• Nenhum resultado encontrado

Espaços de controle, hierarquia e disciplina

Em arigo publicado na revista Acrópole 205 em fevereiro de 1944 acerca da E.P.A. Getúlio

Vargas - em Ribeirão Preto - o autor, anônimo, comemora o fato de que alunos analfabetos estariam igualmente aptos a ingressar nas Escolas Práicas de Agricultura, airmando que, dessa maneira, “as largas portas desses monumentos de civilização” estariam também abertas para o ingresso desses lavradores (ESCOLA Práica de Agricultura Getúlio..., 1944, p.290). Se, por um lado, a atribuição de ‘monumento de civilização’ colocava-se, nesse contexto, sobretudo pelos resultados benéicos para o trabalho e para o trabalhador rural que se imaginava como resultantes da implantação em curso das referidas escolas; por outro, tais aspectos deveriam igualmente materializar-se nas bases ísicas e no aspecto simbólico da arquitetura e espaço dessas escolas, contribuindo inclusive para o saisfatório cumprimento de tais objeivos. Assim, o caráter monumental - embora com certas paricularidades - consituía, sem dúvida alguma, traço marcante na composição das Escolas Práicas de Agricultura.

Nesse senido, o primeiro ponto que chama atenção são as gigantescas dimensões e escalas adotadas no desenho de seus espaços. � certo que a grandeza territorial de cada uma das escolas 206 relacionava-se de forma inquesionável com o caráter que deveriam

desempenhar em relação à produção agropecuária, ao ensinar pelo fazer e funcionar como grandes fazendas-modelo para as regiões onde estavam localizadas. Entretanto, tal grandeza se reairmava tanto nas escalas adotadas nas concepções dos ediícios, quanto nas implantações e desenhos de vias que muitas vezes, por meio da construção de perspecivas e visuais, reforçavam o caráter monumental.

Paricularmente representaivos desse aspecto eram os ediícios principais de cada uma das escolas, desinados à administração, às salas de aula e aos espaços reservados ao estar e serviços oferecidos aos alunos (auditório, dormitório, refeitório, cozinha, lavanderia, etc.) 207. O caráter prioritariamente horizontal desses ediícios, bem como certa sobriedade

205 Conforme já mencionado, a revista Conforme já mencionado, a revista Acrópole foi revista especializada em arquitetura e urbanismo, de grande proemi- nência no cenário paulistano principalmente ao longo da década de 1940, publicada entre 1938 e 1971. A esse respeito cf. especialmente Pinheiro (1997, p.43 et seq.).

206 De forma a conferir uma escala de grandeza para tal informação menciona-se, a í tulo de exemplo, que a E.P.A. Fer- De forma a conferir uma escala de grandeza para tal informação menciona-se, a ítulo de exemplo, que a E.P.A. Fer- nando Costa, em Pirassununga possuía cerca de dois mil e quatrocentos hectares. Mesmo a E.P.A. de São José do Rio Preto, cuja construção nunca foi inalizada, chegou a possuir mais de mil e quinhentos hectares (SÃO PAULO (Estado), 1944b, 1944c, 1944).

207 Cabe destacar que enquanto nas escolas de Pirassununga, Guarai nguetá, Itapei ninga e Ribeirão Preto tais funções Cabe destacar que enquanto nas escolas de Pirassununga, Guarainguetá, Itapeininga e Ribeirão Preto tais funções foram reunidas em um único ediício, em Bauru e São José do Rio Preto encontram-se distribuídas em um conjunto de edi-

em suas composições, em nada diminuíam seus aspectos monumentais, suas vocações para serem vistos a longas distâncias e imporem-se grandiosamente à medida que deles se aproximava. Pelo contrário, reforçavam tais aspectos, como também o faziam suas implantações em platô, em cotas ligeiramente superiores aos demais ediícios - fruto tanto de adequações dos projetos às paricularidades de relevo dos diversos terrenos, quanto de trabalhos de terraplanagem -, e seus eixos de acesso eram compostos a parir de uma “lógica projetual que se uiliza de perspecivas e focos visuais monumentais” (CONDEPHAAT, 1986, [s.p.]). Vale dizer que, em alguns casos, as construções de visuais e perspecivas se perdiam em meio à imensidão das dimensões das escolas e à distância entre ediícios entremeados por pastagens e plantações das grandes fazendas, não resultando integralmente no efeito pretendido 208; fato este que torna ainda mais signiicaivo tal

esforço composiivo nesse cenário.

O destaque conferido aos ediícios principais evidenciava ainda outra caracterísica notável na composição das Escolas Práicas de Agricultura: o caráter de unidade que se procurou conferir ao conjunto, apesar das grandes dimensões e distâncias entre os ediícios que muitas vezes, inevitavelmente, se impunham. Essa construção de unidade se dava, notadamente, a parir da centralidade outorgada aos ediícios principais, ponto a parir do qual orbitavam os demais ediícios. O caráter central conferido a esses ediícios era reforçado ainda, ora pelo seu acesso privilegiado e relação que estabelecia com o portão principal, ora pela implantação de outros ediícios que muitas vezes voltavam para ele suas fachadas principais e acessos.

Relaciona-se a essa ideia de unidade a própria concepção coesa de Estado e Nação proposta pelo Estado Novo: um corpo unitário e organicamente consituído a parir de rígida hierarquia. A esse respeito Lenharo sinaliza a relação alegórica que se estabeleceu no discurso políico estado-novista entre essa unidade e o corpo humano

A nação […] é associada a uma totalidade orgânica, à imagem do corpo uno, indivisível e harmonioso; o Estado também acompanha essa descrição; suas partes funcionam como órgãos de um corpo tecnicamente integrado; […] as classes sociais mais parecem órgãos necessários uns aos outros para que funcionem homogeneamente, sem conlitos; o governante, por sua vez, é descrito como uma cabeça dirigente e, como tal, não se cogita em conlituação entre a cabeça e o resto do corpo, imagem da sociedade. (LENHARO, 1986, p.16)209

De maneira análoga, a unidade hierárquica na implantação das ediicações das Escolas Práicas de Agricultura se dava a parir de cuidadoso tratamento que os dividia em ícios centrais. Embora tal caracterísica diferenciada imponha uma nova concepção espacial interna a esses conjuntos de ediícios, não altera em nada as relações estabelecidas em suas implantações e destaque frente ao todo das escolas. 208 Nesse seni do encontra-se no processo de tombamento da E.P.A. Getúlio Vargas - em Ribeirão Preto - a seguinte Nesse senido encontra-se no processo de tombamento da E.P.A. Getúlio Vargas - em Ribeirão Preto - a seguinte airmação: “O controle das visuais, porém, diferentemente das circunstâncias estabelecidas por paisagens urbanas, enfra- quece-se nas dimensões rurais do projeto. O conjunto resulta híbrido - os elementos urbanísicos tradicionais mesclam-se à paisagem de pastagens, mato e plantações da fazenda do interior paulista dos anos 40” (CONDEPHAAT, 1986, [s.p.]). 209 Destaca-se ainda nesse seni do o seguinte trecho de ari go publicado na revista Destaca-se ainda nesse senido o seguinte trecho de arigo publicado na revista Cultura Políica: “Daí entender a nova políica, o mundo como um todo orgânico, em que se integram, correlacionados, organizados e hierarquizados, todos os valores, estabelecer o Estado Nacional, para todos os homens, um plano geral - nacional e humano - de vida, dentro do qual se incluem os planos de vida individual de cada homem.” (FIGUEIREDO, 1943, p.45)

grupos funcionais e diferenciava a importância relaiva de cada um frente ao todo pelo tratamento disinto, tanto em suas composições ornamentais e arquitetônicas, quanto nos desenhos de suas vias de acesso. Somava-se ainda a tais aspectos as relações igualmente estudadas que se estabeleciam entre as diversas ediicações e as visuais e perspecivas, que reforçavam, do ponto de vista da construção simbólica da paisagem, tais hierarquias. Mesmo sem se esquecer das especiicidades na concepção espacial e implantação das ediicações nos diversos conjuntos - advindas seja das peculiaridades de relevo e dimensões dos terrenos onde estavam localizadas, seja, talvez prioritariamente, pelas paricularidades do processo construivo que, levado ‘a toque de caixa’, pretendia em apenas três anos ter pelo menos cinco das dez escolas prontas para receberem alunos -, a constância de tais prerrogaivas a deinirem os espaços das diversas Escolas Práicas de Agricultura construídas permite airmar a existência de uma concepção comum para o arranjo espacial desses estabelecimentos.

Destacam-se, não por acaso, como exemplos modelares dessa concepção a E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, e a E.P.A. Fernando Costa, em Pirassununga. Projetadas, a primeira pela D.O.P. e a outra pela D.E.R. - o que de certa maneira reairma a ideia de uma concepção espacial comum 210 -, tais escolas assumem caráter referencial frente

à construção das demais: são as primeiras a terem suas terras desapropriadas - antes mesmo do decreto que cria as escolas (SÃO PAULO (Estado), 1942a, 1942b, 1942d) -, e são também as primeiras a iniciarem suas construções e a publicarem seus editais de matrícula ainda em 1944. Cabe ainda ressaltar que entre os projetos desenvolvidos pela D.O.P. é possível ver a reprodução de algumas das construções residenciais desenvolvidas inicialmente para a E.P.A. Getúlio Vargas se repeirem na E.P.A. Gustavo Capanema, em Bauru. Para as escolas projetadas pela D.E.R., tal procedimento encontra-se presente de forma ainda mais signiicaiva: não só algumas das residências e ediícios voltados às aividades produivas possuem o mesmo desenho, mas o ediício principal concebido para a E.P.A. Fernando Costa se reproduz de forma integral - apenas com pequenas alterações relaivas à ornamentação de fachada - tanto na E.P.A. Paulo de Lima Corrêa, em Guarainguetá, quanto na E.P.A. Carlos Botelho, em Itapeininga.

A primeira caracterísica que se sobressaía nessa concepção espacial modelar 211 era a

presença e composição dos portões de entrada não apenas como acesso, mas como marcos visuais simbólicos - moivo maior de sua criação. Marcando de forma imponente os acessos aos conjuntos, os portões de entrada iniciavam os grandes eixos monumentais em direção aos ediícios principais que estruturavam toda a implantação dos ediícios das Escolas Práicas de Agricultura. A relação de destaque e diferenciação em relação à paisagem circundante colocava-se inicialmente pela ausência de demais construções 210 Cf. item “A elaboração dos projetos das Escolas Prái cas de Agricultura” da presente dissertação. Cf. item “A elaboração dos projetos das Escolas Práicas de Agricultura” da presente dissertação.

211 Doadas à Universidade de São Paulo em momentos e circunstâncias diversas, a E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Doadas à Universidade de São Paulo em momentos e circunstâncias diversas, a E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, e a E.P.A. Fernando Costa, em Pirassununga consituem hoje campi dessa insituição. As descrições e relexões aqui desenvolvidas acerca dessas escolas têm como referência fundamental - além das visitas de campo realizadas - a documen- tação gráica existente, sobretudo, nos arquivos das anigas D.O.P. e D.E.R. (respecivamente acervo da Companhia Paulista de Obras e Serviços - CPOS e do Setor de Engenharia da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo) bem como nos acervos do Museu Histórico Pedagógico Fernando Costa, da Prefeitura do Campus Administraivo de Pirassu- nunga e no Museu da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ambos órgãos da Universidade de São Paulo.

Figura 4.13 - Plano geral de implantação dos ediícios da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, elaborado pela Diretoria de Obras Públicas da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado de São Paulo. Nos carimbos de ideniicação do desenho encontra- se a data de 30 de maio de 1945, bem como a assinatura de aprovação de Hernani do Val Penteado. Fonte: Acervo do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo.

Figura 4.14 - Vista do portão de entrada da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, através do qual se vê bem ao longe o prédio principal. Fonte: MAURO; NOGUEIRA, 2004, p.68. 4.13

4.15 4.14

Figura 4.15 - Vista da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, em que é possível ver claramente o eixo visual que orienta a implantação dos ediícios e liga o portão de entrada (embaixo, à direita) ao ediício principal. À direita desse grande eixo vê-se ainda o ginásio em destaque e sequência de residências mais atrás. À esquerda do eixo, depois do açude, vê-se o pavilhão de indústrias agrícolas e, dando frente para este, do outro lado do açude, o conjunto do aviário (embaixo, à esquerda). Fonte: Acervo do Museu da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

4.16

Figura 4.16 - Vista do ediício principal da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, a parir do açude. Note-se o guarda corpo que marca o percurso ao redor do corpo d’água, bem como os mirantes localizados junto ao açude e, mais acima, em frente ao ediício principal. Fonte: Acervo do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo.

no entorno e absoluta predominância do ambiente rural 212 e reairmava-se em suas

caracterísicas gerais de composição. As construções dos portões de entrada englobavam, além do acesso e duas pequenas áreas fechadas que o ladeavam, um trecho de muro para cada lado que, muito mais do que consituir barreiras efeivas, faziam parte da elaborada composição. Tais ediicações, de rigorosa simetria, integravam-se à unidade dos demais ediícios das escolas em seu caráter robusto e neocolonial. Suas ornamentações incluíam frontões, pináculos e pinhas, volutas diversas - de imensa proporção ou simplesmente como cachorros decoraivos -, arcos, janelas em forma de óculos barrocos e coberturas em telha capa e canal - muitas vezes com mera função ornamental. Nos corpos laterais da ediicação foram dispostas ainda placas indicando suas datas de inauguração e ressaltando os responsáveis por suas construções 213. No portão de entrada da E.P.A. Getúlio Vargas

212 Wolf aponta nesse seni do sobre o portão de entrada da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, que “mais do que Wolf aponta nesse senido sobre o portão de entrada da E.P.A. Getúlio Vargas, em Ribeirão Preto, que “mais do que uma barreira, consituía-se como um marco visual, pois o que o envolvia era apenas terra e mato, nenhuma coninuidade de muro” (WOLFF, 1991, [s.p.])

213 No portão da E.P.A. Fernando Costa, em Pirassununga, lia-se a data de inauguração em 5 de junho de 1945, destacan- No portão da E.P.A. Fernando Costa, em Pirassununga, lia-se a data de inauguração em 5 de junho de 1945, destacan- do os nomes das autoridades responsáveis por sua construção: o Interventor Federal Fernando Costa; os dois Secretários da Agricultura Indústria e Comércio em gestão ao longo do período de construção da escola, Paulo de Lima Corrêa e José de

chamam a atenção ainda os painéis de azulejo que decoram tanto o marco com o nome da escola que se pronuncia na direção da estrada, quanto os trechos laterais de muro com painéis densamente ornamentados com quadros que espelham o passado e projetam objeivos futuro para aquelas terras 214.

Ultrapassando o portão de entrada avistava-se, portanto, o eixo que estruturava a disposição dos demais ediícios e que levava ao ediício principal. Desse eixo, a caminho do ediício principal, desmembravam-se vias secundárias que davam acesso aos diversos ediícios voltados ao apoio das aividades produivas - entre os quais o pavilhão de indústrias agrícolas recebia atenção especial; bem como se avistava, de forma secundária, mas também com certo destaque, o monumental conjunto esporivo com ginásio de impressionante escala e composição cuidadosa. Note-se que tal visualização do ginásio não se dava de forma casual, mas era cuidadosamente preparada por uma rotatória ao longo do eixo principal que desviava apenas temporariamente o foco visual do desino inal.

Cabe destacar que esse eixo, embora preponderante na concepção espacial do conjunto, não se estabelecia sempre da mesma maneira. Exemplos disso encontram-se nas escolas de Pirassununga e Ribeirão Preto. Na E.P.A. Fernando Costa - em Pirassununga - tal eixo se compunha por uma via de acesso que conduzia ao ediício principal, embora, por sua escala monumental não fosse possível avistar o desino ao longo de todo o percurso 215.

Ao longo dessa via, sem deslocar, no entanto, o foco do ediício principal, encontravam-se dispostos alguns ediícios de grande interesse que consituíam especiicidades da E.P.A. Fernando Costa: o ediício da Sede da Associação Agropecuária do Vale do Mogi Guaçu (SEDE..., 1945), e um complexo desinado a exposições agropecuárias que contava com centro veterinário para atendimento de bovinos e equinos. Em relação ao complexo exposiivo é interessante notar que suas ediicações, dispostas em ambos os lados do eixo de acesso, se organizavam a parir de um eixo perpendicular ao eixo que conduz ao ediício principal (BOGHOSIAN, 2005).

Já na E.P.A. Getúlio Vargas - em Ribeirão Preto - o eixo que ligava o portão de entrada ao ediício principal e estruturava a composição espacial do conjunto, se estabelecia mais do ponto de vista visual do que propriamente através de uma via de acesso, uma vez Mello Moraes; o Diretor do Ensino Agrícola Francisco de Assis Iglesias; e o Engenheiro-chefe da Divisão de Engenharia Rural Antenor Pinto da Silveira. Note-se que essa mesma placa que é vista até os dias atuais no portão de entrada da E.P.A. Fer- nando Costa, encontra-se hoje também - apenas alterando os nomes das escolas e localizações - nas entradas dos anigos ediícios principais da E.P.A. Paulo de Lima Corrêa, em Guarainguetá, e E.P.A. Carlos Botelho, em Itapeininga. No portão principal da E.P.A. Getúlio Vargas via-se - como ainda se vê - duas placas: uma com a mesma data de 5 de junho de 1945 e os nomes do Interventor Federal, do Secretário da Agricultura Indústria e Comércio Paulo de Lima Corrêa e do Secretário de Viação e Obras Públicas Luís de Anhaia Mello; outra da Secretaria de Viação - Diretoria de Obras Públicas com data de 10 de março de 1945 e os nomes de Francisco José Longo - Diretor de Obras Públicas, Antonio Mariano da Costa - Engenheiro Chefe e Inspetor de Obras, Hernani do Val Penteado - Engenheiro Arquiteto Autor do Projeto, Francisco de Paula Silveira - Engenheiro Fiscal, além da menção da empresa responsável pela construção do conjunto - Sociedade Construtora de Imó- veis e Financiamento S.A. Na E.P.A. Gustavo Capanema, em Bauru, embora seja possível ver ainda hoje o anigo portão de entrada - que segue de forma muito próxima o da E.P.A. Getúlio Vargas - não há qualquer placa.

214 Cada painel é composto por três quadros retratando respeci vamente - segundo indicado no painel por legendas - o Cada painel é composto por três quadros retratando respecivamente - segundo indicado no painel por legendas - o ‘desbravamento das terras’, a Fazenda Monte Alegre em 1985, a colheita do café no mesmo ano, a cidade de Ribeirão Preto em 1944 e as aividades de relorestamento e combate à erosão que faziam parte das metas da Secretaria de Agricultura Indústria e Comércio naqueles anos. Sobre o uso de azulejos na ornamentação das Escolas Práicas de Agricultura ver item “Educação moral e cívica”. Cabe destacar que ao contrário das demais escolas que foram compostas, em sua maior parte, de glebas diversas, a E.P.A. Getúlio Vargas - em Ribeirão Preto - compôs-se prioritariamente da aniga Fazenda de café Monte Alegre, tendo manido em suas instalações algumas ediicações remanescentes de sua aniga estrutura - a casa sede da fazenda, a casa do administrador, a aniga tulha e algumas colônias de trabalhadores -, mas que não interferem signiicai- vamente no desenho integral do conjunto então elaborado. Ver a esse respeito Lourenço (1999).

215 Essa relação encontra-se hoje ainda mais fragilizada uma vez que o eixo foi cortado pela extensão da Rodovia Anhan- Essa relação encontra-se hoje ainda mais fragilizada uma vez que o eixo foi cortado pela extensão da Rodovia Anhan- guera, que hoje divide o Campus da Universidade de São Paulo em Pirassununga em duas partes.

que entre as duas ediicações encontrava-se um grande lago. Essa conexão era ainda explorada tomando parido do relevo acentuado do terreno, que propiciava a composição perspecivada que permiia avistar, já do portão de entrada e de maneira grandiosa e monumental, o ediício principal, 216. Wolf destaca nesse senido que:

A organização de todo o conjunto, por im, é resultado de uma composição cuidadosa e feliz, que relaciona as construções irando parido das potenciali- dades paisagísicas do vasto terreno. A entrada monumental, por um portão, antecipado por um marco, organiza as visuais numa perspeciva renascenista, cujo eixo é estabelecido pelo prédio principal. Esta perspeciva, porém, não se conigura da maneira mais óbvia. � certo que visualmente o portão principal e o prédio estão unidos, mas o acesso entre eles, que se encontram distancia-