• Nenhum resultado encontrado

5 ELEMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA PESQUISA

5.7 DIFICULDADES METODOLÓGICAS NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

(KONOPÁSEK, 2008). Assim, o uso do software é, portanto, uma ferramenta de apoio que se relaciona com a criatividade do investigador, enriquecendo, com isso, os resultados da análise.

Segundo Bauer e Gaskell (2002), ao discorrerem sobre o processo de inferência de dados qualitativos, os autores afirmam que

Até certo ponto, esse processo é semelhante ao de resolver um quebra- cabeça. O analista ira começar coletando certas partes dos dados textuais que se assemelham sob determinado aspecto. Ele/ela irá analisar as diversas partes e suas interconexões, isto é, a maneira específica como elas possam estar ligadas ou conectadas, para montar um quadro que tenha sentido (BAUER; GASKELL, 2002, p.397).

Com base na descrição desses autores, procedeu-se às etapas de codificação e categorização das entrevistas realizadas com os professores investigados na pesquisa, de onde surgiram as famílias de códigos que demonstraram suas inter-relações por meio da rede de informações geradas no Atlas.ti, metaforizada pelos autores como o processo de resolução de um “quebra- cabeça”.

5.7 DIFICULDADES METODOLÓGICAS NO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

No decorrer do trajeto metodológico, algumas dificuldades foram se apresentando, sobretudo no tocante à coleta dos dados da pesquisa, as quais compartilham-se com o intuito de demonstrar as apreensões e sentimentos do

pesquisador. Os tópicos a seguir remetem a cada uma das principais dificuldades do estudo:

1. No tocante à pesquisa documental realizada no arquivo do PRONATEC junto à coordenação do programa no campus do IFPB, a fim de identificar os professores que iriam ser contatados para a fase das entrevistas, as pastas com os registros dos professores estavam mal acondicionadas numa sala de almoxarifado, que dividia espaço com outros materiais amontoados, favorecendo o acúmulo de poeira e, por conseguinte, dificultando o trabalho de identificação desses documentos.

2. Passada a fase de identificação dos professores, outra dificuldade consistiu no agendamento das entrevistas com alguns deles, pois alguns já não estavam mais lotados no IFPB campus João Pessoa, tendo assumido atividades em outros municípios, tornando o acesso mais difícil. Nesse sentido, um professor abdicou da participação na pesquisa, demonstrando não ter condições de ajudar por estar com outras responsabilidades. Assim, foi necessário incluir outro professor para o substituir, requerendo novas negociações de participação. No período em que se iniciou a coleta de dados19, outro professor estava de férias, sendo necessário aguardar que o período fosse concluído, uma vez que o mesmo não demonstrou querer ter o seu momento interferido, sobretudo, por questões relacionadas ao trabalho. Um terceiro professor também sentiu necessidades de cancelar alguns agendamentos de entrevistas por problemas de saúde, requerendo um período de aguardo de sua recuperação. Esses impasses contribuíram para pequenos atrasos no desenvolvimento dos trabalhos.

3. Num outro momento da coleta de dados da pesquisa, agora na fase das entrevistas uma das dificuldades sentidas consistiu em manter o foco das questões relacionadas às práticas do professor entrevistado. O professor A quase sempre realizava suas intervenções atreladas aos professores em geral do PRONATEC, tornando a compreensão difícil de ser estabelecida, uma vez que não parecia claro se determinada necessidade se aplicava ao professor entrevistado ou se representava uma percepção dele sobre como os professores deveriam agir no programa.

19

A coleta de dados, mediante as entrevistas com os professores, aconteceu no período compreendido entre os meses de março e agosto de 2016.

4. Senti ainda dificuldade na condução da entrevista no momento em que buscava evidenciar aspectos de dificuldades e limitações dos professores, pois os mesmos se sentiam um pouco desconfortáveis de expressarem suas limitações, necessitando, portanto, de uma condução sutil da entrevista para aflorar os resultados que se pretendia investigar nesse sentido.

5. No decorrer das entrevistas, percebia que alguns professores demonstravam pressa na realização devido à programação de outras atividades que lhes requeriam atenção. Essa dificuldade refletiu na condução da entrevista no sentido de que algumas perguntas não eram respondidas de forma a discorrer sobre a temática da questão, ficando, algumas vezes, apenas com respostas curtas, carecendo de retomadas, por parte do pesquisador, a questões posteriores, uma vez que ficou comprometida a reflexão do entrevistado quanto à temática da questão.

CAPÍTULO VI

6 RESULTADOS DA PESQUISA

“Después de recopilada la información, mediante entrevistas, observaciones, documentos impresos y grabaciones audiovisuales, el investigador asume la responsabilidad de interpretar lo que se observa, escucha, o lee”.

(Varguillas, 2006)

O processo de desenvolvimento de todo trabalho científico culmina nos resultados possíveis de serem alcançados ao longo de todo esse percurso que, nem sempre, demonstra ser um trajeto simples de percorrer caracterizado pelo ir e vir entre a teoria abordada e a realidade estudada.

Essa fase, de acordo com a citação inicial dessa seção, atribui ao investigador a tarefa de dar as devidas interpretações aos fatos levantados e, com isso, demonstra ser uma etapa complexa, que demanda um tempo hábil para concatenar as ideias apreendidas, sobretudo por se tratar de uma pesquisa de cunho qualitativo carregada de subjetividades e representações que, por conseguinte, carece de leituras e releituras.

Contudo, alguns pesquisadores qualitativos recomendam a combinação do processo de análise ao uso de ferramentas computacionais (softwares qualitativos) na tentativa de agilizar todo esse processo demandando atividades como:

 Contato primário com o documento – organização, classificação e leituras iniciais da informação;

 Preparação do(s) documento(s) – planejamento da análise;

 Análises – construção, denominação e definição de categorias, subcategorias e criação de redes;

 Interpretação analítica – descrição dos “achados” ou teorização.

Atendendo a essas recomendações, decidiu-se pela adoção do software Atlas.ti (versão 7.5,) conforme apresentado no capítulo anterior, por meio do qual foi possível a construção de relatórios que auxiliaram no processo interpretativo das comunicações dos colaboradores desta pesquisa, sobre as quais se discorrerá nas seções seguintes.