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15. PILAR I: O território da docência

15.8 Disciplinas na modalidade EaD

Ateliê interdisciplinar de artes visuais

Ensino de arte e necessidades educacionais especiais Pedagogias de fronteira

Cinema, arte e educação

Em 2013, a partir da experiência desenvolvida presencialmente com a disciplina de Núcleo Livre Oficina dos Fios, fui convidada a ministrar a disciplina Ateliê

interdisciplinar de artes visuais para o curso de Artes Visuais/licenciatura, na

modalidade EaD. O desafio que se apresentava ganhava um contorno extra, não apenas por se tratar de um ateliê envolvendo atividades práticas, mas também pela natureza da disciplina. Ela foi proposta em quatro etapas. Na primeira, foram feitas discussões a partir do e-book preparado para a disciplina (MARTINS, 2013b). Na segunda etapa, cada estudante identificou, em sua comunidade, artistas ou artesãs, artesãos, com quem pudesse aprender uma técnica envolvendo fios,

tecidos, costura. Foram feitos relatos dos processos e registros imagéticos das atividades desenvolvidas. Na terceira etapa, planejaram e executaram uma atividade com os estudantes da instituição escolar onde cada um, uma trabalhava como docente. Neste ponto é importante ressaltar que as turmas eram formadas por professoras e professores que já atuavam nas redes públicas de ensino em todo o Estado de Goiás. Foram compartilhados os relatos dos projetos e de sua execução, bem como também as fotografias dos trabalhos realizados. A quarta e última etapa foi realizada no encontro presencial, na sede da Faculdade de Artes Visuais, e envolveu a realização de uma instalação coletiva com fios, que ocupou a área interna de um salão de artes, estendendo-se para a área externa. Para esta instalação, a cada discente foi solicitado que trouxessem elementos têxteis para serem integrados à instalação, além do material de base fornecido pela própria coordenação do curso.

O desenvolvimento da disciplina gerou uma grande mobilização de todas as pessoas envolvidas, com repercussões em suas práticas pedagógicas.

Em 2014, ministrei, no mesmo curso, a disciplina Ensino de arte e necessidades

educacionais especiais, cuja oferta coincidiu com a oferta da disciplina Arte e educação especial, no curso de modalidade presencial. A Faculdade havia, há

pouco, mudado para um prédio novo que não contava com os itens previstos pela ABNT no tocante à acessibilidade. Além das questões relativas a estratégias de ensino de artes numa perspectiva de educação inclusiva, nos mobilizamos, eu e as turmas da modalidade EaD e presencial, no sentido de encaminhar à Ouvidoria da universidade reivindicações fundamentadas solicitando a construção de uma rampa de acesso ao térreo da faculdade. Essa mobilização, articulada a outros encaminhamentos institucionais, resultou na construção da rampa. Durante o encontro presencial realizado naquele semestre, os e as estudantes percorriam pela rampa com orgulho, porquanto tinham tomado parte dos processos de decisão para sua construção.

Quatro anos depois, já com outra turma em processo de formação, voltei a ministrar aulas para estudantes do curso EaD, com a professora Carla Luzia de Abreu. A disciplina Pedagogias de fronteira foi concebida nos mesmos termos que a

ministrada para o curso presencial, observadas as especificidades de cada modalidade. Além do e-book produzido especificamente para a disciplina (MARTINS & ABREU, 2018), trabalhamos com filmes, e outros materiais online, para motivar as discussões sobre os diversos tópicos previstos no plano de ensino. Em 2019, assumi, junto a essas turmas, a disciplina Cinema, arte e educação. A oportunidade foi muito motivadora, por propiciar uma aproximação entre a disciplina e várias questões relativas aos meus projetos de pesquisa, em curso. Além disso, ela teve como base o estabelecimento de parcerias. Compartilhei a docência com o professor Marcelo Henrique da Costa, do curso de Cinema e Audiovisual, da Universidade Estadual de Goiás, UEG, que também coordena o CRIALAB, e a TV UEG. Em 2018 ele concluiu o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual, que contou com minha orientação, e cujo projeto foi desenvolvido durante um semestre letivo numa escola estadual de ensino médio. O professor acabou por se aproximar das questões da educação, tendo desenvolvido, desde então, vários projetos voltados à formação de professores para o trabalho com cinema e audiovisual em seus projetos pedagógicos.

Para a oferta dessa disciplina, contamos também com a participação do professor Renato Cirino, que, sendo servidor técnico administrativo da FAV, em 2019 cursava o doutorado no mesmo PPG, também com minha orientação. Além de ter formação em Comunicação e em Artes Visuais/licenciatura, atua como realizador de cinema e audiovisual, e investiga as relações entre cinema e educação. Ele participou, na oferta da disciplina, na condição de estagiário docente, figura prevista no currículo do doutorado. Essa tem sido uma das estratégias de integração entre a pós- graduação e a graduação.

Assim, a disciplina foi concebia envolvendo a disponibilidade para experimentação, por parte das e dos estudantes, para a produção de pequenas narrativas audiovisuais, de escrita de roteiros, bem como a produção de brinquedos óticos, além das conversas sobre filmes e outras possibilidades de trabalho no contexto escolar. Cabe, aqui, destacar alguns: a atuação do professor Renato Cirino, que promoveu uma aproximação potente dos e das estudantes nos processos de escrita dos roteiros; a produção de material audiovisual pelo Centro Integrado de

Aprendizagem em Rede/CIAR, da UFG, e pelo CRIALAB, da UEG; além do e-book escrito a seis mãos (MARTINS; COSTA & CIRINO, 2019).

Uma grande parte dos e das estudantes envolveu-se com todo o processo, criando pequenos roteiros, e produzindo suas narrativas audiovisuais, além de sistematizar as reflexões a respeito. Contudo, a despeito de todos os recursos disponibilizados, um número expressivo de estudantes não concluiu a disciplina, vindo a repeti-la no semestre seguinte, em condição de nova oferta, em situação de acúmulo com outras disciplinas em primeira oferta. Este dado requer uma reflexão mais aprofundada sobre as condições de desenvolvimento de atividades práticas envolvendo aparatos tecnológicos para a produção de imagens em movimento, mesmo equipamentos simples, disponíveis ao uso quotidiano.

Docência na pós-graduação stricto sensu

Até o primeiro semestre de 2020, ministrei um total de dez disciplinas no Programa de Pós-Graduação em Cultura Visual, desde os primeiros anos, quando oferecia apenas mestrado, e depois de 2011, quando passou a oferecer também doutorado, com a nova denominação: Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual. Esse conjunto de disciplinas inclui eletivas e obrigatórias.