• Nenhum resultado encontrado

O livro DMT, a molécula do espírito de autoria de Rick Strassman (2013) é fruto da primeira investigação científica feita nos Estados Unidos a respeito de substâncias psicoativas em mais de vinte anos. Constituiu-se na primeira pesquisa feita com seres humanos desde a lei de substâncias controladas de 1970, que foi feito com o propósito de proteger o público de drogas consideradas nocivas. Esta lei dificultou tanto a aprovação de pesquisas quanto o acesso às substâncias psicoativas. Por esta lei, as “drogas” são classificadas em quatro categorias que medem o potencial de abuso, o uso médico e a segurança de uso sob supervisão médica.

O LSD, o DMT sintético e os demais psicoativos foram incluídos na categoria I que é a mais restritiva. Segundo a lei de substâncias controladas, as “drogas” que compõem a categoria I prestam facilmente ao seu abuso, carecem de utilidade médica e não oferecem segurança sob supervisão médica. Mesmo com a objeção de dezenas de investigadores de alto nível na área de psiquiatria e psicanálise, e com rica fundamentação científica a respeito dos psicoativos incluídos nesta categoria, o governo americano manteve a classificação em uma decisão baseada em critérios políticos e não em critérios científicos. Para se ter uma ideia, substâncias com alto potencial de abuso como a cocaína e a metanfetamina foram colocadas na categoria II, ou seja, abaixo da categoria I.

Esta classificação foi muito influenciada pelo contexto político da época, em que o presidente dos EUA, Richard Nixon, declarou guerra às drogas e elegeu o psicólogo e expoente dos estudos com LSD Timothy Leary inimigo público número um do governo americano. É importante fazer uma ressalva técnica em relação ao LSD e às substâncias psicoativas contidas na categoria I: estas substâncias não causam dependência química nem crise de abstinência como se vê em drogas como a cocaína e a heroína. Os legisladores as colocaram nesta categoria por conta dos seus supostos efeitos agudos apresentados pelo uso descontrolado pelos jovens americanos nos anos sessenta. Ou seja, a lei de substâncias controladas atuava como um dispositivo de controle para o uso de LSD e outras substâncias psicoativas utilizadas neste período histórico.

No entanto, os pesquisadores conheciam bem os efeitos agudos do LSD e das outras substâncias psicodélicas. Eram substâncias que estavam sendo pesquisadas e usadas no tratamento psiquiátrico a mais de três décadas quando surgiu a proibição. Portanto, os pesquisadores conheciam formas de controlar e atenuar os efeitos destas substâncias quando de uma possível crise. Além disso, os aspectos positivos e neutros das substâncias psicoativas não foram levados em conta, sendo acentuado o seu lado negativo que contou para isso com uma forte publicidade dos meios midiáticos no sentido de construir um estereótipo para estas substâncias e para os seus usuários.

O centro do estudo de Strassman é uma investigação dos efeitos da N, N-dimetiltriptamina, o DMT, uma substância psicoativa muito poderosa, mas de breve efeito. A pesquisa foi feita na Faculdade de Medicina da Universidade do Novo México, teve a duração de cinco anos e, durante este período, foram ministradas aproximadamente quatrocentas doses em setenta voluntários humanos.

O DMT é uma substância endógena, ou seja, encontra-se naturalmente no organismo humano. O autor acredita que a fonte desta substância é a glândula pineal, um minúsculo órgão situado no centro do cérebro. A motivação para a pesquisa de Strassman era investigar se a produção excessiva de DMT pela glândula pineal tem ligação com os estados psicodélicos que ocorrem naturalmente, entre eles: as experiências de nascimento, a morte, as experiências místicas, as psicoses e as experiências de quase morte.

O estudo de Strassman (2013) traz algumas novidades na área científica, já que é o primeiro feito com pacientes saudáveis, ou seja, não se trata de pesquisa feita com pacientes com qualquer tipo de mazela física ou mental. Ainda que o autor faça uma ressalva em relação às propriedades potencialmente benéficas das substâncias psicoativas usadas de forma controlada, o estudo não teve como fim o tratamento terapêutico. Assim como, faz questão de frisar que a DMT por si só pode não ter nenhum efeito benéfico, mas o contexto em que é tomada é tão importante quanto a substância em si.

No prólogo da obra, Strassman explica o porquê de ter escolhido voluntários experientes no uso de substâncias psicodélicas. Segundo o autor, isso poderia auxiliar a estabelecer comparações claras e compreensíveis entre as diferentes substâncias psicoativas e as diferentes formas de administrá-las. Explica também a diferença de efeito da DMT aspirada, bebida e injetada. A DMT aspirada por meio da inalação de um cachimbo é a que tem o efeito mais forte, porém de duração mais curta, cerca de cinco minutos; a administrada por via oral é a Hoasca/Ayahuasca que tem na sua composição o DMT, apesar de seu efeito ser mais “brando” em comparação com as outras duas formas, é a que tem o efeito mais longo durando entre duas horas e meia até quatro horas; a injetável tem um efeito intenso e sua

duração varia entre oito e doze minutos, este último foi a utilizada pelo Dr. Rick Strassman em seu estudo.

Após fazer a analise dos antecedentes das substâncias psicodélicas, o autor passa a examinar a atuação destas a partir de três fatores: a moldura, o meio ambiente e a substância. A moldura está ligada ao indivíduo, ou seja, seus hábitos, ideias, sentimentos, preferências, história de vida tanto de maneira imediata como a largo prazo; o meio ambiente é o entorno, tanto no que diz respeito ao meio físico quanto aos indivíduos que são agentes da experiência com a substância psicoativa, portanto, é traço fundamental para o resultado da experiência ser positiva ou negativa; por fim, temos a substância psicoativa que dependendo do contexto pode ser utilizada para fins religiosos, recreativos e/ou terapêuticos.

Como dito anteriormente, o DMT é uma substância endógena, ou seja, está presente em todos os seres humanos e também em algumas plantas e animais. O DMT se encontra em abundância entre espécies vegetais nativas da floresta amazônica, o seu uso é ancestral por parte dos povos ameríndios, que a usam para diversos fins, no entanto, de forma mais recorrente nos processos de cura. O interessante é que mesmo sabendo que o DMT era encontrado em plantas que produziam efeitos psicodélicos, não se tinha certeza se a própria DMT era psicoativa.

Quem investigou isso de forma mais densa, foi o químico e psiquiatra húngaro Stephen Szára, que sintetizou o DMT e tomou doses elevadas, mas não sentiu sua ação. Percebeu então que existia algum mecanismo gastrointestinal que inibia os seus efeitos quando ingerido via oral. Intuiu que se usasse em forma de injeção intramuscular poderia sentir as sensações da DMT. Então Szara injetou nele mesmo, sentiu os efeitos e fez uma serie de anotações descrevendo os efeitos físicos e psicológicos da DMT.

No entanto, esse primeiro momento de uso do DMT ficou muito restrito aos círculos acadêmicos. Neste momento, todo o esforço em pesquisas com psicoativos estava concentrado no LSD. Isto foi alterado com a descoberta de DMT em ratos e, posteriormente, com a descoberta de DMT no organismo humano, mudando um pouco o quadro por se tratar de uma substância endógena, ou seja, produzida no organismo humano.

Qual é a função do DMT no organismo humano? Essa pergunta passou a ser feita pelos pesquisadores e as primeiras hipóteses levantadas por psiquiatras estavam ligadas a uma possível provocação de enfermidades mentais. É importante ressaltar que quando essas pesquisas com psicoativos se iniciaram, os pesquisadores queriam usá-los como uma forma de induzir um modelo de “psicose” de curta duração em voluntários normais. A ideia era encontrar uma substância endógena causadora de enfermidades mentais e, dessa forma, buscar as causas e curas potenciais.

A partir da descoberta do DMT se acreditou que dando doses de DMT a voluntários normais, poderiam ser descobertos os mecanismos de funcionamento da psicose e, assim, criar medicamentos com o fim de bloquear os seus efeitos. Porém, quando estas investigações com o DMT passaram a ganhar impulso no início da década de 70, como já foi frisado, o governo americano aprovou uma lei restritiva ao uso e pesquisas com psicoativos que praticamente inviabilizava qualquer pesquisa.

Neste momento, foi publicado um artigo pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos que afirmava que não existia comprovação da ligação entre DMT e esquizofrenia. Este estudo foi conduzido por autoridades respeitáveis na área médica a partir da administração de DMT em voluntários humanos. Porém, estes mesmos pesquisadores se esquivaram de solicitar a permanência destas pesquisas com psicoativos. Segundo Strassman (2013), esta postura foi motivada por um forte receio de ter suas carreiras e reputações colocadas em jogo, já que claramente a posição adotada não levava em questão somente aspectos científicos, mas principalmente aspectos políticos. Diz o autor:

La DMT se encontraba en medio de circunstancias desfavorables. Las investigaciones racionales sobre su fúncion se dejaron de lado por el furor contra las drogas psicodélicas que marcó el uso y abuso descontrolados de dichas substancias. Esta decisión de limitar el acceso a las drogas psicodélicas debido a los grandes temores relacionados con la salud pública afectó por igual a las investigaciones sobre la DMT, el LSD y otras drogas psicodélicas. Los intereses políticos se impusieron a los princípios científicos (Id. Ibidem, p. 59).

Estas questões colocaram a pesquisa com o DMT e outros psicoativos congelados por um tempo e não responderam a pergunta principal: “Que

função tem o DMT em nosso organismo?”. Segundo Strassman, o DMT é a substância mais simples entre as moléculas psicoativas e está diretamente relacionado com a serotonina. A farmacologia do DMT é similar ao de outras substâncias psicoativas, ou seja, afeta os receptores da serotonina da mesma forma que o LSD, a psilocibina e a mescalina. Apesar dos receptores de serotonina estarem espalhados por todo o organismo, o DMT atua de forma mais intensa no cérebro. Influenciando o estado de ânimo, a percepção e o pensamento. Ainda que o cérebro bloqueie acesso da maioria das drogas e substâncias químicas, as pesquisas levam a crer que o cérebro tem sede do DMT.

Segundo uma pesquisa feita no japão, o DMT é a única substância psicoativa que atravessa a barreira hematoencefálica para chegar aos tecidos. Esta é uma característica que singulariza o DMT em relação a outras substâncias psicoativas. Até onde se conhece pelas pesquisas cientificas, somente o DMT tem esta característica, mas por que o DMT tem esta singularidade em relação a outras substâncias produzidas pelo organismo? A resposta de Strassman é que o DMT é a molécula do espírito. Mas se isto é verdade, como é que ela funciona? Como é produzida? Para o autor, é possível ser dada esta denominação pelas características produzidas por esta molécula no organismo humano, ou melhor, pela produção de estados psicológicos que denominamos “espirituais”.

Estes estados são conhecidos por produzir sentimentos de júbilo e intemporalidade, são estados que nos conduzem a reinos espirituais, que nos levam a experimentar coisas mais reais do que a própria realidade. Uma outra coisa que é importante de ser dita é que o DMT é um veículo, um mecanismo, uma ferramenta, ou seja, por si mesma não é espiritual, porém pode conduzir a reinos outros que a maioria das pessoas não estão habituados.

A pergunta com qual o Dr. Rick Strassman trabalhava era se havia uma base biológica para as experiências espirituais, será que a glândula pineal produzia DMT durante estados místicos? Será que a glândula pineal era a responsável por outras experiências de estados alterados de consciência de origem natural? Seria mesmo esse minúsculo órgão

encontrado no centro do cérebro a fonte destas experiências místicas? Estas eram algumas das questões que norteavam a sua pesquisa.

A glândula pineal tem um destaque na área médica por, entre outras razões, ser o lugar responsável pela produção de melatonina, que é conhecido por ser um regulador do sono. Por um período se suspeitou que a melatonina tivesse efeitos psicoativos, isto era baseado tanto por antigas pesquisas que relatavam pessoas com alto índice de melatonina terem sonhos mais vívidos, mas também pelo fato da melatonina ser uma triptamina de formação química muito semelhante ao DMT. No entanto, com o desenvolvimento de pesquisas foi descoberto que a melatonina tinha apenas um leve efeito sedativo e relaxante.

Abandonando a hipótese de ser a melatonina a possível molécula do espírito, Strassman se concentrou em analisar a literatura disponível sobre a glândula pineal e percebeu que a mesma contém os elementos necessários para produzir DMT, passando a ser, na hipótese do autor a molécula do espírito. Entre as razões enumeradas pelo pesquisador para que o DMT fosse produzido por este órgão, duas se destacam: primeiro, este órgão possui os maiores níveis de serotonina de todo o organismo; segundo, este órgão possui a capacidade de transformar a serotonina em triptaminas, o que é um passo decisivo na formação do DMT. Outra coisa é que a glândula pineal também produz betacarbolinas, que são compostos que inibem a decomposição da DMT pelas MAO (Monoaminoxidase), além de aumentar e prolongar os seus efeitos.

Porém, o autor considera que para a glândula pineal produzir o DMT necessita superar uma ou mais das limitações seguintes: 1. O sistema de seguridade celular que rodeia a glândula pineal; 2. A presença na glândula pineal de um composto que destrói a DMT; 3. O baixo nível de atividade das enzimas metiltransferasas que produzem DMT; 4. A eficiência da decomposição da DMT pelas enzimas monoaminoxidases.

Em uma pesquisa desenvolvida com atletas de alto rendimento, observou-se que estes atletas relatavam efeitos muito similares a uma baixa dose de DMT. Estes efeitos eram narrados como um faiscar e uma iluminação do campo visual, sensação de leveza e de quase flutuar sobre o solo, além de uma sensação de compressão do tempo. Estes dados levaram

os pesquisadores a levantar a hipótese que sob um forte estresse, ou seja, pela forte produção de adrenalina e noradrenalina (catecolominas) é possível anular o sistema de seguridade celular da glândula pineal.

Há uma suspeita que na glândula pineal existe uma enzima que é responsável pela destruição do DMT. O que acontece quando esta enzima não é produzida em quantidade normal? Sabe-se que a produção excessiva de DMT pode ser danosa, então faz sentido a glândula pineal produzir enzimas que controlem e até mesmo destruam a produção de DMT. Estudos desenvolvidos com pacientes esquizofrênicos reforçam esta ideia. Na década de 60 foi feito um estudo experimental em que pacientes receberam extratos de glândula pineal e apresentaram uma significativa melhora. Os pesquisadores deduziram que os extratos adicionais destruíram os níveis patológicos de DMT e, dessa forma, auxiliaram nas significativas melhoras apresentadas pelos pacientes.

Uma outra forma da glândula pineal produzir DMT é por meio das enzimas metiltransferasas. Tem se observado que esta enzima é mais presente em pacientes esquizofrênicos do que em pacientes normais. A presença desta substância em quantidade anormal aumentaria a produção de DMT.

Seguindo os argumentos de Strassman (2013), a última forma de aumentar a produção de DMT na glândula pineal é por meio de defeito nas enzimas MAO, que são responsáveis pela degradação do DMT no organismo. Tem se observado que estas enzimas MAO são menos eficientes em pacientes esquizofrênicos do que em pacientes normais. Outra coisa, é que a baixa eficiência das enzimas MAO pode ocasionar uma grande produção de DMT. Embora seja necessário uma ressalva no que toca ao nível de DMT no sangue de pacientes normais e pacientes que padecem de psicose, já que não existe nenhuma diferença no nível de DMT em ambos.

Outras formas possíveis de liberar a DMT endógena é por meio de meditação, técnicas de respiração, orações, cânticos, além de processos que liberam uma grande quantidade de adrenalina e noradrenalina como o momento do nascimento, eventos de grandes estresses e o momento da morte.

Mas passada essa fase de leituras a respeito do funcionamento da glândula pineal e do levantamento da hipótese relativa à produção de DMT por este órgão, Rick Strassman procurou auxílio de Dany Freedman, um experiente pesquisador de psicoativos e ex-presidente da “Associação Estadounidense de Psiquiatria”, além de editor da revista “Arquivos de Psiquiatria Geral”. O intuito de estreitar este contato era procurar uma forma de escrever um projeto que atendesse as demandas governamentais para pesquisas com substâncias psicoativas em sujeitos humanos.

O projeto sobre a DMT era baseado em quatro pontos bem específicos: recrutar voluntários experientes em uso de psicoativos; desenvolver um método para medir o nível de DMT no sangue; criar uma nova escala de medida para mensurar os efeitos psicológicos da DMT105; caracterizar as respostas psicológicas e físicas às doses de DMT.

Strassman (2013) levantou uma serie de argumentos para legitimar a proposta do seu trabalho, destacamos algumas delas: de início, a pesquisa teria como objetivo conhecer os mecanismos de ação e os efeitos dos psicoativos, para a partir daí dar as respostas reais às preocupações levantadas no âmbito da saúde pública; argumentou também que o fato do DMT ser uma substância pouco conhecida entre as pessoas dificultaria a popularização do seu uso tal como aconteceu com o LSD e MDMA; indicou que conhecer mais profundamente o mecanismo de ação e inibição da DMT no cérebro poderia auxiliar no tratamento e no conhecimento de doenças como a esquizofrenia.

Para além destes argumentos, Strassman precisava de um método que não somente fosse eficiente, como também fosse seguro para os sujeitos que iriam participar da pesquisa. Dessa forma, buscou inspiração em uma pesquisa realizada em 1976 que descrevia os efeitos hormonais do DMT em humanos. Calculou que bastaria doze voluntários para verificar diferenças estatisticamente importantes entre os que receberiam a dose de DMT e um placebo.

105 Strassman percebeu que as escalas existentes partiam do pressuposto que os efeitos dos psicoativos eram desagradáveis e psicóticos. Um novo questionário menos distorcido foi elaborado também para quem gostava de substâncias psicoativas, buscando ampliar os resultados. O nome dado a esta escala desenvolvida por Strassman foi HRS (Hallucinogen Rate Scale).

Adotou também como referência um procedimento que é adotado em boa parte de pesquisas feitas com novos medicamentos. Neste tipo de pesquisa se adota uma dose “alta”, uma ou duas doses “reduzidas”, uma dose “intermediária” e um placebo. O objetivo é ter uma condição de descrever um maior número possível de efeitos. No caso do estudo que Rick Strassman se propôs conduzir, decidiu que cada voluntário receberia um placebo e quatro doses de DMT: uma “alta”, uma “reduzida” e duas “intermediárias”.

Uma outra coisa é que nem o pesquisador nem os voluntários teriam o conhecimento de qual dose seria aplicada. Este processo se chama de “duplo cego” e tem como objetivo inibir expectativas subjetivas diante da dose provada, assim como reduzir as expectativas em cima dos resultados. Portanto, os voluntários receberiam as doses de forma aleatória, ou seja, não seria informado a eles e nem ao pesquisador qual dose estavam recebendo. Somente o farmacêutico que iria aplicar o DMT saberia qual dose estava sendo aplicada.

Posteriormente, foi visto que seria prudente aplicar duas doses abertas de DMT nos voluntários: uma dose reduzida de 0,05 mg/kg e uma dose elevada de 0,4 mg/kg. O objetivo primário era fazer os voluntários se adaptarem às doses antes mesmo de adentrar a investigação propriamente dita do processo de “duplo cego”; o objetivo secundário era iniciar os voluntários na pesquisa e verificar por meio destas duas doses abertas se os voluntários queriam prosseguirou não com a pesquisa, evitando assim uma possível desistência do voluntário com a pesquisa em andamento. Portanto, cada voluntário receberia ao todo seis doses de DMT, sendo duas abertas e quatro em “duplo cego”.

Apresentada a proposta de trabalho de pesquisa, entraria na fase que Rick Strassman nomeou de labirinto, que no caso em questão se tratava de conseguir convencer os órgãos controladores de pesquisa com seres