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Segundo A fonso (2005, p . l l l ) , “a recolha de dados constitui apenas a fase inicial do trabalho em pírico ” e esta é fundam ental p ara que o processo de análise aconteça. N este contexto, irem os apresentar u m a súm ula dos procedim entos efectuados p ara a colecta de dados.

A ssim , a entrevista, neste estudo qualitativo, v isa recolher as representações dos sujeitos (C ohen & M anion, 1998) (anexos IX e X). N este âm bito, o s participantes da investigação, de acordo com G oetz e LeC om pte (1984), foram seleccionados de form a intencional, isto é, a am ostra recaiu sobre as turm as que têm no seu currículo a disciplina de D esenho-A , do 10° e 11° anos de escolaridade do curso C ientifico - H um anístico de A rtes V isuais.

D eslocam o-nos às turm as e explicam os o objectivo do nosso estudo. A selecção dos sujeitos dentro das turm as foi voluntária, pois passam os um a folha onde os alunos se inscreveram . A ssim , no 10° ano, 5 alunos não quiseram participar no estudo. Todos os alunos do 11° ano e os professores que leccionam a disciplina de D esenho-A m ostraram interesse em coo perar n a investigação. N este estudo, entrevistám os 2 professores e 41 alunos.

C om os professores e os alunos m arcám os a entrevista m ediante a su a disponibilidade e fora do horário lectivo. A s entrevistas aconteceram no Gabinete de A rtes V isuais e na sala 7A e com u m a duração aproxim ada de 20 a 45 minutos. E stas foram gravadas em

áudio, com autorização dos entrevistados, transcritas e identificadas co m u m código para garantir o anonim ato e a confidencialidade dos participantes (Tuckm an, 2002). G arantias que já haviam sido dadas à partida.

N este processo, optám os por fazer entrevistas sem iestruturadas, o nd e dém os liberdade ao entrevistado em conduzir o rum o que pretendia. C ontudo, tivem os a preocupação de introduzir alguns tópicos sem pre que o interlocutor se afastava. A qui, a nossa atitude foi a de “neutralidade atenta e em pática” (Afonso, 2005, p.99).

Para v alidar as entrevistas colocam os no guião o bloco F, intitulado de validação da entrevista. E ste bloco p erm itiu ao entrevistado proceder à legitim ação das resp o stas dadas, podendo refo rm u lar o seu discurso. Porém , não ficám os p or aqui, p o is apó s a sua transcrição estas foram devolvidas aos participantes para, assim , procederm os definitivam ente à su a validação. A qui tivem os alguns problem as nom ead am en te com um dos professores (P I 1) que alegara não gostar de u m a ou outra expressão ap licad a e da repetição de palav ras e/o u frases. Porém , todo o conteúdo do texto se m anteve depois de explicarm os as diferenças entre o discurso enfático e o escrito. S eguidam ente procedem os à categorização.

R elativam ente à análise de conteúdo, iniciam os esta com a utilização do softw are inform ático o A tlas.ti [versão dem o], pois com o refere Justina (2005) o A tlas.ti é um a ferram enta de aju d a à análise qualitativa. Seguidam ente passam os p ara a versão m ais abrangente d ado que a versão dem o só perm itia a introdução de 10 en trev istas e nós tínham os um total de 43.

Ao utilizar este p rogram a pretendíam os autom atizar o processo de análise, ao nível da com paração d a inform ação e d a interpretação dos dados obtidos a p artir das entrevistas. Assim, depois de term os introduzido cada u m a das entrevistas, o A tlas.ti perm itiu arquivar os com entários b em com o as categorias que determ inám os a partir dos dados.

Este prog ram a sofisticado, baseado n a ob ra de Strauss desenvolvida em 1987 e que apoia a “ investigação realizada com base na gro u n d ed theory ( ...) perm ite cria r diagram as conceptuais, que representam ligações entre as ideias que vão surgindo” (F ernandes & M aia, 2001). A g ro u n d ed theory pode ser traduzida para o português com o a teoria fundam entada no s dados. V erificám os, então, que este programa p retend e co n stru ir de form a indutiva um a teoria assente nos dados, podendo igualmente relacioná-los co m outras teorias. Pois com o referem Strauss & C orbin (1990 todos os procedim entos d a g ro u n d ed

Tendo efectuado parte do procedim ento inerente ao program a A tlas.ti, chegam os à conclusão que este p rogram a não era o m ais adequado para a realização do nosso estudo, isto porque se destin av a a elaborar um esquem a teórico das relações entre categorias, com o objectivo de co nstru ir u m a teoria. E aqui, era nossa intenção com preender e interpretar os dados recolhidos. A ssim , resolvem os efectuar a análise do estudo utilizando um program a inform ático de p rocessad or de texto.

A observação directa ocorreu em 12 aulas de D esenho-A , distribuídas d a seguinte maneira: 6 aulas p ara o 10 ° e 6 aulas para o 11° ano (anexos X I e X II). M as, antes de efectuar as observações concebem os um instrum ento adequado para registar a inform ação, testám o-lo n um a au la de cada turm a para conhecerm os o am biente e p ara nos darm os a conhecer, bem com o p ara verificar a precisão d a grelha antes de a utilizarm os continuam ente. C o ntam o s só com um observador, a investigadora, que agiu de form a discreta na reco lh a dos dados, sabendo à partida que tal situação levantava problem as de validação (E strela, 1994). Todavia, este estudo a observação é um a técnica com plem entar. As observações realizadas tiveram com o base um instrum ento de registo elaborado a p artir das grelhas apresentadas p or Estrela.

Este m étodo é adequado para analisar o que não é verbal, isto é, perm ite estu dar as condutas e os cód ig os de com portam ento no próprio m om ento em que se produzem . O investigador tem , assim , oportunidade de obter inform ação de carácter espontâneo. O utra vantagem está relacio n ad a com a autenticidade d a inform ação pois com o advoga Q u iv y & C am penhoudt (1995, p. 199) “ é m ais fácil m entir com a boca do que com o corpo” .

C om esta técnica, tivem os a oportunidade de ob servar a relação dos o bservados com a internet n a fase em q u e m ais recorrem a este m eio. Iremos identificar, descrever e estabelecer sequências d a actividade, duração, espaço físico onde ocorreu a actividade, o número de participantes, as ajudas, os recursos e os m odos com o se desenvolveu a aula. Q uerem os id entificar o papel do professor e dos alunos.

S eguidam ente, foi realizado um quadro com todas as actividades d as aulas observadas. E sta técn ica pretendeu observar a d inâm ica da aula de D esenho-A quando utiliza a internet. A qui, tivem os como referência as questões da investigação. N este processo, fom os acrescentando reflexões e inferências o que originou um diário de cam po (Bogdan & B iklen, 1994). A pós o registo contínuo, recorrem os ao registo digital num program a de processam ento de texto e, depois de um a leitura flutuante, procedem os à sua categorização.

R elativam ente à p esquisa docum ental, esta foi um a das formas de recolher inform ação com plem entar que p erm itiu efectuar a caracterização do contexto da investigação e do objecto de estudo. P ara co nstruir o “utensílio” de reco lh a de dados, p rim eiro estudám os o contexto da investigação e só depois realizám os a recolha, a notação e a codificação, tal com o referem K etele & R oegiers (1993). A ssim , p ara analisar o s dados recolhidos construím os u m a grelha com critérios de categorização, para procederm os à análise de conteúdo (anexo X III).

N o âm bito d esta investigação e, nas páginas 44 à 46 deste capítulo, apresentám os os dados fruto d a p esqu isa docum ental, a caracterização d o meio, d a escola, d o s professores e dos alunos das turm as participantes. Consideram os q u e era pertinente a exposição da caracterização do m eio e d o s participantes, im ediatam ente à apresentação d a justificação do paradigm a e d a m eto do log ia do estudo e antes das técnicas e procedim entos na reco lh a de dados, pois esta opção perm itiu-nos ter um a visão global do am biente do estudo.

Nota final

A entrevista é o centro d a investigação e o seu objecto de interesse é o discurso do sujeito. R ecolhem os as percepções e as opiniões p ara com preenderm os e acederm os a factos passados na p ersp ectiv a de quem os viveu com o, tam bém , fazer inferências ao futuro (Ketele & R oegiers, 1993). N a observação, o objecto d e interesse são os com portam entos observáveis e estes são fruto de um acto de sentido único que v isa o m om ento em que ocorre a anotação (E strela, 1994) e na pesquisa docum ental é o acesso ao conteúdo expresso nos docum entos.

Ao recorrem os a diferentes técnicas, ao efectuarm os com parações através do procedim ento da triangulação estam os a evitar as am eaças à validade interna, relativam ente à forma com o os dados d a investigação foram recolhidos.

Independentem ente do tipo de técnica que se utilize p ara obter os dados o que pretendem os é d ar-lhe sentido (Patton, 1990). A ssim , irem os proceder à análise de conteúdo p ara (re)o rgan izar os dados com recuso a categorias, a subcategorias, a indicadores e a u m a cod ificação apropriadas aos objectivos e às questões de investigação.