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PONTOS DO ALiB

3.2 AS LOCALIDADES: PASSADO E PRESENTE 1 Juazeiro

3.2.3 Euclides da Cunha

Figura 4 – A cidade de Euclides da Cunha no Estado da Bahia

Situada no nordeste do Estado da Bahia, na área do semiárido, a cidade de Euclides da Cunha está localizada a 334 quilômetros de Salvador. Tem a sua história inicialmente ligada aos índios caimbé, que lá desenvolveram a cultura de cereais e cana-de-açúcar. Esse hábito se manteve na região, ainda sendo esses, hoje, cultivos que marcam a economia local.

Relata-se que o município tenha sido desbravado por nativos de municípios vizinhos, vindos, principalmente, de Tucano e Monte Santo, que se dedicaram à lavoura e à pecuária. Além disso, a área foi um ponto de parada para caixeiros viajantes vindos do interior do Estado de Sergipe. Lá esses trabalhadores repousavam e vendiam mercadorias. Aos poucos, criaram na região uma feira.

O primeiro núcleo populacional se estabeleceu na Fazenda Cumbé Major, onde também, com a chegada dos jesuítas, no século XIX, foram criados uma capela e um convento. O povoado de Cumbé foi elevado à categoria de vila em 1898. Tornou-se, efetivamente, município em 1933, tempo em que se constituía de dois distritos: Cumbé e Canudos.

O episódio referente à Guerra de Canudos é uma das mais relevantes páginas da história do município de Euclides da Cunha. Segundo Tavares (2000), os conflitos existentes entre a capital e o distrito se deram em razão de informações chegadas em Salvador acerca da figura

de Antônio Conselheiro e seus seguidores, ex-escravos, trabalhadores rurais e vaqueiros, em maior parte. Cita também questões pertinentes à

[...] distância física e nas diferenças culturais entre a Bahia litorânea precariamente urbanizada e o sertão dominado pelo latifúndio, pontilhado de isoladas fazendas de gado e contados povoados e vilas, algumas das quais com identificação comercial por causa da localização em encruzilhadas e vizinhanças que levavam a outras perdidas vilas dos estados (sic) de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. (TAVARES, 2000, p.230)32.

Assim, entende-se que as tensões oriundas das desigualdades entre a capital, que acumulava alguma riqueza e começava a alcançar a urbanização, e o interior foram também responsáveis pelas sucessivas expedições de militares e policiais a Canudos. Intentava-se barrar o suposto levante de Antônio Conselheiro e seus fiéis, que eram tidos como partidários de um movimento de restauração da monarquia. Uma dessas expedições, ocorrida em 1893, levou os militares a Cumbé, atual Euclides da Cunha, e Tucano.

Já no século XX, na década de 1960, destaca-se o asfaltamento da rodovia Transnordestina (BR-116), como um aspecto relevante na história de Euclides da Cunha. A estrada, que liga Fortaleza, Ceará, a Jaguarão, no Rio Grande do Sul, representou a chegada de empreiteiras, trabalhadores e máquinas pesadas a Euclides da Cunha: “Empregos para dezenas de operários euclidenses e da região foram gerados, propriedades rurais foram desapropriadas para dar passagem à rodovia, sem sombra de dúvidas, um grande sonho dos euclidenses.” (DILSON, 2016, p.2).

As obras, porém, foram repentinamente paralisadas, em detrimento às obras da BR- 407, que liga Feira de Santana a Pernambuco. Com isso, iniciou-se um período de crise econômica para Euclides da Cunha. Muitos estabelecimentos comerciais foram fechados e muitos nativos migraram para o Rio de Janeiro e para São Paulo.

Cerca de 30 anos após a crise, todavia, herdeiros dos antigos comércios foram responsáveis por reerguer a economia local. Hoje, a cidade sobrevive, basicamente, do comércio e de serviços, configurando-se como um município de baixo índice de desenvolvimento humano.

Destaca-se, hoje, no panorama educacional, a presença dos campi do Instituto Federal da Bahia (IFBA), que oferece Ensino Médio e Técnico à população, e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Na cidade de Euclides da Cunha, situa-se o Departamento de

32 O autor afirma, ainda, que todo o sertão baiano, à altura da segunda metade do século XIX e início do século XX, era constituído de currais de gado e latifúndios oriundo de possessões da Casa da Torre e outras dinastias. Isso explica, de modo geral, a constituição de boa parte das cidades interioranas até então apresentadas.

Ciências Humanas e Tecnologia da UNEB, que oferece aulas da Licenciatura em Letras e do Bacharelado em Engenharia Agronômica.

3.2.4 Barra

Figura 5 – A cidade de Barra no Estado da Bahia

Localizada à beira do Rio São Francisco, no Oeste do Estado, a cidade de Barra está situada a cerca de 680 quilômetros de Salvador.

Inicialmente, a área de Barra era povoada por índios acroá, mocoaz, tupiniquim, xacriabá, caiapó, cariri e aricobé. De acordo com a página oficial da prefeitura de Barra, na

Internet, sua ocupação remonta ao século XVII. Barra era uma das possessões da Casa da Torre.

Em 1670, Dias D’Ávila estabeleceu um curral da região, o qual, pouco depois, constitui-se na Fazenda de Barra do Rio Grande do Sul. Para lá, confluíram sertanistas e jesuítas, esses últimos visando à catequese dos nativos. Posteriormente, foram atraídos moradores de outras partes do país e também do exterior, como espanhóis e holandeses.

Em 1698, a antiga fazenda ganhou o status de povoado e, em 1752, foi alçada à condição de vila. Salienta-se que, até aproximadamente 1824, a região esteve subordinada ao Estado de Pernambuco, e, depois, até o ano de 1827, esteve ligada ao Estado de Minas Gerais. Somente a partir daí foi incorporada à Bahia. A Igreja local, porém, permaneceu vinculada a Pernambuco até 1853.

A comunicação não era muito facilitada até aquele momento. Havia apenas uma linha de correio (homens levando as correspondências em malas, trafegando a pé e passando pela vila cerca de três vezes ao mês) que transmitia mensagens da então Vila da Barra a Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Apenas com a chegada do Vapor Saldanha Marinho, que, como já dito, navegava pelo Rio São Francisco e conectava Juazeiro a Pirapora (MG), o fluxo de pessoas e informações se tornou mais facilitado.

No que tange à localização de Barra e o seu contato com outros Estados, cita-se que, aos poucos, tornou-se passagem obrigatória para quem se dirigia ao Sertão do São Francisco e das boiadas do Piauí, Maranhão e Goiás

Sampaio (2012) afirma que a exploração da região Oeste da Bahia, de modo geral, relaciona-se com a busca de minérios no Alto São Francisco:

O Oeste da Bahia é historicamente conhecido desde os primeiros tempos da colonização portuguesa no Brasil, datando ainda do final do século XVI. A corrida para as minas descobertas no Alto do São Francisco determinou o surgimento de vários núcleos de povoamento em toda extensão do vale, constituídos em torno dos ‘currais’ ao longo do rio. Estes núcleos foram responsáveis pelo estabelecimento de ativos mercados de gado e de produtos vegetais que serviram, posteriormente, como ponto de escoamento para os principais centros urbanos no Nordeste da colônia. (SAMPAIO, 2012, p.1).

O gado, assim, constituiu-se como o principal produto da economia local. A busca por riquezas, contudo, era também um atrativo, o que tornava a população local “móvel”, em função de deslocamentos constantes. Além da mobilidade, o autor cita a miscigenação entre negros, indígenas e brancos como um traço relevante para a compreensão dos aspectos sociais na região.

A paisagem, de certa forma, orientava o estabelecimento da população. As águas do Rio São Francisco se configuram, assim, como fonte de alimento, acessibilidade e comunicação.

A cidade de Barra foi o centro econômico da região Oeste do Estado durante os primeiros momentos de sua história, em razão do desenvolvimento agrícola e da criação de animais desenvolvidos no local.

A segunda metade do século XX, todavia, trouxe alterações no panorama local.

Com a fundação de Brasília, na década de 1960, promoveu-se a interiorização do desenvolvimento brasileiro, sendo construídas, dentre outras coisas, estradas que conectavam Barreiras, também no Oeste brasileiro, a Brasília e a Salvador (BR-020 e BR-242). Apenas em 1998, porém, Barra se integrou à malha rodoviária federal, conectando-se à BR-242 (Salvador- Brasília).

Nas décadas de 1970 e 1980, foram feitos investimentos pertinentes ao aprimoramento da produção agrícola local. Destacam-se os projetos de irrigação efetuados pela Companhia de

Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) e as iniciativas do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira (PRODECER II)33. Sobre esse último, salienta-se que foi

responsável por atrair uma leva de colonos sulistas para a área, no intuito de produzir alimentos e fornecê-los em escala mundial.

Por fim, informa-se que Barra abriga um campus da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB)34, desde o ano de 2013, onde são lecionadas aulas dos cursos de Medicina

Veterinária e Agronomia. 3.2.5 Irecê

Figura 6 – A cidade de Irecê no Estado da Bahia

Irecê, situada no centro norte da Bahia, distancia-se de Salvador por cerca de 480 quilômetros. O acesso à capital se dá de modo facilitado, por intermédio da BA-052, Estrada do Feijão, que liga Irecê à cidade de Xique-Xique e essa a Feira de Santana, que se liga a Salvador através da BR-324.

33 O PRODECER foi uma iniciativa que teve como motivo a necessidade do Japão de consumir grãos cultivados em outras áreas do globo que não os Estados Unidos, em vista da proibição do então presidente americano Richard Nixon, em 1973, que embargou a exportação da produção americana. Na sua segunda edição, iniciada em 1985, o projeto abrangeu 200 mil hectares de terra espalhados pelos Estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (OSADA, 1999).

34 A UFOB é fruto das iniciativas de expansão da educação de nível superior no Brasil, delegadas pela Reforma Universitária (REUNI). Em uma das etapas empreendeu-se a interiorização das universidades, criando novas instituições que visavam não somente ao ensino e à pesquisa, mas, sobretudo, à extensão, na medida em que os cursos oferecidos deveriam dialogar com a realidade das cidades em que se estabelecessem os campi, promovendo o seu desenvolvimento social e econômico.

A história de Irecê remonta a uma doação de terra a Antônio Guedes de Brito, um dos maiores pecuaristas do Brasil Colônia, pela Coroa portuguesa. Ele foi um renomado apresador de índios que acabou por receber terras, do governo português, no século XVII, as quais havia descoberto. Destacou-se nas lutas contra indígenas e, também, na captura de negros fugidos, o que lhe gerou recompensas. Diz-se que seu patrimônio, conhecido como Casa da Ponte, também teria sido convertido em morgadio, como o de Garcia D´Ávila. Porém, há escassos testemunhos acerca disso (ALVEAL, 2012).

As terras onde se constituiu a cidade de Irecê foram doadas a Guedes de Brito em razão da luta dele contra os holandeses e em virtude de suas iniciativas pela pacificação da região do Rio São Francisco.

Em 1807, as tais terras foram vendidas pelos descendentes de Guedes de Brito. As mesmas englobavam alguns municípios atuais, dentre os quais Irecê e Morro do Chapéu, ao qual Irecê esteve subordinado em boa parte de sua história.

No local, desenvolveram-se o cultivo da terra, em razão dos terrenos férteis e a caça. Apenas no ano de 1926, Irecê alcançou o estatuto de vila, emancipando-se de Morro do Chapéu somente em 1933, quando foi alçado ao patamar de município.

Ao longo da história, configurou-se como uma área de trânsito de animais e pessoas. Em sua composição étnica, são apontados pelo IBGE e outros portais da Internet, principalmente, descendentes de portugueses e indígenas.

Economicamente, destacam-se os minérios de fosforita e zinco, bem como o cultivo agrícola. Irecê já foi conhecida como “a capital do feijão”, tendo sido a leguminosa o seu principal produto. Atualmente, citam-se a irrigação de cenouras e hortaliças, bem como a criação de avestruzes, o que lhe garante certo desenvolvimento e autonomia.

Em Irecê, hoje, também estão alocados campi do IFBA e da UNEB. O Campus XVI da UNEB abriga e oferece à população da cidade aulas dos cursos vinculados ao Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia, assim como em Euclides da Cunha. Destacam-se os cursos de Letras e Pedagogia.

3.2.6 Jacobina

Assim como Irecê, a cidade de Jacobina se localiza no centro norte da Bahia, ao norte da Chapada Diamantina. Distancia-se 330 quilômetros da capital, Salvador, a quem se liga por meio da BA-417 e da BR-324.

Figura 7– A cidade de Jacobina no Estado da Bahia

Sua história remonta ao século XVII, com a chegada de bandeirantes e portugueses, por ocasião da exploração de minérios na região, o que se deu em torno do ano de 1652, com a fixação da família Guedes de Brito. No século XVIII, em 1720, tornou-se vila, o que se deu em função de seu progresso. Em 1727, estabeleceu-se uma casa de fundição para controle da Metrópole sobre a exploração aurífera.

Jacobina viveu tempos de prosperidade até 1848. Com a descoberta de diamantes nas minas da Chapada Diamantina, muitos moradores migraram para aquela área. Apenas em 1880 foi elevada à categoria de cidade.

Na atualidade, a cidade tem como fonte de subsistência o comércio, a extração de ouro, em menor escala, e a fabricação de calçados e outros produtos. Possui 451 indústrias e 3675 estabelecimentos comerciais, segundo dados da Junta Comercial do Estado da Bahia (JUCEB).

Desde o ano de 1980, abriga o Campus IV da UNEB, onde está o seu Departamento de Ciências Humanas (DCH). Hoje, são ofertados, regularmente, os cursos de Letras, Geografia, História, Educação Física e Direito.

Além disso, Jacobina guarda grande patrimônio histórico e cultural, oriundo do auge da exploração aurífera, o que lhe garante a alcunha de “cidade do ouro”. Esses elementos, em conjunto com a natureza, tornam-lhe destaque no ramo do ecoturismo, uma vez que a região é

favorecida por serras, cânions, desfiladeiros, cachoeiras e lagos, como informa a página oficial da prefeitura local.

3.2.7 Barreiras

Figura 8 – A cidade de Barreiras no Estado da Bahia

Barreiras, situada no Extremo Oeste Baiano, na Bacia do Rio Grande, está distante cerca de 850 quilômetros da capital do Estado, Salvador. Geograficamente, está mais próxima de cidades dos Estados de Goiás, Minas Gerais e Piauí do que da capital baiana. Esse fato, de certa forma, reflete-se em sua organização social e em sua vida cultural.

A sua história remonta à navegação no Rio São Francisco, mais especificamente no Rio Grande, afluente do São Francisco, que banha o Oeste da Bahia, cuja nascente está situada na Serra Geral de Goiás. Os bandeirantes e desbravadores do interior brasileiro, ao encontrarem o último ponto navegável, até então, daquele rio, o qual era margeado por uma barreira de pedras, estabeleceram um porto nos arredores de onde, posteriormente, estabeleceu-se a cidade35.

A área de Barreiras, assim como de outras cidades baianas, foi doada em sesmaria36 a Antônio Guedes de Brito. A porção de terra foi vendida ainda no século XVII, tendo se

35 Essas informações estão disponíveis no portal City Brasil.

36 De acordo com Tavares (2000), a distribuição de terras no Brasil e, inicialmente, na Bahia, deu-se, dentre outras modalidades, através do sistema de sesmarias. Sesmaria, segundo o autor, é uma antiga forma de ocupação da

construído a Fazenda Tapera. Lá se deu a criação de gado, para subsistência e comércio. Após nova venda, a fazenda foi dividida em lotes e originou novas fazendas.

Em razão de sua situação geográfica, desde os primórdios de sua história, Barreiras se configura como uma área de trânsito de cargas e animais para as áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Norte, o que se intensifica no século XIX. Segundo site de turismo do Brasil:

Com o aumento das navegações no Rio Grande dois pontos distintos surgiram. O primeiro tinha característica de desembarque de mercadorias, que eram deslocadas para Goiás e Piauí O outro ponto localizava-se na parte inversa do rio e tinha função de escoar a produção local até as regiões exploradoras de ouro de Minas Gerais. Foi nesse local que uma comunidade surgiu e levou o nome de São João de Barreiras. A região de São João de Barreiras viveu como um pequeno entreposto durante cerca de 150 anos. Em 1850, a localidade começou a conhecer um desenvolvimento maior, com a passagem dos povoadores que buscavam atravessar os rios São Francisco e Grande para se dirigirem a Goiás. (FÉRIAS.TUR, 2016, p.2).

Essa situação se ampliou à volta de 1880, com a exploração da borracha de mangabeira, o que garantiu o desenvolvimento da região. Salienta-se, porém, que o cultivo da borracha declinou no início do século XX.

Novo período de prosperidade se deu por volta de 1928, com a construção da Usina Hidroelétrica da Bahia. A usina, segunda do Estado, era constituída de três turbinas, movidas por uma queda d’água. Seu funcionamento possibilitou o desenvolvimento da agricultura e da indústria agrícola na cidade. Todavia, em 1964, foi fechado o porto local e desativada a usina. Com isso, Barreiras permaneceu isolada.

O isolamento da cidade se desfez com a construção da BR-242, na década de 1970. A estrada, que liga Barreiras diretamente a Brasília, e conecta os Estados da Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, é um dos principais acessos à cidade, juntamente com a BR-020 (Brasília- Fortaleza).

Sobre o seu desenvolvimento populacional, dados do IBGE demonstram que quatro ciclos imigratórios distintos são responsáveis pelo desenvolvimento econômico e pela formação cultural de Barreiras. O primeiro deles se deu justamente em 1880, com a exploração da borracha de mangabeira. Depois, em 1950, novos imigrantes chegaram à cidade para trabalhar na construção da BR-020. Em 1970, nova leva de pessoas vindas para construir o trecho da BR- 242. Na década de 1980, registra-se a presença de indivíduos vindos do Sul do país para implantar a cultura da soja.

terra, que remonta a Roma. Qualquer cristão, a priori, podia requerer uma porção de terra diretamente a Lisboa, desde que as terras em questão estivessem desocupadas ou tivessem sido conquistadas em uma disputa com indígenas. Segundo o autor: “Foi assim que grandes proprietários cresceram suas sesmarias em léguas e léguas, a exemplo de Antônio Guedes de Brito, proprietário de terras que iam do litoral aos sertões da Bahia [...].” (TAVARES, 200, p.57).

Sobre esse último fato, correlaciona-se ao ocorrido em Barra e relatado anteriormente. Por conta de iniciativas estrangeiras, iniciou-se a cultura da soja e outros gêneros no Oeste da Bahia e o desenvolvimento do agronegócio na região, com a implantação de fábricas alimentícias, como a da Bunge Alimentos. A partir daí, houve, igualmente, o crescimento do comércio, com a chegada de lojas de grande porte, como a varejista nacional Americanas. Sobre esse aspecto, comentam Luz e Andrade (2010, p.182):

Na década de 1980, com a chegada de produtores oriundos de outras partes do país, interessados em explorar esse potencial introduzindo a agricultura comercial, houve uma radical e significativa mudança da realidade econômica e produtiva da região, destacando-se a grande produção de soja e algodão. Por causa disso o Oeste chegou a ser chamado de ‘a nova fronteira agrícola da Bahia’ [...].

Destaca-se, também, a presença da UFBA. O Campus avançado Edgard Santos foi instalado na cidade de Barreiras em 2006, com o objetivo de alavancar as atividades de ensino, pesquisa e extensão no Oeste da Bahia. Deve-se enfatizar que:

Por causa da posição geográfica e de sua importância econômica, a cidade de Barreiras recebe um grande número de estudantes para cursar o ensino médio ou de nível superior, este oferecido por três instituições instaladas no município, a Universidade do Estado da Bahia — a única que oferece ensino superior gratuito —, a Faculdade São Francisco de Barreiras e o Instituto de Educação Superior Unyahna e um Polo virtual da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), que oferece curso de graduação à distância [...]. (LUZ; ANDRADE, 2010, p.182).

O campus avançado da UFBA, contudo, foi desmembrado, originando a UFOB, no ano de 2013. Em Barreiras, estão abrigados cursos como Administração, Ciências Biológicas, Engenharia Sanitária e Ambiental, Medicina, Nutrição e Química.

Hoje, Barreiras é uma cidade de médio porte, detentora de um dos índices de desenvolvimento humano mais elevados do Estado. Destaca-se, ainda, no que tange ao ecoturismo, em virtude da presença de rios, corredeiras, cachoeiras, serras e vales, em seu território, o que propicia, além de passeios, a prática de esportes radicais, atraindo contingentes humanos de partes variadas do país.

3.2.8 Alagoinhas

Alagoinhas está situada no nordeste do Estado da Bahia, na região do agreste. Distancia- se da capital, Salvador, por apenas 107 quilômetros. Suas principais vias de acesso são a BR- 324, a BR-101, a BR-420 e a BA-093, que a ligam a Salvador, outras porções do litoral norte