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Estratégias de Operacionalização e Participação

Capítulo IV – Análise de Resultados do Plano de Investigação

3. Literacia Social – uma proposta de formação integral

3.2. Estratégias de Operacionalização e Participação

No seguimento da informação recolhida nas entrevistas, a forma de introdução dos temas e conceitos associados à Literacia Social nas escolas é normalmente decidida pelo Ministério da Educação ou pelas Direções dos Agrupamentos, sendo que na prática, verificada pela aplicação do inquérito aos dirigentes escolares, a administração central não foi envolvida e os encarregados de educação foram os principais agentes envolvidos. Na categoria “outros” podemos considerar os agentes diretivos do próprio agrupamento, assim como agentes externos.

Figura 94 – Participação dos agentes na introdução da Literacia Social, 2010/11

Os resultados do inquérito aos dirigentes escolares permitem ainda perceber de que forma, neste momento e essencialmente num universo de estabelecimentos de ensino a implementar o Programa LED, este conceito é promovido na escola, bem como as razões que sustentam essa forma de promoção. Os gráficos seguintes demonstram a prática de integração curricular, garantindo o envolvimento da comunidade escolar e a transversalidade da abordagem, associadas á qualidade dos resultados.

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Figura 95 – Estratégias de promoção da Literacia Social, 2010/11

Figura 96 – Motivos da estratégia de promoção da Literacia Social, 2010/11

O envolvimento que as escolas têm tido com a Literacia Social, no contexto do programa LED, sustenta, de certa forma, o referido “conhecimento” dos temas abrangidos, uma vez que os entrevistados afirmam que este conceito está presente no dia-a-dia da escola de diversas formas, porque se insere no plano curricular, porque o programa LED está incluído no Plano Anual de Atividades

157 dos Agrupamentos e respetivas escolas, e porque se relaciona com os eixos prioritários do projeto educativo dos vários agrupamentos - prevenção da indisciplina, desenvolvimento de competências pessoais, regras de convivência, etc.

Relativamente às formas mais eficazes de introdução da Literacia Social nas escolas, os dirigentes entrevistados consideram que o conceito está naturalmente introduzido na escolas, ainda que de uma forma pouco estruturada e pouco evidente, quer seja por via do currículo oficial, do programam LED, quer seja pelas situações diárias que inevitavelmente levam à abordagem de temas relacionados com este conceito.

“É inevitável trabalhar estas questões quando se trabalha com crianças!”; “Até num texto de língua portuguesa, estas questões são tratadas, no entanto tem muito a ver com a sensibilidade de cada Professor!”

Ao nível das responsabilidades para atingir resultados satisfatórios no âmbito da Literacia Social, os dirigentes inquiridos sublinham aquela referida responsabilidade do professor titular e, de seguida, dos encarregados de educação, não desresponsabilizando o próprio aluno e o coordenador da escola.

Figura 97 – Responsabilidade dos agentes nos resultados da Literacia Social, 2010/11

Os coordenadores entrevistados referem, com vista à sustentada operacionalização da Literacia Social, que esta área deve ser abordada de forma transversal e transcurricular, embora defendo ainda que é necessário

158 torná-la mais concreta, mais formal, mais sistematizada, não sendo colocada de parte a hipótese (por alguns) de ser trabalhada isoladamente ou com um “tempo” específico – entendimento partilhado entre professores e dirigentes na mesma e exata proporção, confirme gráfico seguinte.

Figura 98 – Impacto da introdução da Literacia Social no Currículo, 2010/11

Tal como já referida a oportunidade de articulação com as AEC, é reforçada esta ideia aquando da discussão em torno de estratégias de operacionalização que devem, sobretudo no primeiro ciclo do ensino básico, assumir estratégias de aprendizagem menos formais e teóricas.

“os alunos sentem-se mais motivados com atividades mais práticas”; ”é difícil para uma criança estar sentada numa cadeira a absorver informação”

No entanto, sendo considerada uma área “vasta, vaga, muito abrangente e

pouco concreta”, a dificuldade em materializá-la e operacionalizá-la é maior. No

que concerne aos temas a abordar, embora se sintam confortáveis com os mesmos, os professores entrevistados, e no seguimento do ponto anterior, reconhecem algumas dificuldades resultantes da ausência de “algo mais

objetivo e estruturado”, considerando o programa LED como um bom exemplo

dessa necessária sistematização, com um nível de liberdade suficiente para a escolha dos temas ser adaptada ao grupo/turma que cada professor tem, tendo em conta as suas características.

Quando confrontados com alguns temas centrais de Literacia Social, apresentam uma confiança acima da média para lecioná-los, sendo menor nos temas associados à espiritualidade e à cidadania democrática.

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Figura 99 – Confiança dos docentes em temas de Literacia Social, 2010/11

O inquérito procurou igualmente medir o âmbito da participação e/ou abordagem da Literacia Social por parte dos professores, onde os seguintes gráficos apresentam alguns dados relevantes, como o envolvimento em projetos, programas ou disciplinas que tratem a Literacia Social, o tipo/âmbito de participação, envolvimento de entidades externas, fontes utilizadas, entre outros. Com a maioria a mostrar-se envolvido no planeamento e execução dessas atividades, muitos afirmam operacionalizá-las através de módulos previamente preparados para o efeito, associado à tipologia de atividades que foram desenvolvendo no programa LED, nas quais é mais frequente ser o professor quem planeia e executa as atividades propostas.

160 As disciplinas curriculares são as que foram mais objeto de atenção no desenvolvimento destas propostas de Literacia Social, com pouco envolvimento das turmas em atividades cívicas externas, mas com a participação diversificada, embora pouco intensa, de entidades externas convidadas à escola, em 65% dos casos. Entre estas, os pais são os que se envolveram na maioria dos casos.

Figura 101 – Áreas curriculares em que leciona Literacia Social, 2010/11

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Figura 103 – Agentes envolvidos em atividades extracurriculares, 2010/11

No que respeita a fontes utilizadas em projetos desta natureza, demonstra-se um fraco recurso à maioria das fontes avaliadas, onde mais uma vez o tipo de materiais do programa LED parece ser o mais permeável.

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