• Nenhum resultado encontrado

3 O TEMPO E O FANTÁSTICO EM A OSTRA E O VENTO

3.4 SAULO: O PRISIONEIRO DO TEMPO

3.4.2 A dor do ser-para-sempre

Durante séculos, o estado melancólico foi compreendido como doença. De acordo com Lima (2017), Hipócrates, entre V e IV a.C., afirmou ser a melancolia fruto da permanência ao longo do tempo de um estado de medo e distimia. Além disso, o médico grego acreditava que ―as hemorroidas beneficiam os melancólicos‖ e que ―as afecções melancólicas produzem apoplexia, loucura e cegueira‖ (LIMA, 2017, p. 17), reforçando a ideia, meramente especulativa, já que desprovida de qualquer fundamento científico, do estado melancólico como resultado de uma disfunção fisiológica.

Com o passar do tempo, a visão acerca da melancolia foi aos poucos se modificando. Moacyr Scliar (2003), ao tratar do percurso histórico da melancolia no ocidente, declara que, na Idade Média, com o surgimento do termo acédia – ou acídia –, cujo sentido se referia a um abatimento do corpo e do espírito, o estado melancólico passou a ser entendido como resultado do abandono de Deus. No Renascimento, a melancolia inquietou estudiosos, tanto médicos quanto outros pensadores, e foi fonte de incessante pesquisa, escapando à estreita esfera teológica que a limitou por inúmeras décadas. Nesse período, salienta o autor, o conceito de melancolia estava mais relacionado ao campo filosófico do que ao campo médico – embora alguns ainda a tomassem como doença –, já que, para muitos pensadores da época, o estado melancólico apresentava-se como um admirável estado mental.

É na modernidade, de acordo com Villari (2002), que a melancolia passa a configurar- se como uma forma de ser no mundo ou uma forma de conceber a existência, sendo esta carregada de ausências. No romantismo literário, afirma Viana (1994), a busca empreendida pelos escritores pela infância imaginária está intimamente relacionada à tentativa de preencher os vazios oriundos de um tempo e um espaço perdidos. Essa tentativa, que se processa principalmente por meio da evocação do passado pela memória, consiste em um dos principais motivos temáticos que, na literatura, relacionam o tempo à melancolia.

Sobre essa relação, Lima afirma: ―O tempo é a atmosfera que envolve a melancolia‖ (2017, p. 15), pensamento que ele justifica recorrendo ao que talvez seja o maior tratado literário sobre o tempo da história – Em busca do tempo perdido, de Proust –, quando cita a famosa cena da madeleine e, por meio dela, lembra-nos da inevitabilidade de termos, ao longo de nossa existência, de lidar com o que se foi. A ―busca pelo tempo perdido‖, no entanto, ressalta o autor, mostra-se frustrante na medida em que, mesmo no reencontro com o passado, processado por meio da lembrança, não o podemos mais viver tal qual outrora o vivemos, uma vez que, no próprio ato de rememorar, a distância imposta pelo tempo entre presente e passado transforma a experiência que se busca alcançar em outra, diversa da primeira.

Em A ostra e o vento, o apego ao passado é também um dos elementos desencadeadores do sentimento melancólico que marca as experiências de Daniel e de Saulo na ilha: ambas as personagens não conseguem conceber a vida naquele espaço sem a presença de Marcela e, por isso, recorrem às memórias que têm da jovem a fim de reviverem os momentos felizes passados com ela. Nesses termos, o apego ao passado se insurge na trama como a principal possibilidade de fuga, e até mesmo de negação, do presente, tão dolorosamente marcado pela ausência de Marcela na ilha. O rememorar, no entanto, longe de restituir a felicidade pretendida pela presença subjetiva da personagem, agrava a dor que

acerca seu desaparecimento na medida em que, no súbito contato ente passado e presente, intensifica a dor de perda, conforme sugerido pelo seguinte trecho:

O vento revoa os cabelos de Marcela, comprime-lhe a saia nas coxas, seu riso possui o tom do córrego. Volto a amar Marcela, estou com ela, corro a seu lado. Daniel! Daniel! Ela torna a gritar. Daniel estende mais o braço, pudera atingi-la, acariciar seus cabelos, tocar-lhe as mãos, mas apenas comprime o caderno contra o peito, tem as pernas trêmulas e caminha, caminha, o tempo volateia e nos arrasta. Agora o grito vem dos lados da fonte. Daniel volta-se, estende outra vez o braço. É a voz dela. Foi um grito ou canto? Ela vem de lá, acabou de banhar-se e de lavar peças de roupa. Está agora estendendo as peças no arame. Sua voz enche a ilha. De repente já está no morro do Pensador, sentada, tem um livro nos joelhos e uma dália no cabelo, recende a manjericão. Que idade tem agora Marcela? Acena para Daniel.

[...]

Daniel passa a mão pela barba crescida e tem vontade de poder chorar (LOPES, 2000, p. 29-30).

Esse fragmento, extraído de um dos primeiros capítulos do romance, ilustra bem o sentimento de melancolia experimentado por Daniel em seu regresso à Ilha dos Afogados. A princípio, a visão de Marcela projetada pela memória do velho auxiliar de José mostra-se reconfortante, uma vez que lhe possibilita estar novamente com a personagem e, mais do que isso, voltar a amá-la. O retorno ao presente, indicado no texto pela concretude do caderno que a personagem tem nas mãos, no entanto, frustra todo o prazer conferido pela rememoração e, mais do que isso, adensa o vazio sentido em decorrência da ausência de Marcela, desencadeando o que parece ser um desejo mais intenso de ―atingi-la, acariciar seus cabelos, tocar-lhe as mãos‖. Muito significativo, também, nesse contexto, é a vontade de chorar que o narrador afirma invadir Daniel, evidência da tristeza que, mais adiante na narrativa, o leva a ter ―[...] preguiça de querer recordar mais‖ (LOPES, 2000, p. 22).

No caso de Saulo, o sentimento de melancolia decorrente da ausência de Marcela na ilha está relacionado não só às lembranças da convivência com a personagem, mas à culpa por não tê-la podido salvar de seu trágico destino. Ao final da trama, Marcela, sozinha com Saulo na ilha, depois de ter apagado o farol, passa a temer a grandeza do ser que ela mesma criou e foge dele, que, por sua vez, tenta contê-la: ―Gritei por ela, gritei, meus gritos sacudiam a ilha, dissolviam-se na neblina e no vento. Não pude alcançá-la. São inúteis meus gritos, serão inúteis a partir de agora, e por mais que caminhe pelo resto do tempo, jamais a alcançarei‖ (LOPES, 2000, p. 147). O mesmo sentimento de impotência é referido no início do romance, quando Saulo, antes de anunciar a chegada do navio que traz Daniel e os membros da Capitania dos Portos – momento que, cronologicamente, sucede a tentativa de salvar Marcela

–, enuncia: ―Seus passos se repetem por toda a ilha, mas ela jamais descerá. É vazio o vazio de tudo. Não pude salvar Marcela‖ (LOPES, 2000, p. 13).

É preciso considerar, ainda, outro agravante que, decorrente da natureza fantástica de Saulo, impacta profundamente na existência melancólica assumida por ele após a morte de Marcela: diferente de Daniel, que, acometido de um mal súbito, morre ao fim da narrativa, livrando-se, assim, da intensa angústia que o atormentava, Saulo permanecerá para sempre na ilha, sofrendo, a cada nova manhã, a dor de ter que lidar com o vazio decorrente da ausência de Marcela, conforme indica o seguinte excerto do romance:

Viuvinhas pousadas nas lajes esperam o instante em que Marcela descerá para a praia, gritando e abrindo os braços para vê-las revoar, e só então o dia terá começo.

Em pouco eu descerei, a água do córrego repetirá o som dos pés de Marcela chapinhando, as viuvinhas escutarão seus gritos, sobrevoarão, e será o começo de mais um dia da ilha, e recenderá sempre e por todo canto um cheiro ativo de manjericão...

Para sempre!

Na linha do horizonte surge um navio que navega para cá. Daqui a pouco homens desembarcarão e quando seus pés calcarem a terra eu serei a vibração de uma dor imensa. Até quando? Até quando? Os instantes vão-se eternizando na ausência de Marcela e serei para sempre disperso no vento. Por que não pude integrar-me em Marcela? Por que não pude morrer com ela? E não morremos. Continuarei a ser a nossa desangústia (LOPES, 2000, p. 152, grifo nosso).

Sem dúvida, um dos pontos que mais chama a atenção nessa citação é o desejo de morte nutrido por Saulo, expresso claramente pelos segmentos destacados. A impossibilidade de integrar-se a Marcela para, com ela, morrer, longe de se configurar como um privilégio para Saulo – já que manifesta uma vitória contra a finitude a que o tempo submete todas as coisas –, intensifica o sofrimento que dominará a existência da personagem através dos tempos. Essa condição de eterno sofrimento, expressa pelo modo como Saulo define a si mesmo – ―eu serei a vibração de uma dor imensa‖ –, e intensificada pela repetição da expressão ―Até quando?‖, que, aliás, se processa ao longo de toda a narrativa, confere ao desfecho da trama um profundo tom pessimista, amenizado, é verdade, pela afirmação ―E não morremos‖, a qual, mediante o uso do plural verbal, atesta uma presença afetiva de Marcela na ilha, talvez um pequeno alívio para a dor com a qual Saulo terá de conviver para sempre.

Esse pessimismo, deve-se notar, extrapola os limites da personagem e integra-se ao espaço, podendo ser percebido, por exemplo, na referência à espera, empreendida pelas aves, de que Marcela desça à praia para, só então, levantarem voo e darem início à manhã. Nesse

sentido, o espaço narrativo em A ostra e o vento, além de impregnado pela presença de Marcela, que com ele possuía uma notável relação de contiguidade – ―Marcela é toda a ilha‖ (LOPES, 2000, p. 20) –, figura como reflexo dos sentimentos de Saulo, personagem que, ao descrevê-lo, transfere para ele, muitas vezes, a dor que representa a ausência de sua amada.

Outro desdobramento da melancolia de Saulo é o profundo lirismo que marca seu discurso narrativo, sempre marcado pela saudade de Marcela sentida pela personagem. De acordo com Lima (2017), esse aspecto lírico que permeia o sentimento melancólico advém de um aguçamento da subjetividade dos seres que o experimentam, de modo a motivar meandros sonoros, plásticos e verbais, que passam a figurar como elementos centrais do discurso.

A passagem do romance abaixo transcrita ilustra essa relação apontada por Lima:

Eu, somente eu permaneço aqui, sofrendo as dores que ela sofreu. Sempre que uma folha tombar de uma árvore tombarei com ela. Na água do córrego e no som de sinos que o vento provoca nos picos ouvirei sua voz. No odor de manjericão que se exala pela ilha estará a recendência de seu corpo. Em tudo o que ela tocou serei sua ausência. Nas asas das aves serei refletidos seus gestos. No espoucar das ondas, em cada ostra, em cada pólipo. Seus olhos brilharão em cada fólada que fosforesce nas pedras do coral. Até quando? Até quando? (LOPES, 2000, p. 13-14).

O sentimento de vazio que caracteriza o estado melancólico encontra-se claramente expresso no trecho ―Em tudo o que ela tocou serei sua ausência‖. Já aí pode-se perceber também o tom lírico e altamente subjetivo que assume a linguagem empregada por Saulo em seu discurso, manifesto pela relação antitética que enquadra sua presença na ausência de Marcela. Desse modo é que Saulo, como a própria Marcela, passa a integrar-se à ilha, mas não por sua identificação afetiva com o espaço em si, e sim pelo desejo de ter de volta sua amada, mesmo que mediante a necessidade de ter de reviver o rastro de dor por ela deixado. Assim, ele se faz presente em cada um dos elementos que compõem a ambientação da ilha, aspecto presentificado no texto pela evocação de aspectos sonoros, olfativos e táteis, o que atesta a sensibilidade sensorial da personagem, potencialmente intensificada pelo sentimento de melancolia que, como vimos, acerca sua existência solitária.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde 1964, quando de seu lançamento, A ostra e o vento, quarto livro do escritor cearense Moacir Costa Lopes, chamou a atenção, dentre outras coisas, pela desconcertante maneira como se processa a construção de sua temporalidade. Até os dias atuais, no entanto, mesmo ante o reconhecimento de sua importância para a obra, não encontramos, nos bancos oficiais de pesquisa, nenhum trabalho que tenha destinado maiores atenções a essa questão, tratando-a sempre de modo secundário na construção do romance. Dada a percepção dessa lacuna, propusemo-nos a, ao longo deste estudo, desenvolver uma análise em torno do tempo narrativo nesse romance, atentando tanto para questões relativas à configuração estrutural desse elemento, quanto para sua participação na construção da atmosfera fantástica que caracteriza a obra.

Desse modo, no primeiro capítulo dessa dissertação, depois de uma breve apresentação dos principais dados biográficos e bibliográficos de Lopes, dedicamo-nos a comentar a importância assumida pela temporalidade em todos os seus romances. Essa preocupação do escritor com o tempo, manifestada por sua insistência em representá-lo sob os mais diversos vieses, levou-nos a investigar a história desse estranho elemento. Verificamos, assim, a importância que a temporalidade desempenhou, desde a pré-história até os dias atuais, na organização das sociedades e no comportamento das pessoas, fato que legitima o interesse de Lopes, e de muitos escritores antes e depois dele, pela abordagem de temas como memória, velhice, finitude, solidão e outros igualmente relacionados ao tempo.

Ainda nesse capítulo, vertemos algumas considerações teóricas sobre a temporalidade na narrativa literária, procurando, sobretudo, destacar as implicações decorrentes da preferência, na narrativa moderna, pela exploração do tempo psicológico em detrimento do tempo cronológico, aspectos relacionados à temporalidade no plano da história. Além disso, tratamos do tempo no plano da narrativa – ou do discurso, como preferem dizer alguns autores –, esclarecendo os conceitos propostos de ordem, duração e frequência propostos por Genette (1979), os quais, mais adiante em nosso estudo, mostraram-se fundamentais.

No segundo capítulo, partimos para a análise propriamente dita do romance. Assim, começamos por apresentar um resumo do enredo da obra, atentando para o fato de que ele se constrói mediante o relato de duas histórias: uma no presente narrativo, linear em sua exposição, e outra no passado, pulverizada sobre a primeira e expressa de modo caótico. Esse arranjo narrativo, baseado na superposição de dois planos temporais distintos, confere à

narrativa um verdadeiro aspecto labiríntico, no qual o leitor, tal qual Daniel, acaba por se perder inúmeras vezes, ao ser jogado subitamente de um tempo a outro.

Além disso, nesse capítulo também analisamos como os movimentos de ordem, duração e frequência são arranjados no romance e como esse arranjo contribui para a construção de sentidos da obra. Assim foi que percebemos, dentre outras coisas, a íntima relação entre as anacronias e a imprecisão temporal que se insurge no romance como uma de suas principais características, reflexo do trânsito entre memória e presente que marca a experiência de Daniel na ilha; o papel desempenhado pelas isocronias e pelas anisocronias na representação psicológica das personagens do romance e na tematização da solidão, respectivamente; e a importância do uso do singulativo e do repetitivo para a caracterização da ilha como espaço da repetição, onde imperam a monotonia e a mesmice.

No terceiro e último capítulo da dissertação, voltamos nosso olhar para a relação entre o tempo e o fantástico em A ostra e o vento. Nesse sentido, tratamos da importância da ambientação noturna para construção do fantástico no romance, dado que a atmosfera de mistério que a acerca serve de palco para a realização de alguns dos principais eventos que, dotados de ambiguidade, têm suas explicações oscilando entre o natural e o sobrenatural, como a animação de uma boneca pertencente a Marcela e a simultaneidade das duas noites experienciada por Daniel. Foi possível, ainda no que diz respeito a esse aspecto, determinar como alguns dos recursos formais relativos ao elemento narrativo tempo, descritos e analisados no capítulo dois, participam da composição do fantástico na trama, sendo fundamentais para a impressão que se cria na obra de um alongamento da noite, por exemplo.

Também no âmbito da relação entre o tempo e o fantástico, investigamos a estranha natureza eterna de Saulo. Essa condição assumida pela personagem é imensamente relevante na narrativa na medida em que, no âmbito temático, toca em um dos principais assuntos associados à temporalidade: a finitude. A imunidade à morte, fato que pode se configurar como uma vitória contra o tempo, não representa um privilégio para Saulo, mas agrava ainda mais o sentimento de melancolia oriundo da morte de Marcela. Nesses termos, o tempo é posto duplamente como algoz da existência humana, já que, na guerra contra todas as coisas, mesmo quando perde uma batalha, ele acaba saindo vencedor.

Diante de todas essas questões, fica patente a importância da temporalidade em A ostra e o vento, tanto no que se refere à esfera formal de composição quanto à temática. No primeiro caso, conforme ressaltamos anteriormente, além de ser explorado de forma profunda e inovadora – como se viu no caso da subversão do conceito de simultaneidade –, o tempo participa da construção dos demais elementos estruturantes do texto narrativo literário:

redimensionando a organização do enredo, afetando a caracterização do espaço e interferindo no estatuto do narrador e das próprias personagens, que, em decorrência de uma vivência do tempo mais subjetiva do que objetiva, são apresentadas de forma fragmentada e imprecisa.

No segundo caso, relativo aos motivos temáticos, o tempo participa do romance aqui analisado por meio da abordagem de temas a ele subordinados, como solidão, morte e melancolia, indispensáveis à construção de sentido da obra. Além disso, está relacionado, mesmo que indiretamente – já que por intermédio da tematização da melancolia – ao discurso lírico que se apresenta como uma das mais marcantes características da literatura de Lopes. Esse aspecto, é preciso que se diga, vem chamando a atenção da crítica e dos leitores desde a publicação do primeiro livro do autor e, aqui, alcança alto grau de elaboração, motivo pelo qual tem figurado como uma das principais preocupações em alguns dos mais significativos estudos acerca desse quarto romance assinado pelo escritor quixadense.

Em última instância, o relevo assumido pela temporalidade em A ostra e o vento se dá em decorrência da tematização do próprio conceito de tempo no romance. As constantes indagações e afirmações acerca da natureza e dos limites do tempo que se processam ao longo de toda a trama, assim como um enfoque em questões como memória e eternidade, além de indispensáveis no contexto interno da obra, importam por colocarem o leitor cara a cara com esse elemento que é, para muitos, o mais fascinante e misterioso do universo, levando-o a refletir, como as próprias personagens, sobre sua relação com o tempo.

É importante, por fim, destacar que, embora tenha como preocupação maior o desenvolvimento de um estudo do tempo em A ostra e o vento, essa dissertação não esgota, em medida nenhuma, as possibilidades significantes que esse elemento confere à obra. Nesse sentido, a análise aqui feita dá conta apenas de parte de toda uma gama de questões relativas à temporalidade naquele romance, de modo que há ainda muito a se dizer sobre esse tema tão caro e tão bem concebido por Moacir Costa Lopes.

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, Santo. Confissões. Petrópolis: Vozes, 2001.

ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Martin Claret, 2012.

ARAÚJO, Lanaiza do N. Silva. A complexidade do ser fictício: a construção da personagem Marcela no romance A ostra e o vento. 2012. 120 p. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem). Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ARAÚJO, Lanaiza do N. Silva. A narrativa sobre o mar: o universo marítimo ficcional de Moacir Costa Lopes. 2017. 313 p. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ARAÚJO, Lanaiza do N. Silva. O romancista dos mares: entrevista com Moacir costa Lopes. Imburana - Revista do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandenses/UFRN. Natal, n.3, fev/jun. 2011. Disponível em:

<http://www.periódicos.ufrn.br/ojs/index.php.imburana>. Acesso em: 12 de jun. 2018. ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Sousa. 2. ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. 1990. Série Universitária. Clássicos de Filosofia.

BELISLA. O autor e o livro. O jornal, Rio de Janeiro: 7 jul. 1968. 3º caderno.

BESSIÈRE, Irène. O relato fantástico: forma mista do caso e da adivinha. Revista Fronteiraz - Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária/PUC. São