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As empresas são definidas como “organizações econômicas com finalidade de produção de bens ou serviços, objetivando o lucro” (DUARTE, 2002, p. 176). Pode ser constituída por uma ou mais pessoas que visam uma ação produtiva. Em consequência da demanda por ser uma estrutura que favoreça a ação organizada, a concepção de empresa também começa a ser descrita sob o termo Organização, que significa uma ferramenta que as pessoas usam para coordenar suas ações no sentido de conseguir o que pretendem (JONES, 2010). Para Duarte (2002), as organizações são uma denominação genérica de empresas, entidades, associações, dentre outras formas que expressam as relações produtivas privadas ou públicas.

Lacombe (2009) denomina organização como um grupo de pessoas formalmente ligadas que buscam atingir objetivos comuns. As organizações podem ser formais ou informais.

Podem ser definidos como organização empresas, universidades, hospitais, escolas, creches, associações culturais, partidos políticos, sindicatos, clubes, condomínios, cooperativas, famílias, organizações não-

governamentais, associações de classe profissionais, corporações militares, associação de moradores de bairro, etc. (LACOMBE, 2009, p. 13).

Drucker (2002) chama atenção para a necessidade que o ser humano tem de estar em uma sociedade funcional, regida por valores, disciplinas, poder e organização social. As empresas compõem esse grupo de organizações sociais capazes de organizar o dia a dia da vida social, evitando o caos. O autor ressalta, ainda, que a sociedade encontra-se em um momento pós-capitalista. Esse é resultado de uma reorganização social que leva às mudanças na visão de mundo, nos valores básicos, em sua estruturação política e social, nas artes e em suas instituições fundamentadoras.

Impactadas por essas mudanças, disseminou-se, no ambiente produtivo, e, consequentemente, nas organizações, a necessidade do desenvolvimento de suas capacidades empreendedoras. As mudanças aconteceram desde a infraestrutura física e tecnológica até as pessoas que a compõem. A mudança pode indicar reestruturações necessárias ao sistema organizacional em resposta às pressões ambientais. Nesse contexto, os gestores precisam estar atentos às necessidades frequentes de adaptação, com isso, emergem temas como aprendizagem organizacional, feedback e retroalimentação, criatividade, empreendedorismo e inovação, sustentabilidade, dentre outros.

Nessas novas abordagens, os indivíduos que empreendem passam a ser empreendedores. Segundo Longenecker; Moore; Petty (1997), esse é um termo que não se restringe à definição dos fundadores de uma empresa, é um termo que se direciona também a gerentes-proprietários ativos, excluindo dele, os gerentes assalariados. Nessa perspectiva, empreendedores são necessariamente pessoas com vínculos ativos em relação à propriedade empresarial. Duarte (2002, p. 174) define como empreendedor a “pessoa inovadora, talentosa, criadora, inventiva. Aquele que, utilizando recursos próprios, instalou, instala, ou se prepara para instalar um empreendimento”.

O empreendedor que busca o próprio negócio é atraído pela ideia de abri-lo por alguns incentivos que podem ser agrupados em três categorias básicas. Segundo Longenecker; Moore; Petty (1997), são elas: lucro, independência e estilo de vida prazeroso, conforme representado na figura a seguir.

Imagem 6: Incentivos para Empreender

Fonte: Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 7).

Mesmo com os incentivos que impulsionam a ação empreendedora, eles não são apenas bonificações, existem alguns desafios na gestão. A estrutura do empreendimento, ou seja, da organização, passa a ser uma definição necessária para o sucesso empresarial. Essa estrutura precisa estar em sintonia com os objetivos organizacionais, devendo ser delineada com base neles. Assim, a estrutura passa a ser uma ferramenta básica para o alcance das situações desejadas pela empresa (REBOUÇAS, 2009).

No contexto contemporâneo de instabilidade e de fortes mudanças, as estruturas devem indicar o alcance dos objetivos ao mesmo tempo em que precisam de um grau de flexibilidade que promova uma ação inovadora e empreendedora constante. As empresas modernas buscam modelos de gestão que indiquem as formas de lidar com essa realidade apresentada.

Uma forma de caracterizar e classificar os tipos de empresa é por meio das denominações previstas em lei que se aplicam a todos os tipos de negócios, sendo pequenas, médias ou grandes organizações. Na realidade americana, por exemplo, para as Pequenas empresas, existem as formas de empresa individual, sociedade por cotas e sociedade anônima ou por ações. A empresa individual é de propriedade única, esta tem direito a todos os ativos da empresa. Ela recebe os lucros, mas também assume as perdas. Nesse caso, a morte do proprietário encerra a existência jurídica. O modelo de sociedade é uma associação voluntária de duas ou

Compensações de um empreendimento

Lucro

Libertação dos limites de pagamento padronizado para trabalho padronizado

Independência

Libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas

Estilo de vida prazeroso

Libertação da rotina, monotonia e empregos não-desafiadores

mais pessoas, e esses indivíduos são denominados sócios. Qualquer pessoa capaz de assumir um contrato pode-se tornar juridicamente um sócio de uma empresa. No caso das sociedades anônimas, as formas de vida da organização são independentes da vida dos seus proprietários. É a sociedade anônima, e não seus proprietários, que deve pagar as dívidas contraídas pela sociedade (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997).

O Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas assume, no Brasil, a responsabilidade de orientar os empreendedores no que tange ao enquadramento legal de suas ações empresariais. Para isso, disponibiliza algumas informações em relação a essas concepções. Em seu Portal, é possível encontrar as definições de negócios no Brasil para Micro e Pequenas Empresas, expressos na imagem 7. Tais informações revelam que a principal diferença está no volume de faturamento anual. Segundo dados vigentes em 2014, a Micro Empresa fatura até R$ 360 mil por ano e a Pequena Empresa fatura de R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões por ano.

Imagem 7: Tipos de Pequenas Empresas

Fonte: Adaptado de SEBRAE (2013).

A legislação brasileira enquadra como Empresa de Pequeno Porte (EPP) um empreendimento com faturamento bruto anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões. Caso essa empresa não exerça uma atividade vedada pela Lei Complementar nº

123/2006, ela também poderá optar pela modalidade fiscal do Simples Nacional, uma forma de incentivo legalmente válido para pagamento fiscal das Micro e Pequenas Empresas.

Com o objetivo de deliberar sobre questões do negócio que envolve a família como um todo, uma das estratégias utilizadas pelas empresas familiares para discutir uma melhor dinâmica de funcionamento familiar na empresa é a formação de conselhos familiares. Os membros da família reúnem-se em um ambiente externo, em forma de reunião familiar, geralmente em uma realidade distante, para discutir questões do negócio e da família. Durante o retiro, os membros da família podem indicar membros para compor um conselho familiar. Estes determinam datas para reuniões periódicas que forneçam uma continuidade na discussão das questões abordadas no retiro. Porém, algumas famílias não gostam desse tipo de arranjo. Alguns membros sentem-se ameaçados frente a esse diálogo e preferem uma realidade de tomada de decisão mais centralizada nos membros que detêm esse poder no momento. Acreditam que não discutir tais questões pode garantir a harmonia dos relacionamentos familiares. A estratégia, adotada por algumas empresas familiares, é a de convidar um consultor externo que conduza tais discussões (LONGENECKER et al., 2004).

A estrutura empresarial, ou seja, a forma organizada de distribuição de funções e de poderes é uma fonte rica de informações quanto ao acesso aos padrões e à regra de funcionamento das empresas familiares. Trata-se, portanto, de um indicador relevante para esta pesquisa. Para visualizar a estrutura da empresa familiar, deverá ser utilizado o organograma, melhor definido nas seções a seguir.