BRASIL GOVERNO DE
2.4 Contexto de Parques Tecnológicos na América Latina
2.4.4 Histórico de Parques Tecnológicos na Colômbia
Na Colômbia, o Ministério de Indústria, Comércio e Turismo (MICT), o Instituto
Colombiano para el Desarrollo de la Ciencia y de la Tecnologia (COLCIENCIAS), o Fondo Financiero de Proyecto de Desarrollo (FONADE), o Servicio Nacional de Aprendizaje
(SENA) e outros organismos estaduais têm contribuído para o desenvolvimento industrial e empresarial do país, mediante ações dirigidas ao fortalecimento da tecnologia e da inovação para dar resposta aos processo de internacionalização econômica.
Em 2010, foi lançado o Programa de Apoio a Parques Tecnológicos, por meio do Plano de Desenvolvimento 2010-2014 (DPN, 2011). Esse programa auxiliou o trabalho realizado entre Universidade-Empresa-Governo para integrar os conhecimentos científicos com setores produtivos. Além disso, o governo colombiano regulamenta e auxilia com isenções tributárias às atividades de inovação, pesquisa e empreendimento por meio das: (i) Lei 383 de 1997, artigo 57; (ii) Lei 223 de 1995, artigo 86, 87 e 250; (iii) Lei 590 de 2000; (iv) Lei 905 de 2004 (MINDESARROLLO, 2015).
Já em outubro de 2013 foi criada uma nova Política Nacional de Parques Científicos, Tecnológicos e de Inovação, com um montante de 2.5 milhões de dólares para fortalecer a capacidade do recurso humano e institucional do setor de ciência e tecnologia do país. Essa política foi estabelecida a partir do convênio entre o COLCIENCIAS, a Korea International
Cooperation Agency (KOICA) e a Agencia Presidencial de Cooperación Internacional de Colombia (APC-Colombia) (APCCOLOMBIA, 2015; COLCIENCIAS, 2015).
Quadro 16 - Parque Tecnológicos colombianos.
No. Nome Cidade / Estado Vínculo com Universidade
1 Parque Tecnológico de
Guatiguará. Santander / Bucaramanga.
Universidade Industrial de Santander. 2
Parque Agroindustrial Científico y Tecnológico del Pacífico (Parque
BioPacífico).
Palmira / Valle del Cauca.
Universidade Nacional da Colômbia e Universidade del
Valle.
3
Parque Tecnológico da Universidade Nacional da
Colômbia.
Bogotá / Cundinamarca. Universidade Nacional da Colômbia. 4 Parque Tecnológico de Antioquia
(PTA). Medellín / Antioquia. Universidade de Antioquia. 5 Parque Tecnológico de la Umbría. Cali / Valle del Cauca. Universidade de San
Buenaventura de Cali.
6 ParqueSoft.
Cali / Valle del Cauca. *com vários escritórios em
diferentes cidades do país.
Não tem vínculo com universidades.
7 Parque Tecnológico del Caribe. Barranquilla / Atlántico. Universidade del Atlántico.
8 Parque de Innovación
Empresarial. Manizales / Risaralda.
Universidade Nacional de Manizales.
9 Parque Tecnológico de la Sabana. Chia / Cundinamarca. Universidade Andes.
10 Tecnoparque del Servicio
Nacional de Aprendizaje (SENA).
Bogotá.
*com vários escritórios em diferentes cidades do país.
SENA.
Fonte: Elaborado pela autora.
O Parquesoft representa a iniciativa privada mais importante de Parques Tecnológicos na Colômbia. Esse Parque possui uma rede de Parques de Tecnologia de Software com mais de 300 empresas e 1.000 empregados na área de software, e sua sede principal está em Cali (CRISTANCHO; ESTUPIÑAN; LÓPEZ, 2011).
No tocante a PTs públicos com vínculo com universidades, o Parque Tecnológico de
Guatiguará, o Parque Tecnológico BioPacífico e o Parque Tecnológico da Universidade
Nacional da Colômbia representam as iniciativas mais avançadas e importantes nesse país. Atualmente, eles participam da Política Nacional de Parques Científicos, Tecnológicos e de Inovação por meio do Master Plan (2013-2016): “Establecimiento de un Plan Maestro de
Desarrollo de Capacidades en Parques Científicos Tecnológicos y de Innovación,
Segundo dados de Morales et al. (2011), a seguir, apresenta-se nos Quadros 17 e 18 uma breve descrição do Parque Tecnológico de Antioquia e do Parque Tecnológico de
Guatiguará, PTs pioneiros da Colômbia construídos como o objetivo de gerar ambientes de
inovação.
Quadro 17 - Descrição Parque Tecnológico de Antioquia (PTA).
Elementos Descrição
Localização Antioquia. Criação 1968.
Carácter Sociedade anônima de caráter privado.
Foco de atuação Biotecnologia, mineração, energias alternativas, saúde e aeronáutica. Capital Setor privado e público.
Empresas 20% empresas de pequeno porte e 80% empresas de médio e grande porte.
Pessoal
60% profissionais com pós-graduação; 30% pessoal com estudos tecnológicos; 10% pessoal com formação técnica.
Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos de MORALES, et al. (2011).
Conforme Morales, et al., 2011 o PTA foi o primeiro Parque criado na Colômbia. Algumas das organizações vinculadas com o Parque são: (i) Comfenalco; (ii) o Centro da Ciência e Investigação Farmacêutica, (iii) a Universidade Pontifícia Bolivariana, (iv) a Escola de Engenharia de Antioquia e (v) a Câmara de Comércio do Oriente de Antioquia. Tanto o PTA quanto o PTS representam iniciativas que recomeçaram suas atividades perante problemas de financiamento no início de suas operações (ANGULO; CAMACHO; ROMERO, 2014).
Quadro 18 - Descrição Parque Tecnológico de Guatiguará (PTG).
Elementos Descrição
Localização Santander. Criação 1999. Carácter Público.
Foco de atuação Biotecnologia, mineração, energias alternativas, saúde e aeronáutica. Capital Setor privado e público.
Empresas 100% empresas de grande porte: 20% multinacionais como BP e Halliburton, e 80% nacionais.
Pessoal 100% de professionais de graduação e 90% com pós-graduação (metres e doutores).
O PTG visa integrar atividades de investigação com infraestrutura física e tecnológica para promover a transferência de conhecimento entre Universidade-Empresas-Governo. Esse Parque tem como foco a pesquisa em energia, saúde, software, agroindústria e biotecnologia (MORALES, et al., 2011).
Existem vários desafios nos Parques Tecnológicos colombianos. Para identificar esses desafios, Morales et al. (2011) analisa quatro atores: (1) governo; (2) empresas; (3) academia e (4) Parques Tecnológicos –Quadro 19.
Quadro 19 - Principais desafios de Parques Tecnológicos colombianos.
Ator Desafios
O Governo
-Promover políticas para a uma melhor organização regional para fomentar a inovação local;
-Participar na gestão e promoção de PTs, por meio de financiamento e estratégias administrativas;
-Criar incentivos tributários para PTs e as empresas residentes.
As empresas -Planejar políticas e atividades de integração com outros atores para promover o desenvolvimento regional aproveitando as oportunidades de cada região.
A academia
-Fortalecer as relações entre academia e setor empresarial;
-Qualificar a formação professional do pessoal para melhorar sua competência em inovação, pesquisa e empreendedorismo;
-Fomentar vínculos entre centros de pesquisa e Parques Tecnológicos para promover a transferência de conhecimento.
Os Parques Tecnológicos
-Tornar-se um mecanismo de promoção da inovação regional por meio da transferência de conhecimento, geração de estratégias regionais de inovação, criação de redes de emprego e atração de mercados nacionais e internacionais;
-Melhorar sua infraestrutura para melhorar a interação entre diferentes atores;
-Consolidar uma política para criação e operacionalização de Parques Tecnológicos, que esteja integrada ao desenvolvimento regional;
-Fortalecer as relações entre Academia-Empresas-Governo como instrumento de geração e transferência de conhecimento;
-Reconhecer, respeitar e utilizar a biodiversidade de seu entorno.
Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos de MORALES, et al. (2011).