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Justificação do paradigma e da m etodologia do estudo

Tendo em atenção o que pretendíam os com preender, se a internet introduz inovação na disciplina de D esenho-A , pareceu-nos pertinente efectuar u m a abordagem qualitativa, de carácter descritivo e interpretativo.

N este dom ínio, M erriam (1988, p.6)) afirm a que num a investigação qualitativa “ a realidade é construída pelos indivíduos em interacção social. O s investigadores qualitativos estão interessados em com preender o significado que os sujeitos construíram , o u seja, com o com preendem o seu m undo e as experiências que têm no m u nd o” .

Ao indicarm os que a n atureza da investigação é qualitativa, naturalista, é porque pretendem os estudar a fo rm a com o os indivíduos interpretam e dão sentido às suas experiências vividas num a determ inada sociedade e num determ inado contexto, isto é, num a escola secundária do distrito de Setúbal. Ao recorrer a este tipo de investigação, e tendo com o referencia A fonso (2005), pretende-se explorar o com portam ento, as perspectivas e as experiências das pessoas, isto é, dos alunos e d os professores im plicados no estudo.

A ssim , concordando co m W olcott (1994), referim os que n este estudo qualitativo, a realidade é construída a partir do quadro referencial dos próprios sujeitos do estudo e cabe, agora, ao investigador interpretar o significado da acção hum ana e não apenas descrever os com portam entos.

Referim os, ainda, que “o principal instrum ento de pesquisa é o próprio investigador” (Costa, 1990, p. 132), dado que fom os nós que recolhem os e coordenam os os dados através da observação de aulas, d a entrevista e da pesquisa docum ental.

Esta investigação assenta no desenho de estudo de caso e p ara perceberm os o seu significado apresentam -se de seguida algum as visões de autores sobre o que é o estudo de caso. A ssim , das várias explicações existentes sobre o estudo de caso, destacam os a de

M erriam (1988) que indica que um estudo de caso qualitativo perm ite com preender e interpretar observações de fenóm enos educacionais. G uba & L incoln (1981) consideram que, no estudo de caso, o investigador deve registar e descrever os factos, d ar a conhecer o fenóm eno estudado e confirm ar, ou não, a existência de relações no caso. C resw ell (1994) refere que o estudo de caso caracteriza-se por ser um a investigação de um sistem a lim itado no tem po e que visa a profundidade, recorrendo para o efeito a um a recolha de dados exaustiva que envolve várias fontes de inform ação ricas no contexto. Segundo Patton (1990), o estudo de caso com o m étodo de natureza m ais subjectiva, assen ta na descrição, análise e interpretação dos dados, perm itindo obter u m a com preensão am pla de casos com plexos e do seu contexto. Y in (1994) sugere que o estudo de caso é u m a investigação em pírica que tem com o m eta investigar um fenóm eno no seu am biente natural e com um m ente recorre a m últiplas fontes de evidência quando não h á definição entre o fenóm eno e o contexto. O autor acrescenta, ainda, que o estudo de caso tem com o objectivo explorar, descrever e explicar.

P odem os, assim , inferir que o estudo de caso, e o nosso em particular, assenta na investigação em pírica de um fenóm eno que dificilm ente pode ser isolado ou dissociado do seu contexto e que visa: (i) a su a com preensão (descodificar os significados e perceber o sentido), (ii) a sua descrição (ver de form a clara e objectiva o que se observou e quantificar) e (iii) a sua interpretação (m ostrar de form a coerente os significados m anifestos e não m anifestos). C entrando-se esta investigação na n atureza do objecto, a internet, pretendem os “estudar o que é particular, específico e ú nico” (A fonso, 2005, p.70).

O ra, quando se fala no desenho do estudo tem os presente que este im plica um a exposição d a operacionalização da estratégia eleita, assente na “caracterização do uso das técnicas e instrum entos, caracterização dos sujeitos participantes, do dispositivo e dos procedim entos” (A fonso, 2005, p.56). Reunidas estas condições, pudem os, então, colher os dados p ara dar resposta às questões de investigação.

A enunciação do problem a, o enquadram ento teórico, a definição dos objectivos e o tipo de questões apresentadas são im portantes para orientar a tipo log ia do estudo. N esta linha condutora, W olcott (1994) defende que um a investigação qualitativa carece de um problem a de partida e de um conjunto de questões objectivas e bem form uladas cuja im portância advém do facto de terem um carácter orientador e de g uia do estudo. Foi o que foi por nós realizado. Seguim os, tam bém , a indicação de vários autores, com o Yin (1994) e W olcott (1994), ao visar neste estudo de caso conhecer o “com o” e/ou o “porquê” do fenóm eno.

N o sentido de com pletar a fundam entação sobre o estudo, apresentarem os, ainda, outras características do trabalho, tais como: (i) ser heurístico p ois a reflexão sobre o produto d o s dados leva à com preensão do fenóm eno que está a ser estu dado (M erriam , 1988 e Stake 1998); (ii) ser delim itado, atendendo que o estudo apresen ta lim itações em term os de espaço, tem po, ocorrências e/ou processos (Creswel, 1994, A fonso, 2005) e (iii) ser indutivo pois a p artir d a recolha de dados sobre um fenóm eno, te n ta com preender e encontrar as relações explicativas dos m esm os (Stake, 1998 e M erriam , 1988).

N o nosso estudo pretendem os triangular a inform ação, pois, segundo C ohen & M arion (1990), Jensen & Jankow ski (1993) e A m ando (1998), pro ceder à triangulação de dados perm ite explicar a riqueza e a com plexidade do com portam ento hum ano. O autor e investigador A fonso (2005, p.73) aprofunda a questão ao referir que triang ular “perm ite enfrentar [o] problem a, controlando a validade dos significados ex presso s nas narrativas, descrições e interpretações do investigador.”

N este processo, pautam o-nos pelas questões de ética, dado q u e são fundam entais em qualquer tipo de investigação. Pois com o referem B ogdan & B ilken, (1994, p.77) “as identidades dos sujeitos devem ser protegidas, ( ...) os sujeitos devem ser tratados respeitosam ente ( ...) , ao negociar a autorização para efectuar um estudo, o investigador deve ser claro e explícito com todos os intervenientes relativam ente aos term os do acordo e deve respeitá-lo até à conclusão do estudo” . Para garantir a confidencialidade e o anonim ato recorrem os à codificação que será devidam ente explicado no capítulo seguinte.

P o r fim , m anter os participantes inform ados e dar a conh ecer os resultados da investigação é, tam bém , um princípio pelo qual nos regem os.

Em resum o, num determ inado período de tem po, com duas turm as de artes, visam os recolher, descrever, analisar e interpretar os dados, para com preender o nosso problem a.

Pretendem os, tam bém , neste processo assegurar a pertinência, a validade e a fiabilidade do processo de recolha de inform ações, dos instrum entos utilizados e do estudo.