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Diz-se comumente que a qualidade mais rara no homem é sua admiração pelos vivos. Os contemporâneos acham sempre mil moivos e objeções para sonegar às personalidades que se fazem ilustres o valor e o mérito com que conseguiram destacar-se no círculo de sua atuação. […] Pois é o que se tenta fazer nessas páginas simples e desataviadas: fazer jusiça a um homem que merece a admiração de todos quantos sabem respeitar os incansáveis trabalhadores que preparam a pátria grande e forte. Aqui se ensaia delinear, em traços vivos embora rápidos, a vida de um admirável lutador do Brasil de nossos dias e que é Fernando Costa. A vida de Fernando Costa, o atual interventor federal em São Paulo, pode ser graicamente representada por uma grande curva em conínua ascensão e que se foi desenvolvendo, de uma forma perfeita, dentro do quadro de duas coordenadas: a linha base representando a cronologia de sua existência, e a abscissa, a sucessão de cargos que, cada vez mais alto, foi ocupando. […] A ascensão é irme e segura como a de um desino predeterminado. E não inlui nisso, de modo algum, a vantagem de haver sido ‘ilho de papai’. […] Não trazia do berço nenhuma signiicaiva de nobreza ou aristocracia, de qualquer gênero. Era descendente de ‘homens bons’, como se dizia nos áureos tempos de antanho, mas que teria, como todos os outros, de forjar o seu desino à custa de seu próprio trabalho e de seu próprio esforço. (SÃO PAULO (Estado). Departamento de Imprensa e Propaganda, 1943b, p.3-6)

São essas palavras, que iniciavam a publicação que apresentava uma pequena biograia da atuação políica de Fernando de Souza Costa, editada pelo Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda nos anos em que é Interventor do Estado de São Paulo - mais especiicamente em 1943. Publicação esta capaz de oferecer algumas pistas iniciais para desvendar alguns traços cruciais no percurso dessa igura políica, embora menos pelas informações que pretendia trazer e mais pelas razões e construções que se lê nas entrelinhas. O texto conigurava práica corrente nos anos em questão de esforços permanentes na elaboração de materiais de divulgação, desinados a públicos os mais diversos, que procuravam destacar a grandiosidade dos feitos do Estado e de seus representantes, bem como despertar a simpaia por seus governantes - cenário já sinalizado anteriormente. Destacava-se assim tanto a auto-imagem construída pelo personagem em questão com vistas à construção de carisma e ao prosseguimento de sua carreira políica; quanto à

imagem congruente elaborada pelo aparelho de estado com vistas à legiimação do poder exercido de forma ditatorial. Tal discurso mostrava, portanto, marcas de uma ‘nova políica populista’, cujos traços mais marcantes foram a elaboração de novas estratégias de convencimento, de legiimação e de negociação entre políicos e classes trabalhistas. Assim, o texto procurava elaborar uma construção ideal de um percurso que de fato foi de ascensão, mas que, sem dúvida alguma estaria longe de ter sido conínuo ou natural. Fernando Costa tem seu percurso políico construído principalmente entre início da década de 1920 e meados da década de 1940 - período de grandes e intensas mudanças no cenário social, econômico, cultural e especialmente políico no Brasil 100. Iniciou sua

carreira como Prefeito do Parido Republicano Paulista em uma pequena cidade no interior de São Paulo, nos moldes da políica das oligarquias, caracterísica da Primeira República, e inalizou-a, em 1946 - víima de um acidente automobilísico em plena campanha para governador do estado - como um dos fundadores do Parido Social Democráico, entre os homens de coniança de Getúlio Vargas, e braço central da atuação desse parido no estado de São Paulo.Tal percurso gera certamente questões acerca das possibilidades e constrições colocadas, bem como sobre os instrumentos que mobilizou, ou pôde mobilizar, dentro do contexto histórico colocado; ou, em outras palavras, gera questões sobre que projetos, contatos, potencialidades etc. transformaria em capital uilizável em seu percurso políico ascendente.

Nascido em São Paulo em 1886, em família, aparentemente sem grande fortuna ou presígio, Fernando Costa realizou seus primeiros estudos na capital, no Liceu do Sagrado Coração de Jesus, mudando-se posteriormente para Piracicaba para cursar a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, diplomando-se em 1907 como engenheiro agrônomo. Se esses foram os anos de sua formação técnica focada nos assuntos da agricultura, que marcariam seu percurso políico, foram também os anos em que teve seus primeiros contatos com o universo da políica de Piracicaba e região, ao assumir o posto de editor da Gazeta de Piracicaba.

Ingressaria, no entanto, verdadeiramente na políica, pode-se dizer, pelo casamento. Formado, casou-se em 1908 com Annita da Silveira, pertencente a uma importante família de proprietários de terras da região de Pirassununga, onde logo foi residir e iniciar-se tanto nos negócios - fazenda e posteriormente uma indústria de iação e tecelagem -, como na políica. A políica em Pirassununga nesses anos encontrava-se mormente sob o controle do Parido Republicano Paulista, e mais especiicamente, sob o mando do Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira que desde 1901, em agudo confronto eleitoral - caracterísico do cenário políico daqueles anos - o então Presidente do Diretório Local do PRP, vencera Manoel Vieira de Moraes, como resultado de disputas internas no parido por redutos eleitorais (GODOY, 1975).

100 Destaca-se nesse seni do o recorte adotado por Miceli ideni i cando que: “As décadas de 1920, 1930 e 1940 assina- Destaca-se nesse senido o recorte adotado por Miceli ideniicando que: “As décadas de 1920, 1930 e 1940 assina- lam transformações decisivas nos planos econômico (crise do setor agrícola voltado para a exportação, aceleração dos pro- cessos de industrialização e urbanização, crescente intervenção do Estado em setores-chaves da economia etc.), social (con- solidação da classe operária e da fração de empresários industriais, expansão das proissões de nível superior, de técnicos especializados e de pessoal administraivo nos setores público e privado etc.), políico (revoltas militares, declínio políico da oligarquia agrária, abertura de novas organizações paridárias, expansão dos aparelhos de Estado etc.) e cultural (criação de novos cursos superiores, expansão da rede de insituições culturais públicas, surto editorial etc.).” (MICELI, 2001, p.77)

Após quase 12 anos no comando - entre presidente da Câmara e Intendente Municipal, e Prefeito, sempre também como Presidente do Diretório Local do PRP e com o apoio irrestrito das forças policiais - o Tenente Coronel Manoel Franco da Silveira, faleceu deixando um herdeiro políico que, embora nunca ivesse ocupado cargos até aquela data, tornara-se igura próxima e de coniança do coronel. Assim, em 1912, Fernando Costa foi eleito vereador para ocupar a vaga deixada em aberto pelo falecimento do anigo Prefeito, e logo foi indicado por seus companheiros a assumir o mesmo posto. Fernando Costa permaneceu no cargo de Prefeito da cidade de Pirassununga, reeleito várias vezes, até 1927, dando evidente coninuidade tanto aos projetos desenvolvidos anteriormente por seu mentor, bem como à políica praicada pelo PRP.

Nesse mesmo período, Fernando Costa acumulou, ainda entre 1918 e 1927, o posto de Deputado Estadual, conforme permiido naqueles anos - sendo notáveis as possibilidades de ariculações e trânsitos que esse acúmulo de cargos possibilitava. � curioso, no entanto, notar que sua primeira eleição para a Câmara Estadual não se deu pela indicação do Diretório Central do parido, como então era mais comum, mas pelo expressivo apoio em seu distrito. Destoava, nesse senido, do percurso mais comum às iguras de relevo do PRP na Primeira República 101, como também se distanciava de tais peris ao assumir

gradual destaque na Câmara Estadual por seu peril técnico especializado, sempre voltado para os assuntos da agricultura e ains, assumindo campanhas que marcaram todo o seu percurso, como a importância do relorestamento, da adubação da terra, e de rodovias que possibilitassem uma escoação mais ágil da produção.

� certamente tal destaque que lhe garaniria o posto de Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo quando Julio Prestes assumiu o governo do Estado. Assim, em 1927, abandonou o posto de Prefeito de Pirassununga para assumir a pasta de Agricultura, em suas mãos até o episódio da Revolução de 1930. Também aí abriu frentes que permaneceriam como linhas centrais de sua atuação: o invesimento em insituições de pesquisa da produção agrícola e a policultura como solução para a agricultura no estado de São Paulo - o que certamente devia incomodar as alas mais conservadoras de seu parido ligado tradicionalmente à oligarquia cafeicultora.

Embora prioritariamente voltado para questões de sua especialidade, Fernando Costa havia alcançado alguma proeminência no cenário políico paridário quando, apoiando a candidatura de Julio Prestes para a presidência da República, foi surpreendido pela Revolução de 1930 e pela implantação do Governo Provisório cheiado por Getúlio Vargas. 101 Ver a esse respeito, as considerações feitas por Miceli acerca das alterações nas “modalidades de acesso às carreiras Ver a esse respeito, as considerações feitas por Miceli acerca das alterações nas “modalidades de acesso às carreiras dirigentes” ocorridas principalmente a parir de meados da década de 1920. Segundo o autor “As mudanças ocorridas tanto no nível das organizações políicas como no nível das instâncias de produção cultural (que resultaram, por sua vez, da trans- formação da estrutura de classes) se izeram acompanhar por uma transformação radical das modalidades de acesso das carreiras dirigentes. De agora em diante não era mais possível valer-se das prerrogaivas inerentes ao sistema de reprodu- ção direta que fazia com que a passagem pela Faculdade de Direito consituísse apenas um simples estágio de iniciação ao conjunto dos modelos masculinos da classe dirigente e de integração na rede de relações de suas famílias. Em vez de terem que lidar apenas com professores que eram ao mesmo tempo parentes, amigos da família, iguras eminentes da políica e da magistratura, sócios dos escritórios de advocacia - em suma, membros do mesmo círculo social - esses herdeiros deve- riam também envolver-se na concorrência políica e intelectual e assumir tarefas cada vez mais especializadas nos jornais paridários, nas organizações políicas, nas insituições culturais. A diferenciação da esfera políica do campo de produção ideológica tornara praicamente inviável a passagem quase automáica da situação de estudantes à condição de membro por inteiro da classe dirigente, que, pelo simples fato de possuir um diploma, até então raro e cobiçado, se fazia merecedor das mais altas funções públicas e dos cargos políicos de responsabilidade, afazeres que se completavam com a gestão dos negócios familiares” (MICELI, 2001, p.93).

Voltar-se-ia assim nesse momento para as ariculações e movimentos de reposicionamento do PRP alijado, a parir de então, de sua aniga hegemonia.

Fernando Costa paricipou da Revolução de 1932, principalmente nas tentaivas fracassadas de ariculação e apoio junto ao governo mineiro 102, e só irá ocupar outro

cargo público novamente em 1937. � curioso notar que a obra que apresenta dados biográicos de Fernando Costa 103 airma de maneira unívoca que no período entre as ações

da Frente Única Paulista e 1937, ele se reirou completamente da políica, dedicando-se exclusivamente à ‘vida paricular’ e à ‘gestão de seus negócios’. Mas se tais airmações são em parte verdade, uma vez que, de fato não assumiu qualquer cargo público no período em questão, por outro mascaram evidências e diicultam o retraçar das ariculações elaboradas nesses anos de profundos rearranjos na políica nacional como um todo, e especialmente no cenário políico paulista 104.

Nesse senido é importante relembrar que o período entre a derrota militar da Frente Única Paulista em 1932 e a implantação do Estado Novo em 1937, é marcado, especialmente no cenário paulista, por grande instabilidade, por intensas disputas entre grupos de orientação políicas disintas e por grandes rearranjos nas ariculações de acesso ao poder - com algumas das anigas iguras de destaques exiladas e as permanentes intervenções do governo central nas esferas de poder local. Um dos principais campos de disputa ideológica encontrava-se em torno da centralização ou descentralização do controle políico. As oligarquias paulistas, enfraquecidas com a derrota de 1932, recobrariam parcialmente suas forças ao longo do processo de consitucionalização e com o enfraquecimento do movimento tenenista, mas a parir de novas ariculações internas e externas aos paridos e de gradual aproximação em relação ao Governo Provisório que adotaria uma aitude conciliatória, embora intervencionista 105.

Um dos palcos centrais dessas disputas e aproximações se dá em torno da centralização das políicas econômicas relacionadas à cafeicultura, a parir da criação em 1933 do Departamento Nacional do Café, órgão este diretamente ligado ao Ministério da Fazenda que assume a frente das decisões políicas do setor e o controle da atuação dos insitutos estaduais que passariam a estar a ele subordinados. � no âmbito de tal órgão que Fernando Costa voltaria a assumir um cargo políico, apenas em 1937, quando foi convidado por Getúlio Vargas para assumir a presidência, em circunstâncias bastante pariculares. Tratava- se do conturbado cenário de ariculações em torno das eleições que se aproximavam, mas que acabaram por anteceder o golpe e implantação do Estado Novo. Nesse cenário são paricularmente notáveis os esforços empreendidos por Vargas para aproximação ao PRP, que por seu lado vê nessa aliança a possibilidade - posteriormente frustrada - 102 Abreu destaca que Fernando Costa teria sido enviado junto a Marcos Mélega e Aureliano Leite “a Minas Gerais como Abreu destaca que Fernando Costa teria sido enviado junto a Marcos Mélega e Aureliano Leite “a Minas Gerais como emissário dos chefes revolucionários, a im de estabelecer contatos com Olegário Maciel, então governador de Minas, em prol da causa rebelde. Não chegou a alcançar Belo Horizonte, mantendo contato, porém com o secretário do governo, Gus- tavo Capanema, que alegou que Minas não poderia aderir ao movimento, dados os compromissos do estado com Vargas” (ABREU, A., 2001, p.1658-1659).

103 Destacam-se pari cularmente Fernando... (1940); São Paulo (Estado). Departamento de Imprensa e Propaganda Destacam-se paricularmente Fernando... (1940); São Paulo (Estado). Departamento de Imprensa e Propaganda (1943b) e Abreu, A. (2001).

104 Ver a esse respeito especialmente Gomes; Lobo; Coelho (1980) e Borges (1979). Ver a esse respeito especialmente Gomes; Lobo; Coelho (1980) e Borges (1979).

105 Para uma análise cuidadosa do processo de aproximação entre Governo Provisório e São Paulo bem como das re- Para uma análise cuidadosa do processo de aproximação entre Governo Provisório e São Paulo bem como das re- organizações paridárias e da formação da Chapa Única por São Paulo e do parido Consitucionalista ver Gomes; Lobo; Coelho (1980).

de restabelecer sua hegemonia no cenário estadual 106. Assim, a indicação de Fernando

Costa, membro do PRP, para a presidência do Departamento Nacional do Café signiicava o primeiro sinal concreto da aproximação entre Vargas e o parido paulista. Aproximação essa que se consolida deiniivamente com o apoio do PRP ao golpe empreendido em 1937 107, e a entrega ao parido de dois ministérios na estrutura do nascente Estado

Novo: o Ministério do Trabalho, entregue à Alexandre Marcondes Filho; e o Ministério da Agricultura, entregue à Fernando Costa 108.

Fernando Costa, nomeado Ministro da Agricultura logo após a implantação do Estado Novo em substituição à Odilon Braga que, conforme já relatado, abandonou o posto por não concordar com o novo regime 109, permaneceu no cargo até 1941. Entre

as diversas iniciativas empreendidas enquanto ministro - relacionadas em grande parte novamente à policultura, mas também referentes às campanhas do Petróleo e Gasogênio - cabe particularmente destacar aquelas relacionadas ao ensino agrícola (COSTA, F., 1940; 1941).

Fernando Costa foi o idealizador e principal responsável pela criação do Centro Nacional de Pesquisas Agronômicas - Decreto-Lei nº 982, de 23 de dezembro de 1938 -, consituído inicialmente pela Escola Nacional de Agronomia, Insituto de Química Agrícola, Insituto de Ecologia Agrícola e Insituto de Experimentações Agrícolas (COSTA, F., 1940; 1941), e que a parir de 1943 ganharia a denominação de Universidade Rural do Brasil (ROSA, 1980; LIMA, F. 2003) 110. Para além da monumentalidade e complexidade desse conjunto,

é interessante ressaltar que essas insituições foram concebidas em meio a um amplo plano de organização e ampliação do ensino agrícola em todo o país, que, tendo no topo de sua estrutura hierárquica a Escola Nacional de Agronomia, previa a instalação de cinco escolas regionais para o ensino superior e pelo menos uma escola de ensino proissional médio em cada estado (ROSA, 1980) 111.

106 � pari cularmente notável, nesse seni do a correspondência trocada entre Benedito Valadares e Getúlio Vargas sobre � paricularmente notável, nesse senido a correspondência trocada entre Benedito Valadares e Getúlio Vargas sobre o progresso dos acordos estabelecidos com o PRP (Documentação Constante do Arquivo Getúlio Vargas - CPDOC-FGV) 107 Nesse seni do cabe ressaltar que, como já assinalado - embora em muitos seni dos signii cando coni nuidades em Nesse senido cabe ressaltar que, como já assinalado - embora em muitos senidos signiicando coninuidades em relação a projetos políicos e projetos de poder - o golpe empreendido em 1937, não deve ser entendido como um des- dobramento natural da Revolução de 30, uma vez que sua implantação foi o resultado de um novo rearranjo de forças e inúmeras lutas travadas entre forças políicas que defendiam projetos disintos. E que, por outro lado a implantação da nova estrutura do Estado Novo certamente não exinguiu algumas das práicas da relação de poder correntes, especialmente aquelas ligadas a um certo clientelismo, estando elas, a parir desse momento e no entanto, centralizadas nas mãos do presidente Getúlio Vargas (DINIZ, 1996).

108 Destaca-se a esse respeito as discrepâncias do percurso traçado por Fernando Costa e por Alexandre Marcondes Filho Destaca-se a esse respeito as discrepâncias do percurso traçado por Fernando Costa e por Alexandre Marcondes Filho muito mais ligado aos caminhos tradicionais de acesso ao poder nas estruturas do PRP: aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Vereador, Deputado Estadual etc. (ABREU, 2001, p.3557-3558).

109 Em carta, já anteriormente citada, enviada a Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, Odilon Duarte Braga Em carta, já anteriormente citada, enviada a Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, Odilon Duarte Braga demite-se do cargo: “[…] não me senindo, em face das transformações que vão se operar na ideologia políica do Governo, com as disposições de espírito indispensáveis ao leal e esforçado desempenho do cargo, dadas as minhas profundas e sem- pre confessadas convicções doutrinárias, quero apressar-me em facilitar a V. Excia. o seu preenchimento por quem o possa desempenhar com a animação, que me faltaria, e em plena conformidade com os novos princípios que deverão nortear a ação de V. Excia. […] Abstenho-me de paricipar da sua realização precisamente para que, no Ministério da Agricultura, a ela [a experiência que se pretende tentar] se assegure a melhor das condições de êxito: a da aividade enérgica e entusiásica de quem se ache possuído da fé, que me falece, na sua legiimidade e nos seus efeitos.” (Documentação Constante do Ar- quivo Getúlio Vargas - CPDOC-FGV � GV c 1937.11.10�4)

110 Acerca desse conjunto - localizado em Seropédica, Rio de Janeiro - cabe ressaltar que a arquitetura neocolonial foi Acerca desse conjunto - localizado em Seropédica, Rio de Janeiro - cabe ressaltar que a arquitetura neocolonial foi uilizada como esilo único no projeto de todos seus ediícios que hoje compõem a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ver a esse respeito o item “Linguagens arquitetônicas e espaços de disputa no processo de legiimação do campo proissional da arquitetura” da presente dissertação.

111 Se tal plano não foi integralmente implantado, de qualquer forma, segundo indica Rosa (1980), signii cou o início Se tal plano não foi integralmente implantado, de qualquer forma, segundo indica Rosa (1980), signiicou o início de um novo período no ensino agrícola no Brasil. A autora destaca além dos órgãos já citados, a criação, durante a gestão de Fernando Costa no Ministério, do Insituto Agronômico do Norte - Decreto-Lei nº 1245, de 4 de maio de 1939 - e das Colônias Agrícolas Nacionais - Decreto-Lei nº 3059, de 14 de fevereiro de 1941 (ROSA, 1980).

Figura 2.27. - Foto de Getúlio Vargas onde se lê a seguinte dedicatória: “Ao Dr. Fernando Costa, um dedicado colaborador, oferece, Getúlio Vargas. 14�6�1941”. -