Capítulo
B: essa parte do discurso é importante
Sessão Mat.Com, 4 de Fevereiro de 2009
Nessa altura, mostrei como preenchi a nossa ficha de registo de avaliação formativa relativamente a esta tarefa, que apresento em seguida:
Quadro 31
Registo de tarefas de avaliação formativa (números reais)
Tarefas de avaliação formativa Relação com a avaliação sumativa Data: 23 a 26 de Janeiro de 2009 Turma: 9º3
Tarefa: Ficha formativa sobre números reais.
A ficha propõe a resolução de exercícios sobre números reais, que foi um tópico abordado nas aulas há pouco tempo.
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Formativa, porquê? Para quê?
O carácter formativo da ficha prende-se com o facto de ela ter sido resolvida
A relação com a avaliação sumativa será feita em função do sucesso na tarefa e do progresso conseguido de umas vezes para as outras, segundo um peso dado a este tipo
utilizados pelo aluno de forma a ser ele a regular a aprendizagem. O porquê tem a ver com a necessidade de perceber qual o nível de entendimento deste tópico pela turma, de forma a perceber a necessidade de retomar ou não o tema.
Data: 26 de Janeiro de 2009 Turma: 9º3
Tarefa: Auto-avaliação sobre o trabalho realizado na aula anterior (23 de Janeiro) que consistia na resolução da ficha sobre números reais. _____________________________________________________________
Formativa, porquê? Para quê?
Formativa essencialmente pelo carácter reflexivo que implica a auto- avaliação.
Para quê, foi porque houve necessidade de regular comportamentos.
Possivelmente pouca ou nenhuma.
Ainda tinha outra tarefa para lhes apresentar, a que aliás já me referi neste texto noutras sessões, que é uma tarefa relacionada com o trabalho dos alunos, mais especificamente com o Caderno de Actividades dos alunos do 9ºano (v. anexo 2.3). Segue-
se o registo que dela fiz na nossa grelha:
Quadro 32
Registo de tarefas de avaliação formativa (hábitos de estudo)
Tarefas de avaliação formativa Relação com a avaliação sumativa Data: 23 de Janeiro de 2009 Turma: 9º3
Tarefa: Preenchimento de uma ficha de registo da realização de exercícios de um livro associado ao manual adoptado (“Caderno de Actividades”) que designei por “O meu estudo e as minhas dúvidas”. Na ficha também é feita uma auto-avaliação sobre dificuldades encontradas ao fazer os exercícios. _____________________________________________________________
Formativa, porquê? Para quê?
É formativa porque promove a detecção e registo de dificuldades e a reflexão sobre as razões para as dificuldades, isto é, promove a auto- avaliação.
Pretende-se desenvolver hábitos de estudo, a autonomia, a reflexão sobre a origem das dificuldades e a regulação das aprendizagens.
A relação com a avaliação sumativa terá em conta o total de registos de modo a observar:
-o empenhamento na resolução dos exercícios e o seu sucesso.
-o esclarecimento de dúvidas.
Será atribuído um peso fixo a quem realizar a tarefa.
Li-lhes, ainda, as reflexões que fiz no meu diário em torno desta tarefa, de que apresento um excerto em seguida:
Outubro de 2008
Reflexão sobre a actividade de avaliação relacionada com a ficha “o meu estudo e as minhas dúvidas”
Esta estratégia relaciona várias vertentes do processo de ensino-aprendizagem, nomeadamente o desenvolvimento da autonomia do aluno, a reflexão sobre as dificuldades de aprendizagem, a regulação dessas mesmas aprendizagens.
Em primeiro lugar, importa situar o contexto desta actividade. Ela pretende, por um lado, levar o aluno a desenvolver hábitos de estudo, imprescindíveis ao sucesso na disciplina de matemática, tentando de uma forma controlada conduzi-lo à prática necessária ao desenvolvimento de determinadas competências, resolvendo exercícios do seu “Caderno de Actividades”, que é um livro de exercícios associado ao manual adoptado. Assim, de acordo com a turma, ficou estabelecido no início do ano que, à medida que fossemos avançando nas matérias, cada um faria
os exercícios que achasse importantes para o seu estudo nesse “Caderno de Actividades”, sendo marcadas datas específicas para o preenchimento da ficha “O meu estudo e as minhas dúvidas”. Nesses dias, eu levei para a aula a ficha a ser preenchida por cada um, controlando os exercícios que eles indicaram e tentando, numa primeira abordagem com aqueles que registaram dificuldades, indagar acerca dessas dificuldades. Posteriormente, verifiquei os seus registos e delineei estratégias de recuperação das dificuldades que foram aplicadas apenas àqueles alunos que manifestaram dificuldades (no caso da primeira unidade, ‘probabilidades e estatística’, foram muito poucas as dúvidas). Uma das estratégias passou por formar um grupo com os que tinham a mesma dificuldade, colocando-lhes um problema do mesmo tipo embora com um grau de dificuldade mais reduzido, por forma a detectar se eles tinham capacidade para resolver esse. Resultou e as alunas recuperaram.
(…)
Dezembro de 2008
Entretanto, para dar mais relevância a esta actividade, pelo menos face à concepção que os alunos ainda possuem, que é muitas vezes a de trabalharem em função de uma classificação, resolvi dar o peso de 10% a este elemento de avaliação, pretendendo com isso que os alunos se empenhem mais nela e dessa forma participem mais. Além disso expliquei mais uma vez às turmas quais os objectivos essenciais que lhe estão subjacentes, nomeadamente: o desenvolvimento da autonomia e de hábitos de trabalho, a auto-regulação de aprendizagens, o desenvolvimento e aplicação de conhecimentos e procedimentos, para que eles não esqueçam o seu significado essencial. Em especial, dei ênfase à questão da verbalização da detecção de dificuldades, que permite implementar medidas de apoio pontuais, salientando que não será essa a questão que penalizará a classificação antes pelo contrário, tentando com este discurso fazer-lhes sentir que o pior é não fazer nada, ou fazer de conta, copiando o trabalho dos outros, pois essa atitude é a que torna mais difícil a aprendizagem.
Diário de Investigação, Dezembro de 2008
Após a minha leitura, seguiu-se o seguinte diálogo:
A: tu é que és a reflectora mor, porque ela é que reflecte, reflecte, e eles é que deviam reflectir