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3.2 CONHECER SENSIBILIDADES E IDENTIFICAR COMPORTAMENTOS DAS

3.2.2 Entrevistas com especialistas e mães

Como forma de poder explorar mais amplamente o problema de pesquisa, na segunda etapa da coleta de dados foram realizadas entrevistas não-estruturadas (DRESCH; LACERDA; JÚNIOR, 2015 - p. 34), com sete especialistas em TEA (três psicólogas e quatro terapeutas ocupacionais), com quatro mães de crianças com TEA e com um casal de pais de um adulto com TEA. Fundamentadas a partir da primeira etapa da coleta de

AUTOR(ES) - ano/título TIPO DE PUBLICAÇÃO MÉTODOS

AHRENTZEN; STEELE, 2009 - Advancing Full Spectrum Housing : Design for Adults

with Autism Spectrum Disorders

Guia de projeto de residências para

adultos com TEA. Formulário para de coleta de dados, visitas as moradias, entrevistas, estudo de caso e consulta bibliográfica.

BRADDOCK, G., ROWELL, J., 2011 - Making Homes that Work

Guia prático para adequação de residências onde vivem indivíduos com

TEA.

Questionário para cuidador, avaliação ambiental e plano de ação para intervenção no ambiente.

BRAND; GHEERAWO; VALFORT, 2010 - Living in the Community: housing design

for adults with autism

Guia de boas práticas no projeto de residências para pessoas com TEA.

Entrevistas com adultos com TEA, cuidadores, psicólogos e arquitetos. Visitas a 7 residências para observação e

entrevistas. MOSTAFA, 2008 - An architecture for

autism: concepts of design intervention for the autistic user

Artigo sobre o desenvolvimento de diretrizes de projeto arquitetônico específicas para as necessidades de

autistas.

Questionário on-line publicado em um site (famílias e educadores de crianças com TEA) e distribuído à cuidadores e

professores. Observações diretas e de vídeos. Mapeamento comportamental.

MOSTAFA 2014a: Architecture for autism: Autism ASPECTSS™ in School Design

Artigo sobre aplicação do índice ASPECTSS™ em escolas.

Questionário e estudo de caso com a aplicação da teoria do projeto sensorial e do “The Autism ASPECTSS™ Design

Index”, em uma escola no Cairo, Egito. MOSTAFA, 2014b - An Architecture for

Autism: Application of the Autism ASPECTSS™ Design Index to Home

Environments

Artigo sobre aplicação do índice ASPECTSS™ em residências.

Pesquisa qualitativa, pesquisas bibliográficas, depoimentos de familiares, entrevistas, grupos focais e aplicação do índice

ASPECTSS™. MOSTAFA, 2015 - Architecture for Autism:

Built Environment Performance in Accordance to the Autism ASPECTSS™

Design Index

Artigo sobre a aplicação do índice ASPECTSS™ para a avaliação de ambientes construídos existentes.

Estudo de caso – Avaliação de 5 escolas com intervenções no ambiente, questionários para professores e arquitetos.

Aplicação do índice ASPECTSS™. PUBLICAÇÕES SOBRE ELABORAÇÃO DE FERRAMENTAS DE PROJETO

dados, perguntas abertas foram respondidas dentro de uma conversação informal (MARCONI; LAKATOS, 2003 - p. 197).

As psicólogas participantes da pesquisa atuam na avaliação diagnóstica, no processo de reabilitação de crianças com TEA e na orientação de famílias sobre o tratamento que a criança com TEA deve seguir (SOUZA et al., 2004). Para as psicólogas foram feitas cinco perguntas, são elas:

1. A casa (aspectos materiais e de projeto) em que uma criança com TEA vive influência no bem estar desta criança?

2. Adaptações na casa (aspectos materiais e de projeto) podem favorecer o bem estar desta criança?

3. As necessidades da criança com TEA podem variar nos diferentes cômodos da casa? 4. Como os cuidadores da criança com TEA podem informar ao designer o tipo de

estímulo esperado do ambiente?

5. Dentro do tema abordado, você gostaria de colaborar com mais alguma informação? Os terapeutas ocupacionais entrevistados possuem certificação em Integração Sensorial e trabalham diretamente com crianças com TEA para melhorar sua interação com o meio ambiente através de suas atividades diárias (NAGIB, 2014). Para os terapeutas ocupacionais foram feitas dez perguntas, são elas:

1. Como você identifica a sensibilidade auditiva de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

2. Como você identifica a sensibilidade visual de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

3. Como você identifica a sensibilidade tátil de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

a. Em relação à hipersensibilidade. b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

5. Como você identifica a sensibilidade gustativa de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

6. Como você identifica a sensibilidade vestibular de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

7. Como você identifica a sensibilidade proprioceptiva de uma criança com TEA? a. Em relação à hipersensibilidade.

b. Em relação à hipossensibilidade. c. Não ter sensibilidade alguma.

8. Você identifica a dificuldade em mudar de um modo sensorial para outro relacionada a aspectos do ambiente construído? Como?

9. Na sua opinião alterar o ambiente residencial de uma criança com TEA pode auxiliar no bem-estar da criança e de seus familiares e cuidadores?

10. Dentro do tema abordado, você gostaria de colaborar com mais alguma informação? As mães participantes foram indicadas pelos terapeutas ocupacionais, entrevistados anteriormente, por estarem familiarizadas com a terapia de integração sensorial. O casal entrevistado foi indicado por uma psiquiatra do UFCSPA/HMIPV, por ter uma história de mais quarenta anos convivendo com o filho e outros indivíduos com TEA e seus familiares. Cada família entrevistada possui uma estrutura distinta da outra e moram em residências com características muito diversas, em Porto Alegre, RS. Para mães foram feitas sete perguntas, são elas:

1. Em quais os ambientes da casa o seu filho fica mais confortável? Por quê? 2. Em quais os ambientes da casa o seu filho não fica confortável? Por quê?

3. Você acha importante adaptar a casa às necessidades sensoriais da criança com TEA?

5. Em caso positivo: Quais? Por quê?

6. Em caso negativo? Você faria alterações? Quais? Por quê?

7. Dentro do tema bordado, você gostaria de colaborar com mais alguma informação? A cada um dos participantes foi feito um contato telefônico inicial, enviado um e-mail convidando a participar da entrevista e novo contato telefônico para agendamento. No início de cada entrevista foi apresentado o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), os quais todos leram e assinaram em concordância com as colocações expostas (APÊNDICE E, p. 167). O projeto desta pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê

de Ética em Pesquisa – Plataforma Brasil por envolver seres humanos e foi aprovado

através do Parecer Consubstanciado número 3.083.278(ANEXO 1 p. 133) com o título:

“Design de interiores para crianças com TEA: Proposta de metodologia para

estabelecimento dos requisitos de projeto de interiores para crianças com TEA” 3.

As perguntas foram apresentadas aos participantes antes das entrevistas (APÊNDICES A, B e C, p. 161,162 e 164) e cada um respondeu de acordo com o seu ritmo. Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas (APÊNDICES I, J e K, p. 173,188 e 247). As entrevistas proporcionaram a pesquisadora obter, com os entrevistados, informações relacionadas à sensibilidade e aos comportamentos de indivíduos com TEA frente aos estímulos do ambiente construído.

Os critérios de classificação dos dados foram baseados na TIS e organizados, pela pesquisadora, de acordo com a influência que exercem sobre cada sistema sensorial da criança, apresentados no Quadro 11.

3 O título original foi substituído por: “Design de interiores para crianças com TEA: Proposta de framework para

definição dos requisitos de projeto”, por esta pesquisa se tratar do desenvolvimento de uma ferramenta para ser usada no processo de projeto de interiores.

Quadro 11 - Critérios de classificação das informações coletadas nas entrevistas com os especialistas.

(fonte: Elaborado pela Autora).