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A g erAção doS r eSíduoS S ólidoS

No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 68-74)

Devido à diversidade de atividades industriais e, consequentemente, de processos produtivos, temos a possibilidade de gerar vários tipos de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Essa diversidade de processos dificulta o planejamento de procedimentos e atividades de controle dos resíduos gerados.

Assim, ao iniciarmos o estudo sobre as diversas etapas que compõem o manejo de resíduos sólidos, é importante conhecermos as diversas fases do processo, desde a geração até a disposição final dos resíduos sólidos.

De uma maneira bastante simplificada, podemos dizer que esse processo é composto das seguintes etapas:

• geração;

• acondicionamento;

• coleta;

• estação de transferência ou transbordo;

• processamento e recuperação;

• disposição final.

É de suma importância, portanto, que os resíduos sejam caracterizados e quantificados no ponto de origem (geração), possibilitando o planejamento em relação ao tipo de tratamento e acondicionamento adequados. Os resíduos de categorias diferentes (perigosos, não-inertes e inertes) não devem ser misturados.

Assim, isso requer atenção especial dentro da indústria, na atividade de acondicionamento e, também, em todos os outros pontos de geração de resíduos, Para classificar um

Com o objetivo de diminuir o volume de resíduos destinados ao tratamento ou à disposição final, as empresas estão reduzindo os gastos operacionais e, muitas vezes, estão conseguindo gerar uma receita extra para a indústria, por meio da segregação do material e da posterior reciclagem. Existem várias experiências com reciclagem de material orgânico, gerando compostos e fertilizantes por intermédio da compostagem: papel, papelões, cartões e cartolinas para fabricar papel reciclado; reutilização de plásticos, vidros e metais na própria indústria ou sua utilização para fabricação de embalagens.

Segundo Figueiredo, Santos e Ferrari et al. (2000), para realizar a prevenção da poluição devemos realizar práticas que visem a redução e/ou eliminação das cargas poluidoras na própria fonte geradora, em termos de volume, concentração ou toxicidade do resíduo. Podemos obter bons resultados com a modificação em equipamentos, procedimentos, processos, substituição de matéria-prima e reformulação de produtos. Em alguns estados, com o objetivo de

incentivar a reciclagem e recuperação de resíduos, já existem “bolsas de resíduos”, que são publicações periódicas, gratuitas, nas quais as indústrias oferecem seus resíduos para venda ou doação.

Perante a legislação, o gerador de resíduos sólidos é responsável pelo adequado acondicionamento destes, facilitando a coleta posterior.

Para escolher o recipiente adequado para o acondicionamento dos resíduos, devemos sempre observar as características e as quantidades geradas, bem como a frequência em que será realizada a coleta, o tipo de edificação existente e, também, o preço do recipiente.

Ao realizarmos o acondicionamento em recipientes adequados, estamos contribuindo para a prevenção de acidentes, evitando a proliferação de insetos e pragas, diminuindo o impacto visual e olfativo e facilitando a coleta seletiva. A modificação de equipamentos, procedimentos, processos, substituição de matéria-prima e reformulação de produtos são, também, exemplos de práticas que podem ser adotadas para reduzir e/ou eliminar a concentração e o volume dos resíduos sólidos provenientes de diversas atividades.

Com o intuito de padronizar as cores utilizadas nos recipientes de materiais recicláveis, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), elaborou a Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001. As cores determinadas foram as seguintes:

Ao realizarmos o

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Quadro 7 – Padronização das cores para reciclagem

AZUL

Papel/papelão

VERMELHO

plástico

VERDE

vidro

AMARELO

metal

PRETO

madeira

LARANJA

Resíduos perigosos

BRANCO

Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde

ROXO

Resíduos radioativos

MARROM

Resíduos orgânicos

CINZA

Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado, não passível de separação.

Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil (2001).

Para visualizar a separação dos resíduos em vasilhames de cores diferentes, apresento, a seguir, uma figura.

Figura 1 - Vasilhames da Coleta Seletiva – Cores e Símbolos

Fonte: Disponível em: <http://criarfazer.net/wp-content/uploads/2012/03/

lixeiras-coloridas-coleta-seletiva-1.jpg>. Acesso em: 12 out. 2013.

Nesse sentido, os sacos plásticos sem retorno podem ser utilizados para embalar o lixo domiciliar. A NBR 9.190, da ABNT (1993a), regulamenta as

• resistência contra rompimento durante o manuseio;

• volume de 20, 30, 50 ou 100 litros;

• possuir fita para fechamento da “boca”;

• qualquer cor, com exceção da branca (geralmente os sacos são de cor preta).

Os resíduos sólidos urbanos também podem ser acondicionados em contêineres de plástico, em polietileno de alta densidade (PEAD), com capacidades de 120, 240 e 360 litros (contêineres de duas rodas) e 760 e 1.100 litros (contêineres de quatro rodas), ou, ainda, em contêineres metálicos com capacidade de 750 a 1500 litros, providos de rodízios, que podem ser basculados por caminhões compactadores.

O acondicionamento dos resíduos públicos pode ser feito em papeleiras de rua, em cestas coletoras plásticas para pilhas e baterias e em sacos plásticos ou contêineres. Já o lixo domiciliar de grandes geradores e de estabelecimentos públicos é acondicionado em contêineres de grande porte, com capacidade superior a 360 litros, de dois tipos:

• contêineres providos de rodas, de metal ou plástico (polietileno de alta densidade), com capacidade de 760, 1.150 e 1.500 litros que são basculados mecanicamente;

• contêineres estacionários, geralmente metálicos, com capacidade até 5 m3, basculáveis nos caminhões ou contêineres intercambiáveis com capacidade de 3 a 30 m3, também metálicos que são manejados por sistema de guindastes.

Os resíduos da construção civil (entulho de obras) são acondicionados em contêineres metálicos estacionários com capacidade de 4 ou 5 m3.

No acondicionamento de baterias, devemos considerar as reações químicas possíveis, portanto é importante evitar o contato dos eletrodos entre as baterias ou com objetos de metal. Assim, recomenda-se que estas sejam embaladas individualmente em sacos plásticos. Os contêineres que estocam baterias devem ser selados ou vedados com o objetivo de evitar a liberação do gás hidrogênio, o qual é explosivo em contato com a atmosfera. O armazenamento também deverá ser realizado em local arejado e protegido do sol e da chuva. Devido às suas características tóxicas, as pilhas e baterias são resíduos inclusos na

“logística reversa”, em que a responsabilidade do acondicionamento, da coleta, do transporte e da disposição final é dos fabricantes, dos comerciantes, dos importadores e da rede autorizada de assistência técnica.

Proteção do Meio Ambiente

As lâmpadas que contêm mercúrio (lâmpadas fluorescentes) são, também, de responsabilidade do fabricante e da cadeia de empresas que as comercializam, devendo ser armazenadas seguindo as seguintes exigências:

• lâmpadas inteiras são estocadas em caixas ou bombonas plásticas, rotuladas, evitando que possam quebrar com o manuseio;

• se quebrar alguma lâmpada, os cacos de vidro devem ser removidos e a área de contato deve ser lavada;

• as lâmpadas quebradas devem ser armazenadas em contêineres selados e identificados “Lâmpadas Fluorescentes Quebradas – contém mercúrio”.

• quando enviar lâmpadas para reciclagem, é importante informar o nome do fornecedor, o endereço, a transportadora e o reciclador; número de lâmpadas enviadas e data do carregamento. Recomenda-se manter esses registros (notas) por três anos, no mínimo.

Os pneus também são considerados resíduos enquadrados na “logística reversa”, sendo a coleta e a destinação final de responsabilidade das empresas fabricantes e das importadoras. Temos algumas recomendações para o acondicionamento de pneus para a coleta, tendo em vista a saúde pública e a preservação do meio ambiente:

• não acumule pneus, encaminhe-os para coleta assim que cessar o seu uso;

• durante o acondicionamento, utilize depósitos em ambientes cobertos e protegidos das intempéries;

• não queime pneus.

Os resíduos sólidos industriais possuem algumas formas de acondicionamento, conforme o tipo de resíduo:

• tambores metálicos de 200 litros são utilizados para resíduos que não possuem características corrosivas;

• bombonas plásticas de 200 ou 300 litros são utilizadas para resíduos corrosivos e também resíduos semissólidos;

• sacos de polipropileno trançado (big-bags plásticos), com capacidade de armazenamento superior a 1 m3;

• contêineres plásticos padronizados em 120, 240, 360, 750, 1.100 e 1.600 litros são utilizados para resíduos que permitem o retorno da embalagem de acondicionamento;

• caixas de papelão, com capacidade de armazenar até 50 litros, são utilizadas para resíduos destinados a incineração.

Para o acondicionamento de resíduos radioativos, é importante observar que os recipientes devem ser à prova de radiação, sendo confeccionados de chumbo, concreto, etc., e é indispensável a utilização de alguns Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante o manuseio, como avental de chumbo, sapato, luvas, máscara e óculos adequados.

Os resíduos de portos e aeroportos são acondicionados em recipientes idênticos aos utilizados para lixo domiciliar, com exceção de haver alerta de

“quarentena”, em que são necessários cuidados especiais com os resíduos de pessoas ou das cargas provenientes de países com situação epidêmica.

A ABNT, por meio da NBR 12.809 (ABNT, 1993b), regulamenta o manuseio de resíduos provenientes dos serviços de saúde, estabelecendo os cuidados mínimos para segregar os resíduos na fonte e, também, durante o manuseio de resíduos perigosos. A etapa principal desses procedimentos é a separação, na origem, do lixo infectante, que representa em torno de 10 a 15% do total de resíduos, mas é a principal causa de infecção hospitalar. Durante o manuseio dos resíduos infectantes é necessário a utilização dos seguintes EPI: avental plástico, bota de PVC ou sapato fechado, luvas adequadas, máscara e óculos.

A ABNT, por meio das NBR 9.190 e 9.191 (ABNT, 1993a, 2000), regulamenta o acondicionamento dos resíduos originados em serviços de saúde, prevendo que estes sejam acondicionados diretamente em sacos plásticos adequados, evitando o contato direto dos funcionários. Os sacos plásticos obedecem à especificação de cores, sendo os transparentes utilizados para lixo comum reciclável; coloridos opacos, para lixo comum não reciclável; e branco leitoso, para lixo infectante ou especial, com exceção do lixo radioativo.

Proteção do Meio Ambiente

O CONAMA (BRASIL, 2001), por meio da Resolução nº 275/2001, padronizou as cores a serem utilizadas nos recipientes de materiais recicláveis: azul, vermelho, verde, amarelo, preto, laranja, branco, roxo, marrom e cinza. Cada resíduo, uma cor.

Ao serem retirados dos locais de trabalho, os sacos plásticos devem ser colocados em contêineres que realizam o transporte até abrigos temporários. Esses contêineres também são diferenciados por cores, sendo adotada a cor branca para o lixo infectante e qualquer outra cor para o lixo comum.

No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 68-74)