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CAPÍTULO II METODOLOGIA DE PESQUISA

2.3 A Disciplina De Língua Inglesa No Curso Técnico Integrado De

O curso técnico de informática, na modalidade integrado (formação técnica mais ensino médio), segundo o projeto político-pedagógico, aprovado em 26 de março de 2012 pelo Conselho Superior (CONSUP) do IFRN,

visa formar profissionais que atendam às necessidades desse significativo mercado em expansão, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados na área de Informática e computação à sociedade, além de impulsionar o desenvolvimento econômico das mesorregiões cujos Campi oferecem tal Curso.

(CONSUP, p. 8)

Consoante informações obtidas, por meio de conversa informal, com o coordenador e professores do curso de informática, todas as publicações de cunho inovador, bem como as novidades técnicas, seja qual for a subárea (redes, manutenção, programação), são apresentadas ao mundo, primordialmente, em língua inglesa. Portanto, é indispensável o bom conhecimento desse idioma para que haja a possibilidade de absorver aquilo que for novidade na referida área.

A disciplina de língua inglesa é parte curricular nos dois primeiros anos do curso técnico de informática, tendo uma carga horária de 120 horas/aulas por ano. Isso significa que os alunos contemplam 3 aulas por semana com duração de 45 minutos durante os dois primeiros anos do curso (Quadro 8). O Quadro em questão também nos fornece a informação de que Programação é principal assunto no Núcleo Tecnológico e Informática (referindo-se à Informática Básica) é o principal assunto do Núcleo Articulador.

Tabela 3. Alunos que Estudaram Língua Inglesa no Ensino Fundamental.

O período de dois anos de estudo da língua inglesa não contempla conteúdos técnicos, visto que a ementa foi projetada com base nos programas com abordagem de Inglês Geral, comumente utilizados no Ensino Médio. Se analisarmos a ementa proposta para o inglês 1 da grade curricular (Quadro 9), o conteúdo se assemelha a de um primeiro nível de curso de idiomas na medida em que o aluno precisa aprender informações pessoais, discutir preferências pessoais (o que gosta ou não gosta de fazer), dar instruções, etc. Os objetivos estão coerentes com o conteúdo, mas não oferecem ferramentas

Quadro 8. Projeto Político-Pedagógico Do Curso Técnico Integrado em Informática.

de conhecimento técnico. Isto se deve ao fato de que a ementa é construída de forma a padronizar o ensino de língua inglesa para todos os cursos.

A ementa proposta para o inglês 2 da grade curricular (Quadro 10) segue o mesmo padrão da primeira ementa no sentido de haver objetivos característicos de um programa de Inglês Geral. Apesar de haver uma leve menção ao contexto específico dos alunos como se pode ver no primeiro item do Vocabulário Básico apresentado no Quadro 10, a ementa como um todo não apresenta elementos que levem os alunos a estudar conteúdos da área técnica em LI.

Quadro 9. Ementa de Inglês I do Curso Técnico Integrado em Informática.

Diante do exposto e, estando ciente de que há meios pedagógico- institucionais para que os alunos do curso técnico integrado em informática possam utilizar a língua inglesa como forma de expandir seus conhecimentos na área profissional, surgiu a ideia de fazer uma intervenção pedagógica, através de um Curso FIC, para dirimir o problema de ordem curricular. O Curso FIC proposto enquadra-se em um projeto de ensino, avaliado e autorizado pelo campus e tem caráter extracurricular de formação profissional.

Após os esclarecimentos sobre como funciona a disciplina de Língua Inglesa no contexto EBTT e, tendo situado o ambiente de pesquisa deste trabalho, passaremos a descrever os princípios de uma pesquisa-ação, modelo ao qual esta pesquisa está inserida.

Fonte. Projeto Político-Pedagógico Do Curso Técnico de Informática. (2011, p. 47) Quadro 10. Ementa de Inglês II do Curso Técnico Integrado em Informática.

2.4 Intervenção Pedagógica: Pesquisa-Ação

Esta pesquisa enquadra-se no modelo de uma pesquisa-ação. Segundo Nunan (2007), a pesquisa-ação detém determinadas características tais quais às descritas pelos pesquisadores Kemmis e McTaggart (1990): ela é implementada por praticantes de uma área (no nosso caso, professores), é colaborativa (neste trabalho científico, houve uma parceria entre Instituição, coordenador de curso, professores e discentes da área de informática) e objetiva mudar algo (na nossa investigação, fornecer uma ferramenta pedagógica que pudesse ampliar os conhecimentos linguísticos da língua inglesa na área de informática). Nunan (2007) corrobora com os citados pesquisadores quando evidencia que a principal preocupação de uma pesquisa-ação deve ser atingir uma mudança.

O ciclo de uma pesquisa-ação da nossa investigação científica terá como base as sete etapas propostas por Nunan (2007). Elas são partes constituintes do aludido ciclo e servirá de referência para explicar o processo que configurou esta pesquisa. As etapas estão, portanto, ordenadas e explanadas a seguir:

Etapa 1: Início – é a identificação do problema. No nosso estudo, o

problema detectado foi a falta de um programa de inglês que atenda as necessidades linguísticas que o curso técnico integrado de informática requer para haver um aprimoramento dos alunos na área de atuação profissional;

Etapa 2: Investigação Preliminar – foi feita uma sondagem, por meio

de uma conversa informal, com o coordenador do curso de informática, três professores da área e com os alunos do referido curso. Coordenador e professores confirmaram que o domínio da compreensão escrita em língua inglesa é essencial para o desenvolvimento profissional, já que todo material inovador na área em questão – ainda que seja produzido num país onde o inglês não é primeira língua ou uma língua essencial para comunicação – é publicado inicialmente sempre no supracitado idioma. Além disso, os alunos foram abordados em sala de aula e demonstraram interesse em participar voluntariamente do Curso.

A conclusão desta etapa deu-se com a elaboração e aplicação dos questionários de análise de necessidades intitulados Needs Analysis I (Parte