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5 ELEMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA PESQUISA

5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS DA PESQUISA

A pesquisa em educação pode assumir diferentes formas e ser conduzida por múltiplos contextos, de tal forma que as técnicas e instrumentos de coleta de informações devem permitir uma aquisição de dados ricos em pormenores descritivos tanto em relação a pessoas quanto a locais.

Assim, visto que, os intrumentos escolhidos para dar suporte à coleta de informações da pesquisa foram o questionário e a entrevista semiestruturada, os mesmos serão detalhados seguidamente.

5.4.1 Elaboração e aplicação do questionário

O questionário foi adotado com a finalidade de buscar informações relativas ao perfil dos professores participantes da pesquisa. Sua configuração pode ser vista no apêndice A, no qual foram consideradas algumas questões que contemplaram três áreas principais, a saber:

Questões de cunho pessoal: idade, sexo, estado civil e contatos;

Questões de cunho acadêmico: formação (graduação, mestrado, doutorado e especializações);

Questões de cunho profissional: tempo (em anos) de experiência profissional tanto na docência como fora dela (em outras profissões).

A aplicação do questionário se deu no momento em que ocorreram os encontros individuais com os professores selecionados, os quais participaram, logo em seguida, da segunda etapa da coleta de dados por meio da entrevista.

Nesse primeiro momento com os professores, foi apresentada a proposta do estudo, a fim de motivar o participante e apresentar os objetivos pretendidos, bem como legitimar a participação mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (conforme consta no apêndice C), que se constituiu no documento no qual são definidas as regras de participação dos professores em consenso com as diretrizes do comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (anexo B). Buscou- se, com isso, evidenciar o interesse com a pesquisa, assim como as expectativas em relação à participação deles.

Em seguida, foi repassado o questionário de preenchimento rápido, por meio do qual se buscou investigar qual tem sido o foco dos professores para a sua formação profissional, bem como verificar a influência de suas experiências extras na condução de suas ações docentes, delineando, assim, o perfil dos intervenientes.

5.4.2 A elaboração do roteiro de entrevista

A entrevista foi escolhida também para a coleta de dados, pois permitiu maiores esclarecimentos no tocante às investigações focadas nas necessidades dos professores participantes.

Optou-se pela entrevista na forma semiestruturada, uma vez que “se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações” (LUDKE; ANDRE, 1986). Ou seja, trata-se de um tipo de entrevista mais flexível e, portanto, mais conveniente em pesquisa no campo da Educação, sobretudo quando se perspectiva um momento em que o entrevistado exponha suas experiências com certa liberdade de expressão.

Nesse sentido, muito embora houvesse o roteiro preparado antecipadamente (conforme consta no apêndice B) para proceder sua condução no decorrer da entrevista, tomou-se o cuidado de utilizá-lo com certa flexibilidade, permitindo momentos em que fosse possível ao entrevistado conduzir argumentações que não estivessem contempladas no roteiro. Entende-se que esses escapes revelam outros aspectos interessantes de ser investigados e que, porventura, não foram contemplados pelo investigador, sendo, portanto, informações úteis à pesquisa, sobretudo quando se trata de tomadas de consciência dos professores em relação as suas próprias ações e suas representações.

Nessa mesma perspectiva, Estrela (1998) e Sampieri (2006) sublinham a importância de que o roteiro apresente-se de forma maleável, possibilitando, inclusive, a inserção de novos questionamentos, quando necessário, favorecendo a livre expressão das ideias e representações dos inquiridos sem, contudo, perder de vista os objetivos pretendidos.

A estrutura do roteiro de entrevista foi dividida em 3 blocos principais (A,B e C), com o intuito de abordar diferentes perspectivas, a saber:

Bloco A – Visão Geral do PRONATEC: este bloco teve por objetivo conhecer as percepções e expectativas dos professores acerca do PRONATEC. Buscou-se analisar as motivações que fizeram os professores ingressarem no programa, assim como evidenciar suas impressões, destacando os pontos positivos e negativos, como também a visão da necessidade do programa para a sociedade.

Bloco B – Atuação no PRONATEC: neste bloco, objetivou-se extrair as experiências vivenciadas pelos professores no decorrer de sua atuação no programa. Procurou-se conhecer as competências profissionais por meio do relato de habilidades e estratégias adotadas pelos professores no

ensino da disciplina Introdução ao Mundo do Trabalho e Fundamentos da Administração.

Bloco C – Necessidades de Formação para o PRONATEC: neste bloco, buscou-se o entendimento acerca da necessidade de formação para os professores atuarem no PRONATEC. Os participantes puderam refletir, a partir de suas experiências no programa, sobre a possibilidade de haver um programa de formação que os prepare melhor para assumir as turmas do PRONATEC.

A partir desse roteiro, foi conduzido o processo de entrevista entre os meses de março e agosto de 2016 junto aos professores, os quais foram contatados por telefone, tendo sido agendados os encontros de acordo com as suas disponibilidades pessoais. Tais encontros ocorreram no próprio IFPB em sala climatizada, localizada na Unidade Acadêmica de Gestão, a fim de propiciar um ambiente confortável e favorável a uma boa comunicação.

Optou-se pela realização das entrevistas individualmente, por motivos de acessibilidade aos intervenientes, os quais demonstraram demandas de horários distintas, inviabilizando a realização de entrevistas em grupo. Também se acordou com os participantes a gravação em áudio das entrevistas, possibilitanto, a posteriori, sua transcrição e submissão ao processo de tratamento de dados pela Análise de Conteúdo. Ficou acordado entre os participantes que tais informações seriam preservadas, sendo, portanto, de cunho confidencial, garantido o seu anonimato.