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Capítulo

C: porque isto depende da tarefa que é dada aos miúdos Olga: sim

Sessão Mat.Com, 21 de Janeiro de 2009

No final da sessão, acabámos por acordar que a seguinte seria dedicada novamente ao debate acerca das grelhas de observação e de auto-avaliação, ao contrário do que estava planeado, porque as colegas ainda não haviam efectuado avaliações formativas.

Entretanto, tratei a informação recolhida na turma da colega C e elaborei um documento com todas as respostas (v. anexo 4.2). Planeei também um acetato (v. anexo 4.3)

que contém a informação mais relevante, para a colega C poder usar em aula. Apresento em seguida, nos Quadros 27 e 28, dados recolhidos.

Quadro 27

Opiniões dos alunos sobre a importância da auto-avaliação das tarefas de grupo

Porque assim podemos indicar o elemento ou elementos do grupo que não trabalham.

Porque o trabalho final nem sempre é produto de todos os membros do grupo, e é importante diferenciar os que trabalham dos que não.

Acho que é importante, para depois na avaliação a nota ser mais justa. Porque assim a professora avalia melhor o trabalho.

Acho que a auto-avaliação é uma forma de auxiliar e influenciar a avaliação feita pelo professor, visto que é feita pelos alunos.

Porque na auto-avaliação, consigo ver que nota mereço e também reflectir um pouco acerca do comportamento e empenho que tive no grupo.

Acho que é importante fazer a auto-avaliação pois serve para reflectirmos melhor sobre os nossos actos feitos no trabalho, pensando assim melhor no nosso comportamento e interesse sobre o mesmo.

Com as suas respostas, os alunos incidem sobre vários aspectos da avaliação a que dão relevância. Através da auto-avaliação será mais fácil o professor ser justo, pois perceberá melhor quem trabalha, não discriminando uns em relação a outros. Na medida em que na auto-avaliação dão a sua opinião, os alunos defendem a utilidade dessa avaliação, pois ela influenciará a opinião do professor. Também percebem que a reflexão sobre o seu desempenho é um dos objectivos da auto-avaliação e que essa reflexão é importante para melhorar. Falam também da questão da nota, considerando que com a sua participação ela será mais justa. De uma forma geral, os alunos invocam algumas das características fundamentais da avaliação, a qual deverá ser justa, útil, equitativa, participada, inclusiva e reflexiva.

Foram questionados individualmente sobre as dificuldades que o trabalho de grupo lhes levanta, e em grupo sobre o que é importante avaliar nas tarefas realizadas em grupo. Elaborei uma síntese das suas respostas que registei no Quadro 28.

Na resposta individual os alunos acrescentaram alguns aspectos que não constavam da ficha, nomeadamente a distribuição das tarefas. Quanto à opinião dada pelos grupos sobre o que é importante avaliar, verifiquei que eles se preocupam bastante com o contributo de cada elemento para o trabalho, sendo esse aspecto referido por todos os grupos, o que denota a preocupação com a efectiva cooperação entre todos, sem a qual o trabalho de grupo passa a ser um peso para alguns.

Quadro 28

Opiniões dos alunos sobre dificuldades e critérios de avaliação das tarefas de grupo

Dificuldades percepcionadas

(opiniões individuais) Critérios de avaliação (opiniões dos grupos)

• Discussão conjunta das tarefas (o que fazer e como) (14)

• Resolução das tarefas no tempo previsto (13)

• Discussão conjunta de conhecimentos, hipóteses e argumentos (9)

• Reflexão conjunta sobre a qualidade do trabalho realizado (o que foi ou não foi conseguido e porquê) (9)

• Resolução conjunta de conflitos (7)

• Resolução conjunta de dúvidas e dificuldades (6) • Respeito pelas ideias e opiniões de todos (6) • Resolução conjunta das tarefas (5)

• Conseguir que todos participem no trabalho (colaboração parcial/total dos elementos do grupo, pouco interesse de vários) (4)

• Boa relação entre todos (3)

• Distribuição de tarefas, se for o caso (1)

• Empenhamento de cada elemento do grupo • Discussão conjunta das tarefas

• Resolução das tarefas no tempo previsto

• Discussão conjunta de conhecimentos, hipóteses e argumentos

• Reflexão conjunta sobre a qualidade do trabalho realizado

• Bom ambiente de trabalho

• Resolução conjunta de dúvidas e dificuldades • Respeito pelas ideias e opiniões de todos • Resolução conjunta das tarefas

• Cooperação

• Boa relação entre todos os elementos do grupo • Responsabilidade

• Qualidade do trabalho • Organização • Espírito crítico • Originalidade

Ouvir os alunos é talvez o passo que falta dar, e nunca é um passo em falso, que

não leva a lado nenhum. É sempre um passo verdadeiro que pode transformar o ensino, e que desta vez nós demos.

Continuar a viagem

Para a sessão do dia 28 de Janeiro preparei o guião seguinte:

Quadro 29

Guião da 12ª sessão de trabalho do Mat.Com

28 de Janeiro de 2009

Debate/reflexão em torno da construção conjunta de uma experiência de avaliação formativa.

Como a reunião anterior foi muito curta, acabámos por não adiantar muito à construção da experiência. Além disso, a aula da C tinha sido nesse dia e a informação recolhida com o questionário aos alunos ainda não estava tratada.

Por isso hoje proponho o debate em torno das respostas dos alunos, da construção da ficha de auto-avaliação e ainda da ficha de registo da observação do desempenho dos alunos pelo professor.

Continuamos com as mesmas questões: - que competências a avaliar?

- qual o significado dessa avaliação para o professor? - como pode ser feita essa avaliação?

- quando deve ser feita essa avaliação? - como será utilizada essa avaliação?

Para além do guião, comecei por entregar o documento com todas as respostas dos alunos (v. anexo 4.2) e li o documento que a colega A me deixou, acerca dessas respostas,

uma vez que ela não pôde estar presente:

Olga

Alguns comentários decorrentes da leitura dos documentos que entregaste: (Trabalho em grupo)

2- A quase exclusiva centralidade no conceito de “auto-avaliação” para a “classificação”

3- Confirma o que sabemos: os alunos não sabem, não têm qualquer tipo de rotinas para o trabalho de grupo. Com estas respostas, penso, os alunos fazem uma auto-avaliação mais conseguida, sem a preocupação de que essas dificuldades sejam usadas para classificar-se. É mais auto-conhecimento e será de trabalhar a auto-avaliação em função deste auto-conhecimento.

Acho que a Resposta F, na sua parte final se aproxima mais do que se pretende que seja a auto- avaliação, a avaliação formativa, quando diz: “… a reflexão e reestruturação conjunta sobre o trabalho…”.

De resto, as respostas dirigem-se sempre para a avaliação feita (ou a fazer) pelo professor, nomeadamente a “quantitativa”.

(Individual)

Permanece a tendência que liga a avaliação de final de período com a auto-avaliação (acreditando que pode haver uma “boa” e uma “má” influência do que dizem, junto dos professores…) e muito menos, considerar a auto-avaliação como um momento formativo para perceber as dificuldades e os caminhos a seguir.

Nota: a 1ª resposta em que 15 alunos dizem que fazem auto-avaliação devia ser mais investigada, pois pode ser um passo positivo a precisar só de inverter o sentido dessa avaliação.

A, 28 de Janeiro de 2009

Pegando no referido documento, expliquei a forma como organizei os dados nas perguntas abertas, e vi com as colegas se concordavam com o que eu tinha feito. Em traços gerais, o que fiz foi agrupar as respostas, por exemplo na questão 2, segundo as razões dominantes encontradas, tendo definido 5 grupos de razões: a atenção e concentração; a participação; a compreensão das tarefas; a colaboração; a relação entre os elementos do grupo.Além disso, tentei ver que características da avaliação estariam presentes em cada uma delas. No primeiro grupo, acertámos que tinha a ver com a equidade e a inclusividade, no segundo com a justiça:

Olga: depois a segunda que é a questão da justiça, e são muitos, eu nem vi quantos é que são, mas

acho que é importante para depois na avaliação nossa ser mais justa, estas frases

B: pois

Olga: são todas no mesmo sentido, da justiça B: da justiça

Olga: é, eu achei, mas vejam lá se vocês concordam com essas

B: “a auto-avaliação é uma forma de tornar a nota do final do período mais correcta (justa)

beneficiando ou não o aluno”

Olga: é eles estão muito preocupados com isso C: a maioria é só a nota

Olga: a nota