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Estratégias de ensino-aprendizagem A internet como um a estratégia

D esenvolver a aprendizagem im plica envolvim ento por parte d a pessoa, a vontade e a curiosidade que esta tem p ara descobrir e aprender. M as, p ara se processar o desenvolvim ento pessoal, o indivíduo tem de te r consciência de si m esm o e dos seus objectivos, p ara que procure os m eios, os instrum entos e as estratégias necessárias à concretização d a sua aprendizagem . Porém , quando falamos d a esco la e dos alunos, a situação é m ais com plexa, pois cabe ao professor delinear um con junto de etapas e m ateriais p ara ating ir os objectivos, no sentido de facilitar a aprendizagem . P ara prom over o processo de ensino para a aprendizagem , o professor irá traçar orientações e, assim , delinear as estratégias m ais adequadas à turm a e ao aluno.

Cols (1979) é um dos autores que indica que as estratégias im plicam um grupo de acções seleccionadas e ordenadas p ara prom overem a aprendizagem no aluno. P or sua vez, o autor refere, tam bém , que estas acções podem ser de três tipos e seguem u m a sequência. A ssim , tem os u m a actividade inicial, seguindo-se a de desenvolvim ento e, p or fim , as actividades finais.

N este âm bito, M onereo (1997) indica que as estratégias de aprendizagem se definem com o processos p ara tom ar decisões, onde o estudante elege e recup era os conhecim entos que necessita p ara cum prir um determ inado objectivo ou tarefa. A ssim , o m elhor método de ensino-aprendizagem é aquele que cria e desenvolve no aluno hábitos e estratégias cognitivas, ao nível das aquisições, dos processos e da avaliação dos resultados.

Para Sim ão (2002, p.36) “as estratégias dizem respeito a op erações ou actividades m entais que facilitam e desenvolvem os diversos processos de aprendizagem escolar.” A través das estratégias o indivíduo tem a possibilidade de reter, processar, organizar e reaver as inform ações necessárias para aprender. A autora refere, ainda, que “ um a das tarefas fundam entais da escola é dotar os alunos de estratégias que lhes perm itam relem brar, transform ar, contrastar e reconstruir criticamente os conhecim entos que vão adquirindo, ou seja, apostar no conhecim ento estratégico.” (idem , 2002, p.36). Contudo, aprender im plica conhecim entos, técnicas, estratégias, m otivos e desejo s que estim ulem a necessidade de aprender.

T al com o refere C arvalho (1999, p.29) “aprender é um processo interpretativo, de construção, p or parte do aprendente activo em interacção com o m undo físico e social” e qualquer tipo de aprendizagem varia de indivíduo para indivíduo (Papert, 1980).

N isbet & S hucksm ith (1986), p o r sua vez, afirm am que as estratégias de aprendizagem são um guia de acção que visam orientar o aluno p ara atingir u m a m eta que é anterior a qu alquer outro procedim ento de acção.

O professo r deve encorajar o aluno p ara estar receptivo a novo s conhecim entos. A ssim , para fo m entar a aprendizagem o form ador deve determ inar o s objectivos, planificar e desenvolver as tarefas e avaliar. A qui, o professor deve determ inar as estratégias a adoptar, no sentido de m otivar os alunos, ajudá-los a construir o seu conhecim ento e conseguir m o dificar o seu com portam ento. A crescentam os que, “actuar estrategicam ente diante de um a actividade de ensino-aprendizagem supõe ser capaz de tom ar decisões conscientes ( .. .) [para] atingir o objectivo perseguido” (Silva, Sá, D uarte, & Sim ão, 2004, p.81).

Segundo K irby (1984, citado por N isbet & Shucksmith, 1986), a estratégia é um m étodo para realizar uma tarefa ou um objectivo e podemos diferen ciar dois níveis de estratégias: m icroestratégias e m acroestratégias. As m icroestratégias envolvem tarefas específicas, relacionadas com o conhecim ento e com as com petências particulares. D esenvolvem -se no contexto da aula, pelo que estão m ais próxim as do desem penho e da instrução. A s m acroestratégias envolvem factores emocionais, m otivacionais, as diferenças

de estilo e de cultu ra e, p or consequência, são difíceis de m u dar através da instrução escolar. Biggs (1984, citado po r D uarte, 2002), referencia as m esoestratégias de nível interm édio, dado que são m en os específicas que as m icro e m enos gerais que as m acro, “ [constituindo] um a form a d e conceptualizar as diferenças individuais ao nível do confronto com a aprendizagem académ ica” (idem , p.44). As m esoestratégias apresentam dois tipos básicos: a estratégia superficial (orienta-se para a m em orização passiva da inform ação) e a estratégia profun da (reflecte um a aposta na com preensão e na reflexão). N esta perspectiva, podem os d izer que “a abordagem profunda com bina um a m otivação intrínseca com u m a estratégia pro fu nd a” (idem , p.44).

U m dos problem as que o ensino das estratégias de aprendizagem enfrenta prende-se com a form a com o estas se organizam no currículo e na actividade escolar dos alunos. Porém , face ao que foi referido, o que sabem os é que “os currículos, as m etodologias e as estratégias têm de ser cada v e z m ais diferenciados e o m ais personalizados possível” (d ’Eça, 2002, p. 13). P odem os, então, afirm ar que ensinar im plica tran sm itir conhecim ento e levar os alunos a adquirir esses conhecim entos. A ssim , saber que estratégias escolher, com o aplicá-las, com o ensiná-las, quando ensiná-las e com o avaliá-las são condições necessárias p ara u m a aprendizagem eficaz.

U m estudo realizado em Inglaterra por Ruthven, H ennessy & D eaney (2005) concluí que o com putador e a internet n a sala de aula levam o professor a determ inar estratégias pedagógicas específicas que correlacionam as actividades que pretende desenvolver com os recursos disponíveis. A investigação acrescenta, tam bém , que estas ferram entas, quando devidam ente utilizadas, com o estratégia de m otivação, têm um papel positivo na aprendizagem dos alunos. P orém , a experiência e o conhecim ento que o professor tem sobre as tecnologias é um factor determ inante para a su a utilização, com o estratégia, na sala de aula.

Outro estudo desenvolvido po r W en, Tsai, Lin & C huang (2004) revela que a internet é um a boa estratégia para pro m ov er a aprendizagem , pois os alunos estão m otivados para os m ateriais online, o que acab a por influenciar a aprendizagem do estudante ao nível cognitivo e m etacognitivo. L ee, Cheng, Rai, & D epickere (2005) reforçam esta ideia ao referirem que os produtos hiperm édia têm contribuído de form a significativa p ara a aprendizagem .

Falar de currículo esco lar e de ensino-aprendizagem , com ou sem tecnologias, im plica sem dúvida falar de avaliação. N este sentido, a avaliação que incide sobre o grau de desenvolvim ento do aluno deverá visar estratégias pedagógicas diferenciadas,

adequadas às características dos estudantes, às aprendizagens e às com petências a desenvolver. N este sentido, “ a aprendizagem e a avaliação devem ser am bas significativas para o aluno para que este possa dar conta das suas aquisições e usar esse conhecim ento ou com petência num contexto real” (Silva, Sá, D uarte, & Simão, 2004, p .l 12).

Enfim , a esco la tem com o finalidade desenvolver a personalidade global do aluno, o que im plica a aprendizagem , os valores e os com portam entos. A qui, o professor aposta na diferenciação de m étodos, técnicas e estratégias que perm item diferentes tratam entos educacionais adequados e específicos à situação e ao estudante (Z abala, 1999). Ora, praticar um a pedagogia diferenciada é fazer com que cada aluno seja orientado para um a actividade fecunda para ele. A ssim , o professor, quando u tiliza a internet, terá de desenvolver diferentes estratégias p ara prom over um a aprendizagem eficaz e de qualidade.