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PILAR III: Dos projetos de extensão, e sua indissociabilidade em relação à

docência

A indissociabilidade entre a docência, a pesquisa e a extensão é um dos princípios da universidade pública, e consta do Regimento da Universidade Federal de Goiás, nas suas disposições iniciais. O objetivo da extensão é promover a interação dos saberes entre a universidade e a sociedade. A socialização do conhecimento acadêmico envolve projetos educativos, culturais e científicos. Ao mesmo tempo, os processos de produção de conhecimento no contexto universitário podem e devem ser enriquecidos na interlocução com os conhecimentos extra-acadêmicos. Nesses termos, todos os pontos e elos de comunicação entre o que acontece no âmbito da docência e da pesquisa universitária com os circuitos extrauniversitários constituem o campo da extensão, caracterizado por um painel múltiplo, fragmentário e heterogêneo de programas, projetos, eventos e outras ações. Assim, desde o primeiro projeto de pesquisa cadastrado na UFG, a articulação com a extensão e a docência foi assegurada. O projeto Visões do futuro: projetando

o devir em interpretações de filmes de ficção científica foi desenvolvido em

parceria com o Ciranda da Arte, projeto da Secretaria de Educação do Estado de Goiás, e envolveu a ação com estudantes e professores, pensando, dentre outros aspectos, as questões relativas à docência, nas relações entre cinema e contextos educativos. Esta orientação estende-se aos projetos de pesquisa orientados no mestrado e doutorado, em sua quase totalidade. Foi o caso, por exemplo, do projeto

Museu na Escuta, que previu uma ação no Centro Cultural UFG, com a formação

de um grupo de estudos sobre os processos de mediação em exposições. Esta ação funcionou como base para o desenvolvimento do projeto de pesquisa de mestrado da orientanda Antônia Camila Alves Moreira. Do mesmo modo, no desenvolvimento do seu projeto de doutorado, Marcelo Henrique da Costa assumiu, durante um semestre letivo, a docência de uma disciplina eletiva num colégio de ensino médio da rede pública estadual. Dessa forma, integrou-se à vida escolar,

podendo, além da pesquisa propriamente dita, contribuir com a escola de modo efetivo. Sua ação foi cadastrada como projeto de extensão tanto na UFG, onde cursou o doutorado, quanto na UEG, instituição de cujo corpo docente faz parte, intitulado Olhares móveis. Mesmo concluído o doutorado, o projeto teve desdobramentos outros, posteriormente, voltados à formação de professores para o trabalho com cinema e audiovisual na educação, bem como no desenvolvimento de novos projetos de pesquisa, orientação, dentre outros.

Além de estabelecer vínculo entre as ações de extensão com os projetos de pesquisa, tenho buscado assegurar também, na docência, a aproximação de disciplinas com projetos diversos, nos quais as relações com a comunidade ganham protagonismo. O planejamento de aulas em geral prevê atividades a serem desenvolvidas junto a feiras, centros de cultura, escolas e outras instituições. Além disso, na disciplina de Núcleo Livre Oficina dos Fios, esse espaço tem sido melhor sistematizado, em ações que variam em sua natureza: artistas, artesãos e outros agentes de cultura participam das aulas, se realizam intervenções em espaços da universidade e da cidade, com a participação não só dos estudantes, mas também de outras pessoas interessadas, dentre outras ações desenvolvidas.

A mais, a participação em e a realização de eventos e ações de natureza científica, cultural e artística visa ao compartilhamento das atividades em curso, bem como a construção de aprendizagens em parceria com outras instituições e outros setores da sociedade. É nessa direção que se realizou, por exemplo, o projeto Mulherio

das Letras/Goiás, coordenado pela professora Carla Luzia de Abreu, de cuja

organização tomei parte, ao lado das mestrandas Itandehuy Castañeda Demesa e Alda Alexandre, e da doutoranda Carolina Brandão Piva. O evento, realizado no espaço do Centro Cultural UFG, articulou-se ao movimento nacional com a mesma nominação, e reuniu artistas, escritoras, editoras, educadoras, performers, e quantas outras pessoas interessadas, durante um dia de programações intensas. O projeto O Legado do Artífice, voltado para a realização e veiculação do filme de mesmo nome, dirigido por mim, ainda está em andamento. Ele também reuniu técnicos, docentes e discentes da UFG ao Sistema CooperAÇÃO Amigos do Cinema, articulados a outras instituições de arte e cultura. Sua realização contou com a codireção de Lara Satler, professora na Faculdade de Informação e

Comunicação FIC/UFG, egressa do Doutorado em Arte e Cultura Visual, e de Renato Cirino, servidor da área técnica e administrativa da Faculdade de Artes Visuais FAV/UFG, e doutorando em Arte e Cultura Visual. Renato responde, ainda, pela edição, tratamento de cor e som, dentre outras funções técnicas. O filme, finalizado no início de 2020, está em fase de projeção em festivais de cinema brasileiros e internacionais. No passo seguinte, está prevista seu compartilhamento para ser projetado em escolas da rede pública de ensino, entre professores de arte, numa aproximação entre cinema, arte e educação.

Estes são apenas alguns dentre os vários projetos desenvolvidos e em desenvolvimento na UFG. Há aqueles nos quais sou participante. Há os cuja coordenação é assinada por mim. Na relação, abaixo, estes estão marcados em negrito. Também são consideradas atividades de extensão a participação em eventos de diversas naturezas, promovidos por outras instituições. Estes não foram listadas, dada a extensão numérica.

FAV-77 Visões do Futuro: Análise Crítica de Filmes de Ficção Científica

FAV-49 Galeria de Artes FAV-82 Arte da gente

FAV-92 Cinema-Integração na FAV

FAV-97 II Seminário de Artes Visuais da FAV/UFG: Políticas de Formação e o Perfil do Profissional

FAV-99 Galeria de Artes de FAV

FAV-104 Cine Clube Roberto Pires

FAV-107 Estereótipos educacionais no filme A espada era a lei

FAV-108 Seminário de Artes Visuais da FAV/UFG: Políticas de formação e o perfil do profissional

FAV-112 IV Encontro: Políticas para o ensino de artes em Goiás

FAV-121 I Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual

FCS-19 Mostra de cinema Sexo e poder

FAV-204 Tramas à beira dos caminhos FAV-205 Experiências fotográficas FAV-211 FAV.NOVA Inacabada

FAV-221 V Seminário Nacional de Arte e Cultura Visual

FAV-222 Cine Artes

FAV-204 Tramas à beira dos caminhos

CEGRAF-12 Coleção Expressão Acadêmica

FAV-260 VI Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual FAV-266 Universidade das Quebradas em Rede

FAV-286 VII Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual

FAV-299 Museu na Escuta

ICB-155 XXIII Curso de Editoração Científica – Luz sobre os paradigmas da publicação científica

FAV-317 Revista Visualidades FAV-318 Olhares móveis FAV-319 NarrATIVIDADES

FIC-68 Imagens, Olhares, Narrativas FAV-342 Cultura e Tecnologia

EV561-2019 residência artística canteiro PJ914-2018 O legado do artífice

CR085-2018 Cartografias da cidade: poéticas do olhar sobre territórios afetivos

PJ340-2020 Lives #CulturaNaUFG

EV605-2019 II Seminário do Grupo de Pesquisa INDUMENTA: dress and textiles studies in Brazil

CR023-2019 Pensar o ver: enfoques estéticos e educacionais nas imagens da arte. EV491-2019 JOIA FAV – Jornada de Integração Acadêmica da Faculdade de Artes Visuais

PJ161-2018 Sessão corujinha: infância e audiovisual

EV022-2018 II Seminário Internacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual PJ541-2018 Aspas - Produtora Colaborativa

CR052-2018 Pensar o Ver: enfoques estéticos e educacionais nas imagens da arte EV259-2018 FestFlix – Festival de Cinema e Vídeo Online

EV370-2017 Mulherio das letras – edição Goiás

Em 2020, a quarentena interrompeu um projeto de extensão que articularia os projetos de pesquisa de dois discentes de mestrado e dois discentes de doutorado, além de duas disciplinas oferecidas à graduação no primeiro semestre. Trata-se do

projeto de ocupação da Galeria da FAV, Cá Entre Nós. A proposta, aprovada em edital público da galeria, previa um cronograma com várias ações, incluindo, na programação, pessoas integrantes de movimentos sociais, coletivos de slam, cooperativa de bordadeiras, além de atividades de aula no espaço. Além da suspensão de todas as atividades universitárias, a proposta implicava na interação entre os diversos grupos, de várias faixas etárias, envolvendo crianças, jovens, adultos e idosos. Por sua natureza, o projeto seria inviável em tempos de pandemia. Já em vigência da quarentena, fui convidada por uma professora da UNIRIO a tomar parte de uma rede de profissionais e estudantes de várias universidades brasileiras, com vistas a experimentar modos de produção artística e de outras narrativas em coletivos, fazendo uso das plataformas digitais disponíveis. A rede, que foi denominada RIA40tena, está em fase de cadastro como projeto de extensão interconectado.