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Como já explicitado, esse Módulo foi incorporado ao Curso de Formação de Professores do Ensino Fundamental na Perspectiva da Inclusão Escolar por demanda dos educadores participantes de edições anteriores. Quando do seu planejamento, decidimos por incorporar o conceito e os princípios do Desenho Universal, de modo a produzir recursos didáticos e práticas pedagógicas acessíveis a todos, tomando como base a pesquisa de doutorado realizada por mim (KRANZ, 2014). Também foi nossa intenção que os professores pudessem, a partir do processo como um todo, desenvolver atitudes de questionamentos e de avaliação do trabalho desenvolvido por eles e pelos seus colegas, inserindo-os “em contextos de investigação da própria prática” (NACARATO, 2011, p. 30). Algumas das suas reflexões encon- tram-se nesse tópico, em itálico.

Na primeira aula deste Módulo importantes conceitos foram resgatados acerca da Educação Inclusiva, bem como foram inseridas as abordagens sobre: a importância dos recursos didá- ticos nos processos de ensino e aprendizagem; o conceito e os princípios do Desenho Universal e o Desenho Universal Pedagó- gico e a análise de recursos didáticos acessíveis produzidos por pesquisadores e professores no que tange à acessibilidade para todos os alunos.

Produção e utilização de recursos didáticos acessíveis Cláudia Rosana Kranz

Segundo o relato de uma das participantes deste Módulo: “a exposição das teorias acerca de todos os temas abordados ao longo do curso foram memoráveis, pois tivemos a possibilidade de rever o que talvez não lembrássemos, com as intervenções feitas pela formadora, que facilitaram o nosso desenvolvimento e a nossa aprendizagem [...] e há sempre um conceito para se aprender.”

A seguir os participantes, em grupos organizados por escola ou por ano de atuação, foram desafiados a pensar/criar um recurso didático que pudesse ser utilizado em suas salas de aula, de acordo com objetivos de aprendizagem. O próximo desafio foi planejar esse recurso dentro dos princípios do Desenho Universal.

Ainda, segundo o relato de uma das participantes: “os alunos [cursistas] acolheram a proposta com satisfação. “Diante de tudo o que foi exposto pela professora, fiquei bastante entu- siasmada, pois nunca tinha trabalhado nessa perspectiva”. “Após a seleção dos grupos, chegou a aula tão esperada! Nos reunimos para planejar qual seria o recurso didático que iríamos produzir, utilizando os princípios do Desenho Universal. No início, fiquei preocupada, pois não sabia qual seria o melhor recurso a ser produzido; fiquei pensando na minha sala de aula e nos requi- sitos que esse recurso deveria contemplar.”

A preocupação fez parte do trabalho, em função da neces- sidade de produzir algo que não faz parte da sua prática enquanto professores, assim, relatam: “de início nos causou receio quanto ao novo.”

A importância do DU para a plena participação de todos os alunos foi registrada por outra professora, que estabeleceu a sua relação com a própria constituição da deficiência, no que tange ao defeito secundário: “durante o processo de criação desse trabalho, foi de fundamental importância a apresentação do DU, pois pensar em um jogo que inclua todas as crianças com limitações

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ou não foi algo muito gratificante para todos [...]. Percebemos que a limitação não está na criança e sim nos meios utilizados para facilitar sua aprendizagem”.

Os recursos didáticos escolhidos abarcaram diversas áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática, Geografia e Química, envolvendo jogos, materiais manipulativos, mapas, representações de modelos, entre outros, concebidos de modo que todos os alunos pudessem participar do trabalho desen- volvido em sala de aula. Alguns participantes produziram seu recurso didático a partir de sugestões da formação do Pacto Nacional para Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), da qual participavam à época. Esse fato é relevante, uma vez que expli- cita a possibilidade (e a necessidade) de relação entre as diversas formações nas quais o professor esteja envolvido.

“Assumindo a importância do recurso pedagógico como um instrumento que viabiliza a aprendizagem e o desenvolvi- mento, será necessário pensá-lo, criá-lo e produzi-lo de modo a contemplar todos os educandos. Nesse aspecto, recursos didá- ticos produzidos na perspectiva do DU são uma alternativa importante para um ensino que deseje contemplar a construção do conhecimento de forma coletiva, de modo a eliminar qualquer barreira de ensino que limite alunos com deficiência”.

Ao pensar o recurso dentro das concepções do DU, também sugerimos a utilização de materiais recicláveis e/ou de fácil obtenção com baixo custo, uma vez que nossa intenção é de que esse trabalho possa ser socializado e replicado nas escolas.

O segundo encontro foi destinado à confecção, propria- mente dito, dos recursos pedagógicos. Contamos com auxílio da Secretaria de Educação de São José do Mipibu, que nos forneceu alguns materiais; os demais foram providenciados pelos próprios professores: “para a confecção destes recursos foi necessário se

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pensar nos materiais que utilizaríamos, onde e em qual modali- dade de ensino seria aplicado”.

Durante o trabalho, os participantes envolveram-se na proposta, questionaram, trocaram ideias, buscaram soluções para os possíveis problemas, enfim, atuaram como grupo, cola- borando e aprendendo uns com os outros, o que é possível observar, também, nos seus registros: “quanto à confecção, foi prazeroso durante todo o processo, pois sei que de certa forma estou contribuindo para que as limitações sejam eliminadas e que os educandos possam participar coletiva e gradativamente das atividades pedagógicas que serão realizadas a partir do recurso, o qual está acessível para todos os alunos”; ou ainda: “a confecção do recurso foi muito significativa e prazerosa; participar da confecção do relógio e observar o empenho de todos em concluir seus materiais da melhor maneira possível foi ótimo!”.

Na terceira aula, a proposta inicial foi a socialização do recurso didático confeccionado com os colegas, de modo a explicitar e discutir o processo de produção e os objetivos e possi- bilidades pedagógicas do recurso. Para nós, essa atividade é rica, uma vez que, ao conhecer o trabalho do outro, posso agregar informações ao que já conheço como também repensar o meu fazer. Os professores também reconheceram a importância desse momento: “foi muito significativo observar a confecção dos recursos dos outros grupos. Aprendemos o quanto é importante se pensar em um material que esteja ao alcance de todos, assim como partilhar as ideias que foram surgindo, aperfeiçoando-as para se obter um melhor resultado, além de se trabalhar em equipe. Talvez seja esse diferencial que esteja faltando na escola”.

O registro desse professor desvela a importância do cole- tivo e do social nos processos de aprendizagem, uma vez que um ajuda o outro, não no sentido de fazer pelo outro, mas sim

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de fazer com o outro. Também assinala que esse trabalho cola- borativo não vem fazendo parte da rotina da escola, o que, sem dúvida, compromete o trabalho pedagógico inclusivo.

Após o momento de socialização, pensamos acerca das práticas pedagógicas com o recurso didático construído, uma vez que o mesmo é entendido como instrumento mediador para aquisição de determinado conceito. Cada professor/grupo deveria planejar aulas inclusivas, levando em consideração os objetivos relativos à aprendizagem, a participação de todos os alunos, a perspectiva problematizadora acerca do conceito a ser aprendido, a interação, a linguagem e a mediação do professor, de acordo com a perspectiva do Desenho Universal Pedagógico. Para um professor, a elaboração do planejamento é “algo funda- mental em qualquer atividade que se pretende fazer”.

Uma professora explicitou o entendimento dos pres- supostos de um planejamento inclusivo ao afirmar que “na elaboração do planejamento, buscamos atender todos os alunos, mesmo aqueles sem deficiência, e garantir que realmente o envol- vimento, a interação e a mediação inclusiva fossem realizados”. Isso não significa a ausência de dificuldades nesse processo, “de preocupações e de momentos de aflição”, uma vez que as práticas pedagógicas cotidianas geralmente não contemplam todas essas qualidades. Muitas foram as discussões, perguntas, pesquisas, idas e vindas, até que, com os planejamentos encaminhados, os professores pudessem ir para as salas de aula desenvolver o trabalho inclusivo proposto com o recurso didático produzido.

Cada grupo de trabalho desenvolveu as práticas pedagó- gicas planejadas em uma turma de alunos, com o envolvimento de todos os seus integrantes. Na maioria dos casos, as práticas aconteceram em mais de um dia. No decorrer da experiência, alguns aspectos chamaram a atenção dos professores. Dentre eles,

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é possível citar o recurso didático em si, na perspectiva do DU, algo inédito para os alunos: “pudemos observar a curiosidade e o entusiasmo do grupo ao ver o material diferenciado”. Um dos grupos, que confeccionou um relógio analógico, no início da aula, disponibilizou o recurso para manuseio dos alunos, o que “chamou a atenção dos alunos, que ficaram maravilhados e curiosos. Todos queriam tocar, passavam a mão e ficavam fazendo comentários. Um deles passou a mão no relógio e disse: “professora, para que esses papeizinhos brancos com esses furi- nhos”? E antes que as professoras respondessem, outro aluno falou: “isso é Braille para os cegos lerem com as mãos”. Ao utilizar esses materiais, além de equiparar oportunidades, também estamos contribuindo para a disseminação do DU como conceito e como possibilidade inclusiva.

Os professores também colocaram acerca da relevância das práticas pedagógicas mediadas na perspectiva do Desenho Universal Pedagógico, que buscam incluir todos os alunos nas mesmas atividades, sem deixar de atentar para as diferenças indi- viduais. “No que diz respeito ao desenvolvimento dos alunos, a aula foi bastante proveitosa, pois todos participaram ativa- mente da atividade proposta, uma vez que a produção e o uso de recursos didáticos acessíveis não promovem apenas os alunos com NEE [Necessidades Educacionais Especiais], mas contem- plam a todos, desafiando e potencializando a sua participação no processo de conhecimento de conceitos”.

Outra professora cita a importância da utilização de quais- quer recursos didáticos nas aulas, mas afirma que “as aulas com um recurso didático na perspectiva do Desenho Universal, plane- jado, produzido e executado pelo próprio professor é mágico, é capaz de transformar as utopias em realidades”.

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Quando o professor envolve-se no trabalho e sente-se capaz de “trazer” a turma para a aula, em um ambiente de cola- borativo e de aprendizagem, ele também se envolve e se motiva para o trabalho: “nós nos sentimos felizes em perceber o interesse da turma, a participação, o entrosamento, a interação; todos se envolveram e aprenderam”. Outra professora também faz menção ao seu envolvimento, ao afirmar que “realizar esse trabalho foi maravilhoso, pois as crianças interagiram bem, com animação e intervenções. Tentei ao máximo aproveitar cada momento junto das crianças”. Um grupo afirmou que o trabalho mudou “até a nossa autoestima como profissionais”.

Para além dessas importantes avaliações das práticas pedagógicas realizadas, a interação entre os alunos com e sem deficiência trouxe contribuições positivas, uma vez que “é uma forma também deles se sentirem no lugar do outro”.

Para uma professora de Química, em cuja turma havia alunos surdos, esses “também puderam compartilhar, com os demais, ideias sobre como deveria ser realizada a distribuição dos elétrons, auxiliando-os em diversos momentos. Para além da prática pedagógica, todos puderam compartilhar momentos de conhecimento mútuo, em que se reconheceram como iguais em um mesmo processo e ativos na busca do conhecimento. Os estudantes que não apresentavam deficiência puderam reco- nhecer nos colegas surdos a capacidade de relacionar, de dialogar, brincar, de ajudar e ensinar. Simultaneamente, os estudantes surdos reconheceram estas qualidades nos colegas”.

Sem dúvida, reconhecer no colega com deficiência possi- bilidades e não apenas limitações possibilita ressignificação da concepção de deficiência ligada à incapacidade, o que é funda- mental para a constituição de contextos inclusivos. Ao mesmo tempo, as práticas colaborativas mostram as possibilidades de

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que as interações entre todos possam ser uma realidade nas salas de aula, e que ajudar não é fazer pelo outro e sim fazer com o outro, numa perspectiva da Zona de Desenvolvimento Proximal (VYGOTSKY, 1994; 2005): “declaramos que a criança sempre pode fazer mais em colaboração do que pode fazer por si sozinha” (VYGOTSKY, 1987 apud DANIELS, 2003, p. 95).

O trabalho desenvolvido também chamou a atenção de outros professores das escolas, o que fica evidente no registro de alguns professores: “quando começamos a confeccionar os relógios na escola, logo começamos a envolver outros profissio- nais, que ficaram curiosos e ao mesmo tempo elogiando nosso trabalho. Mediante a execução do nosso trabalho, chamamos a atenção de toda a escola, que parava ao ver a dinâmica das nossas aulas e o entusiasmo dos alunos. E, ao chegarmos ao término das aulas, a diretora da escola nos parou e disse: “como é bom ver professoras tão felizes e sorridentes”. Outro cursista afirmou que “até mesmo os professores das outras turmas suge- riram que voltássemos para realizar a atividade em suas turmas. “Não há como não se encantar com uma proposta que atenda de forma universal, que humaniza, que educa, que nos dá a oportu- nidade de conhecer, de compreender, de planejar e de vivenciar experiências antes não compreendidas”.

Os professores participantes também avaliaram positiva- mente o recurso didático produzido em relação aos princípios do DU. Um grupo, entretanto, acredita que precisa melhorar, aperfeiçoar sua “ideia em relação à durabilidade, colocando reforço de isopor ou papelão grosso”. Ou seja, no decorrer da utilização do material, o professor pode refletir sobre o que cons- truiu, fazendo as alterações necessárias, em uma perspectiva de ação-reflexão-ação (HOFFMANN, 2014): “aprendi a registrar e refazer o que não deu certo, isto é aperfeiçoar”.

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No quarto encontro, os professores socializaram e refle- tiram coletivamente acerca do trabalho desenvolvido no Módulo: “após a realização da proposta, foi refletido sobre o fazer peda- gógico e como esse pode ser aperfeiçoado a cada dia através da auto-avaliação”. A partir desse momento, foi construído um relatório, no qual houve, para além da sistematização do grupo, uma análise individual acerca da importância do Módulo 10 para seu trabalho em classes inclusivas ou nas salas de recursos multi- funcionais. Esses registros dizem respeito às aprendizagens dos professores cursistas, às dificuldades encontradas e à importância do Desenho Universal nas práticas inclusivas.

Em relação às aprendizagens e à importância do DU, os professores citaram: “aprender a lidar com a diversidade humana, incluir na proposta da escola recursos didáticos acessíveis, que contribuam para o aprendizado de todos os alunos; o conceito do Desenho Universal, a importância da confecção de um recurso nessa perspectiva, a planejar aulas com situações pedagógicas inclusivas a partir da perspectiva do Desenho Universal; novas estratégias e novos recursos na perspectiva do Desenho Universal, para trabalhar tanto na sala de recursos multifuncionais quanto na sala de aula regular.

“Aprendi que todos podem aprender; o que impede são as limitações existentes no dia a dia das escolas”. [...]. “Aprendi muito sobre o Desenho Universal e percebi a importância de incluir todos de fato e de direito”.

“Aprendi que temos sim possibilidades de inovar com o “pouco” e incluir todas as crianças da sala, tendo ou não deficiência”.

“Retiro dessa experiência um grande aprendizado que é: devo pensar na minha sala de aula de forma que as atividades estejam ao alcance de todos os alunos, e que isso é possível através da produção dos recursos didáticos acessíveis”.

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“Este módulo veio contribuir com o conhecimento sobre os conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, a capacidade de abstração, sobre o uso de materiais que podem enriquecer e mediar à construção do saber. E, acima de tudo, a possibi- lidade de interação de todas as crianças, tendo elas alguma deficiência ou não”.

“Aprendi muito, em especial aprendi o quanto é impor- tante esse material de forma universal, pois dessa maneira todos trabalham de forma inclusiva; isso me marcou porque realmente contemplei todos juntos em um único objetivo”.

Nesses registros, os professores deixam claro que o Módulo proporcionou um novo olhar sobre as crianças público-alvo da Educação Especial bem como novas práticas pedagógicas, trazendo possibilidades para a inclusão de todos os alunos nas atividades pedagógicas desenvolvidas em sala de aula, o que, segundo uma das participantes, era uma dificuldade encontrada em seu trabalho: “apesar de ser professora há alguns anos, nunca me senti tão sensibilizada com as dificuldades que encontramos nas salas de aulas, e muitas vezes não sabemos o que fazer ou como agir; porém, com essa proposta, conseguimos atender a todos de forma inclusiva”.

Outras duas cursistas relacionaram o Módulo à formação para a pesquisa, relevante no contexto escolar: “aprendi que podemos e devemos nos tornar pesquisadores, pois, com a pesquisa, novos produtos podem surgir com um material seguro e acessível a todos”.

“Este trabalho incentivou o desenvolvimento de estudo e pesquisa por parte de nós, professores, no contexto escolar, com a participação e aprendizagem de todos os alunos, concebendo a escola como um espaço que reconhece e valoriza as diferenças”.

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Em relação às dificuldades encontradas, o registro de uma professora pode ser aqui utilizado, uma vez que resume depoi- mentos de outros colegas:

“Refletir sobre minhas práticas como participante do processo de inclusão escolar marcou minha formação profissional, uma vez percebido que, com a utilização de recursos acessíveis, proporcionarei a melhoria do processo de ensino-aprendizagem não apenas dos alunos com NEE, mas de todos os envolvidos nesse processo. Entretanto, não há como negar as dificuldades existentes ao se empenhar em uma tarefa como essa. A escassez de tempo, aliada às diversas funções que nos sobrecarregam, influi na dedicação às formações continuadas, tão necessárias ao trabalho docente, como também no planejamento e construção dos recursos propostos no módulo. Posso considerar que os fatores apresentados intervieram na possibilidade de um melhor desenvolvimento da proposta estabelecida. Porém, considero que as próprias problemáticas me auxiliaram no alcance dos objetivos do módulo em questão, uma vez que refletir sobre os desafios que envolvem a melhoria do trabalho educacional numa perspectiva inclusiva transforma constantemente minhas práticas, tornan- do-a mais condizente com minhas intenções”.

Considerações finais

Pensando nos objetivos que tínhamos com o Módulo 10, na experiência vivida por mim e pelos professores, é possível concluir que o trabalho foi relevante para todos os envolvidos.

O desafio mobilizou os participantes para a proposta apre- sentada, apesar do medo e da angústia frente ao novo. Trabalhar colaborativamente com os colegas trouxe segurança e, ao mesmo

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tempo, possibilitou aprendizagens significativas para todos. Aprendizagens essas que ressignificaram o olhar acerca das possi- bilidades dos alunos com NEE, para além de suas limitações.

Planejar e desenvolver recursos didáticos e práticas peda- gógicas que incluíssem todos os alunos na mesma atividade revelou-se possível e necessário. Ao mesmo tempo, permitiu a socialização do conceito do Desenho Universal nas escolas, mobilizando a curiosidade de outros professores e de gestores. Para finalizar, deixo o depoimento de três professores.

“A inclusão não depende apenas dos aspectos teóricos, mas do compromisso do sistema de ensino em geral e dos profis- sionais da educação, algo que realmente foi comprovado com a proposta do trabalho desenvolvida nesse módulo: a confecção de um recurso pedagógico na perspectiva do Desenho Universal é tão fundamental que deveria passar a ser uma atividade roti-