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Distribuição percentual das fases do ciclo da Unidade Doméstica dos

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.2 As Configurações Familiares na Região Metropolitana de Natal

4.2.3. Distribuição percentual das fases do ciclo da Unidade Doméstica dos

Observando a Tabela 3, abaixo, no tocante às fases dos ciclos da unidade doméstica, analisando, primeiramente, a condição do ciclo “casais com filhos menores de 16 anos de idade”, verifica-se que há uma tendência de queda, considerável, na participação percentual para esse ciclo da unidade doméstica, em praticamente todos os municípios da RMN, no ano de 2010, em relação ao ano 2000, com exceção do município de Monte Alegre, que teve um ligeiro aumento percentual, passando de 43,29% em 2000, para 44,38% em 2010, como podemos também visualizar no Gráfico 9, logo na sequência da Tabela 3.

Essa afirmação nos leva a pensar que, ao nos referirmos ao conceito de “família”, precisamos considerar a sua diversidade de configurações existentes, muito embora na atualidade o Estado e a sociedade estejam “reconhecendo” paulatinamente os novos arranjos familiares, a família tradicional ou nuclear composta pelo chefe da

família (pai), a mãe e os filhos esteja nas últimas décadas tendo um decréscimo, ainda é a composição familiar predominante.

As maiores diminuições ocorreram nos seguintes municípios: Parnamirim, que saiu de 52,58% para 43,37% (-9,21%); Nísia Floresta, que passou 52,55% para 44,7% (- 8,38%); Extremoz, que passou de um percentual de 49,63% para 42,72% (- 6,91%); e Natal, que saiu de 40,77% para 34,32% (-6,45%). No entanto, apesar de a capital do estado, núcleo da RM, ter sido o quarto município com maior percentual de queda na participação percentual de casais com filhos menores de 16 anos de idade, ela aparece, tanto no ano 2000 quanto no ano de 2010, ainda com a menor participação percentual em relação a todos os outros municípios da RM.

Tabela 3 – Distribuição percentual das fases do ciclo da unidade doméstica, segundo os municípios da região Metropolitana de Natal

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.

É bom destacar que, apesar da queda nos percentuais do número de casais com filhos menores de 16 anos de idade, demonstrando uma tendência considerável de diminuição da população bem mais jovem da RMN, compreendendo da infância à adolescência jovem, essa fase do ciclo das unidades domésticas, ainda detêm os maiores percentuais médios, em relação às demais composições ou fases dos ciclos por unidade doméstica, classificadas na Tabela 3. A média percentual da totalidade dos municípios da RM, foi de cerca de 47,06% em 2000 e passa a ser de 41,95% em 2010. No entanto, não se deve negar a sua quase expressiva diminuição ao longo da década de 2000.

Gráfico 9 – Fases do Ciclo da Unidade Doméstica: casal com filhos < 16

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.

Em contrapartida, constata-se um aumento no número de casais com filhos maiores de 16 anos de idade em todos os municípios da RM, conforme demonstra a Tabela 3, visualizada também no Gráfico 10, abaixo, muito embora em proporções percentuais ligeiramente menores do que as observadas em relação à diminuição percentual do número de casais com filhos menores de 16 anos de idade.

A média de participação percentual, levando em consideração a totalidade dos municípios da RM, para casais com filhos maiores de 16 anos de idade, que era de 15,78% no ano de 2000, passa para a ser de aproximadamente 20,53% no ano de 2010.

Gráfico 10 – Fases do Ciclo da Unidade Doméstica: casal com filhos >16

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.

Esses dados, de fato, demonstram uma tendência ao “envelhecimento” da população da RMN. Essa é uma tendência mundial, e nas últimas décadas no Brasil vem aumentando de forma significativa a expectativa de vida de sua população com mais de 60 anos, o que se deve, basicamente, à baixa da taxa de fecundidade e à queda de mortalidade nas últimas décadas, em virtude da promoção e prevenção e das Políticas Sociais direcionadas ao planejamento familiar. O envelhecimento populacional, a baixa taxa de fecundidade também alteram as estruturas familiares e a sociedade (CAMARANO, 2002).

Já no tocante ao intervalo do ciclo que conjuga, ao mesmo tempo, “casais com filhos menores de 16 anos e maiores de 16 anos de idade”, visualizado também na Tabela 3 e destacado no Gráfico 11 abaixo, observa-se uma tendência de queda, que podemos considerar relativamente significativa para a maioria dos municípios da RM, com a única exceção para o município de Nísia Floresta, que na verdade obteve um aumento de participação percentual, saindo de uma participação percentual de 13,91%, que por sinal era a menor em relação a todos os municípios no ano 2000, para 18,38%

no ano de 2010. No mais, a média participação percentual da RMN cai de 17,75% para 14,57% no ano de 2010.

As maiores diminuições percentuais ocorreram nos municípios de São José de Mipibu, que sai de 20,3% no ano de 2000, para 14,02% no ano de 2010 (uma queda de ponto percentual da ordem de -6,01%), seguidos dos municípios de Ceará-Mirim, que saiu de 19,34% para 13,73% (-5,61%), e de Extremoz, que saiu de 18,25% para 12,93% (-5,32%). Natal não tem uma queda muito significativa, passa de 14,91%, para 11,26%, porém, com esse percentual, alcança a menor participação dentre todos os outros municípios no ano de 2010.

Gráfico 11 – Fases do Ciclo da Unidade Doméstica: casal com filhos < e >16

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010.

O que chama muito a atenção aqui são os dados do município de Nísia Floresta, como já apontamos, o que merece uma investigação mais detalhada, pois detinha a menor participação no ano de 2000 (13,91%) no ciclo de “casais com filhos menores de 16 anos e maiores de 16 anos de idade”, e, ao invés de seguir um tendência de queda como nos demais municípios da RMN, acabou tendo um aumento percentual e, diga-se

de passagem, ainda de maneira significativa, alcançando 18,38%, como já apontado anteriormente.

Já a análise do ciclo, no tocante à condição de mulheres com filhos e de homens com filhos, dando continuidade à análise da Tabela 3, individualmente falando, percebe- se que a figura materna aparece como a principal responsável diretamente pela criação ou a guarda dos filhos. Chama a atenção o caso específico do ciclo “mulheres com filhos maiores de 16 anos de idade”, em que a média percentual cresce do ano 2000 para o ano de 2010, de maneira ligeiramente significativa; saindo de uma média em torno de 8,28% para 11,48%, em contraposição à condição do ciclo “mulheres com filhos menores de 16 anos de idade”, que cresce de maneira muito mais sútil, saindo de uma média percentual de 4,54% em 2000, para 5,24% em 2010.

Percebe-se que em todos os municípios da RMN, há um crescimento da condição de mulheres com filhos maiores de 16 anos de idade, sendo os maiores percentuais de crescimento observados nos municípios de Vera Cruz, o qual saltou de uma participação percentual de 4,89% em 2000 para 9,91% em 2010 (um aumento de ponto percentual da ordem de 5,02%), seguidos dos municípios de Parnamirim, que sai de uma participação percentual de 7,5% para 12,04% (+ 4,54%), Natal, que passa de um percentual de 12,71% para 16,89% (+ 4,18%), e Extremoz, que sai de um percentual de 7,39% para 11,35% (+3,96%). Verifica-se que Natal, apesar de não liderar a taxa de crescimento dessa condição do ciclo de vida, ainda concentra as maiores participações percentuais, tanto no ano 2000 quanto no ano de 2010, em relação a todos os demais municípios da RM, obviamente, isso se deve também ao fato de o expressivo contingente populacional do estado está concentrado na capital.

No tocante ao ciclo de “homens com filhos maiores de 16 anos de idade”, verifica-se também um crescimento dessa condição no ano de 2010 em relação a 2000, porém, de maneira bem menos expressiva em relação ao ciclo de mulheres também com filhos maiores de 16 anos de idade, a única exceção se dá no município de Nísia Floresta, que decresce a taxa percentual, saindo de um percentual de 2,59% em 2000, para 1,52%. No mais, a média percentual da RM, para esse ciclo (homens com filhos maiores de 16 anos), que era em torno de 1,57% no ano de 2000, aumenta para 2,16% no ano de 2010. Já em relação ao ciclo de “homens com filhos menores de 16 anos de idade”, a média de participação percentual que gira em torno de 0,55% em 2000, apenas salta para 0,57% em 2010, praticamente não havendo alteração nenhuma nesse ciclo.

Finalmente, no que se refere aos ciclos que conjugam simultaneamente “mulheres com filhos menores e maiores de 16 anos de idade” e “homens também com filhos menores e maiores de 16 anos de idade”, verifica-se, para o primeiro caso, uma queda na média de participação de toda a RMN, mas de forma muito sútil, já que girava em torno de 3,94% no ano de 2000 e passa a ser de 3,25% no ano de 2010, na verdade praticamente não alterando a média percentual. Já no tocante ao segundo caso, a média percentual de toda a RM, que era em torno de 0,54% em 2000, já muito pouco significativa, ainda cai para 0,25% no ano de 2010. Isso demonstra que esse ciclo de homens com filhos, ao mesmo tempo, menores e maiores de 16 anos de idade, é o menos representativo em comparação com os demais ciclos, classificados por unidades domésticas na Tabela 3, o que só ratifica, portanto, que a guarda dos filhos, em sua maioria, continua sob a responsabilidade das mulheres.