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2.4. Envelhecimento demográfico

2.4.2. Envelhecimento demográfico em Portugal

Portugal, de acordo com o Censos de 2011, apresenta um quadro de envelhecimento demográfico bastante acentuado, com uma população idosa (pessoas com 65 e mais anos) de 19,15%, uma população jovem (pessoas com 14 e menos anos) de 14,89% e uma

esperança média de vida à nascença de 79,2 anos. Em 2050, prevê-se que se acentue a tendência de involução da pirâmide etária, com 35,72% de pessoas com 65 e mais anos e 14,4% de crianças e jovens, apontando a longevidade para os 81 anos (INE, 2012).

Portugal regista, em 2011, um índice de longevidade de 79,20 (80,57 para as mulheres e 74,0 para os homens), prevendo as projeções para 2050, um aumento significativo deste índice, já que as pessoas poderão viver, em média, 81 anos (84,1 as mulheres e 77,9 os homens) (INE, 2012).

Significativa, ainda, é a previsão da esperança média de vida para aqueles que atingirem os 80 anos. Em 2050, dos 7,6 anos que as mulheres dos nossos dias podem viver, em média, para além dos 80 anos, passar-se-á para 10,2 e, dos 5,9 anos para os homens passar-se-á para os 7,3. Notória é, também, a presença maioritária de mulheres (58%) no grupo etário dos 65 e mais anos, em relação à dos homens do mesmo grupo (42%) (INE, 2012). Em quase todos os países, a tendência é para o número de mulheres viúvas superar o dos homens (Veras, 2003). Dados publicados pelas Nações Unidas apontam, ainda, para a existência, em Portugal, de 300 pessoas com 100 ou mais anos, prevendo-se que, em 2025, esse número ascenda aos 1.800 e, em 2050, atinja 6.400 pessoas (Beard et al., 2012).

De acordo com o Censos de 2011, verificou-se em Portugal um ligeiro crescimento da população em relação a 2001, tendo crescido a população residente em 1,9% (INE, 2012). De acordo com os números divulgados pelo INE, em 2011 havia mais 206.061 pessoas a residir em Portugal, 188.652 das quais imigrantes. Apenas 17.409 pessoas (8% do crescimento de 206.061 numa década), são resultado do saldo natural entre nascimentos e mortes (INE, 2012).

Entre a população residente em Portugal, 52% são mulheres, com um registo censitário de 5.515.578, e 48% são homens, com um valor de 5.046.600.

Quanto ao crescimento por regiões, o Algarve foi a região do país em que a população mais cresceu na década entre 2001 e 2011, com um aumento populacional de 14,1%. Entre as regiões que também cresceram em termos populacionais, Lisboa regista um

aumento de 6%, a região autónoma da Madeira de 9% e a região autónoma dos Açores de 2%. O norte é a única região a apresentar uma estabilização da população, com um crescimento ligeiro de 0,1%. Já o centro e o Alentejo perderam população, registando quebras de 1% e 2,5%, respetivamente (INE, 2012).

Os resultados definitivos do Censos de 2011 alertam ainda para o aumento do risco de desertificação do interior, com 50% da população concentrada em apenas 33 dos 308 municípios que compõem o mapa nacional, e maioritariamente localizados na região da grande Lisboa, grande Porto e Algarve. Lisboa é o município mais populoso, com quase 550 mil habitantes, mas perdeu população em relação a 2001, ou seja, 3%, que equivale a cerca de 17 mil pessoas. Na lista dos cinco municípios mais populosos do país seguem-se Sintra, com 377.835 residentes, Vila Nova de Gaia, com 302.295, Porto, com 237.591, e Cascais, com 206.479. O Porto, apesar da quarta posição na lista de municípios mais populosos, perdeu quase 10% de residentes em relação a 2001. Por outro lado, Cascais foi dos que registou um dos maiores crescimentos absolutos, com um aumento de 35.796 habitantes numa década (INE, 2012). Em 2011, 198 municípios perderam população, contra 171 em 2001, sendo as zonas do interior as mais afetadas, como representado na Figura 2.

Figura 2. População residente em Portugal, 2011

(Santana & Costa, 2012)

Portugal, tem 2.023.000 idosos, ou seja, 19% da população. São cada vez mais os que vivem na solidão; 400.964 idosos (20%) estão completamente sozinhos e 804.577 (40%)

vivem com outros idosos. Na região norte, apesar de se observarem taxas de crescimento efetivo positivas ao longo de toda a década, estas têm vindo a decrescer em resultado do declínio quer do crescimento natural, quer do migratório.

Nas regiões do interior norte, essa evidência é muito significativa devido ao êxodo da população ativa para as grandes cidades, situação que se agravou em 28%, nos últimos anos. Esta conjuntura tem grande relevância no interior do país como se pode visualizar na Figura 3.

Figura 3. População residente com idade igual ou superior a 65 anos

(Ministério da Solidariedade e da Segurança Social [MSSS], 2011)

A distribuição da população idosa em Portugal segue também a tendência da UE, prevendo-se um aumento de 0,3% ao ano, atingindo, em 2040, 2.687.046 (28,8%) da população total residente em Portugal (Figura 4).

Figura 4. População com 65 e mais anos, residente em Portugal continental, 2005-2040

(Santana & Costa, 2012)

A expectativa de vida humana nas sociedades antigas era extremamente reduzida em relação à atualidade, devido aos problemas de saúde pública, das doenças endémicas e epidémicas e da violência, sendo extremamente raro que as pessoas sobrevivessem até à velhice. Hoje, e com a expectativa de uma maior longevidade, a realidade diz que as pessoas viverão cada vez até mais tarde e a reposição das gerações será cada vez mais difícil, provocando o desequilíbrio observado na Figura 5.

Figura 5. Evolução da proporção da população jovem e idosa no total

da população (%), Portugal, 1960-2050

A ―retangularização‖9

das curvas de sobrevivência provém dos progressos da medicina preventiva e curativa, da alimentação, higiene, vestuário, do conforto moderno e, sobretudo, da facilidade de acesso às vantagens oferecidas pela sociedade industrializada e, antes de mais, aos cuidados médicos. O índice de envelhecimento situa-se em 127,8%, em 2011, comparativamente a 102,2%, em 2001. O índice de longevidade era, em 2001, de 42,2%, ficando em 2011 em 48,6%. Aumentou o nível de dependência dos idosos (28,8% em 2011 e 24,6% em 2001) e diminuiu o índice de dependência dos jovens (22,6% em 2011 e 24,0% em 2001), sendo o índice de dependência total de 51,4% em 2011 e 48,6 em 2001 (Figura 6).

Figura 6. Índices de dependência, 2011

(Santana & Costa, 2012)

A crescente percentagem de idosos no perfil etário dos povos, é vista sob uma perspetiva negativa e como motivo de preocupação, mas o verdadeiro problema residirá antes no facto do idoso já não desempenhar nenhum papel efetivo no todo social. Se o próprio

9 Ao longo do século XX, quase triplicou a duração média da vida e, em simultâneo, reduziu -se a um terço a fecundidade. De uma

pirâmide de base alargada e vértice estreito, correspondente a uma população jovem, no início do século passado, passou -se no final do século a uma imagem rectangular, pela diminuição quantitativa do número de indivíduos jovens – crianças e adultos (envelhecimento da base) e em simultâneo pelo aumento do número de idosos (envelhecimento no vértice) ( www.ine.pt, acedido em fevereiro 2013).

idoso não adquire consciência do seu sentido de vida, pouco adiantam a gerontologia médica e todos os cuidados sociais. Sem essa consciência, efetivamente, a única coisa que se promove é prolongar a vida biológica do indivíduo, sendo que ele se transforma num peso para si próprio, para a família e para a sociedade.

2.5. O princípio do respeito pela pessoa humana - imagem corporal