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Capítulo

B: pois eu acho que o importante é termos mais

Olga: era mais um elemento para podermos decidir melhor, se vale a pena mudar ou não, ou se

vale só a pena mudar ou se será de utilizar como está, não é

Sessão Mat.Com, 11 de Março de 2009

Posso dizer que todas concordámos que a experiência conjunta foi significativa, tanto para os alunos como para nós, e todas as colegas consideraram que a grelha de auto-avaliação podia ser melhorada. Contudo, esta opinião era, a meu ver, um pouco prematura, no sentido em que os dados recolhidos ainda não tinham sido devidamente tratados, pois a observação tinha sido realizada uma hora antes da nossa sessão. Por outro lado, não conhecíamos a opinião dos alunos acerca da questão da adequação da linguagem. Finalmente, também não podíamos esquecer que a ficha de auto-avaliação fora resultado de uma negociação com os alunos, e alterá-la poderia, de certo modo, colocar essa negociação em causa. A meu ver, algumas das críticas apontadas seriam mais pertinentes durante a construção da ficha, mas nessa altura não surgiram. O facto do processo de construção ter sido relativamente prolongado e das colegas se

esquecerem do que já tínhamos feito e decidido pode também ter levado a um outro olhar sobre o trabalho efectuado. No entanto, como nos apercebemos da importância da opinião dos alunos acerca da ficha, decidiu-se que na aula seguinte a colega que a tinha experimentado perguntaria aos seus alunos a opinião acerca dela. É esta a ponte que muitas vezes não se faz, ligar a visão do professor com a visão dos alunos. Ligar as duas é como ligar as margens de um rio que atravessa a mesma cidade: ambas fazem a cidade, mas separadas criam mundos independentes e desconhecidos. O mesmo acontece com a auto-avaliação dos alunos e a observação feita pelos professores, pelo que fazer a ponte entre ambas será criar um referencial comum que facilita a regulação das aprendizagens.

Chegada?

O guião que apresento em seguida foi distribuído no início da sessão do dia 18 de Março. Contudo, como na sessão anterior haviam permanecido algumas dúvidas acerca da inteligibilidade da ficha de auto-avaliação das tarefas realizadas em grupo, começámos a sessão voltando a esse assunto.

Quadro 34

Guião da 16ª sessão de trabalho do Mat.Com 18 de Março de 2009

Debate e partilha de experiências de avaliação formativa, partindo da grelha de registo elaborada para o efeito.

Pretende-se promover e dinamizar um debate que tenha por base o contributo activo dos elementos do grupo na implementação da avaliação formativa.

Tópicos relevantes para o debate:

- Relato individual das experiências realizados por cada elemento do grupo

- Aspectos que funcionaram e aspectos que não funcionaram, nas experiências de cada uma. Explicações.

- Semelhanças e diferenças nas experiências desenvolvidas por cada elemento do grupo. - Sugestões de melhorias nas experiências menos conseguidas

Uma vez que agora já tínhamos a opinião dos alunos da colega C acerca da ficha, analisámos as suas respostas (v. anexo 4.4). Os alunos responderam às questões: “Tiveram

adequada e inteligível. Sugeri que, para não termos mais este tipo de dúvida, colocássemos na própria ficha uma nova questão que permitisse conhecer a opinião dos alunos. Além disso, como entretanto tinha feito a síntese das respostas dos alunos na auto-avaliação (v. anexo 4.5), pudemos analisá-las e ter uma ideia mais precisa acerca de

como se avaliaram. Apresento, em seguida, a resposta dos alunos à primeira parte da auto-avaliação:

Quadro 35

Auto-avaliação de uma tarefa em grupo

Aspectos a avaliar X 3 ?

1. Li as questões colocadas na tarefa até ao fim? 27 1 2. Compreendi o vocabulário utilizado no enunciado da tarefa? 22 6 3. Compreendi as questões colocadas na tarefa? 21 7 4. Debati com os colegas o modo de resolução da tarefa (o que fazer e como)? 1 22 5 5. Debati com os colegas os conhecimentos, hipóteses e argumentos? 1 20 7 6. Colaborei com os colegas na resolução da tarefa? 3 18 7 7. Colaborei com os colegas na resolução de dúvidas e dificuldades? 2 13 13 8. Reflecti com os colegas sobre a qualidade do trabalho realizado (o que foi ou não foi

conseguido eporquê)? 5 15 8

9. Realizei a tarefa proposta no tempo previsto? 7 19 2 10. Respeitei as ideias e a opinião dos colegas? 27 1 11. Estabeleceu-se uma boa relação entre todos? 4 21 3 12. Contribui para a resolução conjunta de conflitos? 5 14 9 13. Revelei interesse e empenho na realização da tarefa? 1 16 11 14. A resolução da tarefa permitiu consolidar os meus conhecimentos? 2 18 8 15. A resolução da tarefa permitiu ampliar os meus conhecimentos? 2 23 3

Os itens foram avaliados utilizando a seguinte escala: ¯- não ; 3 - sim ; ? – sim, mas posso melhorar ; NA- não aplicável

Pudemos perceber que, para os alunos, alguns dos aspectos mais complicados são cumprir a tarefa no tempo previsto e colaborar com os colegas na resolução de dúvidas e dificuldades. Pudemos também constatar o valor educativo da auto-avaliação na consciencialização das competências desenvolvidas numa determinada tarefa:

Quadro 36

Percepção das competências desenvolvidas na tarefa em grupo Que competências desenvolvi com a resolução da tarefa? Nº de alunos

Pesquisa 3 Raciocínio 22 Comunicação 16 Resolução de problemas 25 Conhecimento de conceitos 18 Conhecimento de procedimentos 18 Outras: Construção de gráficos 1

Sobre este aspecto, reparámos que nem todos conseguiram perceber que uma das competências mais presentes no trabalho que realizaram era a comunicação, cabendo à professora, num momento posterior, dialogar com eles acerca deste aspecto. O processo de auto-avaliação visa fomentar a reflexão, recolher informação, analisar essa informação e devolvê-la ao aluno.

Reflectimos também sobre a utilidade da ficha e sobre as suas formas de utilização, nomeadamente ao nível da disciplina de Matemática:

Olga: eu achei interessante a parte da frente da ficha, porque para eles dá para eles pensarem, e

para nós dá para nós vermos onde é que eles acham que podem melhorar, não é, embora a gente tenha falado aqui que eles podem não estar a ser sinceros, não é, e isso interferir, mas se formos a pensar isso… porque isto, quer dizer lá está, eu acho que a aqui a questão é que a auto-avaliação não pode ser só uma vez, é uma coisa que tem que ser mais frequente, não é, porque quando isso se tornar mais frequente, não é, esse estilo, não é de ai eu agora disse isto aqui, mas não é verdadeiro, não é, porque eu afinal não fiz nada, mas