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EP-1001 MESOTELIOMA MALIGNO DE PLEURA: RELATO DE CASO

NATHÁLIA CAMPOS TEIXEIRA1; BRUNNO RODRIGUES GONÇALVES1;

LARISSA RIBEIRO PETRONILHO1; RODRIGO CURY MACHADO1; LIA

RAQUEL ALMEIDA FILIZOLA DE ABREU1; IZABEL TEREZA DINIZ2.

NATHALIA_CAMPOS_TEIXEIRA@HOTMAIL.COM

1. FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA - GO - BRASIL; 2. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA - GO - BRASIL.

Palavras-chave: Asbesto; Mesotelioma maligno; Pleura Introdução: O Mesotelioma maligno é considerado uma neoplasia de origem ocupacional e insere-se no contexto das doenças relacionadas à exposição ao asbesto(amianto). O asbesto é uma fibra mineral encontrada na crosta terrestre e amplamente utilizada comercialmente devido às suas propriedades físico-químicas. Existem duas variedades de amianto: a crisotila e os anfibólios, ambos carcinogênicos. No Brasil, a variedade crisotila era amplamente extraída com minas em atividade até os dias de hoje no Estado de Goiás. A inalação de fibras de asbesto está relacionada com uma série de doenças, associadas principalmente com o sistema respiratório, como a asbestose, as alterações pleurais benignas, o câncer de pulmão e o mesotelioma maligno. O mesotelioma maligno é uma neoplasia de mesotélio que pode acometer membranas serosas como a pleura, o peritônio e o pericárdio, sendo o pleural o tipo mais comum. O período de latência é longo e em geral os pacientes têm mau prognóstico. Relato de caso: Sexo feminino, 63 anos, deu entrada no hospital com quadro de dispneia progressiva, dor em hemitórax esquerdo(ventilatório dependente), tosse seca ocasional e com uma tomografia de tórax prévia revelando derrame pleural extenso em hemitórax esquerdo. A paciente não apresentava comorbidades e referiu tabagismo prévio, exposição à fumaça de fogão à lenha e exposição ao amianto por 4 anos ao trabalhar como lavadeira de roupas em uma indústria de amianto em Minaçu, Goiás, há 25 anos atrás. No exame físico apresentava-se afebril, eupneica, com expansibilidade pulmonar preservada, som maciço à percussão em base de hemitórax esquerdo e murmúrio vesicular abolido em hemitórax esquerdo, sem ruídos adventícios. Foi solicitada uma pleuroscopia com biópsia e a realização de uma drenagem torácica fechada. A biópsia pleural revelou padrão compatível com mesotelioma maligno de pleura. Discussão: A dor torácica e a dispnéia

que, exposições curtas e para-ocupacionais ao amianto, produzem frequentemente alterações pleurais tipo placas circunscritas mas sem repercussão clínica, com períodos de latência de 30 a 40 anos. Entretanto, neste relato houve espessamento difuso e intenso bilateralmente, doloroso e com disfunção respiratória, mesmo com o curto período de exposição (2 anos) e latência (10 anos), sinalizando a importância da anamnese ocupacional detalhada frente a um processo de diagnóstico diferencial desse tipo de acometimento, independente da idade. Suporte Financeiro: Nada a declarar.

EP-1092 PNEUMONIA POR CÉLULAS GIGANTES E EXPOSIÇÕES EM METALURGIA DE PEÇAS DE USINA EÓLICA: RELATO DE CASO

ANA PAULA SCALIA CARNEIRO1; MARCELA ROMAN DE FIGUEIREDO1;

DANIEL BONOMI2; ELIANE VIANA MANCUZO1.

ANAPAULA.SCALIA@GMAIL.COM

1. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE - MG - BRASIL; 2. HOSPITAL DAS CLINICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE - MG - BRASIL.

Palavras-chave: pneumonia de células gigantes; metais duros; exposição ocupacional

Introdução: A pneumonia por células gigantes é uma doença intersticial decorrente da inalação de poeiras contendo ligas de cobalto e carbeto de tungstênio, ocasionalmente com pequenas quantidades de outros metais. É uma pneumopatia praticamente patognômica da exposição a tais elementos, conhecidos como metais duros. Esse tipo de exposição ocupacional é incomum e, portanto, pouco investigada. Após revisão sobre o tema, encontramos poucos registros de casos na literatura brasileira. Objetivo: O objetivo desse relato é chamar atenção para a possível exposição ocupacional aos metais duros em metalurgias no nosso meio, de forma inadvertida ou desconhecida nos levantamentos ocupacionais das empresas. Relato do caso: Trata-se de um paciente masculino, 42 anos, que trabalhava por cerca de 17 anos como rebarbador em metalúrgica, cujo principal produto eram peças para usinas eólicas. Realizava tarefa de lixamento de peças metálicas com discos e lixas abrasivas. Negava outras exposições ocupacionais ou ambientais. Apresentou-se com história de dispneia progressiva iniciada há aproximadamente um ano, emagrecimento significativo e tosse seca. A TCAR de tórax evidenciou opacidades compatíveis com massas de aspecto fibrótico em lobos superiores, e extenso espessamento difuso de septos interlobulares. A espirometria mostrou distúrbio restritivo moderado. Foi indicada realização de biópsia de pulmão, cuja avaliação histopatológica evidenciou reação inflamatória granulomatosa com células gigantes multinucledas fagocitando material particulado, confirmando o diagnóstico de pneumonia de células gigantes. Discussão: A exposição aos metais duros ocorre em poucas atividades ocupacionais, sendo as mais conhecidas a afiação de ferramentas em metalurgias e lapidação de diamantes. Consequentemente, essa forma de doença pulmonar é incomum. No entanto, se não reconhecida precocemente, sabe-se que o processo inflamatório pode evoluir progressivamente com fibrose intersticial, implicando considerável morbidade e mortalidade. Dessa forma, o conhecimento deste risco tem grande importância em alertar as equipes envolvidas na assistência dos pacientes, para propiciar diagnósticos mais precoces e melhor prognóstico. Assim como é fundamental na promoção de melhor vigilância de saúde destes trabalhadores, com adoção de medidas preventivas crônica do aloenxerto pulmonar (33,3%), evidenciada pela

perda de função pulmonar progressiva, com presença de síndrome da bronquiolite obliterante (BOS). A taxa de sobrevivência no primeiro ano após o transplante foi de 83,3%, semelhante à taxa de sobrevida para todas as causas nos centros TxP de São Paulo. Conclusão: O TxP é a única terapia eficaz para pacientes com silicose em estágio terminal (acelerada ou crônica fibrosante). Dada a alta prevalência global e gravidade dos casos de silicose, que afetam principalmente a população mais jovem com, a possibilidade de realização do TxP deve ser avaliada, com encaminhamento dos pacientes expostos a um centro de referência para o procedimento.

EP-1066 ESPESSAMENTO PLEURAL DIFUSO BILATERAL SINTOMÁTICO COM ATELECTASIA REDONDA E DISFUNÇÃO RESPIRATÓRIA EM EXPOSIÇÃO A AMIANTO PARA- OCUPACIONAL DE CURTA DURAÇÃO E COM CURTO PERÍODO DE LATÊNCIA

GIULIA KODJA ZANETTA1; CÁSSIA COELHO DE MIRANDA FEITOSA1;

ALISON TOMAS DA SILVA CARLETTI1; EDUARDO MELLO DE

CAPITANI2.

1. PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS, CAMPINAS - SP - BRASIL; 2. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS - SP - BRASIL.

Palavras-chave: amianto; asbesto; placa pleural

Introdução: O amianto é um mineral metamórfico fibroso explorado no Brasil até meados de 2017, devido a sua versatilidade, abundância e baixo custo. A exposição às suas fibras ocorre de forma ocupacional direta, para- ocupacionais, ambiental e domiciliar– por contaminação do trabalhador exposto, podendo desenvolver Asbestose, Neoplasias e Mesotelioma. Os acometimentos mais frequente são derrame pleural, placas fibrosas circunscritas na pleura parietal e espessamento difuso acometendo a pleura visceral. Relatamos um caso de espessamento pleural intenso, bilateral, com repercussão sintomática e funcional por exposição para-ocupacional de curta duração e reduzido tempo de latência. Relato de caso: Homem, 34 anos, encaminhado devido alteração pleural. Relatava, há pouco mais de 1 ano, dispneia aos pequenos esforços, emagrecimento de 8kg e dor torácica bilateral. Asmatico desde a infância, controlao com Beclometasona e Salbutamol. Durante 2 anos, exercera a ocupação de soldador em empresa especializada na aplicação de revestimento refratário, isolamento térmico, construção de fornos e chaminés para indústrias metalúrgicas, mineradoras, petroquímicas, siderúrgicas e de papel e celulose. Nega manipulação direta de amianto. Exame físico geral sem alterações dignas de nota, apresentando, ao exame do aparelho respiratório SpO²: 97% em ar ambiente, murmúrio vesicular presente, simétrico com redução nas bases, ausência de ruídos adventícios. A investigação complementar com Tomografia Computadorizada de Tórax de Alta Resolução (TCAR), em julho de 2018 demonstrou parênquima pulmonar sem alterações, presença de espessamentos pleurais bilateralmente, mais intensos à direita,formando atelectasia redonda à direita e placas pleurais espessas ipsilateral, sem calcificações, sugestivas de Mesotelioma. Encaminhado para biópsia em janeiro de 2019, que evidenciou processo inflamatório inespecífico com extensa fibrose pleural, comimunohistoquímica sem malignidade. Em maio de 2019, realizou TCAR de controle, com manutenção das alterações. Em janeiro de 2020, a Espirometria demostrou distúrbio ventilatório restritivo grave. Conclusão: A experiência no atendimento,de estudos epidemiológicos e relatos de casos nos mostram

PNEUMOCONIOSE NO BRASIL, COM ÊNFASE NA SILICOSE, ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2018.

THAÍS LUFT MAGGIONI; CAMILA DE FREITAS SCHULTZ; CAMILA ROSSETTI SIMONETTI; ROMANA DALL AGNESE; SABRINA NAVROSKI.

THAISLUFT@HOTMAIL.COM

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL, CANOAS - RS - BRASIL.

Palavras-chave: Pneumoconiose; Silicose; Óbitos Introdução: As pneumoconioses são um grupo de pneumopatias causadas pela inalação e acúmulo de poeira nos pulmões. No Brasil, devido à grande quantidade de atividades extrativistas e industriais há um grande número de trabalhadores expostos a poeiras minerais capazes de produzir essas doenças, constituindo, portanto, um problema de saúde pública. Cada pneumoconiose tem um nome particular de acordo com a poeira inalada: silicose, asbestose, pneumoconiose do trabalhador do carvão, por poeira mista, entre outras. No país, a principal causa é a inalação de sílica livre ou dióxido de silício (SiO2), causando então, a silicose. Existem inúmeras atividades que expõe o trabalhador a situações de risco e, os dados epidemiológicos sobre essa doença são escassos mesmo existindo um número enorme de pessoas ocupacionalmente expostas e à margem de qualquer proteção social e das incipientes políticas públicas de saúde do trabalhador. Alia-se a este fator a possibilidade de associação com outras doenças, como é o caso da tuberculose e do câncer pulmonar. Objetivo: Analisar quantitativamente os óbitos por pneumoconiose, com ênfase na silicose, no Brasil e suas unidades federativas entre os anos de 2008 a 2018. Método: Estudo transversal quantitativo feito a partir dos dados registrados no sistema de informação de agravos de notificação (Sinan), do DataSUS, entre os anos de 2008 a 2018. Resultados: A análise de óbitos realizada no período de 2008 a 2018 incluiu uma amostra de 2.311 pacientes, dentre eles 1.041 morreram em decorrência da silicose (45%), 165 por minérios de carvão, 77 por inalação de amianto e outras fibras minerais, 64 devido a poeiras inorgânicas, 835 óbitos não foram especificados e, por fim 129 óbitos tiveram associação a tuberculose. Devido a maior incidência de óbitos ter como causa a silicose, mais dados foram analisados com base nessa doença nas regiões federativas nos períodos supracitados, a região Sudeste apresentou o maior percentual de casos 45,2%, seguido pelo Nordeste com 26%, região Sul com 18%, Centro Oeste com 8,6% e região Norte com 2,2% casos. Desses casos, 1015 (97,5%) eram homens e apenas 26 (2,5%) mulheres. A distribuição racial englobou majoritariamente brancos (433), pardos (462) e negros (88). As faixas etárias mais acometidas estavam acima dos 40 anos, sendo que dos 40 aos 49 anos foram notificados 198 óbitos, dos 50 aos 59 anos 288, dos 60 aos 69 anos 320 e dos 70 aos 74 anos 138. Conclusão: Constatou-se que dentre regiões com maior número de óbitos encontram- se algumas das regiões de maior atividade industrial e que possuem o maior PIB do país, extração mineral e indústrias. Ainda, locais que compreendem a maior parte da força de trabalho utilizado nessas atividades. Por fim, o sexo mais acometido é o masculino, que está, também, associado mais fortemente as atividades laborais que expõe a inalação dessas poeiras.

EP-1300 INTERNAÇÕES POR PNEUMOCONIOSE NO BRASIL ENTRE 2010-2019: UMA ANÁLISE DESCRITIVA

FÁBIO LIMA BAGGIO; NATÁLIA FEDERLE; BETINA BONFANTI.

FABIOLBAGGIO@GMAIL.COM UNICESUMAR, MARINGA - PR - BRASIL.

Palavras-chave: Pneumoconiose; Hospitalização; Doenças nos grupos de expostos. Suporte Financeiro: não houve

gastos envolvidos neste relato de caso, portanto sem suporte financeiro.

EP-1208 DOENÇA PULMONAR POR METAL DURO - RELATO DE CASO

RICARDO MELLO RAMOS; GILMAR CAVALIERI JÚNIOR; LEILA JOHN MARQUES STEIDLE; PABLO MORITZ; ROGER PIRATH RODRIGUES; MANUELA BRISOT FELISBINO.

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO TIAGO, FLORIANÓPOLIS - SC - BRASIL.

Palavras-chave: Doença Pulmonar por Metal Duro; Doença Ocupacional; Metal Duro

Introdução: A Doença Pulmonar por Metal Duro é uma pneumopatia difusa causada pela inalação de poeira de ligas de metal duro contendo principalmente cobalto e tungstênio. Tais ligas são amplamente utilizadas no setor metalúrgico devido à sua dureza e resistência. Propõem- se que a doença se desenvolva devido a uma reação de hipersensibilidade ao cobalto, com apresentação histopatológica mais típica é a pneumonia intersticial de células gigantes. Neste trabalho, relatamos um caso de Doença Pulmonar por Metal Duro atendido no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Relato do caso: Paciente masculino, 51 anos, sem comorbidades prévias. Trabalha como afiador de ferramentas de corte para o setor metal-mecânico há 25 anos, com uso irregular de equipamentos de proteção individual (EPI). Investigando dispneia progressiva há 8 meses, perda ponderal de 4 Kg e dor torácica retroesternal à inspiração profunda. Ao exame, estertores em velcro em terços inferiores bilateralmente. A TC de Tórax revelava acometimento intersticial difuso, com opacidades com atenuação em vidro fosco de predomínio periférico e basal, nódulos centrolobulares periféricos com predomínio nos lobos superiores e áreas de aprisionamento aéreo. Na investigação laboratorial, as sorologias para HIV, HBV, HCV foram negativas; FAN = 1: 640 nuclear homogêneo, placa metafásica e mitose; FR = 14,6; Anti-CCP = 53; com Anti-DNA, Anti-SM, Anti-RNP; Anti-SCL70; Anti- Ro; Anti-LA negativos. Negava sintomas reumatológicos. A pletismografia revelou distúrbio restritivo moderado sem resposta ao broncodilatador e redução acentuada da difusão [CVF = 3,10 L (62%); VEF1 = 2,50 L (61%); VEF1/ CVF = 0,78; CPT = 4,40 (61%); VR = 1,10 (51%); DLCO = 11 mL/mmHg/min (36%)]. A biópsia demonstrou padrão compatível com Pneumonite de Hipersensibilidade com presença de células gigantes intra-alveolares ocasionais, também compatível com Pneumonia de Células Gigantes. Com base no quadro clínico e resultados dos exames complementares, associados à história ocupacional, foi- lhe atribuído o diagnóstico de Doença Pulmonar por Metal Duro. Discussão: Embora a Doença Pulmonar por Metal Duro seja rara, deve-se considerar na investigação entre trabalhadores expostos. A presença de história clínica e ocupacional é imprescindível para o diagnóstico. O sintoma inicial comumente é a dispneia aos esforços, e as provas de função pulmonar demonstram distúrbio restritivo com redução da DLCO. Os achados de tomografia de tórax, embora não sejam específicos, são fundamentais na avaliação. A histologia também tem papel importante, geralmente demonstrando Pneumonia Intersticial de Células Gigantes (PIG). O tratamento consiste na remoção da exposição ocupacional e corticoides; imunossupressores são eventualmente usados; e o transplante pulmonar é opção em casos avançados e selecionados.

OCUPACIONAL; CLORO

Introdução: A inalação do gás cloro pode induzir a uma pneumonite química que se apresenta clinicamente com sintomas respiratórios como tosse, dor torácica e dispneia. Normalmente ocorre em ambientes de trabalho ou em higienizadores de piscina. Estes sintomas estão relacionados com a duração e quantidade de cloro que o paciente foi exposto. Relato de caso: APM, masculino, 48 anos, agricultor, natural e procedente de Mirassol-SP, tabagista ativo há 32 anos, de 4 cigarros de palha ao dia. Deu entrada no Hospital de Base de São Jose do Rio Preto- SP devido quadro de dispneia aos médios esforços e tosse importante, que iniciou após preparar solução de cloro. Na admissão apresentava-se hipoxêmico (SpO2 89%) e com estertores finos na ausculta pulmonar, predominantemente em bases. Ofertado oxigênio via cateter nasal de baixo fluxo (2 litros/min) e iniciado corticoide venoso em dose moderada com melhora importante dos sintomas. Ainda durante a internação optado por realizar broncoscopia para avaliar lesões de via aérea com seguinte laudo: Aspecto endoscópico respiratório anatômico e fisiológico e com predomínio de neutrófilos no LBA e pletismografia com volumes pulmonares (CPT = 90% VR = 77% do previsto) e relação VR/CPT(25%) dentro dos limites da normalidade. DLCO: 91%. O paciente evoluiu com melhora importante da hipoxemia recebendo alta. Em retorno ambulatorial após dois meses, apresentou-se assintomático com melhora importante dos exames de imagem. Discussão: A pneumonite química por cloro está relacionada tanto ao tempo de exposição quanto à concentração do químico inalado devido a presença de radicais livres que se originam na hidratação do cloro que levam a edema, inflamação e constrição das vias aéreas e podem evoluir com lesão pulmonar aguda e síndrome da disfunção reativa das vias aéreas. Suporte Financeiro: Nenhum.

EP-939 EXPOSIÇÃO AO ASBESTO E SUA RELAÇÃO COM ALTERAÇÕES PULMONARES E PLEURAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

MARIA MARIANA DOS SANTOS TOURINHO; JOANA TRENGROUSE LAIGNIER DE SOUZA.

M.MTOURINHO@HOTMAIL.COM

FACULDADE SANTO AGOSTINHO, VITÓRIA DA CONQUISTA - BA - BRASIL.

Palavras-chave: Asbesto; Amianto; Doenças do trato respiratório

Introdução: Asbesto ou amianto são termos utilizados para designar um grupo de minerais que se apresentam na natureza nas variedades crisotila e dos anfibólios. Por suas características químicas e físicas, o asbesto desperta interesses comerciais, tendo sido explorado nas minas de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Piauí, hoje desativadas, e comercializado em todo o país por muitas décadas. Em 2017, o Superior Tribunal Federal determinou a proibição da extração, industrialização e comercialização do amianto no país, resultado de duas décadas de intensas discussões entre sindicatos, associações, indústrias e poder público. Estima-se, no entanto, que haja mais de sete mil toneladas de amianto dispersos pelo território brasileiro, impondo riscos incalculáveis à população. Objetivo: O presente estudo objetivou realizar revisão bibliográfica sobre a relação entre doenças pulmonares e pleurais e a exposição ao asbesto. Métodos: Trata-se de revisão sistemática da literatura de caráter descritivo e abordagem qualitativa, realizada a partir da pergunta norteadora “Qual a associação entre exposição ao asbesto e doenças pulmonares e pleurais?”. Foram consultadas as bases de ocupacionais

Introdução: Define-se por pneumoconiose um grupo de pneumopatias intersticiais difusas relacionadas à inalação de poeira em ambiente de trabalho, que tem como agentes etiológicos a sílica, asbesto, poeira de carvão, óxidos, entre outros. As principais áreas que expõem trabalhadores a tais doenças são mineração, metalurgia, construção civil, agricultura e indústria madeireira. Segundo o Ministério da Saúde (2006), desde 2004, todos os casos de pneumoconiose são passíveis de notificação compulsória através da ficha do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), assim como devem ser comunicados à Previdência Social por meio do CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Ao avaliar os estudos realizados ao longo dos anos entre 1984 e 2003, de acordo com Castro et. al. (2005, 2007), é possível perceber uma alteração de predominância da região Centro-Oeste para a região Sudeste, relacionada aos processos de trabalho da região assim como ao acesso dos trabalhadores aos serviços de saúde. Objetivos: Analisar as taxas de internação por pneumoconiose em um período de dez anos em todas as regiões do Brasil. Métodos: Estudo descritivo que tem como metodologia um corte transversal referente ao período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019. Os dados coletados foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), referentes à morbidade hospitalar por local de internação. Foram usados como descritores específicos de busca: internações por ano de atendimento segundo região; lista de morbidade CID-10: pneumoconiose; período de 2010- 2019. Os dados foram tabulados através do programa Excel. Resultados: Entre 2010 e 2019 o Brasil apresentou um total de 5.451 internações por pneumoconiose. Dentre as regiões analisadas, a com maior número de internações no período em questão foi a região Sudeste, com um total de 1.860. Tal valor equivale a 34,12% da totalidade de hospitalizações. As regiões com menores taxas foram Norte e Centro-Oeste, com 466 e 771 internações, respectivamente. Ao comparar o primeiro e o último ano do período em questão, constata-se que a região Nordeste foi a que apresentou maior aumento percentual, de 100%, passando de 79 internações em 2010 para 158 internações em 2019. Conclusão: Os dados apresentados corroboram as informações contidas na literatura, que afirmam que a predominância das taxas de internação por pneumoconiose sofreram uma alteração ao longo dos anos. A região Sudeste concentra a maior parte das internações, o que reflete maior exposição aos compostos desencadeantes da doença, que é relacionada à economia regional. Além disso, evidencia-se que a implantação de notificação compulsória para pneumoconioses propiciou a formação de uma base de dados mais efetiva. A partir da análise dos dados, constata-se que são necessárias ações de controle e prevenção das doenças respiratórias no ambiente de trabalho, já que as pneumoconioses representam um considerável problema da saúde pública