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BRASIL GOVERNO DE

2.5 Habitats de inovação

2.5.2 Elementos de promoção e incentivos nos SNCTI na América Latina

Cada país realiza reformas no sistema de inovação por meio de leis e políticas para a promoção e incentivos de Habitats de Inovação. Conforme informações da UNESCO (2010), a seguir são apresentadas as principais leis que têm auxiliado no processo de geração de inovação, criação de novas empresas e transferência de conhecimento nos Sistemas Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro, mexicano, argentino, colombiano e uruguaio.

2.5.2.1 Leis de promoção de inovação e criação de novas empresas no Brasil

Lei 13.243 de 2016: Novo marco de CT&I do Brasil;

Lei 10.973 de 2004: Lei de inovação. Dispõe os incentivos para a inovação e

pesquisa científica no setor produtivo e estabelece a normativa vigente no setor de CTI;

Lei 11.1996 de 2005: Estabelece incentivos fiscais à pesquisa científica

tecnológica e à inovação;

Lei 11.007 de 2004: Lei para apoiar atividades de Informática;

Lei 11.005 de 2005: Lei para promover a Biossegurança;

Lei 11.487 de 2007: Regulamenta as isenções fiscais para empresas que realizam

atividades de CTI.

No Brasil, a regulamentação de políticas de incentivo científico e metodológico, como a Lei de Inovação 10.973, de 2 Dezembro de 2004, a Lei 11.1005 de 2005 e Lei 11.077 de 2004, promovem competitividade e transferência tecnológica, bem como o investimento de recursos financeiros para o sistema de inovação (SOUZA, 2008).

A nova Lei 13. 243 de Janeiro de 2016 dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação e modificou diversos

diplomas legais relacionados a esses temas; entre eles altera a Lei 10.973, nos termos da Emenda Constitucional 85, de 26 de fevereiro de 2015 (BRASIL, 2016). Actualmente, ainda está em andamento especificações normativas para consolidação dessa lei.

Os principais programas brasileiros que apoiam a interação entre o setor produtivo e os atores de CTI são: (i) Programa de cooperação entre instituições, centros de tecnologia e empresas (COOPERA), (ii) Programa de Apoio à Assistência Tecnológica (ASISTEC); (iii) Programa de capital de risco (INNOVAR); (iv) Juro Zero; (v) Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas (PRONINC); (v) Programa de Apoio à Pesquisa e à Inovação em Arranjos Produtivos Locais (PPI-APL); (vi) Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (PROGEX); (vii) Programa de Incentivo à Inovação nas Empresas Brasileiras (PRO- INOVAÇÃO); (viii) Projeto de Unidades Móveis (PRUMO) e (ix) Rede Brasileira de Tecnologia (RBT) (UNESCO, 2010).

2.5.2.2 Leis de promoção de inovação e criação de novas empresas no México

Lei de Ciência e Tecnologia de 2002: Determina o Sistema Nacional de

Inovação mexicano, programas e fundos para o desenvolvimento tecnológico e inovador em empresas;

Lei de Criação do Conselho Geral de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico de 2002: Cria o Consejo Nacional de Ciência y Tecnologia

(CONACyT) e o Foro Consultivo Científico y Tecnológico (FCCTyT);

Lei de Aplicação de Incentivos Fiscais de 2008: Aplica os incentivos fiscais a

despesas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

No México, as principais iniciativas para promover a interação entre a ciência e a indústria são: (i) IDEA; (ii) AVANCE; (iii) Programa e Incentivos Fiscais; (iv) Fundo Novo para Ciência e Tecnologia; (v) Estancias Sabáticas en la Industria; (vi) Fundo de Inovação Tecnológica e (vii) Fundos Setoriais (UNESCO, 2010).

Em termos de produção intelectual, o governo mexicano criou o Programa de Desenvolvimento Inovador 2013-2018, que estabelece objetivos, indicadores e metas para facilitar e promover a propriedade intelectual industrial. Esse programa visa a incrementar o desenvolvimento e cadastro dessa propriedade gerada por empreendedores e empresas de pequeno e médio porte (DOF, 2014).

2.5.2.3 Leis de promoção de inovação e criação de novas empresas na Argentina

Nos últimos anos, a Argentina tem sofrido fortes mudanças econômicas e industriais. A crise econômica ajudou a incentivar novas políticas de apoio à produção, inovação, investimento e exportações não tradicionais que tentam articular as áreas de formação e pesquisa com o setor empresarial (GIANCONE, 2003).

As principais Leis para o fomento dos sistemas de inovação são:

Lei 23.877 de 1990: Lei de Promoção e Fomento à Inovação Tecnológica, que

determina os objetivos, beneficiários e autoridades para aplicação dos programas com foco em inovação;

Lei 25.467 de 2001: Lei de Ciência Tecnologia e Inovação que determina o Sistema

Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) para o fomento da inovação tecnológica, bem como os objetivos da política científica e tecnológica nacional para financiamento de atividades de P&D.

Lei 25.922 de 2004: Lei para Promoção da Indústria de Software. Criou o Fondo Fiduciario de Promoción de la Industria del Software (FONSOT);

Lei 26.270 de 2007: Lei para Promoção da Biotecnologia Moderna;

Lei 26.388 de 2007: Cria o MINCYT para promover a pesquisa aplicada, o

financiamento e a transferência de conhecimento científico-tecnológico.

Hoje a Argentina não possui uma lei nacional para regulamentar as atividades dos Parques e Polos Tecnológicos, o que faz com que essas iniciativas tenham diversos focos de atuação, muitas vezes fugindo dos objetivos gerais desse tipos de empreendimentos.

Os principais programas e projetos argentinos que contribuem para a articulação dos atores do sistemas de inovação nacional são: (i) Programa INNOVAR; (ii) Fondo para la Investigación

Científica y Tecnológica (FONCyT); (iii) Programa de Capital de Risco para Empresas do Área

de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva; (iv) Projetos Integrados de Aglomerados Productivos (PI-TEC); (v) Fondo Argentino Sectorial (FONARSEC) e (vi) Fondo Tecnológico Argentino (FONTAR) (UNESCO, 2010).

2.5.2.4 Leis de promoção de inovação e criação de novas empresas na Colômbia

Na Colômbia os Parques Tecnológicos têm benefícios tributários por meio de leis nacionais:

Lei 223 de 1995 / Artigos 86, 87 e 250: Benefícios tributários para empresas de

pequeno e médio porte;

Lei 383 de 1997 / Art. 57: Deduções tributárias para apoio de pesquisas

científicas e tecnológicas;

Lei 590 de 2000: Promove a criação de empresas de micro, pequeno e médio

porte, por meio de programas e linhas de financiamento;

Lei 788 de 2002 / Art. 18: Novos produtos medicinais e de software elaborados

na Colômbia têm isenções sobre impostos de renda. Esses produtos devem ter alto conteúdo de pesquisa científica e tecnológica nacional;

Lei 1.286 de 2009: Lei de Ciência, Tecnologia e Inovação que fortalece a

institucionalidade do SNCTI. Essa Lei outorga mais recursos para COLCIENCIAS e cria o Fundo Nacional de Financiamento para a Ciência e Tecnologia.

O Governo colombiano beneficia as empresas residentes de Parques Tecnológicos com os artigos do Estatuto Tributário 125, 126-3, 158-1, 158-2. Para promover o apoio ao empreendedorismo e às pesquisas científicas e tecnológicas são utilizados os artigos 57 da Lei 383 de 1997 e os artigos 86, 87 e 250 da Lei 223 de 1995 (UNESCO, 2010).

No caso colombiano, as principais iniciativas que promovem a interação entre empresas e centros de pesquisas são: (i) Centro de Excelência em Genômica; (ii) Corporación Colombiana

de Investigación Agropecuaria (CORPOICA) e (iii) Comitês Universidade-Governo-Empresas,

2.5.2.5 Leis de promoção de inovação e criam de novas empresas no Uruguai

Lei 14. 178 de 1974: Promove atividades industriais por meio de isenção de

impostos;

Lei 16.906 de 1998: Promoção de Investimentos e demanda de biotecnologia

local. Tem como principal benefício a isenção do Imposto de Renda às Atividades Econômicas às rendas originadas em atividades de geração de produtos, serviços e processos biotecnológicos no território nacional com aplicação em setores produtivos estratégicos;

Lei de Reforma Tributária de 2007 / Art. 23: Estabelece incentivos fiscais para

a realização de P&D;

Lei 18.172 de 2007: Cria o Sistema Nacional de Bolsas (SNB) e o Sistema

Nacional de Investigadores (SNI);

Lei 17.547 de 2002: Determina as características que devem ter Parques

Industriais no Uruguai e os benefícios fiscais e tributários de suas empresas residentes;

Lei 19.149 de 2012 / Art. 357: Isenção de tributos nacionais para o Parque Científico y Tecnológico de Pando (PCTP) e doações destinadas à educação,

pesquisas, saúde, apoio a crianças e jovens, Unidade do Plan Nacional de

Integración Socio-Habitacional Juntos e programas de reabilitação social.

Não existe uma lei específica para Parques Tecnológicos no Uruguai, já que ainda estão na fase de implementação de atividades tecnológicas nesses tipos de iniciativas. Esse país apresenta maiores incentivos para Parques Industriais devido a sua tradição industrial e em agronegócio.

Os sistemas nacionais de inovação e as leis que promovem suas atividades nesses países foram apresentados para contextualizar os ambientes em que estão inseridas as unidades de análises. Maiores detalhes sobre a influência de ditos sistemas em suas governanças e operacionalização são apresentados nos resultados das entrevistas.