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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

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Academic year: 2022

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Autora: Calani Helena Franz Müller

Programa de Pós-Graduação EAD

UNIASSELVI-PÓS

(2)

344.046

M958p Muller, Calani Helena Franz

Proteção do Meio Ambiente/ Calani Helena Franz Muller. Indaial : Uniasselvi, 2013.

166 p. : il

ISBN 978-85-7830-865-0 1. Proteção Ambiental.

I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

Reitor: Prof. Dieter Sergeli Sardeli de Paiva

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da

Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves

Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli Revisão de Conteúdo: Prof. Lírio Ribeiro

Revisão Gramatical: Profa. Janete Bridon Reis

Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito

Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090

Copyright © UNIASSELVI 2013

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

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pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em 1992 – Florianópolis (SC).

• Cursando MBA – Engenharia Sanitária Ambiental no IPOG (Instituto de Pós-Graduação

& Graduação) – conclusão no inicio de 2014.

• Pós-graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela UNIDAVI (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí), em 2006 – Rio do Sul (SC).

• Pós-graduada em Gestão e Auditoria Ambiental, pela FUNIBER (Fundação Universitária Iberoamericana), em 2004 – Florianópolis (SC).

Experiência de 17 anos em Estação de Tratamen- to de Água de pequeno porte; Em paralelo, atuação no tratamento de efluentes em fábrica de papelão e de

fécu-la de mandioca.

Projetos para obtenção e/ou renovação de Licen- ças Ambientais.

Elaboração de LTCAT e PPRA.

Atualmente, atua como professora-tutora do curso de Tecnologia de Segurança no Trabalho.

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APRESENTAÇÃO ... 7

CAPÍTULO 1

A

vAliAção

A

mbientAl

... 9

CAPÍTULO 2

A

SegurAnçAdo

t

rAbAlhonAS

A

tividAdeSque

e

nvolvem

r

eSíduoS

S

ólidoS

... 59

CAPÍTULO 3

S

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t

rAbAlhoe

S

AneAmento

b

áSico

... 87

CAPÍTULO 4

P

rogrAmASde

A

vAliAçãoe

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A

mbientAl

... 127

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(7)

Caro (a) pós-graduando (a), bem-vindo (a) a disciplina de Proteção ao Meio Ambiente. Com este estudo você poderá compreender alguns conceitos relacionados a temática ambiental e conhecer um pouco da legislação aplicada ao assunto, além de estudar e interpretar o trabalho desenvolvido por pessoas que labutam em setores responsáveis por solucionar ou minimizar os problemas ambientais de empresas públicas e privadas e da população em geral.

No decorrer desta disciplina você terá acesso a vários conceitos e poderá acompanhar alguns exemplos e comentários com o intuito de auxiliá-lo no estudo e realização dos exercícios. Sugiro que você faça também as leituras recomendadas com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o assunto.

Assim, na primeira unidade você poderá conhecer algumas definições técnicas e aspectos legais da área ambiental, como o funcionamento do CONAMA e a estrutura do SISNAMA com o objetivo de melhorar o entendimento da legislação ambiental e estabelecer critérios e técnicas para a realização de avaliação e controle dos diversos poluentes.

Na segunda unidade, será abordado o saneamento básico, em suas diversas operações, como o abastecimento de água potável, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos urbanos e da água pluvial. Neste ponto, recomendo atenção especial para a descrição dos riscos envolvidos nas atividades relacionadas ao saneamento básico e que geralmente são ignorados pela população.

Da mesma forma, na terceira unidade, em que você estudará os resíduos sólidos, desde a geração até o destino final adequado, também serão conhecidos as implicações sobre a saúde do trabalhador em contato com os diversos tipos de resíduos.

E, por último, a quarta unidade apresenta alguns tipos de planos de gerenciamento ambiental, dos quais, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), utilizado para indústrias, pode ser considerado de aplicação ampla, enquanto outros planos possuem uso específico, como exemplo, o PGRSS (plano de gerenciamento de resíduos de serviços da saúde).

Aproveite a oportunidade para ampliar seus conhecimentos e seu interesse

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pela problemática ambiental, para a qual você, futuro Engenheiro de Segurança do Trabalho, poderá apresentar algumas soluções viáveis.

Um grande abraço e excelentes estudos!

A autora.

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C APÍTULO 1

A vAliAção A mbientAl

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

3 Compreender os conceitos básicos relacionados à avaliação ambiental.

3 Conhecer a legislação ambiental.

3 Identificar e avaliar os riscos ambientais inerentes às atividades laborais.

3 Escolher técnicas de avaliação e controle adequadas a cada tipo de poluente.

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c ontextuAlizAção

A preocupação com a saúde e a segurança do trabalho, no Brasil, é recente, mas percebe-se que vem aumentando, gradativamente, o interesse pelo assunto.

Com isso, são aprimoradas ou surgem novas leis, normas e regulamentações.

Sabendo que o homem faz parte do ambiente em que vive, torna-se necessária a preocupação simultânea com a proteção do meio ambiente. Assim, além das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, temos, também, as Leis Ambientais e diversas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente para auxiliar nas diretrizes do trabalho desenvolvido pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Neste capítulo, estudaremos sobre a Avaliação Ambiental, necessária para a realização do controle dos riscos ambientais, prevista na legislação. Para esta leitura, precisamos, inicialmente, entender alguns conceitos relacionados ao tema, como meio ambiente, diferenças entre poluição e contaminação, dentre outros.

Para o desenvolvimento do trabalho ligado à Engenharia de Segurança do Trabalho, é necessário o conhecimento da legislação ambiental. Então, você terá a oportunidade de conhecer duas leis federais, a saber: a Lei de Crimes Ambientais e a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.

E, finalmente, aprenderemos a interpretar a Norma Regulamentadora (NR- 9), do Ministério do Trabalho e Emprego, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Além disso, acompanharemos alguns critérios e técnicas utilizadas para a avaliação e controle dos poluentes.

d efiniçõeS t écnicAS

Meio Ambiente

No Brasil, o conceito legal de meio ambiente encontra-se disposto no art.3º, I, da Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

A lei diz que meio ambiente é “[...] o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). No entanto, a Resolução CONAMA nº 306/2002 acrescenta alguns termos na definição anterior: Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 2002). Já, na ISO 14001:2004 (ABNT, 2004, p.

2), encontramos a seguinte definição sobre meio ambiente: “[...] circunvizinhança

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Proteção do Meio Ambiente

em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. Ao interpretar essa definição, podemos concluir que cada organização deve respeitar o meio ambiente, cumprindo as legislações e as normas pertinentes e, consequentemente, não causando poluição, pois é responsável pela “circunvizinhança”.

Para uma definição completa de meio ambiente, devemos considerar três aspectos:

• Meio ambiente natural, ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam.

• Meio ambiente artificial, constituído pelo espaço urbano construído.

• Meio Ambiente cultural, integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que, embora artificial, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou. (SILVA, 2004, p. 21).

Além desses aspectos, temos, ainda, o Meio ambiente do trabalho, previsto no art. 200, VIII, da Constituição Federal de 1988, ou seja, “[...] o conjunto de fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou não, estão presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa” (SANTOS, 2007).

A Constituição Federal de 1988, no Art. 225, capítulo VI, diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 1988).

Riscos Ambientais

A NR-9 define riscos ambientais como “[...] agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador” (BRASIL, 1994). São considerados “agentes físicos”, as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. Ex.:

ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Esses agentes

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Ruído: existem dois fatores envolvidos na exposição ao ruído: a intensidade e o tempo de exposição. A exposição ao ruído elevado ou prolongado reduz a capacidade auditiva do trabalhador, podendo causar a surdez profissional.

O estado emocional do trabalhador exposto é afetado, com consequências psicossomáticas e aumento dos casos de estresse, influenciando, negativamente, na produtividade. O ruído também pode distrair o empregado ou mascarar sinais de alarme sonoro, causando, indiretamente, acidentes de trabalho.

Vibrações: nos ambientes de trabalho são encontradas dois tipos de vibrações: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. (Ex. trabalho com britadeira, etc.). Essas vibrações podem desencadear distúrbios neurológicos, vasculares, musculares, e, também, lesões osteoarticulares, afetando, principalmente, a coluna vertebral.

Radiações ionizantes: são aquelas que incidem sobre os materiais ou as pessoas expostas, produzindo uma ionização, ou seja, agem sobre as partículas neutras, subdividindo-as em partículas eletricamente carregadas. Essas radiações são provenientes de materiais radioativos como o raio gama (g), ou podem ser produzidas artificialmente em equipamentos, como são os Raios X.

Radiações não-ionizantes: são aquelas de natureza eletromagnética.

A saúde humana pode ser afetada, mas depende de alguns fatores, como: a duração e a intensidade da exposição, comprimento de onda da radiação e a região do espectro em que estão situadas. A solda elétrica é um exemplo de radiação não-ionizante.

Temperaturas extremas (Frio ou Calor): os profissionais que geralmente estão expostos ao calor excessivo são os cozinheiros, os padeiros, os fundidores de metais, os mineiros, os fabricantes de vidro, etc. As consequências dessa exposição estão relacionadas à fraqueza, à incapacidade de concentração, à ansiedade, à irritabilidade, à depressão, e, em casos mais graves, à desidratação e a câimbras. Os riscos aumentam com o esforço físico prolongado (aumento da quantidade de calor produzida pelo corpo) e com a umidade elevada (diminui o efeito refrescante da sudorese). Os trabalhadores que, em geral, estão expostos ao frio excessivo, são aqueles que executam tarefas em câmaras frigoríficas, serviços de refrigeração e, também, em trabalhos a céu aberto em regiões de clima frio.

Em torno de -1°C pode ocorrer necrose dos tecidos, sendo o primeiro sinal dessa lesão caracterizado por uma sensação aguda de adormecimento e de anestesia dos tecidos atingidos. A necrose superficial pode evoluir até o congelamento dos tecidos mais profundos, causando isquemia, trombose e gangrena.

Pressões anormais: trabalhos realizados nessas condições, muitas vezes, estão relacionados a atividades ou a operações com ar comprimido e a trabalhos

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Proteção do Meio Ambiente

submersos. Ex.: mergulho para manutenção de plataformas de petróleo e trabalhos em grandes altitudes. A alteração apresentada no organismo é a falta de oxigenação que afeta diretamente o cérebro e apresenta alguns sintomas, a saber: irritabilidade, alterações do sono, diminuição da capacidade motora e sensitiva, fadiga muscular e, também, edema cerebral e de pulmão.

Umidade: as operações ou atividades executadas em locais com umidade excessiva são aquelas desempenhadas em lugares alagados ou encharcados.

Ex.: lavação de carros. Essas atividades são capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

As substâncias, os compostos ou, ainda, qualquer produto que tenha a possibilidade de penetrar no organismo do trabalhador por meio das vias respiratórias (ex.: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases e vapores), ou através do contato, seja absorvido pela pele, seja ingerido, são considerados “agentes químicos”. Esses agentes podem ser encontrados em estado líquido, sólido ou gasoso.

O trabalhador poderá estar em contato com “riscos biológicos” quando exposto a vírus, a fungos, a bactérias, a parasitas e a bacilos, os quais são micro- organismos que podem causar doenças, tais quais: malária, febre amarela e tuberculose. Podemos citar, também, alguns profissionais que geralmente estão expostos a riscos biológicos: funcionários de hospitais, consultórios dentários, sanatórios, laboratórios de análises biológicas, curtumes, estações de tratamento de esgoto, etc.

A classificação dos riscos ambientais também é dada pela Portaria Nº. 25 de 29 de Dezembro de 1994 (BRASIL, 1994), por meio da sua Tabela I. Esses riscos foram divididos em 5 grupos distintos com cores padronizadas, no intuito de facilitar a visualização e a identificação pelo trabalhador, sendo eles: Riscos Físicos (verde), Riscos Químicos (vermelho), Riscos Biológicos (marrom), Riscos Ergonômicos (amarelo) e Riscos de Acidentes (azul). Assim, conforme essa portaria, há a inclusão de riscos ergonômicos e de acidentes.

Os “riscos ergonômicos” podem ser diagnosticados em diversas atividades profissionais, estando diretamente relacionados a fatores psicológicos e fisiológicos que podem comprometer a saúde, a segurança e a produtividade dos trabalhadores, causando alterações físicas e emocionais. Esses riscos estão relacionados a movimentos repetitivos, ao levantamento e transporte manual de pesos, ao trabalho em pé, à postura inadequada, à iluminação inadequada, ao desconforto térmico e acústico, ao mobiliário inadequado, dentre outros.

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do trabalhador ou por alguma circunstância, podendo causar acidente, temos a existência de “riscos de acidentes” que podem ser diagnosticados, por exemplo, quando temos máquinas desprotegidas, ferramentas ou procedimentos inadequados e materiais perfuro-cortantes manipulados de forma incorreta.

Os cinco grupos de riscos, separados por cores, estão apresentados no quadro 1 a seguir:

Quadro 1 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos de acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de

Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico

intenso inadequado

Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e Máquinas e

transporte manual equipamentos

de peso sem proteção

Radiações Névoas Protozoários Exigência de Ferramentas

ionizantes postura inadequadas ou

inadequada defeituosas Radiações Neblina Fungos Controle rígido de Iluminação

não ionizantes produtividade inadequada

Frio Gases Parasitas Imposição de Eletricidade

ritmos excessivos

Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno Probabilidade de e noturno incêndio e explosão

Pressões Substâncias, Jornadas de Armazenamento

anormais compostas ou trabalho inadequado

produtos prolongadas

químicos em geral

Umidade Monotonia e Animais peçonhentos

repetitividade

Outras situações Outras situações de causadoras de stress risco que poderão físico e/ou psíquico contribuir para ocorrência

de acidentes Fonte: Brasil (1994).

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Proteção do Meio Ambiente

Os riscos ambientais podem estar presentes nos locais de trabalho, podendo causar danos à saúde do trabalhador. A importância deles, no entanto, é definida em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição.

Poluição

A poluição ambiental pode ser definida como o lançamento ou a presença nas águas, no ar e/ou no solo, de matéria ou energia que podem danificar os usos, previamente definidos, desses recursos naturais (NEFUSSI, 1976). Outra definição possível é: Poluição é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras espécies (BRAGA et al., 2002).

De acordo com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, POLUIÇÃO é definida como “[...] degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.” (BRASIL, 1981).

A mesma Lei apresenta, ainda, que “POLUIDOR” é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.

Estas são algumas formas de poluição:

Quadro 2 – Algumas formas de poluição Atmosférica Destrói a camada de ozônio e provoca chuva ácida.

Hídrica Polui rios e mares, atingindo inclusive as fontes subterrâneas.

Do solo Danifica a composição natural do solo e pode atingir/danificar a flora e a fauna.

Os riscos ambientais podem estar presentes nos

locais de trabalho, podendo causar

danos à saúde do trabalhador. A importância deles,

no entanto, é definida em função

de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo

de exposição.

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Sonora Provoca problemas auditivos, stress, fadiga nos seres humanos.

Visual Ocupa todos os espaços vazios em áreas urbanas, principalmente com propagandas diversas, podendo inclusive causar acidentes por desviar a atenção dos motoristas.

Luminosa Atinge os seres vivos em geral, por meio do uso de iluminação artificial incorreta, causando problemas de saúde nas pessoas e, também, distúr- bios de crescimento e florescimento em plantas.

Eletromagnética Provoca interferências nos rádios e aparelhos elétricos, dentre outras.

Essa poluição é considerada perigosa por não ser visível.

Fonte: Elaborado pela autora.

São consideradas fontes geradoras de poluição:

• Atividade doméstica: resíduos, esgotos e águas residuárias.

• Atividade industrial: resíduos, efluentes, material particulado e gases.

• Estocagem subterrânea de combustíveis: postos de gasolina.

• Sistemas de saneamento in situ: fossas comuns e sépticas.

• Cemitérios: necro chorume e resíduos.

• Atividade agropecuária: fertilizantes, agrotóxicos, esgoto e esterco de animais.

A POLUIÇÃO DO AR pode ser diagnosticada quando encontramos a presença de substâncias em concentrações capazes de interferir na saúde, na segurança e no bem-estar dos seres humanos, na fauna, na flora e nos materiais, por meio da alteração das características físicas, químicas e biológicas da atmosfera.

Os compostos a seguir são responsáveis por 90% do problema de contaminação atmosférica:

• monóxido de carbono (CO);

• óxidos de nitrogênio (Nox);

• hidrocarbonetos (HC);

• oxidantes fotoquímicos, como o Ozônio (O3);

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Proteção do Meio Ambiente

• óxidos de enxofre (Sox);

• particulados.

A POLUIÇÃO DA ÁGUA pode ser assim classificada:

• poluição térmica: descarga de efluentes a altas temperaturas;

• poluição física: descarga de material em suspensão;

• poluição biológica: descarga de bactérias patogênicas e vírus;

• poluição química: pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização.

A POLUIÇÃO DO SOLO ocorre, principalmente, pelo uso indiscriminado de produtos químicos na agricultura, também chamados de defensivos agrícolas ou agrotóxicos. Além de contaminar os animais, afetando toda a cadeia alimentar, também modifica a composição do solo. Contudo, além dos agrotóxicos, temos outros causadores de poluição:

a) Aterros sanitários e industriais: os resíduos sólidos coletados nas cidades, bem como os resíduos provenientes de indústrias, são enviados para os aterros, onde a matéria orgânica sofre decomposição e gera o “chorume”, que é um líquido. Os aterros são protegidos por argila compactada e forração plástica. A contaminação do solo ocorre quando há vazamento desse líquido ou quando os compostos considerados “perigosos” atingem camadas mais profundas, chegando ao lençol freático.

b) Lixo radioativo: é produzido pelas usinas nucleares e causa grandes danos quando há problemas no processo ou descarte inadequado, ao exemplo do descarte da cápsula contendo césio 137 na cidade de Goiânia, o qual contaminou o solo e milhares de pessoas. Essa cápsula, contendo apenas 19,26g de cloreto de césio-137 (CsCl) - um pó branco semelhante ao sal de cozinha, o qual, no escuro, possui um brilho com coloração azul -, foi responsável pela geração de aproximadamente 6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiais de construção etc.). Esse lixo radioativo está confinado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) localizados em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar armazenado por aproximadamente 180 anos.

As principais consequências da poluição são:

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• danos à flora e à fauna;

• prejuízos materiais;

• prejuízos às atividades econômicas e culturais;

• desfiguração da paisagem;

• desvalorização de áreas.

Para complementar o estudo sobre poluição da água e os diversos contaminantes conhecidos, recomendo a leitura de um texto de autoria da Dr.a Sônia Lucia Modesto Zampieron e do biólogo João Luís de Abreu, disponível em http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/

m_a_txt5.html.

Contaminação

A contaminação ocorre quando a concentração de determinadas substâncias resulta em desvio da composição normal do ambiente, atingindo níveis mais elevados que os normais (naturais), entretanto sem ainda causar algum efeito danoso à fauna, à flora e ao homem. Assim, se essas substâncias não alterarem as relações ecológicas existentes ao longo do tempo, a contaminação não é considerada uma forma de poluição. Contaminante também pode ser definido como um produto encontrado em um determinado meio, em níveis de concentração abaixo do tolerável em relação a critérios adotados. Como principais contaminantes da água, podemos citar:

• elementos que contenham CO2 em excesso (como fumaça industrial, por exemplo);

• contaminação térmica;

• substâncias tóxicas;

• agentes tensoativos;

• compostos orgânicos biodegradáveis;

• agentes patogênicos;

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Proteção do Meio Ambiente

• partículas sólidas;

• nutrientes em excessos (eutrofização);

• substâncias radioativas.

Contaminação do solo

As grandes áreas de solos contaminados é consequência de muito lixo doméstico descartado de forma inadequada, além de inúmeros produtos químicos presentes nos resíduos provenientes das indústrias e de estabelecimentos de saúde. Após a confirmação das áreas contaminadas, torna-se inviável a ocupação para agricultura e também para moradias.

Consequências da contaminação do solo:

Resíduos industriais – são formados por diversos produtos químicos, metais pesados e combustíveis que são lançados ou descartados inadequadamente no solo, causando contaminação e podendo provocar doenças nas pessoas.

A remediação das áreas contaminadas é um processo lento e envolve grande recurso financeiro. A contaminação da água subterrânea também ocorre como

consequência da contaminação do solo.

Lixão – são áreas irregulares que recebem resíduos domésticos compostos por vários poluentes. A decomposição desses resíduos, constituídos, principalmente, de material orgânico, gera grande quantidade de gases inflamáveis presos no solo e que podem apresentar riscos de explosão.

Lixo eletrônico – causa contaminação química do solo. Ex.:

descarte inadequado de televisores, impressoras, monitores, celulares, baterias, etc.

Embora se imagine que a poluição seja sinônimo de atividade comercial e industrial, ela está presente, também, nas atividades domésticas. Assim, é nossa função, como estudantes da proteção do meio ambiente, conscientizar outras pessoas sobre as formas de diminuir a poluição do meio ambiente.

A SPectoS l egAiS

Embora se imagine que a poluição seja sinônimo de atividade comercial e industrial, ela está presente, também,

nas atividades domésticas. Assim,

é nossa função, como estudantes

da proteção do meio ambiente, conscientizar outras

pessoas sobre as formas de diminuir

a poluição do meio ambiente.

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O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), criado por meio da Lei nº 6.938/81, regulamentada pelo Decreto 99.274/90, é constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

Estrutura do SISNAMA:

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é formado por vários órgãos, quais sejam:

• Órgão superior – Conselho do Governo: Tem por finalidade auxiliar a Presidência da República na elaboração da Política Nacional do Meio Ambiente.

• Órgão Consultivo e Deliberativo - CONAMA: Tem por finalidade o estudo para propor diretrizes e políticas governamentais ambientais e também a deliberação sobre normas, critérios e padrões de controles ambientais.

• Órgão Central - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal: tem por finalidade implementar os acordos internacionais relacionados ao meio ambiente e coordenar, supervisionar e planejar as ações relativas à Política Nacional do Meio Ambiente.

• Órgão Executor – IBAMA: tem por finalidade executar a Política Nacional do Meio Ambiente e também realizar as fiscalizações pertinentes.

• Órgãos Seccionais - Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e Entidades Supervisionadas: Têm por finalidade fiscalizar as atividades potencialmente poluidoras e executar programas e projetos de controle. A Fundação do Meio Ambiente (FATMA) é um exemplo de entidade de supervisão e fiscalização.

• Órgãos locais - Entidades ou órgãos municipais: têm por finalidade avaliar e estabelecer normas e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade Ambiental, incentivando o uso racional dos recursos naturais.

O CONAMA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) foi criado pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Essa Lei, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente e disciplinou as competências do Conselho.

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Proteção do Meio Ambiente

Responsabilidades e Competências

O CONAMA tem por finalidade estudar, assessorar e também propor diretrizes e políticas governamentais para o Conselho de Governo e para os órgãos ambientais, além de deliberar sobre normas e padrões relacionados à manutenção de um ambiente ecologicamente equilibrado, consequentemente favorecendo a qualidade de vida.

Conforme o art. 7º, do Decreto nº 99.274/1990, posteriormente alterado e/ou complementado pelos Decretos nº 3.942/2001 e 6.792/2009, as competências do CONAMA são:

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e supervisionada pelo referido Instituto;

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional;

III - decidir, por meio da Câmara Especial Recursal, como última instância administrativa, os recursos contra as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA;

IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

V - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso

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VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais;

VIII - deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;

IX - estabelecer os critérios técnicos para declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação;

X - acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC;

XI - propor sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das normas ambientais;

XII - incentivar a instituição e o fortalecimento institucional dos Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, de gestão de recursos ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;

XIII - avaliar a implementação e a execução da política ambiental do País;

XIV - recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do Relatório de Qualidade Ambiental, previsto no art. 9O inciso X da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;

XV - estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos;

XV - promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente;

XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda Nacional de Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades do SISNAMA, sob a forma de recomendação;

XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções, visando o cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente;

XIX - elaborar o seu regimento interno.

Fonte: BRASIL (2012).

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Proteção do Meio Ambiente

Composição e Funcionamento

O CONAMA é composto pela indicação das forças vivas da Federação Brasileira, em que todos os Estados e o Distrito Federal estão presentes, membros eleitos e designados pelas entidades mais representativas dos setores econômicos, industriais e agrícolas, e, também, pela sociedade civil que participa por intermédio das entidades ambientalistas da República, além do Governo Federal por intermédio dos seus principais Ministérios.

Conforme o decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, que regulamentou a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, o CONAMA é formado por 106 conselheiros com direito a voto e três conselheiros sem direito a voto, quais sejam:

Conselheiros com direito a voto:

• o Ministro do Meio Ambiente e o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente;

• um representante de cada um dos Ministérios, das secretarias da Presidência da República e dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, do IBAMA e da Agência Nacional de Águas (ANA), indicados pelos respectivos titulares – atualmente são 39 Conselheiros;

• um representante de cada um dos Governos Estaduais e também do Distrito Federal, indicados pelos respectivos governadores – atualmente são 27 Conselheiros;

• oito representantes de Governos Municipais;

• 22 representantes da sociedade civil (sindicatos de trabalhadores, ONGs, etc.);

• oito representantes de entidades empresariais;

• um membro honorário indicado pelo Plenário.

Conselheiros sem direito a voto:

• um representante do Ministério Público Federal;

• um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho

(25)

• um representante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

As instâncias do Conselho são:

• o Plenário;

• o Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM);

• as Câmaras Técnicas;

• os Grupos de Trabalho;

• os Grupos Assessores.

Essas instâncias analisam e debatem as matérias em tramitação, sempre buscando o consenso no âmbito de suas competências. As reuniões são públicas e abertas a todos os interessados.

O Plenário reúne-se no mínimo a cada três (3) meses para deliberar sobre propostas de resolução anteriormente encaminhadas pelas Câmaras Técnicas.

Após a aprovação, essas Resoluções são publicadas no Diário Oficial da União e os demais atos deste Conselho (CONAMA) são publicados no Boletim de Serviço do Ministério do Meio Ambiente. Essa é a instância máxima do CONAMA.

O Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM) é a instância de planejamento e integração técnica e política. É responsável pela admissibilidade e pertinência das matérias que entram no CONAMA, procedendo da avaliação sistemática e do planejamento em curto, médio e longo prazo das atividades.

E, ainda, promove a integração dos temas discutidos pelo Conselho. O CIPAM é constituído por 10 conselheiros, sendo dois de cada um dos segmentos que integram o CONAMA; e possui um presidente, necessariamente do MMA.

Cada Câmara Técnica é composta por 10 membros com mandato de dois (2) anos. Estes são responsáveis pela elaboração das propostas de diretrizes e, também, pelas normas técnicas e pelos padrões ambientais que garantem a proteção, o controle ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. As propostas são encaminhadas para a Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos para verificação da legalidade e constitucionalidade, sendo, posteriormente, encaminhadas ao Plenário. Alguns exemplos de Câmaras Técnicas: Controle Ambiental, Biodiversidade, Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos, Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.

Os Grupos de Trabalho (GTs) são instâncias de caráter consultivo criadas

(26)

Proteção do Meio Ambiente

para assessorar e aprimorar discussões técnicas de matérias. Cada Grupo de Trabalho é composto, no mínimo, por 10 membros, sendo duas vagas para cada um dos segmentos que integram o CONAMA. O mandato de um GT é de até um ano, podendo ser prorrogado se houver interesse da Câmara Técnica que o criou. Os GTs reúnem-se sempre em seção pública, e, ao final dos trabalhos, o coordenador encaminha à CT de origem o relatório com possíveis dissensos surgidos durante a discussão.

Os Grupos assessores (GAs) são instâncias temporárias instituídas pelo Plenário do CONAMA e se extinguem depois da conclusão dos trabalhos. Os GAs são responsáveis pela preparação de pareceres, relatórios e estudos específicos solicitados pelo Plenário.

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente e criou o SISNAMA e o CONAMA, disciplinando as competências do Conselho.

Para saber mais sobre o CONAMA e participar das discussões consulte o site www.mma.gov.br/conama.

ANVISA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, com o objetivo de proteger a saúde do cidadão, por meio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, além de exercer controle de portos, aeroportos e fronteiras e intermediar as negociações do Ministério das Relações Exteriores com instituições estrangeiras na área de vigilância sanitária. (ANVISA, 2010). A ANVISA é uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde e integra o Sistema Único de Saúde (SUS), com independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o tempo de mandato e autonomia financeira.

Além da atribuição regulatória, a ANVISA também é responsável pela coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de forma integrada com outros órgãos públicos relacionados direta ou indiretamente ao setor da saúde.

Uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros é responsável pela gestão da ANVISA. A sociedade pode opinar sobre assuntos importantes na área A Lei nº 6.938,

de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo

Decreto nº 99.274, de 6 de junho de

1990, instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente e criou o SISNAMA

e o CONAMA, disciplinando as competências do

Conselho.

(27)

• Agenda regulatória.

• Audiências Públicas.

• Câmara Setorial.

• Câmaras Técnicas.

• Conselho Consultivo.

• Consultas Públicas.

• Ouvidoria.

• Visa Mobiliza.

Lei de Crimes Ambientais

A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, também conhecida por LEI DE CRIMES AMBIENTAIS ou LEI DA NATUREZA, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. A Lei de Crimes Ambientais reordenou a legislação ambiental brasileira em relação às infrações e às punições, pois ela declara que a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes da infração.

Tipos de Crimes Ambientais

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, eles são classificados em seis tipos diferentes:

• Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória.

• Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção.

• Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora.

• Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: construção

(28)

Proteção do Meio Ambiente

em áreas de preservação ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a autorização concedida.

• Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico- científicos em processos de licenciamento ou autorização ambiental.

• Infrações administrativas: ações ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

A Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza declara que a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes da infração. Assim, lembre que você, profissional, poderá ser considerado co-responsável pelos crimes ambientais cometidos pela empresa em que você trabalha.

Política Nacional de Meio Ambiente

Depois da Constituição Federal de 1988, o marco legal das políticas públicas brasileiras relacionadas ao meio ambiente foi estabelecido pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e pelo Decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, quando criaram a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Assim, a partir dessa data, todos os entes federativos estão integrados e precisam seguir os objetivos e as diretrizes relacionadas ao meio ambiente, estabelecidos pela União. Essa integração está representada por meio da criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente, composto pelos três níveis da federação.

Segundo Sirvinskas (2005), a lei em questão definiu conceitos básicos como o de meio ambiente, de degradação e de poluição e determinou os objetivos, diretrizes e instrumentos, além de ter adotado a teoria da responsabilidade. De acordo com Carneiro (2003), a política ambiental é a organização da gestão estatal no que diz respeito ao controle dos recursos ambientais e à determinação de instrumentos econômicos capazes de incentivar as ações produtivas ambientalmente corretas.

Lustosa, Canépa e Young (2003, p. 135) afirmam o seguinte sobre a Política Nacional do Meio Ambiente: “O conjunto de metas e mecanismos que visam reduzir os impactos negativos da ação antrópica são aqueles resultantes da ação humana sobre o meio ambiente”. Como toda política, há justificativa para sua existência, fundamentação teórica, metas e instrumentos, e prevê penalidades para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades A Lei de Crimes

Ambientais ou Lei da Natureza

declara que a responsabilidade

das pessoas jurídicas não exclui

a das pessoas físicas, autoras,

coautoras ou partícipes da infração. Assim, lembre que você, profissional, poderá ser considerado co-

responsável pelos crimes ambientais cometidos pela empresa em que

você trabalha.

(29)

influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industriais e de comércio exterior.

Essa Lei apresenta os objetivos, instrumentos e diretrizes da PNMA, além de criar e estabelecer a estrutura básica do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

Objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente

Sirvinskas (2005, p. 93-95) afirma que a Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, princípio matriz contido no caput do art. 225 da Constituição Federal. Por “meio ambiente ecologicamente equilibrado”

entende-se a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e das futuras gerações.

No entendimento de Oliveira (2005, p. 307), o objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente é viabilizar a compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a utilização racional dos recursos ambientais, fazendo com que a exploração do meio ambiente ocorra em condições propícias à vida e à qualidade de vida. Na verdade, a Política Nacional do Meio Ambiente possui objetivo geral e objetivos específicos, estando o primeiro previsto no caput do art. 2º da Lei nº 6.938/81:

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

Os objetivos específicos da Política Nacional do Meio Ambiente estão elencados no art. 4º da Lei 6.938/81, quando informa que a política visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnológicas nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;

(30)

Proteção do Meio Ambiente

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

VI - à preservação e à restauração dos recursos ambientais com vistas à utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente

O art. 2º da Lei nº 6.938/81 apresenta os princípios norteadores:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado de qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

(31)

São os mecanismos utilizados pelos órgãos da Administração Pública para atingir os objetivos elencados na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).

De acordo com Antunes (2000), os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente encontram fundamento constitucional no art. 225 da Constituição Federal, especialmente no § 1º e seus incisos.

O Art. 9º da Lei n° 6.938/81 apresenta os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III - a avaliação de impactos ambientais;

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;

XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.

(32)

Proteção do Meio Ambiente

A legislação ambiental estabelece os padrões de qualidade em relação aos níveis permitidos de poluição no ar, na água, no solo e também dos ruídos.

Segundo Machado (2001), os padrões de qualidade ambiental fornecem os valores máximos de lançamento de poluentes permitidos.

A avaliação de impacto ambiental é formada por um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos com o objetivo de realizar uma análise sistemática dos impactos ambientais relacionados à instalação e à operação de uma atividade.

Essa avaliação faz parte do licenciamento ambiental de empreendimentos. Oliveira (2005) destaca que é, por meio da avaliação, que os impactos ambientais de uma determinada atividade são levantados, de maneira a se apontar a viabilidade ambiental da atividade ou não, visando a aumentar os impactos positivos e a diminuir os impactos negativos.

Para Silva (2004, p. 216-217), esses instrumentos estão alocados em três grupos distintos:

• instrumentos de intervenção ambiental: são os mecanismos condicionadores das condutas e atividades relacionadas ao meio ambiente (incisos I, II, III, IV e VI do art. 9º da citada Lei).

• Instrumentos de controle ambiental: são as medidas tomadas pelo Poder Público para verificar se pessoas públicas ou privadas se adequaram às normas e aos padrões de qualidade ambiental, e que podem ser anteriores, simultâneas ou posteriores à ação em questão (incisos VII, VIII, X e IV do art.

9º da lei citada).

• Instrumentos de controle repressivo: são as medidas sancionatórias aplicáveis à pessoa física ou jurídica (inciso IX da Lei citada).

nr-9 P rogrAmA de P revenção de r iScoS A mbientAiS

Após o estudo de conceitos e também da legislação ambiental, em que sempre tivemos como objetivo principal a preservação do meio ambiente, torna-se importante, neste momento, inserir o ser humano nessa problemática, lembrando que o homem é parte do “meio ambiente”, e, portanto, precisamos cuidar da sua saúde. Assim, estudaremos o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais foi estabelecido pela Norma

(33)

A NR-9 estabelece a obrigatoriedade para todas as empresas que possuam empregados de elaborar e de implementar um programa de higiene ocupacional, também conhecido por Programa de Prevenção de Riscos Ambientais com o objetivo de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Nesse programa, é necessário antecipar, reconhecer, avaliar e controlar a ocorrência de riscos ambientais existentes e também que venham a existir no ambiente de trabalho.

Responsabilidades

O programa de prevenção de riscos ambientais deve ser elaborado e implementado em todas as empresas e instituições que admitam trabalhadores como empregados, sem distinção para grandes, médias ou pequenas empresas ou que possuam muitos ou poucos empregados e também sem considerar o grau de risco. Assim, a problemática surge para as pequenas empresas que, na sua maioria, não possui profissional qualificado para a elaboração e/ou execução e nem sempre tem a cultura de antecipação e prevenção de riscos.

A NR-9 não determina quem é o profissional responsável pela elaboração e demais etapas do PPRA, mas, de acordo com outras exigências estabelecidas na mesma Norma, sugere-se que a coordenação desse programa deverá ser realizada por um profissional do serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

De acordo com o item 9.3.1.1 da NR-9, a elaboração, a implementação, o acompanhamento e a avaliação do PPRA poderão ser feitos pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nessa NR. Se a empresa não possuir o SESMT constituído, o empregador poderá contratar um serviço terceirizado (empresa de consultoria, instituição, profissional autônomo habilitado) ou delegar a tarefa à CIPA.

O PPRA deverá ser assinado pelo profissional responsável pela elaboração do documento-base. O PPRA é composto de duas partes: documento-base (parte qualitativa) e monitoramento (parte quantitativa). Os laudos de monitoramento dos riscos ambientais e, consequentemente do PPRA, devem ser assinados por engenheiro de segurança ou médico do trabalho, conforme estabelece o Art. 195 da CLT. O documento-base deve ficar à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho, que, dentre muitos itens, fiscaliza o cumprimento do cronograma de atividades proposto.

Documentos Complementares

Para a realização de um PPRA podem ser necessários alguns documentos ou Normas apresentadas abaixo:

(34)

Proteção do Meio Ambiente

• Norma Fundacentro NHO 01 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional:

procedimento técnico: avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente e impacto.

• Norma Fundacentro NHO 02 - 1999 - Norma de Higiene Ocupacional: método de ensaio: análise qualitativa da fração volátil (vapores orgânicos) em colas, tintas e vernizes por cromatografia gasosa/detector de ionização de chama.

• Norma Fundacentro NHO 03 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional: método de ensaio: análise gravimétrica de aerodispersoides sólidos coletados sobre filtros de membrana.

• Norma Fundacentro NHO 05 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional:

procedimento técnico: avaliação da exposição ocupacional aos raios-X nos serviços de radiologia.

• Norma Fundacentro NHO 06 - 2002 - Norma de Higiene Ocupacional:

procedimento técnico: avaliação da exposição ao calor.

• Norma Fundacentro NHO 07 - 2002 - Norma de Higiene Ocupacional:

procedimento técnico: calibração de bombas de amostragem individual pelo método da bolha de sabão.

• Norma Fundacentro NHO 08 - 2007 - Norma de Higiene Ocupacional:

procedimento técnico: coleta de material particulado sólido suspenso no ar de ambientes de trabalho.

Objetivos e Riscos Ambientais

O PPRA tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. Assim, Barbosa Filho (2011) analisa os riscos relacionados aos processos produtivos, afirmando que

[...] todo processo produtivo oferece riscos ao trabalhador, mesmo que mínimos, cabendo ao gestor realizar medidas corretivas e necessárias à proteção dos trabalhadores, desde a etapa de planejamento das instalações e dos processos, promovendo assim um ambiente seguro e saudável de trabalho. (BARBOSA FILHO, 2011, p. 26).

O item 9.1.5 da NR-9 estabelece que, para fins de elaboração do PPRA,

(35)

químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. (BRASIL, 1994).

Porém, a título de prevenção, podem ser considerados os riscos ergonômicos e de acidentes.

Estrutura do PPRA

O item 9.2.1 da NR-9 estabelece que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:

a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;

b) estratégia e metodologia de ação;

c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;

d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. (BRASIL, 1994).

Desenvolvimento do PPRA

Para o desenvolvimento do PPRA, torna-se necessário observar as diretrizes estabelecidas para um programa de higiene ocupacional, a saber: reconhecer, avaliar, monitorar e controlar os riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho.

O item 9.3.1 recomenda que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:

a) antecipação e reconhecimento dos riscos;

b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

e) monitoramento da exposição aos riscos;

f) registro e divulgação dos dados. (BRASIL, 1994).

(36)

Proteção do Meio Ambiente

a) Antecipação e Reconhecimento dos Riscos

O trabalho de campo inicia com a identificação e reconhecimento das fontes, atividades, tarefas e tipos de riscos ambientais. Após o levantamento dessas informações, precisamos registrar os dados em uma planilha que será anexada ao documento-base.

Para desenvolver essa etapa, podemos seguir o roteiro abaixo:

a) Identificar os possíveis riscos ambientais no local de trabalho.

b) Determinar e localizar as respectivas fontes geradoras.

c) Identificar as possíveis trajetórias e também os meios de propagação dos agentes no ambiente laboral.

d) Quantificar os trabalhadores expostos e suas respectivas funções.

e) Caracterizar as atividades e os tipos de exposições.

f) Observar e pesquisar sobre trabalhadores com possíveis comprometimentos da saúde em função da atividade laboral.

g) Pesquisar em literatura técnica sobre os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos ambientais identificados.

h) Identificar e descrever as medidas de controle utilizadas.

Essa etapa envolve a análise de projetos de instalações novas, dos métodos ou dos processos de trabalho e também as modificações que poderão ocorrer.

Saliba (2004) salienta que essa fase deve constar de alguns requisitos:

[...] conhecimento das diferentes formas em que se apresentam os agentes ambientais e dos riscos peculiares a cada atividade profissional; conhecimento das características intrínsecas e propriedades tóxicas dos materiais utilizados;

conhecimento dos processos e operações industriais desde o recebimento da matéria-prima até o produto final acabado, incluindo possíveis subprodutos indesejáveis. (SALIBA, 2004, p. 424).

(37)

Quadro 3 - Etapas do PPRA

AGENTE SETOR FONTE MEIO DE

GERADORA PROPAGAÇÃO

Ruído Furadeiras Pelo ar, incidindo nos

contínuo Esmerilhadeiras ouvidos e ossos da

ou Oficina Aparelhos de solda cabeça do trabalhador

intermitente Serra Manual

Torno

Ruído Pelo ar, incidindo nos

de Ferraria Marteleta ouvidos e ossos da

impacto cabeça do trabalhador

Radiações Rampa de

não manutenção Sol Raios ultravioleta

ionizantes

Agentes Limpeza de peças Solventes, óleos e graxas Contato da pele com o banho químicos Estacionamento Resíduos de inseticidas, óleos Contato com a pele e absorção

e graxas nos equipamentos Via respiração Fonte: Elaborado pela autora.

b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle

Nesta etapa, precisamos estudar, detalhadamente, todos os setores, áreas, departamentos em que foram anteriormente identificados riscos ambientais que comprometam a saúde do trabalhador e, em seguida, ordenar esses setores em função da prioridade, ou seja, conforme a gravidade do risco.

É importante salientar que devemos priorizar medidas de proteção coletivas para eliminar ou minimizar a formação ou utilização dos agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é responsável pela realização de avaliações periódicas para observar a eficácia das medidas adotadas.

c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores Os riscos ambientais podem ser identificados de duas formas:

• Avaliação Qualitativa

(38)

Proteção do Meio Ambiente

• Avaliação Quantitativa.

Segundo a Norma Regulamentadora - NR 9, a avaliação qualitativa refere- se ao estudo dos riscos presentes no ambiente de trabalho. Já a avaliação quantitativa tem por objetivo:

• Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de reconhecimento.

• Dimensionar a exposição dos trabalhadores.

• Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

Para Scaldelai et al. (2011),

A análise qualitativa de riscos avalia a prioridade dos riscos identificados usando a probabilidade de eles ocorrerem, o impacto correspondente nos objetivos do projeto se os riscos realmente ocorrerem, além de outros fatores, como prazo e tolerância a risco, das restrições de custo, cronograma, escopo e qualidade do projeto. (SCALDELAI et al., 2011, p. 279).

Para diferenciar os dois tipos de avaliação e também entender a utilização de ambos durante a identificação e a avaliação dos riscos nos ambientes de trabalho, precisamos definir a avaliação quantitativa.

Scaldelai et al. (2011) define, também, a avaliação quantitativa:

É a análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. A análise quantitativa de riscos é realizada nos riscos que foram priorizados pelo processo de análise qualitativa de riscos, por afetarem potencial e significativamente as demandas conflitantes do projeto.

(SCALDELAI et al., 2011, p. 279).

Nem todos os agentes ambientais podem ser avaliados quantitativamente. Para maiores esclarecimentos sobre a maneira de conduzir um levantamento ambiental, sugerimos a leitura da NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.

(39)

É importante mencionar que, após o levantamento quantitativo, o PPRA deverá ser revisado para que seja possível identificar, no documento-base, somente aquelas funções que tenham sido identificadas com nível de exposição acima do Nível de Ação conforme definido no item 9.3.6 da NR 9.

Para realizar avaliação quantitativa, é necessário conhecimento básico das diversas técnicas de medição instrumental, fundamentada nas normas expedidas pela FUNDACENTRO ou National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH). Para as avaliações quantitativas, devem ser utilizados os parâmetros de referência estabelecidos na NR 15 ou os valores de limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH) ou, ainda, os valores estabelecidos de negociações coletivas de trabalho, desde que sejam mais rigorosos que os critérios técnicos legais estabelecidos.

A ACGIH é a Conferência Norte-Americana de Higienistas Industriais Governamentais - uma organização de profissionais de higiene ocupacional patrocinados por instituições governamentais ou educacionais dos Estados Unidos. A ACGIH desenvolve e publica, anualmente, limites recomendados de exposição ocupacional denominado de Threshold Limit Values (TLV) para centenas de substâncias químicas, agentes físicos. E, também, inclui Índices de Exposição a Agentes Biológicos: Biological Exposure Indices (BEI). O TLV é marca registrada da ACGIH cujos valores são atualizados e divulgados constantemente por meio de publicações.

Os TLV da ACGIH são referências a serem utilizadas para fins de implementação de medidas de controle no campo da higiene ocupacional. Os TLV não devem ser usados para fins de caracterização de atividade ou operação insalubre, para isso devem ser utilizados apenas os Limites de Tolerância (LT) da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.

O quadro 4 a seguir apresenta as informações obtidas durante a avaliação do local de trabalho:

Quadro 4 - Avaliação do local de trabalho RISCO FÍSICO

AGENTE SETOR FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE

GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO

estacionamento sol 8,8 h/dia,

Radiações rampa manut. sol raios ultravioleta quando

não-ionizantes oficina aparelho de solda necessário

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