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Dos princípios do Poder Legislativo

CAPITULO II – O PODER LEGISLATIVO

II. O PODER LEGISLATIVO NA CARTA DE 1988

1. Dos princípios do Poder Legislativo

Aprofundando agora, devido à feição da Carta de 88, cabe ressaltar os princípios basilares que decorreram das premissas constitucionais e a importância da existência de um Legislativo forte que remete sempre às suas raízes originais de ser o órgão pelo qual o cidadão se vê respaldado contra a abirtrariedade do poder. São eles: a legitimidade, a decisão colegiada e da votação por quórum, a publicidade, e a obediência às normas.

A legitimidade serve de moldura formal do processo legislativo, para proteger princípios básicos dos produtos legislativos, resguardado das liberdades, a prevenção das dificuldades e a prevenção do sistema democrático. Já o princípio da decisão colegiada e da votação por quórum são básicos do Poder Legislativo e da democracia representativa, que dão condições de participação ativa das minorias representadas.

O princípio da publicidade refere-se ao conhecimento prévio da pauta de votação e a contínua publicidade das ações legislativas durante o processo permitem acesso e a participação plena não só do parlamentares, mas também da sociedade que se vê representada.

O princípio da obediência às normas diz respeito ao jogo parlamentar, no qual não pode atuar em espaço vão. Negociar, barganhar, obstruir, uma votação, etc. Garante a todos um poder de mobilização, mas é imprescindível que seja dentro dos limites previstos pelas normas, sob pena de individualizar o Poder Legislativo a exercer o leque de sua funções, mesmo quando contraposto com interesse dos demais poderes.

Todos esses princípios informadores correspondem ao princípio do Estado Democrático de Direito. O que vale dizer que o cidadão pode participar do processo legislativo em si durante em quase todo o seu procedimento.

1.1. As novas configurações do Poder Legislativo

Em decorrência dessas basilares disposições constitucionais, surge a necessidade de um Poder Legislativo transparente, buscando-se mecanismos de participação cada vez mais modernos e integradores no processo de criação das leis, com debates nas comissões por meio da participação de associações132 civis, utilizando de forma interdisciplinar outras ciências, tais como a Ciência da Legislação133, a Legística134, a técnica de Consolidação das leis135 e os mecanismos

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Cf. Carlos Mário da Silva Velloso. Delegação Legislativa – A Legislação por Associações. In: Revista de Direito Público. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 92. 1989, pp. 150-159.

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Consultem-se sobre ciência da legislação e legística:

José Tudela Aranda. & Jesús M. CoronaFerrero & Francesc Pau Vall (Coord.) La Técnica Legislativa a Debate. Asociación Española de Letrados de Parlamentos. Madrid: Tecnos, 1994.

Bruno José Ricci Boaventura. A instituição de um controle da qualidade legislativa..In: Revista Âmbito

Jurídico, disponível em: http://www.ambito-

juridico.com.br/site/index.php/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7122&revista_cader no=4;

Marcílio França Castro. A técnica legislativa além da regra. n. 7, janeiro/junho,. .In: Cadernos da Escola do Legislativo 1998.

Jorge José da Costa. Técnica Legislativa. Procedimentos e normas. Rio de Janeiro: Destaque, 1994. Robson Luiz Filho Coutinho. Avaliação de desempenho do Poder Legislativo Federal. Brasília: Unilegis, 2009;

Pinto Ferreira. Técnica Legislativa como a arte de redigir leis..In: Revista Informação Legislativa ano 23 n. 89, jan./mar. Brasília: Senado Federal, 1986.

C. Yoel Carrillo Garcia. Princípios para uma teoria de la legislación. Ambiente Jurídico, Facultad de

Derecho, Universidad Manzales, disponível em:

http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3267525;

Antonio Martino. Ciencia de la legislación. In: Revista Electrónica de Teoría y Práctica de la Elaboración de Normas Jurídicas ano I, n. 2, junio. Buenos Aires: Universidad Buenos Aires, 2005. Fernando B. Meneguin Avaliação de impacto legislativo no Brasil. Textos para discussão n. 70, Centro de Estudos da Consultoria do Senado, março. Brasília: Senado Federal, 2011.

Fabiana de Menezes Soares. Teoria da legislação. Formação e Conhecimento da Lei na Idade Tecnológica. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2004.

Rafael Jayme Tanure. A avaliação da Lei em Portugal e no Direito Comparado. In: Revista Jus Navigandi, disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/18057/a-avaliacao-da-lei-em-portugal-e-no- direito-comparado;

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Merecem menção as conferências de Marta Tavares de Almeida, Antonio Augusto Junho Anastasia, Jandir Maya Faillace Neto, Jean-Daniel Delley, Ulrich Karpen, Luzius Mader, Maria Coli Simões Pires, Menelick de Carvalho Netto e Sabio José Fortes Fleury no Congresso Internacional de Legística – Qualidade da Lei e Desenvolvimento, realizado em Belo Horizonte, 2007.

Ademais podem ser consultadas as seguintes obras no tema:

Gema Marcilla Córdoba. Racionalidad legislativa. Crisis de la ley y nueva ciencia de la legislación. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2005.

Assunção Cristas. Legística ou a arte de bem fazer leis. In: Revista CEJ n. 33, abr./jun. Brasília: 2006. pp. 78-82.

David Duarte & Alexandre Sousa Pinheiro & Miguel Lopes Romão & Tiago Duarte. Legística. Perspectivas sobre a concepção e redacção de actos normativos. Coimbra: Almedina, 2002.

Sérgio Lopes Loures. Neoconstitucionalismo e produção legislativa: uma visão normativa do Direito e aplicação da legística. v. 7, n. 1, Brasília: Senatus, 2009.pp 24-31.

Carlos Blanco de Morais Manual de Legística. Critérios científicos e técnicos para legislar melhor. Lisboa: Verbo, 2007.

Patrícia Rosset. Breves reflexões sobre a legística, seus aspectos políticos e consolidação de leis. In Revista do Instituto dos Advogados de São Paulo ano 11, n. 22, São Paulo: Forense, 2009. pp181- 201.

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Bruno José Ricci Boaventura. A solução das antinomias jurídicas aparentes inseridas na

Consolidação das Leis. Disponível em:

http://www.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorial_do_poder_judiciario/memorial_judiciari o_gaucho/revista_justica_e_historia/issn_1677-065x/v6n12/Microsoft_Word_-

_ARTIGO_A_SOLUxO_DAS_ANTINOMIAS..._Bruno_Boaventura.pdf.

____. Uma contemporânea inserção da Consolidação das Leis na Relegitimação das normas

jurídicas. In: Direito Púbico n. 20, mar.-abr./2008 Disponível em:

http://www.direitopublico.idp.edu.br/index.php/direitopublico/article/viewArticle/528 ;

Natália de Miranda Freire. A consolidação como técnica legislativa. Disponível em: http://www.almg.gov.br/consulte/publicacoes_assembleia/obras_referencia/arquivos/consolidacao_lei s.html

Felipe Frisch. Grupo fará “limpeza” da legislação federal. Valor Econômico, Legislação & Tributos, 11/04/2007. p. E 1.

Gabriel Dezen Junior. O instituto da consolidação: panorama histórico, jurídico e político. Disponível em:

http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/consulte/públicacoes_assembleia/obras_referen cia/arquivos/pdfs/consolidacao_leis/instituto.pdf;

Rubens Naman Rizek Júnior O processo de consolidação e organização legislativa. Tese de Doutorado.em Direito. São Paulo: Usp, 2009.

SENADO FEDERAL. A consolidação das leis da saúde. Senado Federal em pauta n. 65, 2008. Disponível em: www.senado.gov.br

para a concretização de um orçamento participativo, inclusive o orçamento participativo itinerante, andarilho e interativo/digital,136 com a formação de cidadania em escolas do Legislativo137 e convênios firmados com instituições para acompanhamento legislativo e orçamentário.

O Poder Legislativo encontra-se na Constituição no – Título IV, Da Organização dos Poderes, Capítulo I -, logo de pronto, a seção que inaugura o assunto institui que o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, sendo composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, e cada legislatura

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Como se noticia em Ipatinga, MG, disponível em:

http://www.eaesp.fgvsp.br/subportais/ceapg/Acervo%20Virtual/Cadernos/Hist%C3%B3rias/2002/orca mento_participativo.pdf e

Fernando Laércio Alves da Silva. Cidadania participativa: o caso do orçamento municipal de Ipatinga- MG. In: Revista da Faculdade de Direito de Campos ano VI, n. 7, dezembro, 2005, Disponível em: http://fdc.br/Arquivos/Mestrado/Revistas/Revista07/Discente/02.pdf

Sobre orçamento participativo, consultem-se:

Angela Vieira Neves. Espaços públicos, participação e clientelismo: um estudo de caso sobre o orçamento participativo em Barra Mansa, Rio de Janeiro. In: Revista Katál. V. 10 n. 2, Florianópolis: 2007, pp. 215-221, Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 49802007000200009

Jefferson Goulart. O orçamento participativo e gestão democrática no poder local. Lua Nova n. 69, São Paulo: CEDEC, 2006.

Hermes Laranja Gonçalves. Uma visão crítica do orçamento participativo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

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Nesse sentido:

Rildo Cosson. Letramento político: por uma pedagogia da democracia. In: Cadernos Adenauer ano XI, n. 3, Rio de Janeiro: 2010.

Guilherme Wagner Ribeiro. A educação legislativa é uma resposta à crise do Parlamento? E-Legis n. 06, Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Brasília: Câmara dos Deputados, 2011. http://bd.camara.gov.br.

Para consulta sobre Escolas do Legislativo:

Luiz Fernandes de Assis. Educando para a cidadania: a experiência da Escola do Legislativo. Educação & Alexandre Ventura Caçador Carvalho . O parlamento jovem e a experiência das Escolas do Legislativo mineiro e da Câmara dos Deputados. O Desenvolvimento da Cultura Cívica, propícia à Democracia. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Brasília: Câmara dos Deputados, 2009. http://bd.camara.gov.br

Florian Madruga. Escolas do Legislativo. A nova visão do Parlamento Brasileiro. v. 6, n. 1, Brasília: Senatus, 2008. 31-34.

Julie Reichert. Formação cidadã e os novos desafios de aprendizagem frente aos câmbios da tecnologia, cultura e globalização.In: Revista Democracia Digital e Governo Eletrônico n. 4, 2011.

possui a duração de quatro anos. Constitui o órgão constitucional que exerce tipicamente, em âmbito federal, as funções legislativa e fiscalizadora do Estado brasileiro, além de atipicamente administrar e julgar.