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No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 61-68)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), por meio da Instrução Normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2012), elaborou a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos com o objetivo de padronizar a linguagem utilizada para prestação de informações sobre resíduos sólidos, permitindo e facilitando o monitoramento, o controle, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos nos diversos níveis, inclusive dos resíduos perigosos, dos rejeitos e dos sistemas de logística reversa implantados.

A referida Instrução Normativa, em seu Art. 2º, define, assim, resíduos sólidos:

Todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação

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final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2012).

Para a classificação dos resíduos sólidos apresentados nesta “Listagem Brasileira”, foram considerados alguns fatores:

• identificação do processo ou atividade que deu origem ao resíduo;

• identificação dos constituintes e características dos resíduos;

• comparação dos constituintes de resíduos sólidos com as listagens de resíduos e substâncias com impactos à saúde e ao meio ambiente já conhecidos.

Você sabia?

Todas as informações sobre os resíduos sólidos prestadas ao IBAMA são disponibilizadas junto ao Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e ao Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima).

A Lista Brasileira de Resíduos Sólidos é formada por 20 capítulos que representam a classificação dos resíduos, apresentando cada capítulo suas subdivisões.

01 - Resíduos da prospecção e da exploração de minas e de pedreiras, bem como de tratamentos físicos e químicos das matérias extraídas.

02 - Resíduos da agricultura, horticultura, aquicultura, silvicultura, caça e pesca, e da preparação e processamento de produtos alimentares.

03 - Resíduos do processamento de madeira e da fabricação de painéis, mobiliário, papel e celulose.

05 - Resíduos da refinação de petróleo, da purificação de gás natural e do tratamento pirolítico do carvão.

06 - Resíduos de processos químicos inorgânicos.

07 - Resíduos de processos químicos orgânicos.

08 - Resíduos da fabricação, formulação, distribuição e utilização de revestimentos (tintas, vernizes e esmaltes vítreos), colas, vedantes e tintas de impressão.

09 - Resíduos da indústria fotográfica.

10 - Resíduos de processos térmicos.

11 - Resíduos de tratamentos químicos e revestimentos de metais e outros materiais; resíduos da hidrometalurgia de metais não ferrosos.

12 - Resíduos da moldagem e do tratamento físico e mecânico de superfície de metais e plásticos.

13 - Óleos usados e resíduos de combustíveis líquidos (exceto óleos alimentares e capítulos 05, 12 e 19).

14 - Resíduos de solventes, fluídos de refrigeração e gases propulsores orgânicos (exceto 07 e 08).

15 - Resíduos de embalagens; absorventes, panos de limpeza, materiais filtrantes e vestuário de proteção não anteriormente especificado.

16 - Resíduos não especificados em outros capítulos desta Lista.

17 - Resíduos de construção e demolição (incluindo solos escavados de locais contaminados).

18 - Resíduos dos serviços de saúde.

19 - Resíduos de instalações de gestão de resíduos, de estações de tratamento de águas residuais e da preparação de água para consumo humano e água para consumo industrial.

20 - Resíduos sólidos urbanos e equiparados (resíduos domésticos, do comércio, indústria e serviços), incluindo as frações provenientes da coleta seletiva.

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Todos os resíduos que foram incluídos na Lista são identificados por um código formado de seis dígitos, assim representado:

05 07 02 Resíduos contendo enxofre

Em que:

05 representa o capítulo: Resíduos da refinação de petróleo, da purificação de gás natural e do tratamento pirolítico do carvão.

05 07 representa o subcapítulo: Resíduos da purificação e transporte de gás natural.

05 07 02 representa o resíduo: Resíduo contendo enxofre.

Se, após o código de seis dígitos, estiver indicado um asterisco (*), significa que este resíduo é perigoso, apresentando risco à saúde pública ou à qualidade ambiental em função da sua origem ou das suas características (carcinogenicidade, corrosividade, inflamabilidade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, teratogenicidade ou mutagenicidade).

O IBAMA elaborou a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos para facilitar o monitoramento, o controle, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos.

Para conhecer melhor essa classificação e também as etapas a serem seguidas para identificar um resíduo na Lista Brasileira de Resíduos Sólidos, leia a Instrução Normativa IBAMA nº 13, de 18/12/2012, disponível em: <www.ibama.gov.br/.../5?...6712%3Alista brasileiraderesiduossolidostexto>.

Ainda, outras classificações são possíveis:

Quanto à natureza física:

• Resíduos secos: são todos os materiais recicláveis, como papéis, metais, O IBAMA elaborou

a Lista Brasileira de Resíduos Sólidos

para facilitar o monitoramento,

o controle, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão e do gerenciamento

dos resíduos sólidos.

• Resíduos molhados: são todos os resíduos orgânicos (restos de comida, casca de alimentos, etc.) e os rejeitos (resíduos de banheiro, etc.).

Quanto à composição química:

• Resíduos orgânicos: são restos de substâncias de origem vegetal ou animal, que podem ser encaminhados para compostagem e transformados em adubo orgânico.

• Resíduos inorgânicos: são resíduos que não possuem origem biológica e levam mais tempo para degradação, quando são lançados no meio ambiente sem um tratamento prévio.

Quanto à natureza ou à origem:

• Resíduos agrossilvipastoris: resultam de atividades da agropecuária e da silvicultura, inclusive os resíduos provenientes dos insumos.

• Resíduos da construção civil: são gerados em obras, desde a preparação e a escavação do terreno até a construção, as reformas, os reparos e também as demolições. Esses resíduos são classificados pela Resolução CONAMA nº 307:

Classe A: alvenaria, argamassa, concreto e solos. Podem ser reutilizados ou reciclados e, ainda, destinados a aterros licenciados.

Classe B: madeira, plástico, papel, metal. Podem ser reutilizados, reciclados ou serem armazenados temporariamente.

Classe C: gesso e outros materiais que ainda não possuem tecnologia disponível para recuperação. A destinação final é realizada conforme a norma técnica específica.

Classe D: óleos, tintas, solventes e outros resíduos perigosos. O seu destino é determinado por norma técnica específica.

• Resíduos industriais: são gerados nos processos produtivos em todas as instalações industriais.

• Resíduos de mineração: provenientes da extração e beneficiamento de minérios e, também, das atividades de pesquisa desses materiais.

• Resíduos sólidos urbanos: são gerados nos domicílios (atividades diárias

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de uma residência) e também na limpeza urbana (varrição de vias públicas, restos de podas de árvores, limpeza de praias, galerias, córregos, etc.).

• Resíduos comerciais: possuem composição variável, conforme as atividades dos estabelecimentos comerciais e de serviços.

• Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: lodo das estações de tratamento de água e de esgoto.

• Resíduos de serviços de saúde: são provenientes do atendimento à saúde humana e animal. A Resolução CONAMA nº 358/05 classifica esses resíduos em cinco grupos, conforme podemos observar no quadro 6 que segue:

Quadro 6 – Classificação dos resíduos de serviços de saúde

GRUPO A

São substâncias ou produtos com presença de agentes biológicos que, em fun-ção das características, podem representar riscos de infecfun-ção. Ex.: bolsas trans-fusionais contendo sangue, carcaças, placas e lâminas de laboratório, peças anatômicas, tecidos, etc.

GRUPO B São substâncias químicas que além de oferecer riscos à saúde pública, também podem contaminar o meio ambiente. Ex.: reagentes de laboratório, medicamen-tos, resíduos contendo metais pesados.

GRUPO C São materiais que contém radionuclídeos em quantidades superiores aos limites especificados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). Ex.: servi-ços de radioterapia e medicina nuclear.

GRUPO D São resíduos similares aos resíduos domésticos. Ex.: sobras de alimentos e resíduos da área administrativa.

GRUPO E São os materiais perfurocortantes ou escarificantes. Ex.: agulhas, ampolas de vidro, lâminas de barbear, lâminas de bisturi, etc.

Fonte: Elaborado pela autora.

• Resíduos de serviços de transportes: são gerados em portos, aeroportos, rodoviárias, terminais alfandegários e ferroviários e passagens de fronteira.

Alguns resíduos necessitam de cuidados especiais no manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e disposição final em função das características que apresentam, podendo ser tóxicas, radioativas ou contaminantes. São resíduos classificados como “especiais” e definidos como resíduos obrigatórios da logística reversa. Ex.: agrotóxicos, seus resíduos e

de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; pneus; produtos eletrônicos; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens.

Para esses resíduos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são obrigados a estruturar, implementar e operacionalizar os sistemas de “logística reversa”, com o auxílio do consumidor que deverá retornar o produto, após o uso, não o destinando ao serviço público de limpeza urbana.

Assim, na “logística reversa”, o resíduo retorna ao fabricante, sendo este responsável pela destinação final adequada ou reutilização dos resíduos.

Classificação quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente:

Essa classificação é apresentada por uma norma da ABNT (2004).

Considerando o risco à saúde pública e também ao meio ambiente, a NBR 10.004/2004 dividiu os resíduos em classes, quais sejam:

• Resíduos de Classe I (perigosos): são resíduos que apresentam risco à saúde pública (aumento da mortalidade ou morbidade) e ao meio ambiente (manuseio e disposição inadequada), por terem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Ex.:

óleo usado, baterias, pilhas, tintas, resíduos de serviços de saúde, etc.

• Resíduos Classe II (não perigosos): essa categoria está subdividida em “não inertes” e “inertes”. Os resíduos não inertes são classificados como Resíduos Classe II A. Esses resíduos não se enquadram nas classificações I e IIB. Não apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Ex.: papel, restos de alimentos, etc. Os resíduos inertes são classificados como Resíduos Classe IIB. Não solubilizam em contato com a água. Ex.: vidros, tijolos, alguns plásticos, borrachas, etc.

Caracterização dos Resíduos sólidos

Com o objetivo de planejar a coleta, o transporte e, também, a disposição final dos resíduos sólidos, é importante que estes sejam analisados por meio de três características, a saber: físicas, químicas e biológicas.

Características físicas - A NBR 10.004 da ABNT considera as seguintes características físicas: geração per capita; composição gravimétrica;

compressividade; peso específico aparente; teor de umidade.

Características químicas - poder calorífico; pH; composição química;

relação carbono/nitrogênio.

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Características biológicas – são importantes para a fabricação dos inibidores de cheiro e também de aceleradores e retardadores da decomposição orgânica do lixo, ou seja, é imprescindível conhecê-las para determinar os métodos de tratamento e disposição dos resíduos sólidos.

Para classificar um resíduo sólido é fundamental definir suas características físicas, químicas e biológicas, além de conhecer a sua natureza ou origem e o seu potencial de contaminar o meio ambiente.

No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 61-68)