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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.4 Estrutura e Vantagens Locais

6.4.1 Vantagens que a empresa tem por estar localizada no Arranjo

Analisando os mini produtores quanto às vantagens que têm por estarem localizados no arranjo, 70,6% citaram a proximidade com fornecedores de insumos e matérias-primas, 64,7% indicaram a proximidade com cliente/consumidores, 52,9% citaram a disponibilidade da mão-de-obra e 58,8% apontaram a disponibilidade de serviços técnicos especializados e a existência de programas de apoio e promoção (como o PRONATEC-SENAR e o Plano de desenvolvimento da Apicultura-SAGRI).

No que se referem às vantagens obtidas pelos pequenos produtores 76,7% citaram a proximidade com clientes/consumidores, 33,3% apontaram a proximidade com universidades e centros de pesquisa, principalmente da Universidade Federal Rural da Amazônia em Igarapé-Açu; 60% indicaram melhorias na infraestrutura física, como a possibilidade de uso da casa de mel das associações da região; 73,3% citaram a proximidade com fornecedores de

insumos e matérias-primas, em grande parcela dos casos os apicultores do próprio arranjo são os principais fornecedores de enxames e de cera alveolada para os demais e 53,3% indicaram a disponibilidade de mão-de-obra qualificada, onde evidenciaram que algumas vezes tanto os mini quanto os pequenos e médio produtores formam pequenos mutirões para trabalho conjunto em apiários de vizinhos próximos.

Observando os médios produtores, 91,3% enfatizam a proximidade com clientes e fornecedores como vantagens de estarem no arranjo; 78,3% citaram a disponibilidade de técnicos especializados, principalmente em Capitão Poço por ter sido município base para o apoio governamental ao arranjo produtivo da apicultura no Estado; 69,6% indicaram a proximidade com os fornecedores de insumos e matéria-prima; 52,2% apontaram o baixo custo da mão-de-obra e apenas 4,3% apontaram a aproximidade com as universidades e centros de pesquisa. Quanto a este último item, percebeu-se uma maior aproximação da universidade com os pequenos produtores pelo fato de grande parcela deles estarem situados no município de Igarapé-Açu, onde há uma sede da universidade neste município.

Quanto aos grandes produtores, 62,5% citaram a disponibilidade da mão-de-obra como vantagens da presença no arranjo; 75% apontaram o baixo custo com a mão-de-obra e a proximidade com fornecedores de matéria-prima (em Capitão Poço há a presença de vários médios apicultores que comercializam matéria-prima); 75% apontam proximidades com produtores de equipamentos, principalmente com a empresa Emura Comercial; e 50% citaram a existência de programas de apoio e promoção, onde ficou evidente a execução do plano da Secretaria de Agricultura no município de Capitão Poço.

6.4.2 Transações comerciais locais

Os apicultores afirmaram que o mercado local atende quase que completamente as necessidades por insumos, matéria-prima, equipamentos e serviços. O diferencial está nos maquinários de aço-inox necessários como a centrífuga, mesa desoperculadora e decantador que para todos os municípios estudados há a necessidade de se encomendar da capital ou de outros estados.

No que se referem às transações comerciais através do porte dos produtores, 82,3% dos mini produtores realizam transações comerciais localmente na aquisição de insumos e matéria-prima (colmeias, folhas de cera alveoladas, etc.), 58,8% adquirem equipamentos internamente, 5,9% contratam serviços (como acompanhamento técnico ou manutenção de colmeias) e cerca de 90% vendem seus produtos no município. Quanto às pequenas empresas,

73,3% adquirem insumos e matéria-prima locais, 46,7% compram equipamentos localmente, 76,7% vendem seus produtos no município e 13,3% adquirem serviços.

Observando os médio produtores, 60,8% adquirem insumos e matéria-prima da região, 26,1% compram equipamentos no município, 21,7% contratam serviços e 69,6% vendem seus produtos na região. Quanto aos grandes produtores, 75% compram matéria- prima e insumos locais, 25% adquirem equipamentos no município, 25% adquirem serviços e 56,5% vendem seus produtos localmente.

Percebe-se que aquisição de matéria-prima e insumos normalmente possuem valores altos quanto a comercialização local, logo que, itens como colméias são difíceis de serem deslocadas de um local para outro. Já outros insumos, como as ceras alveoladas, são de fácil produção e consequentemente de oferta local. Por outro lado, os valores para equipamentos diminuem quando há o aumento do porte do produtor, isto porque à medida que há o avanço na sua produção há também o incremento de necessidades tecnológicas mais avançadas em equipamentos que por sua vez não são encontradas localmente. Quanto à venda dos produtos, grande parte da produção passou, recentemente, a ser realizadas no próprio município, pois, segundo as respostas nas entrevistas, muitos produtores começaram a vender o mel (principal produto comercializado) para o Programa de Aquisição de Alimentos do governo federal. Os mesmos produtores também relataram que antes do programa as vendas locais aconteciam em menor escala.

6.4.3. Participação ou conhecimento de programa voltado para a atividade

Entrevistando os apicultores no tocante aos conhecimentos de programas desenvolvidos pelo governo e por órgãos de apoio e promoção, averiguou-se que para mini, pequenos, médios e grandes produtores, respectivamente, 52,9%, 61,3%, 78,3% e 62,5% conhecem e participam de programas do governo federal. Quanto à esfera estadual, para a mesma sequência de níveis de produtores, 23,5%, 53,3%, 69,6% e 50% conhecem e participam de programas. Sobre os órgãos de apoio e promoção, 66,7% do total de apicultores declararam conhecer o APIS-SEBRAE, porém nenhum declarou participar do projeto.

Vale ressaltar que os projetos do âmbito federal citados pelos apicultores foram o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, onde foi citado muito das vezes o auxílio da Emater na promoção da entrada dos apicultores em tais programas.

Os programas do governo estadual citados por 48,7% dos apicultores foram o Pngeo (Programa Nacional de Georreferenciamento Apícola) e os programas de capacitação de

apicultores, promovidos pela EMATER/SENAR. Quanto ao projeto Apis-SEBRAE citado, o mesmo foi encerrado em 2009 por não ter obtido resultados satisfatórios com o projeto.