e materiais didáticos para o ensino da matemática, especialmente o livro didático escolar;
• Analisar e discutir a organização do currículo de matemática escolar. 2 Programa
Tendências pedagógicas do ensino da Matemática;
Análise de algumas técnicas e métodos específicos para o ensino da Matemática: resolução de problemas, modelagem, etnomatemática, construtivismo...
O livro “didático” de matemática numa perspectiva pedagógica histórico-crítica; As propostas oficiais para o ensino de Matemática no Estado de São Paulo; Os fins da Educação Matemática e o papel/compromisso do educador matemático; Estudo crítico sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da matemática; Problemas do ensino e da aprendizagem da matemática;
Aspectos didático-pedagógicos sobre o ensino dos conteúdos matemáticos do currículo de 1º grau (1ª a 8ª séries):
• As quatro operações com Naturais; • Frações e números decimais; • Geometria e Medidas; • Proporcionalidade;
• Números Inteiros Relativos; • Introdução à Álgebra Elementar.
Aspectos didático-pedagógicos sobre o ensino dos conteúdos matemáticos do currículo de 2º grau: • Estudo de Funções;
• Geometria Espacial;
• Análise Combinatória, Probabilidade e Estatística; 3 Desenvolvimento do curso
Estudos de fundamentação teórico-metodológica:
Trata-se do estudo, análise e discussão de temas que deverão dar embasamento teórico e metodológico à Didática do Ensino da Matemática e às atividades práticas relativas às unidades temáticas do currículo de 1º e 2º graus.
Isso será realizado através de leitura e discussão de textos, exposição do professor e elaboração de resenhas ou reflexões escritas por parte dos alunos.
Estudos de tópicos específicos do ensino de matemática do currículo de 1º e 2º graus:
Trata-se do estudo e análise do ensino de determinadas unidades temáticas do currículo de matemática de 1º e 2º graus. Nesse estudo serão analisados a abordagem oferecida pelos livros didáticos, a proposta da CENP, a abordagem sugerida por algumas propostas alternativas e alguns materiais concretos ou jogos.
Este estudo será dirigido pelo professor enfatizando a prática didático-pedagógica do ensino de cada um dos conteúdos selecionados (veja itens 2.8 e 2.9) situando-a historicamente e focalizando também aspectos epistemológicos e psico-cognitivos.
As atividades previstas para esse estudo são: leituras específicas envolvendo cada tópico; exposições dialogadas do professor; atividades em dupla em sala de aula; trabalhos extraclasse solicitados pelo professor (envolvendo geralmente confecção de material instrucional) e eventuais microexposições realizadas pelos alunos em classe.
4 AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada ao longo de todo o curso, considerando a produção, envolvimento e desempenho de cada aluno em cada uma das atividades previstas. Serão adotados os seguintes instrumentos e critérios de avaliação:
• Elaboração de resenhas e/ou reflexões relativas aos estudos de fundamentação teórico- metodológica (peso 2).
• Duas provas escritas (peso 4).
• Atividades/participação em sala de aula (peso 2).
• Atividades/tarefas (não resenhas de textos) extraclasse e exposição em classe (peso 2) 5 BIBLIOGRAFIA
CASTELNUOVO, Emma. Didática de la matemática moderna. Coleção Vivendo a Matemática
DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática. IMENES, L. M. P. & JAKUBOVIC, J. Matemática aplicada (3 vols.) MIGUEL, A. et al. Tópicos do ensino de matemática (5ª a 8ª séries). MIORIM, M. A., MIGUEL, A. O ensino de matemática no 1º grau. Proposta curricular para o ensino de matemática no 1º grau. CENP, 1988. Proposta curricular para o ensino de matemática no 2º grau. CENP, 1988. Telecurso 1º grau – matemática 3ª fase
Teses e dissertações:
BIENBENGUTT, M. S. Modelação como método de ensino-aprendizagem de matemática em cursos de 1º e 2º graus. Rio Claro: UNESP, 1990.
BORGES, P. Uma experiência de produção de currículos de matemática junto a professores de 1º grau e universidade. Campinas: FE-UNICAMP, 1988.
DRECHSEL, E. M. A. Organização e sequência de conteúdos para o ensino de matemática no 2º grau: proposta de currículo. Curitiba: UFPR, 1987.
IMENES, L. M. Um estudo sobre o fracasso do ensino e da aprendizagem da Matemática. Rio Claro: UNESP, 1989.
RIBEIRO, M. J. S. Livro texto de matemática de 2º grau: grau de importância de critérios e indicadores para a sua seleção. Porto Alegre: UFRGS, 1983.
RUIZ, A. Ensino no conceito de proporcionalidade. São Paulo: FE-USP, 1986.
SANTOS, A. Compreensão e uso de números relativos na agricultura e na escola. Recife-UFPE, 1990.
SILVA, M. G. P. Resolução de problemas: uma perspectiva de trabalho em sala de aula. Rio Claro: UNESP, 1990.
TANCREDI, R. O ensino dos números inteiros no 1º grau: realidade e possibilidade. São Carlos: UFSCar, 1989.
Artigos ou textos sobre educação e educação matemática:
CARRAHER, T. N. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1988.
FIORENTINI, D. Tendências pedagógicas do ensino da Matemática no Brasil. VI Simpósio Sul- Brasileiro de Ensino de Ciências. Londrina: 1988.
FREITAG, B. et al. O livro didático em questão. São Paulo: Cortez, 1989.
FIORENTINI, D., MIORIM, M. A. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da Matemática. Boletim SBEM-SP, 1990.
FUSARI, J. O planejamento educacional e a prática dos educadores. Revista ANDE. 1986.
LAUAND, L. J. O ensino da matemática e sua dimensão filosófica e social. Revista Educação & Matemática.
LIBANEO, J. C. Democratização da escola pública. São Paulo: Loyola, 1985.
LLORENTE, Pascual. Alguns obstáculos para a aprendizagem e o ensino da matemática. Revista Educação (e) Matemática. Lisboa, 1987.
LOPES, A. J. O livro como camisa de força. Jornal Leia. 1985.
MISUKAMI, M. G. N. Ensino: abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. NÉRICE, I. G. Didática geral dinâmica. São Paulo: Atlas, 1981.
NICOLAI, R. Atuação política do professor de matemática de 1º e 2º graus na escola pública. Anais do I EPEM. Campinas, 1989.
RODRIGUES, N. Renovação da prática educativa e planejamento curricular. Por uma nova escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo: Cortez, 1986.
SNYDERS, G. A alegria da escola. São Paulo: Manole, 1988.
SOUZA, I. A favor do planejamento: fazem-se muitos planos, mas pouco se planeja. Revista Tecnologia Educacional, 1987.
Artigos ou textos relativos ao ensino da Matemática: ÁVILA, G. Razões, proporções e regras de três. RPM, 1986.
BERTONI, N. Bom senso, realidade e melhores ideias matemáticas: desvendando a geometria da 7ª série. RPM. 1985.
CARRAHER, T. et al. Proporcionalidade na educação científica e matemática. DINIZ, M. I. A metodologia “resolução de problemas”. RPM, 1991.
FIORENTINI, D., MIGUEL, A., MIORIM, M. A. Álgebra ou geometria: para onde pende o pêndulo? Pro-posições. Cortez, 1992.
GIMENEZ, J. Proporcionalidad o razonamiento proporcional? Cadernos do CEM. 1992. GLAESER, G. Epistemologia dos números relativos. Boletim GEPEM, 1985.
GRAVINA, M. A. O quanto precisamos de tabelas na construções de gráficos de funções? RPM (17), p. 27-34.
IMENES & JACUBOVIK. Considerações sobre o ensino de regra de três composta. RPM, 1983. LIMA, E. L. Conceitos e controvérsias.
MESQUITA, M. C. Proporcionalidade: uma actividade de aprendizagem. Revista Educação e Matemática. Lisboa, 1987.
PASTOR, A. L. Equações do 2º grau: completando quadrados. RPM, 1985. PATERLINI, R. R. Um método para o cálculo do mmdc e mmc. RPM, 1988. PIRES, C. M. C. Algumas reflexões sobre o ensino de álgebra. CENP. Mimeo, s/d. POLYA, G. O ensino por meio de problemas. RPM (7), 85.
RADICE, L. L. A matemática de Pitágoras a Newton. Lisboa: edições 70, s/d. SANTOS, V.M. Perímetro, área e volume. CENP, mimeo, s/d.
SMOLE, K. A interpretação gráfica e o ensino de funções. RPM, 1989.
SOUZA, E. R., DINIZ, M. I. Álgebra: das variáveis às equações e funções. São Paulo: IME- USP/CAEM, 1994.
TINOCO, L. Como e quando os alunos utilizam o conceito de proporcionalidade. RPM, 1989.
VALIENTE, T. M. L. Números relativos: passos a observar: atividades para alunos do supletivo. Revista do professor, 1989.
Fonte: Arquivo Setorial da Faculdade de Educação da UNICAMP.
O objetivo expresso na ementa dessa disciplina destaca a concepção de que é preciso “encaminhar o licenciando em Matemática para uma prática pedagógica consciente, crítica, competente e autossuficiente frente à realidade social e educacional brasileira”. Isso mostra a preocupação com a formação ampla do docente, o que fica evidente na ementa abrangente e na bibliografia extensa e ancorada em textos de pesquisa.
Como algumas indicações de leituras se repetem nas duas disciplinas apresentadas, parece que os textos, dada a sua profundidade e abrangência, não devem ser necessariamente esgotados em uma ou outra disciplina, o que caracterizaria um programa em aberto para a pesquisa.
Outro programa de ensino que encontramos refere-se à disciplina Fundamentos da Metodologia do Ensino da Matemática (I e II) que data de 1993. Em seu programa, o professor Antonio Miguel, responsável pela disciplina, oferece um curso baseado na história da matemática. A concepção de ensino que permeia esse curso é a de que o licenciando deve apropriar-se da história da matemática a fim de que possa compreender a própria matemática como uma construção humana, podendo desconstruir/reconstruir uma nova concepção sobre essa área de conhecimento.
QUADRO 16:
PROGRAMA DA DISCIPLINA
“FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA DO ENSINO DA