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Estatísticas descritivas das variáveis utilizadas

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.1. Estatísticas descritivas das variáveis utilizadas

6.1.1. Estatística descritiva

Os dados da Tabela 11 apresentam as estatísticas descritivas das variáveis envolvidas no estudo, obtidas para o período de 1990 a 2004, sendo que a medida do desvio-padrão se refere à dispersão entre os painéis, enquanto a média, o mínimo e o máximo são obtidos considerando-se todos os painéis no tempo. Nas duas últimas colunas da Tabela 11, N e n representam o número de

observações e o número de estados, respectivamente.

Tabela 11 – Estatísticas descritivas para as variáveis envolvidas no estudo, Amazônia Legal, 1990-2004

Variável Unidade Média Desvio-padrão Mínimo Máximo N n

PIB (Y) R$ milhões 7.642,4 7.145,2 608,2 24.400,0 135 9

Capital (K) R$ milhões 183,6 173,0 17,4 610,5 135 9

Trabalho (N) Mil pessoas 175,5 142,9 9,5 635,4 135 9

Desmatamento (X0) Km2/ano 2.027,5 2.547,6 7 11.814 135 9

Educação (X1) Anos 5,3 0,96 2,6 7,91 135 9

Cooperativa (X2) Unidade 21,3 15,7 0 95 135 9

Telefone (X3) Mil unidades 151,2 113,6 13,1 717,3 135 9

Estrada (X4) Quilômetros 1.230,4 993,7 64 6.880,0 135 9 Energia (X5) MW 788,4 1.409,4 6 6.151 135 9 FINAM (X6) R$ milhões 37,4 36,3 0 487,7 135 9 FNO (X7) R$ milhões 71,5 88,7 0,06 533,1 105 7 Rpc (X8) R$ 1,00 3.921,5 2.298,5 1.338,9 10.321,9 135 9 Ddem (X9) Pessoa/km2 4,8 4,9 0,88 20,6 135 9

Fonte: Resultados da pesquisa.

O PIB médio anual da região foi de R$ 7,64 bilhões, desvio-padrão de R$ 7,14 bilhões, com uma amplitude total de R$ 23,7 bilhões, o que mostra a elevada heterogeneidade entre os dados, devido, em parte, aos diferentes estágios em que se encontram as atividades produtivas – de extração e transformação

mineral, agropecuária, agroindústria, indústria de eletroeletrônicos – em cada estado da região.

Em relação ao estoque de capital, a média anual foi da ordem de R$ 183,6 milhões, com desvio-padrão de R$ 173,0 milhões. O valor mínimo ficou em R$ 17,4 milhões e o máximo, R$ 610,5 milhões, indicando um período em que o estoque de máquinas, edificações e infra-estrutura em geral, necessárias para realizar a transformação dos insumos e a realização dos produtos, ficou abaixo da média, comprometendo o crescimento econômico da região.

A média anual de pessoas empregadas com carteira assinada, na região, foi de 175 mil pessoas. O desvio-padrão entre os estados foi da ordem de 142,9 mil pessoas, com os valores mínimo e máximo alcançando 9,5 e 635,4 mil pessoas, respectivamente. A amplitude entre o maior e o menor valor foi da ordem de 625,9 mil pessoas no período em análise, refletindo, em parte, a elevada heterogeneidade do nível de absorção da força de trabalho em atividades produtivas legalmente registradas nos estados da região. Porém, o total de pessoas ocupadas, segundo dados censitários, é superior aos registros do MTE, uma vez que, no levantamento censitário, a ocupação em atividades agrícolas de subsistência faz parte do conjunto de atividades que caracterizam a pessoa como ocupada (IBGE, 2007a).

Quanto à variável desmatamento, a quantidade média de floresta desmatada por estado foi da ordem de 2.027,5 km2/ano, com um nível de dispersão bastante elevado de 2.547,6 km2 entre os estados, indicando que alguns estados avançaram mais sobre a floresta nativa, enquanto outros avançaram menos. A menor taxa foi de 7 km2 e a maior de 11.814,0 km2. Entre os estados que mais sofreram desmatamento estão: Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Pará.

Em relação aos anos de estudo, a média anual foi de 5,3 anos em cada estado. A heterogeneidade entre os estados é menor, com desvio-padrão de 0,96 e amplitude total de 5,3 anos, com no mínimo 2,6 anos e no máximo 7,9 anos de estudo. Essa baixa heterogeneidade sinaliza uma convergência dos valores em torno da média, ou seja, indica que as diferenças educacionais na região tendem à

redução nos próximos anos. Tal fato pode ser atribuído, em parte, aos programas do Governo Federal, que visam à universalização do ensino e da formação de professores com nível superior para atuarem no ensino fundamental, além de proporcionar às prefeituras dos municípios da Amazônia Legal melhores condições para que elas possam garantir o acesso à escola, principalmente, para os alunos residentes em áreas distantes dos centros urbanos, com destaque para os que moram em comunidades localizadas às margens dos rios e de igarapés da região.

No que se refere à variável cooperativa, a média anual do número de cooperativas constituídas, anualmente, na região foi de 21,3 unidades, com desvio-padrão de 15,7 unidades. O valor mínimo e o máximo foram de 0 e 95 unidades, respectivamente. Essa média de cooperativas constituídas por ano pode ser explicada, em parte, pela ação de instituições como o SEBRAE e organizações não-governamentais que estimulam e assessoram algumas comunidades rurais da região na constituição de cooperativas e associações, como forma de proporcionar maior escala, qualidade e visibilidade aos produtos da biodiversidade amazônica, nos mercados nacional e internacional.

Em relação às variáveis representativas da infra-estrutura, a média de telefones fixos (públicos e residenciais) foi da ordem de 151,2 mil unidades, com desvio de 113,6 mil unidades e o mínimo ficou em 13,1 mil unidades, enquanto o máximo foi de 717,3 mil unidades. A média de estradas em condições de tráfego e pavimentadas, na região, foi de 1.230,4 km/ano, com desvio-padrão de 993,7 km/ano. O valor mínimo ficou em 64 km e o máximo de 6.880,0 km. A média anual da capacidade nominal total instalada de geração de energia elétrica (hidráulica e térmica) foi de 788,4 MW, com desvio-padrão de 1.409,4. Os valores mínimo e máximo foram de 6 e 6.151 MW, respectivamente. Os números correspondentes a essas variáveis mostram elevada heterogeneidade nos dados referentes à dotação desses equipamentos de infra-estrutura na região. Vale ressaltar que a elevada extensão territorial da região e a dificuldade de acesso a comunidades e domicílios são fatores que dificultam a expansão dos serviços de telecomunicações, excluindo do uso desses serviços, por conseguinte, um grande

número de famílias que residem em áreas isoladas e de difícil acesso, o que é captado pela elevada dispersão.

Com relação aos incentivos fiscais aplicados na região amazônica, constata-se que a média de desembolsos anuais do FINAM foi de R$ 37,4 milhões, com desvio-padrão de R$ 51,9 milhões, em que o menor valor foi R$ 180,7 mil e o maior, R$ 231,0 milhões. A dispersão entre os estados foi elevada, indicando elevada heterogeneidade, o que pode ser explicado, em parte, pela concentração de elevados valores aplicados nos Estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas. Quanto ao FNO, fundo constituído para atender aos estados da região Norte, a média de aplicação foi de R$ 71,5 milhões, com desvio-padrão de R$ 88,7 milhões. Os valores mínimo e máximo alcançaram R$ 68,1 milhões e R$ 533,1 milhões, respectivamente. Neste fundo observa-se, também, elevada dispersão de valores, indicando elevada heterogeneidade entre os recursos aplicados nos diferentes estados da região.

A renda per capita média anual foi de R$ 3.921,50, com desvio-padrão de R$ 2.298,50, que é um valor elevado, mostrando elevada desigualdade de renda entre os estados, reproduzindo na região a distribuição desigual da renda, encontrada entre as diversas regiões do país. Os Estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso são os que concentram as maiores rendas. A menor renda foi de R$ 1.338,90 e a maior R$ 10.321,10.

Quanto à densidade populacional, a média de pessoas por km2 na região foi de 4,8, porém, com uma elevada dispersão em torno da média, da ordem de 4,9 pessoas/km2, decorrente da extensa área territorial e do aumento da concentração de pessoas nas áreas urbanas das capitais dos estados da região, a exemplo de Belém (1.322,86 hab./km2) e Manaus (144,42 hab./km2). Em nível de estado, o Amazonas se destaca por ter a menor densidade, com média de 1,2 pessoas/km2, e o Maranhão, por apresentar a maior concentração, 17,4 pessoas/km2.