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No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 130-135)

O processo de licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras é geralmente composto de 3 etapas:

• Licença Prévia.

• Licença de Instalação.

• Licença de Operação.

Em cada etapa estão previstas exigências específicas de projeto, documentos e, também, Planos de Controle Ambiental.

O Plano de Controle Ambiental (PCA) é exigência prevista na Resolução CONAMA 009, de 6 de dezembro de 1990, quando prevê que o pedido de concessão da Licença Ambiental de Instalação para as atividades de extração de todos os minerais previstos no Decreto-Lei 227/67 seja acompanhado do referido Plano. Contudo, na prática, alguns órgãos de licenciamento ambiental solicitam o PCA também para outros tipos de atividades potencialmente poluidoras.

As atividades relacionadas à exploração da mineração possuem grande potencial degradador do meio ambiente, pois são responsáveis pela modificação física, biológica, antrópica e biótica do espaço em que atuam. Com o objetivo de controlar, monitorar e mitigar os efeitos da mineração, são elaborados os Planos de Controle Ambiental, em que estão previstas ações preventivas desde a implantação do empreendimento, por ocasião da supressão da vegetação, com a respectiva retirada da camada fértil, até a retirada do material principal, que é o objeto a ser explorado. A conservação dos acessos para a extração e o monitoramento da quantidade (volume) explorada também fazem parte do Plano.

para a minimização dos impactos ambientais, anteriormente avaliados durante a execução do EIA/RIMA, solicitado na fase de Licenciamento Prévio. Ele pode ser exigido, também, para complementar o EIA/RIMA da fase de Licença Prévia.

O licenciamento ambiental de empresas e/ou atividades potencialmente poluidoras é composto de três licenças, requeridas e obtidas nesta ordem: LAP, LAI, LAO.

Conforme a Instrução Normativa nº 04, para o licenciamento ambiental de atividades industriais, elaborada pela Fundação do Meio

Ambiente (FATMA) - órgão responsável pelas emissões de Licenças Ambientais no estado de Santa Catarina:

Os programas de controle ambiental devem avaliar a possibilidade de intervenções no processo, visando à minimização da geração de efluentes líquidos, efluentes atmosféricos, de resíduos sólidos, de poluição térmica e sonora, bem como a otimização da utilização de recursos ambientais.

Simultaneamente a esta providência, o empreendedor deve promover a conscientização, o comprometimento e o treinamento do pessoal da área operacional, no que diz respeito às questões ambientais, com o objetivo de atingir os melhores resultados possíveis com a implementação dos programas de controle ambiental. (SANTA CATARINA, 2013a, p. 5).

Mais especificamente, na Instrução Normativa nº 07, elaborada pela FATMA, para Atividades de Mineração, no item 3, que apresenta a relação de Documentação a ser apresentada para fins de licenciamento ambiental, encontramos a exigência de apresentar o protocolo do PCA (Plano de Controle Ambiental) e/ou o Plano de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD), elaborado por técnico habilitado.

Na mesma Instrução Normativa, no item 5, estão descritas as medidas genéricas de controle ambiental para as atividades de mineração. Neste momento, com o objetivo de aumentar o conhecimento relacionado ao assunto (controle ambiental), sugiro que faça a leitura das medidas referidas:

• proceder à umectação das vias de acesso (particulares e/ou públicas) durante o período de explotação;

• impedir a dispersão de resíduos carregados por caminhões ao

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• no caso do minério ficar estocado, deverá o minerador fazê-lo fora da Área de Preservação Permanente (APP), adotando técnica eficiente para impedir o escoamento do material para os rios ou outros corpos d’água;

• a área de transbordo definida como aquela que primeiramente receberá o material oriundo do processo de dragagem, deverá situar-se a uma distância nunca inferior a 15 metros do corpo d’água, bem como não poderá servir como porto de estocagem, sendo o minério ali depositado imediatamente retirado após sua secagem e depositado no porto de estocagem de material localizado fora da APP do referido corpo d’água;

• possuir sistema de contenção e separação de óleos e graxas da água quando este procedimento for realizado na área de extração, observando a Resolução CONAMA 357/05;

• possuir bacia de decantação (caixa de coleta) de sedimentos espaçadas ao longo das canaletas de águas pluviais. Realizar limpezas periódicas. A bacia de decantação de finos deverá ser dimensionada de acordo com a granulometria e volume do material gerado;

• priorizar a manutenção preventiva de máquinas e equipamentos;

• a troca de óleo lubrificante das dragas e das embarcações de apoio deverá ser efetuada à margem do corpo d’água, se adotadas as devidas precauções que impeçam seu derramamento e consequente poluição do local;

• somente será permitido o transporte de combustível para abastecimento das dragas e das embarcações de apoio, devendo realizar-se dentro de recipientes fechados, impedindo-se o seu derramamento no corpo hídrico.

Fonte: Santa Catarina (2013b).

É importante observar que o PCA seja elaborado com o objetivo de neutralizar todos os tipos de impactos ambientais, por meio de uma extração mineral com atividades eficientes e principalmente eficazes, conciliadas com o meio ambiente, de maneira que a área utilizada possa ser reabilitada, possibilitando, ao menos,

mineral é responsável pela retirada de um grande volume de material mineral, geralmente a recuperação total é impossível ou economicamente inviável.

O PCA pode ser considerado uma ferramenta de aferição utilizada em casos de medidas preventivas e também corretivas, se considerarmos que muitas empresas ainda possuem uma cultura antiga, em que não estava previsto a recuperação das áreas utilizadas na extração de minerais, precisando ser fiscalizadas e regulamentadas.

Para a elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA), é necessária uma equipe multidisciplinar, composta de geólogo, topógrafo, laborataristas, engenheiro civil e engenheiro de segurança do trabalho, pois o plano é composto de várias etapas, quais sejam:

• considerar o ambiente regional em que está inserida a atividade, observando e descrevendo o meio físico (clima, recursos hídricos, etc.), meio biótico (flora e fauna), meio antrópico e também a geologia, incluindo os recursos minerais;

• descrever a atividade a ser realizada;

• informar o histórico da empresa;

• observar as características do local e, principalmente, a vocação para mineração;

• realizar análises do solo para determinar o manejo da extração, informando, principalmente, a espessura e também o volume que pode ser retirado;

• projetar a infraestrutura necessária para a exploração, possibilitando o trabalho sem interrupções;

• orientar o departamento de saúde, segurança e higiene do trabalho no sentido de manter, sempre que possível, um ambiente salubre, com minimização dos riscos ocupacionais e fornecer treinamento periódico aos trabalhadores com o objetivo de manter um aprendizado contínuo sobre a atividade laboral e áreas circunvizinhas, principalmente se forem habitadas.

• avaliar constantemente o PCA, com o objetivo de identificar possíveis novos impactos do meio ambiente e também a eficácia da implementação do plano atual.

Considerando que as atividades relacionadas à exploração da mineração são responsáveis pela modificação física, biológica,

Considerando

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antrópica e biótica do espaço em que atuam, é imprescindível que a elaboração do PCA seja realizada por profissionais de várias áreas de atuação, conseguindo, dessa maneira, diagnosticar a situação real de cada empresa/mineradora para, a seguir, implantar as medidas de controle necessárias, ou seja, implementar o plano.

Sugestão de leitura: Agora que você já conhece os procedimentos básicos para a realização de um PCA, aproveite para aumentar o seu conhecimento sobre o assunto com a leitura de um caso real de Relatório de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental, realizado para uma jazida de argila com área de 32,75 hectares, localizada no município de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Disponível em: <http://licenciamento.ibama.gov.br/Rodovias/BR%20 116RS%20-%20Lote%208%20-%20Jazida%20EC%2009/RCA-PCA.

pdf>. Acesso em: 19 out. 2013

Seguindo a mesma linha de raciocínio adotada para o Plano de Controle Ambiental elaborado para uma atividade de mineração ou de qualquer atividade com potencial poluidor, também podemos utilizar o PCA para um município, com o objetivo de construir uma sociedade sustentável, preocupada e comprometida com o desenvolvimento da cidade de forma equilibrada, respeitando o meio ambiente. Nesse sentido, em junho de 2008, o município de Curitiba, pioneiro na preocupação com a qualidade de vida da população e o respeito ao meio ambiente, através da Secretaria do Meio Ambiente, elaborou o “PLANO MUNICIPAL DE CONTROLE AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”, com o objetivo de construir uma sociedade sustentável, ou seja, uma população preocupada em produzir e consumir, considerando a sua história, sua cultura e seus recursos naturais e que desenvolva um senso crítico sobre a problemática do desenvolvimento da cidade x respeito com o meio ambiente.

Sugestão de Leitura: O Plano Municipal de Controle Ambiental do município de Curitiba está disponível, na íntegra, para download, no seguinte endereço: <http://www.portalodm.com.br/plano-municipal- de-controle-ambiental-e-desenvolvimento-sustentavel--bp--401--np--11.html>. Trata-se de um Plano amplo, com grande abrangência, incluindo a sustentabilidade, a educação ambiental, as áreas verdes, os recursos atmosféricos, o ruído urbano, os resíduos sólidos, os

conservação, o patrimônio cultural, arquivístico, edificado, artístico, imaterial, documental e arqueológico. Certamente, uma leitura de grande utilidade para aperfeiçoamento no assunto relacionado ao controle ambiental.

No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 130-135)