• Nenhum resultado encontrado

3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: MARCOS TEÓRICOS

3.1 EDUCAÇÃO EMPRESARIAL

3.1.3. Educação a Distância

A Educação a Distância (EAD) é conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas, passou a fazer parte das atenções pedagógicas. Ela surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, tinham dificuldades para freqüentar uma sala de aula e evoluiu a partir dos avanços tecnológicos, os quais influenciaram o ambiente educativo e a sociedade como um todo.

Loyola (apud PEGNOTTO, 2007) destaca que, a cada nova tecnologia utilizada pela sociedade, abre-se uma gama de possibilidades para ensinar e aprender, gerando impactos significativos na Educação a Distância. A partir desses avanços tecnológicos e comunicacionais, surgem novas experiências no campo educacional, resultando no estabelecimento de novas bases pedagógicas para a EAD.

Para Guioti (2007), o ato de comunicar, de enviar informação de forma rápida e eficiente sempre foi uma das incessantes buscas da humanidade e, sem dúvida alguma, há três ou quatros décadas atrás, os patamares alcançados hoje seriam inimagináveis.

Segundo Moran (2006) no Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em 1939 e depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, várias experiências de EAD foram iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso. A Educação a Distância foi introduzida como categoria no sistema educacional brasileiro ao final de 1996, a partir da consolidação da última reforma educacional brasileira, instaurada pela Lei nº. 9.394/96 (LDB), que oficializou a Educação a Distância como modalidade válida para todos os níveis de ensino.

Almeida (2001) relata que, para que haja qualidade nos processos de ensino e aprendizagem através da EAD, é preciso criar um ambiente que favoreça a aprendizagem significativa do aluno, despertando a disposição para aprender, disponibilizando as informações pertinentes de maneira organizada e, no momento apropriado, promova a interiorização de conceitos construídos.

Xavier et al (2007) destacam a importância de reforçar que embora os recursos da EAD coloquem à disposição do professor a possibilidade dessa nova lógica comunicacional que possibilita a interatividade, nada mudará se o professor não tiver disposição para mais

abertura, trocas, intervenções e construções conjuntas. Além disso, a qualidade das trocas é tão importante quanto o conteúdo que elas contém.

Segundo Martins (2008), na primeira década do novo milênio, a necessidade de uma aprendizagem imediata revelou uma nova fase apressada da sociedade em permanente desintegração, que buscou nas universidades e nas instituições responder à problemática dos novos equipamentos e, sobretudo, da formação dos docentes distanciados dos processos interativos e dialógicos.

Para Franco e Giusta (2003), o ensino a distância é uma modalidade nova que traz muitos desafios, pois causa uma mudança muito grande no padrão cultural, quando o seu foco é muito mais na aprendizagem do que no ensino. O curso a distância exige uma autonomia e uma dedicação maior por parte do aluno. A tendência desse tipo de ensino é crescer cada vez mais.

Por sua vez, Curi (2008) ressalta que para a consolidação da EAD é de fundamental importância desmistificar o temor de que ela veio para concorrer com os programas presenciais ou para piorar a qualidade de ensino a partir da busca de modelos mais baratos e lucrativos para empresários do setor da educação.

Polak et al (2008), afirmam que a EAD desejada não visa ser uma forma oposta ou complementar ao processo presencial tradicional, mas reconhecem que a educação do futuro terá momentos presenciais e momentos não-presenciais e elevado grau de flexibilidade no atendimento às necessidades dos alunos.

Dessa forma, uma instituição de excelência em EAD, como todas as organizações contemporâneas, deveria estar atrelada aos critérios de eficiência e eficácia e basear-se em planejamento estratégico sólido, portanto não podendo ignorar a força da sociedade sobre seus resultados.

Para Demo (1994), a qualidade representa o desafio de humanizar a realidade e a convivência social a partir de valores e fins considerados desejáveis, necessários e eticamente sustentáveis aponta para a dimensão da intensidade diante da expectativa das pessoas; e impactando como competência humana no processo de desenvolvimento do homem, tendo na educação e no conhecimento sua estratégia primordial.

A qualidade, na aprendizagem em ambientes virtuais, deve estar pautada na mudança de paradigmas e no sentido do processo educacional virtual como resultado da interação entre os componentes de um sistema de EAD. São eles: o professor, o tutor, o facilitador e o organizador do conhecimento; o aluno, motivado, seguro e receptivo; e a plataforma de aprendizagem, o ambiente virtual que deve proporcionar as condições favoráveis de aprendizagem. Dessa forma, a conjugação desses fatores irá resultar em uma metodologia própria de ensino e aprendizagem em ambientes virtuais e colaborativos.

Nesse sentido, essa mudança no processo de aprendizagem também está, de certa forma, sob a responsabilidade do aluno, o qual deverá estar pronto, maduro, para compreender o real significado que essa aprendizagem tem para ele e que seja possível incorporá-la vivencial e emocionalmente. Segundo Moran (2007), se esse processo de aprendizagem não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não terá significância, não será aprendido verdadeiramente.

Falando ainda sobre motivação, Moran (2003) afirma que se é difícil manter a motivação no ambiente presencial, será muito mais difícil no ambiente virtual, se não envolvermos os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança.

Todavia, tanto no ambiente acadêmico como no corporativo é importante organizar processos de ensino-aprendizagem adaptados a cada tipo de curso e de alunos, pois muitos alunos têm dificuldade de trabalhar apenas com o computador, sem interação. “Algumas pessoas gostam de determinar seu próprio caminho, já outras, são extremamente dependentes, precisam de monitoramento constante” (RICARDO, 2005, p. 11).

Valente (apud SANTOS, 2008) afirma que a EAD tem sido considerada uma alternativa para o processo educacional, atendendo à crescente demanda por mais educação, mais alunos e maior carga horária de instrução. Por sua vez, existe um grande número de instituições de ensino que oferece cursos a distância e que usa recursos tecnológicos para disponibilizar a informação ao aluno, numa clara verticalização da sala de aula tradicional.

Afirmação esta ratificada por Guioti (2007), onde ressalta que a cada dia que passa, as práticas de EAD estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano; portanto, é plenamente factível afirmar que a EAD veio para ficar. Deixando, portanto, de ser uma modalidade de ensino de segunda classe e passa a fazer parte de uma educação de vanguarda que fornece

condições para a “aprendizagem ao longo da vida” ou, como diz Barberà: “La educacion a distancia há emplezado a entrar em la corriente principal.” (2004. p. 13).