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1. Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar (PSEPE)

1.1. Enquadramento global da Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar (PSEPE)

1.1.1. Enquadramento Físico e Social do Contexto Educativo

A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, fundada em 1514, prestava inicialmente serviços relacionados com a saúde. Em 1977, com a construção do hospital distrital de Castelo Branco, a instituição dedica-se, prioritariamente, no apoio das crianças (creche e jardim-de-infância), idosos (lares, centros de dia e convívio, serviços de apoio domiciliário), cuidados de medicina preventiva, curativa e de reabilitação na área da fisioterapia, desenvolvendo uma valiosa ação assistencial sem fins lucrativos.

A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco é reconhecida, em todo o meio envolvente, como uma instituição de referência na região onde se encontra, ampliando e melhorando os serviços prestados à comunidade, assim como, por possuir um quadro de pessoal altamente qualificado do ponto de vista humano e profissional, para assim responder às necessidades nos vários recursos sociais, de forma a garantir o bem-estar e a qualidade de vida destes utentes enquanto seres humanos.

O Jardim-de-infância Nº 1 da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco está localizado na Rua Bartolomeu da Costa, no Largo Dr. José Lopes Dias. A instituição encontra-se na zona histórica da cidade, integrada no edifício sede da Santa Casa da Misericórdia. Encontra-se bem situada e com fácil acesso, com estradas e pavimentos em bom estado e boa iluminação. A figura 1 apresenta a planta da cidade de Castelo Branco onde se localiza o Jardim-de-infância Nº 1 da Santa Casa da Misericórdia:

(2 a 5 de junho de 2014) “Dia da Criança - A Amizade” Semana 14 - Implementação em grupo

(10 a 13 de junho de 2014) “Atividades livres”

Figura 1 - Planta da cidade de Castelo Branco onde se localiza o Jardim-de-Infância nº1 da Santa

A instituição é constituída por várias salas, que estão designadas com as respetivas faixas etárias, um refeitório, casas de banho, pontos de arrumação e um gabinete. A entrada é feita sob um controle de segurança através da impressão digital, onde apenas conseguem entrar as pessoas que têm já assumidas previamente as suas impressões, tendo as restantes, que tocar à campainha. Tem um aspeto colorido e iluminado, com decorações relacionadas com as crianças e de acordo com a época correspondente. Tal como já referido, as instalações são organizadas por salas de diferentes faixas etárias, nomeadamente pela creche («Sala dos bebés» e a «Sala de 1 ano») e pelo pré-escolar («Sala dos 3 anos«, «Sala dos 4 anos» e a «Sala dos 5 anos»). Na parte exterior a cada sala encontra-se um espaço comum ao ar livre. A instituição inclui ainda um refeitório e uma divisão destinada às funcionárias do Jardim-de-Infância. Na figura 2 pode observar-se a entrada principal do Jardim-de-Infância.

1.1.1.2. Caracterização da sala dos 3 anos

Tendo em consideração, o facto da PSEPE, ter sido realizada na «Sala dos 3 anos», é feita a sua caracterização de forma mais detalhada.

Assumindo-se o Jardim-de-Infância como um contexto institucional da Educação Pré-Escolar, este deve organizar-se de forma a proporcionar às crianças o necessário bem-estar, o gosto, a motivação, a exploração e o fascínio pela descoberta possibilitando, assim, um crescimento saudável, harmonioso e equilibrado. Tal como destaca o modelo Reggio Emilia:

“(…) a escola tem direito ao seu próprio ambiente (…) e utilização dos espaços formas e funções (…) Nós valorizamos o espaço pelo seu poder para organizar e promover relações agradáveis entre as pessoas de diferentes idades, criar um ambiente atrativo, providenciar mudanças, promover escolhas e atividades e pelo seu potencial para desenvolver todos os tipos de

Figura 2 - Entrada principal do Jardim-de-Infância da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.

aprendizagens, cognitiva, social e afetiva. Tudo isto contribui para um sentimento de bem-estar e segurança da criança.” (Formosinho 2013, p.120) Tendo em conta este fio condutor de pensamentos, da qual a Orientadora Cooperante era defensora e praticante, o ambiente educativo estava organizado de modo a constituir um importante suporte de atividade pedagógica, considerando as dimensões do espaço, do tempo e das interações.

Neste sentido, a sala (figura 3) onde foi realizada a PSEPE possuía uma forma retangular, era ampla e com boas condições térmicas, com boa iluminação natural (em virtude da existência de duas janelas amplas que davam acesso ao espaço exterior) e com uma grande variedade de materiais. Era um espaço bastante acolhedor e harmonioso e permitia às crianças um contacto fácil com os materiais, uma vez que se encontravam em locais muito acessíveis, facultando-lhes assim a possibilidade de escolherem e decidirem o que queriam explorar de forma mais independente. A sala estava organizada por cantinhos: casinha, cabeleireiro, jogos, garagem, leitura, computadores, pintura, lagarta e o cantinho das tarefas de ensino e aprendizagem.

1.1.1.3. Caracterização do grupo

Toda a informação fundamentada relativa às características do grupo de crianças surgiu através da observação, do diálogo através do qual evidenciavam os seus interesses e necessidades, de conversas informais com os diversos intervenientes e, ainda, através da recolha de dados das fichas de caracterização e inscrição preenchidas pelos pais, no período inicial do presente ano letivo.

É essencial ter em conta algumas características individuais das crianças, tais como, género, idade e interesses, para que assim se possa estabelecer um ambiente harmonioso, privilegiando as aprendizagens e os valores, desenvolvendo atividades de

acordo com as características de cada uma. Neste sentido, é realizada uma breve caracterização do grupo de crianças da «Sala dos 3 anos».

O grupo era constituído por dezanove crianças, das quais seis eram raparigas e treze eram rapazes, com idades compreendidas entre os 3 e 4 anos de idade, todas elas inscritas pela terceira vez consecutiva no jardim-de-infância, com exceção de uma das crianças. Estas crianças eram oriundas de um nível socioeconómico medio e, na sua maioria, os pais possuíam habilitações literárias ao nível do ensino secundário.

Era um grupo assíduo, relativamente calmo, muito participativo e interessado em todo o tipo de atividades. Eram crianças bastante curiosas sobre o que as rodeava, principalmente, no que dizia respeito à natureza. Neste sentido, a Orientadora Cooperante procurava, sempre que possível, estimular as crianças para o contacto nesta área: animais, terra, água e plantas.

No que diz respeito ao nível da aprendizagem, todas as crianças apresentavam uma grande capacidade, assim como curiosidade sobre o que as rodeava, de acordo com o seu processo de desenvolvimento. Relativamente ao domínio da linguagem, com a exceção de três crianças que apresentavam dificuldades de dicção, a maioria apresentava uma linguagem e um vocabulário adequados à sua idade. Quanto ao nível socio-afetivo, era um grupo que gostava de ajudar o adulto e de se sentir útil, eram meigas e procuravam disputar entre si a atenção do adulto. Em relação à autonomia, grande parte das crianças necessitava da ajuda de um adulto na realização de algumas tarefas/atividades e também nas refeições. A nível do domínio psicomotor, eram crianças muito ativas e gostavam de todas as atividades que de alguma forma representassem movimento: correr, saltar, subir e descer. De um modo geral, o interesse das crianças, no que diz respeito às áreas de trabalho, iam ao encontro da expressão plástica: pinturas livres, digitinta e colagens.