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o e Sgoto – c oletA e t rAtAmento

No documento PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE (páginas 100-106)

Conforme a Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007, em seu art. 3º, o esgotamento sanitário é “[...] constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente” (BRASIL, 2007,p. 3).

Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)

Os processos de tratamento utilizados em ETE são projetados conforme a composição do esgoto e, também, em função das características que se pretende para o efluente da estação. Essas características dependem da capacidade do corpo receptor receber a carga poluidora e dos usos da água a jusante do ponto de lançamento.

Para entender o processo de tratamento de esgotos, agrupamos assim:

a) Tratamento preliminar:

• remoção de sólidos grosseiros (grade);

• remoção de areia (caixa de areia).

• decantação de sólidos-lodo (decantador primário);

• digestão do lodo (digestor);

• secagem do lodo (leitos de secagem, adensamento, desidratação).

c) Tratamento secundário:

• remoção da matéria orgânica (tratamento biológico);

• decantação do lodo (decantador secundário);

• eliminação de microrganismos patogênicos (desinfecção).

d) Tratamento terciário:

• remoção de nutrientes, metais pesados, compostos não biodegradáveis, microrganismos patogênicos.

O processo de tratamento inicia com o gradeamento, que tem por objetivo reter os sólidos de maior dimensão (fraldas, sapatos, peças metálicas, garrafas, plásticos, etc.) que foram carreados pelo esgoto. O material separado nessas grades, conforme composição e características, recebe tratamento específico ou é direcionado aos aterros sanitários.

As partículas menores (detritos minerais inertes), como areia, argila, etc., são retidas na caixa de areia. Essas etapas são realizadas com o propósito de proteger as tubulações, válvulas, bombas e demais equipamentos das estações de tratamento, como as estações elevatórias. Em seguida, o efluente é transportado até os decantadores, onde são removidos os sólidos sedimentáveis (lodo), compostos de substâncias orgânicas e inorgânicas. As estações convencionais são projetadas com decantadores primários e secundários. O lodo, separado no decantador primário, pode seguir uma sequência de tratamento: digestão, secagem, adensamento, desidratação ou aplicação no solo, pois o lodo pode ser usado como adubo orgânico. O efluente líquido, separado nos dois tipos de decantadores, é encaminhado aos tanques de aeração, onde ocorre o tratamento biológico.

Quando o processo envolve “lodos ativados”, é realizada a agitação do esgoto com simultânea injeção de ar, com o objetivo de formar uma massa líquida de microrganismos. Nessa etapa, observamos que a matéria orgânica presente no esgoto serve de alimento para os microrganismos presentes no efluente, que, assim, se proliferam na presença do oxigênio injetado.

O tratamento biológico, em estações convencionais, pode utilizar dois

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processos: o lodo ativado e o filtro biológico aeróbio. Essa etapa é realizada com o objetivo de remover a matéria orgânica do efluente, ou seja, reduzir Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).

Nas ETE convencionais, com tratamento por lodo ativado, o esgoto fica, aproximadamente, de 6 a 8 horas no tanque de aeração (reator), e o lodo permanece de 4 a 10 dias no sistema. Estações de tratamento com lodo ativado possuem grande capacidade de produção em áreas reduzidas.

Muito importante iniciar o tratamento de efluentes com a instalação de grades, pois estas são responsáveis por reter objetos de todas as espécies que são lançados na rede coletora e que, se não forem eliminados, podem interromper o processo de tratamento.

A figura 5 a seguir apresenta um esquema com as etapas do processo de lodos ativados em uma ETE para que você visualize o contexto com as diversas etapas do tratamento.

Figura 5 – Etapas do processo de lodos ativados

Fonte: Disponível em: <http://www.feb.br/index.php?option=com_docman&task=doc_

download&gid=369&Itemid=168>. Acesso em: 24 ago. 2013.

Muito importante iniciar o tratamento

de efluentes com a instalação de grades, pois estas

são responsáveis por reter objetos de

todas as espécies que são lançados na rede coletora

e que, se não forem eliminados, podem interromper

o processo de tratamento.

Conforme o Manual de Auditoria em Saneamento (GOMES, 2002), as atividades que podem ser relacionadas à coleta e ao tratamento dos esgotos, apresentam os seguintes riscos:

Riscos Físicos:

• Radiação não ionizante é caracterizada pela exposição ao sol (trabalhos a céu aberto) e em trabalhos envolvendo solda (oficinas de manutenção).

• Temperaturas extremas (calor excessivo) em situações de trabalho a céu aberto ou ambiente sem ventilação adequada, quando o Índice de IBUTG está acima do limite de tolerância.

• Ruído que é proveniente de máquinas e equipamentos. Exemplo: bombas localizadas nas estações elevatórias, roçadeiras de grama.

• Umidade.

Riscos Químicos:

• Exposição a inseticidas em caso de limpeza e manutenção das redes coletoras e da estação de tratamento.

• Exposição ao ozônio durante o tratamento do lodo pode causar irritações dos olhos, nariz e chegar ao pulmão.

• Exposição ao cloro gasoso ou líquido, durante o processo de desinfecção do efluente líquido, conforme a concentração do produto e o tempo de exposição, pode ser fatal.

• Exposição ao gás metano, bem como ao gás sulfídrico, ambos formados nos processos de digestão do lodo.

• Exposição a produtos químicos nos laboratórios de análises.

• Contato com óleos, graxas e, também, solventes nos trabalhos de manutenção e de pintura de máquinas e de veículos em geral.

Riscos Biológicos

• Exposição a microrganismos presentes no esgoto bruto que podem causar

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doenças infecciosas, como diarreia e hepatite. Exemplos de microrganismos:

vírus, bactérias e fungos.

Riscos Ergonômicos

• Esforço físico proveniente da utilização de equipamentos pesados. Exemplo:

retirada de resíduos sólidos, no tratamento preliminar, com o uso de garfos.

• Trabalho noturno.

Riscos de Acidentes

• Acionamento indevido de máquinas e de equipamentos.

• Explosão em ambientes com grande concentração de metano (ambientes confinados, tanques de sedimentação e reatores aeróbios).

• Explosão em consequência do uso de solda oxi-acetilênica (oficinas de manutenção).

• Atropelamento durante o trabalho realizado em vias públicas.

• Acidentes de trânsito, envolvendo veículos da empresa.

• Choques elétricos pelo contato com partes desprotegidas de máquinas e equipamentos e, também, pelo contato com redes elétricas subterrâneas durante trabalhos de escavações nas redes coletoras de esgoto.

• Contusões e quedas.

• Picadas de animais peçonhentos que podem habitar em áreas verdes, nas estações de tratamento e também nos poços de visita.

• Afogamento em tanques de tratamento.

• Soterramento ocorrido durante os trabalhos de construção, manutenção e reparação das redes coletoras.

Medidas de Prevenção Sugeridas

• Alterar as tarefas e revezar com companheiros de trabalho, com o objetivo de

• Em postos de trabalho fixos, com exposição ao sol, instalar toldos e guarda-sóis para diminuir a incidência dos raios solares.

• Fornecer EPI para proteção da pele (creme com protetor solar), que seja recomendado pelo médico, no PCMSO.

• Fornecer EPI para os trabalhadores que realizam trabalhos com solda e acompanhar exames de radiografia de tórax e espirometria para avaliar a exposição aos aerodispersóides não fibrogênicos.

• Realizar dosimetria de ruído para avaliar a exposição dos trabalhadores e implementar o Programa de Conservação Auditiva (PCA) quando necessário.

Se não for possível adotar as medidas de controle coletivas, iniciando pela redução da geração de ruído, fornecer o EPI adequado para a área de trabalho.

• Realizar acompanhamento médico dos empregados expostos a organofosforados (inseticidas).

• Implantar os Planos de Contingências e, também, o Controle de Emergência para vazamento de produtos tóxicos.

• Realizar treinamento com os trabalhadores envolvidos com atividades que os expõem a produtos químicos, com o objetivo de esclarecer sobre os métodos de manuseio adequados e os respectivos riscos à saúde.

• Fornecer treinamento para os trabalhadores expostos a ambientes confinados, para que estejam cientes das medidas de segurança para entrar em locais confinados.

• Utilizar o EPI adequado para cada atividade.

• Adotar sinalização de segurança conforme NR-26.

• Realizar treinamento com os motoristas visando a direção defensiva.

• Fornecer treinamento adequado para os trabalhadores envolvidos com manutenção de máquinas e de equipamentos e, também, emitir ordens de serviço para o trabalho com máquinas.

• Verificar o aterramento de todas as máquinas.

• Realizar inspeção periódica dos cilindros de gases utilizados nos equipamentos de solda.

Proteção do Meio Ambiente

• Adotar o uso de procedimentos operacionais padronizados em todas as tarefas ligadas ao tratamento de esgoto.

• O empregador deverá fornecer condições físicas adequadas para que o trabalhador consiga manter hábitos rigorosos de higiene pessoal.

Exemplo: local para banho ao finalizar a jornada diária de trabalho.

• Realizar vacinação dos trabalhadores para a respectiva imunização, conforme orientação dos profissionais da saúde.

• Realizar controle médico permanente e periódico com exames parasitológicos de fezes e outros que se fizerem necessários.

Apesar de todos os riscos serem importantes e precisarem ser monitorados, precisamos monitorar e controlar, adequadamente, os riscos biológicos, por serem praticamente invisíveis e, portanto, não receberem a importância devida. infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do resíduo sólido urbano, também conhecido como lixo doméstico, bem como o lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas” (BRASIL, 2007, p. 3).

Para tratar do tema “resíduos sólidos”, no Brasil, temos uma legislação bem ampla, composta por várias leis, decretos, resoluções, instruções normativas e portarias. Mas, a partir da Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), foi concretizado o gerenciamento dos resíduos sólidos - essa lei dispõe sobre os princípios, objetivos e instrumentos e, também, sobre a gestão integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, determinando as responsabilidades dos agentes geradores e do poder público.

Na literatura, encontramos várias definições para os resíduos sólidos, mas, para o nosso estudo, estaremos atentos a duas definições principais.

Apesar de todos

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