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5. METODOLOGIA E BASE DE DADOS

5.5. Variáveis, fontes de dados e procedimentos

5.5.1. Variáveis

5.5.1.3. Fator trabalho

A proxy utilizada para esse fator foi o total de pessoas trabalhando no mercado formal, nos estados da região, segundo as estatísticas da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do MTE. A justificativa para utilizar tal variável deve-se ao fato de esse cadastro contemplar todos os municípios da região, cobrindo as atividades econômicas urbanas e rurais. Mendes (2005) usa essa informação como proxy para mensurar o total de trabalhadores no setor rural. Nos estudos de Tavares et al. (2001), Souza (2004) e Ferreira e Malliagros (1998) utiliza-se a estimativa da População Economicamente Ativa (PEA), do IBGE, geradas a partir dos dados censitários e ajustadas pelos resultados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD). No entanto, a distribuição espacial da amostra da PNAD para os estados da região Norte abrange, apenas, as áreas urbanas dos municípios, diferente do que ocorre nos demais estados brasileiros, o que inviabiliza a utilização dessa fonte de dados.

5.5.1.4. Desmatamento

A variável representativa do desmatamento é a taxa de desflorestamento, ou taxa de desmatamento, calculada pelo INPE com base no Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (PRODES), que utiliza as imagens captadas pelo Satélite LANDSAT, para toda a região amazônica. Para definição dessa taxa são usadas as melhores imagens obtidas nos meses de maior seca na região (julho, agosto e setembro), os quais apresentam cobertura mínima de nuvens e melhor visibilidade, além de uma adequada qualidade técnica. Em alguns casos, as imagens não podem ser analisadas devido aos problemas de cobertura por nuvens ou de conflito entre o tempo necessário para o processamento de todas as imagens e a data prevista para divulgação da taxa.

Segundo Alves (2001), algumas restrições são feitas aos dados gerados pelo INPE: os levantamentos são realizados com defasagens de dois ou mais anos, em decorrência de problemas orçamentários e organizacionais; os

levantamentos são restritos a áreas de floresta, deixando de avaliar as áreas de cerrado e campos naturais, que representam 20% da Amazônia Legal; a metodologia prevê a detecção sistemática de desflorestamento em áreas que excedem 6,25 ha, omitindo as derrubadas realizadas pelos produtores tradicionais (agricultura itinerante) e a extração seletiva de madeira; além de fatores de ordem técnica que possibilitariam melhor acompanhamento das imagens geradas. No entanto, apesar das restrições, esses dados são os únicos disponíveis sobre o desflorestamento da região amazônica.

5.5.1.5. Educação

A variável proxy usada para representar o nível de educação é a média de anos de estudos da população com 25 anos de idade e mais, disponível no IPEAData. É uma medida usada internacionalmente para representar o nível de capital humano de um país/estado/região. Nos trabalhos de Barro (1991), Benhabib e Spiegel (1994), Calderon e Servén (2003), Tavares et al. (2001), Souza (2004) e Nakabashi (2005) encontra-se essa medida como proxy do capital humano.

5.5.1.6. Cooperativa

O número de cooperativas constituídas anualmente é usado como uma

proxy para representar a dimensão da coesão social, pautada no princípio da

confiança que, de acordo com as idéias de Putnam (2002), funciona como um dos elementos básicos para a construção do cooperativismo ou associativismo, fator que deve ser tão, ou mais importante dentre os determinantes do crescimento econômico. Putnam conclui que a região Norte da Itália é mais desenvolvida do que a região Sul, devido ao fato de a primeira ter constituído um capital social relativamente superior ao da região Sul.

O trabalho desenvolvido por Pavarina (2003) utiliza o número de cooperativas e associações de produtores rurais e o de cooperados, entre os

diversos indicadores do capital social para o Estado de São Paulo, na construção de um índice geral. Souza (2004) utiliza a variável número de cooperados em cooperativas de saúde para avaliar o efeito dessa variável sobre a variação da PTF por ele denominada de Dinâmica Regional Interna.

Diante da dificuldade em se ter acesso às informações sobre o cooperativismo na região amazônica, optou-se por utilizar o número de cooperativas constituídas, mesmo sabendo-se do elevado nível de agregação da mesma. Porém, resultados de pesquisas de Santana (2001), Santos (2002), Gomes (2003), Carvalho (2005) e Carvalho e Santana (2005), referentes à competitividade do setor de madeira, aos móveis e artefatos, às frutas, às carnes, ao couro, à floricultura e outros, mostram evidências da participação das empresas em associações patronais e cooperativas.

5.5.1.7. Telefone

Essa variável é uma das representativas da infra-estrutura física e expressa o total de terminais telefônicos fixos (residencial e público) em serviço nos estados. Mendes (2005) a utilizou como um dos regressores determinantes da PTF do setor agropecuário do Brasil. Os dados foram obtidos junto ao Ministério das Comunicações e à ANATEL. Para Calderon e Servén (2003), essa medida tem papel importante como fator indutor do crescimento econômico, por isso a utilizam como uma medida que expressa a densidade dos serviços de infra- estrutura disponível nos países inclusos em sua pesquisa.

5.5.1.8. Estradas

A variável representa a extensão da rede rodoviária federal em tráfego e pavimentada, medida em quilômetros. É usada como uma proxy da medida da infra-estrutura física nos estados e foi retirada da pesquisa de Mendes (2005), que utiliza a variável como um dos fatores determinantes da PTF brasileira. Os dados foram obtidos junto ao DNIT.

5.5.1.9. Energia

Expressa a capacidade nominal total instalada de geração de energia elétrica (hidráulica e térmica) nos estados da Amazônia Legal, medida em MW. É utilizada por Mendes (2005) para identificação dos fatores determinantes da PTF do setor agrícola brasileiro.

5.5.1.10. Finam

É uma das variáveis usadas para avaliar os efeitos da política de incentivos fiscais para os estados da Amazônia Legal e expressa o valor anual das aplicações do FINAM, em mil reais de 2000. Estudos realizados pela SUDAM (1990a e 1998) mostram evidências de que os recursos do FINAM impactaram fracamente sobre o crescimento econômico da região. Optou-se por incorporar essa variável junto ao modelo de determinação da PTF como forma de verificar seus efeitos a partir da aplicação de modelos em dados de painel. Os dados foram obtidos junto à ADA.

5.5.1.11. FNO

A variável FNO refere-se aos valores aplicados pelo FNO em atividades produtivas – em R$ 1.000, a preços de 2000. A medida do FNO é mais um dos instrumentos de política regional usados pelo Governo Federal para estimular a criação de atividades econômicas ligadas ao setor agropecuário, agroindustrial, indústria e serviços. Os dados referentes aos valores do FNO aplicados ao setor agropecuário foram usados por Varela (2001) para determinar a importância desse incentivo fiscal na ampliação da fronteira de produção agrícola dos municípios do Estado do Pará. Estes dados foram obtidos junto ao BASA.