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Estatutos da Faculdade de Direito

DR n.º 198, II Série, 28 de Agosto de 1990

Aviso. – Por despacho de 17-7-90 do reitor da Universida- de de Lisboa, nos termos da alínea e) do art. 44º dos Esta- tutos da Universidade, foram aprovados os Estatutos da Faculdade de Direito, que se publicam em anexo.

20-7-90. – O Reitor, Virgílio Alberto Meira Soares ESTATUTOS DA FACULDADE DE DIREITO

CAPÍTULO I

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Artigo 1.°

(Faculdade de Direito)

1. A Faculdade de Direito é uma instituição de criação, transmissão e difusão da cultura e da ciência, no domínio das disciplinas jurídicas em todas as suas vertentes e das demais disciplinas com elas conexas.

2. A Faculdade de Direito goza de autonomia cultural, cien- tífica e pedagógica.

3. Os graus de licenciado, mestre e doutor em Direito pela Universidade de Lisboa são conferidos pela Faculdade de Direito.

Artigo 2.°

(Natureza jurídica e poder regulamentar) 1. A Faculdade é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimo- nial.

2. A Faculdade exerce a sua autonomia no respeito dos princípios da legalidade, da não discriminação e das garan- tias constitucionais.

Artigo 3.°

(Inserção na Universidade)

A Faculdade, elemento integrante da Universidade de Lis- boa, é solidária com as demais escolas da Universidade na complementação dos saberes, na abertura a uma visão interdisciplinar, na prestação de serviços à comunidade e na defesa de um ambiente compatível com a realização integral da pessoa humana.

Artigo 4.° (Liberdade académica)

1. São garantidas aos professores, assistentes e investiga- dores não docentes a livre orientação do ensino e a livre formação e manifestação de doutrinas e opiniões científicas. 2. É garantido aos estudantes o direito à compreensão críti- ca e à elaboração dos conteúdos do ensino.

Artigo 5.° (Cursos fundamentais) A Faculdade ministra:

a) A licenciatura em Direito;

b) Cursos de mestrado em Ciências Jurídicas, Cien- cias Histórico-Jurídicas, Ciências Jurídico- Económicas, Ciências Jurídico-Políticas, Ciências Jurídico-Comunitárias e Ciências Jurídico- Internacionais.

Artigo 6.° (Outros cursos)

1. A Faculdade ministra, nos termos das normas universitá- rias pertinentes:

a) Cursos de aperfeiçoamento em Ciências Jurídi- cas, Ciências Histórico-Juridicas, Ciências Jurídi- co- Económicas, Ciências Jurídico-Políticas, Ciências Jurídico-Comunitárias e Ciências Jurídi- co-Intemacionais;

b) O curso de pós-graduação de Estudos Europeus. 2. A Faculdade organiza ainda cursos livres, de extensão, reciclagem, de aprofundamento e outros que considere necessários ou úteis.

3. A Faculdade passa os certificados e diplomas de frequên- cia ou de habilitação correspondentes aos cursos previstos neste artigo.

Artigo 7.° (Associação académica)

1. A Faculdade reconhece o papel insubstituível da Associa- ção Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.

2. A Associação Académica goza, designadamente, dos seguintes direitos:

a) Direito de ser ouvida pelos órgãos da Faculdade acerca do plano de estudos, a orientação peda- gógica, os métodos de ensino e o regime de avaliação de conhecimentos e, em geral, todos os interesses específicos dos estudantes; b) Direito de instalação no edifício da Faculdade e

de intervir na gestão dos espaços de convívio e outros afectos a actividades culturais, sociais e desportivas.

Artigo 8.°

(Intercâmbio e cooperação)

1. A Faculdade estabelece formas de intercâmbio, de coo- peração científica e pedagógica, de prestação de serviços e de colaboração em actividades de interesse comum com entidades públicas ou privadas, nacionais, internacionais ou estrangeiras.

2. A Faculdade dedica particular atenção à cooperação com instituições jurídicas e universitárias dos países de língua portuguesa.

Artigo 9° (Participação)

A Faculdade participa na definição e na execução da política de ensino e de investigação no domínio das disciplinas jurí- dicas em todas as suas vertentes e das demais disciplinas com elas conexas.

CAPÍTULO II ÓRGÃOS Secção I Disposições Gerais Artigo 10.° (Órgãos da faculdade)

1. São Órgãos da Faculdade a Assembleia de Representan- tes, o Conselho Directivo, o Conselho Científico e o Conse-

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lho Pedagógico.

2. Junto do Conselho Directivo funciona o Conselho Admi- nistrativo.

3. É ainda instituído um Conselho Consultivo. Artigo 11.°

(Composição dos órgãos)

A composição dos Órgãos obedece aos seguintes princípios: a) Representação de professores, assistentes e

estudantes na Assembleia de Representantes, no Conselho Directivo e no Conselho Pedagógi- co;

b) Paridade entre docentes e estudantes na com- posição da Assembleia de Representantes, do Conselho Directivo e do Conselho Pedagógico; c) Composição exclusivamente do Conselho Cientí-

fico por doutores;

d) Participação de funcionários não docentes na Assembleia de Representantes e no Conselho Directivo;

e) Eleição por corpos dos membros da Assembleia de Representantes, do Conselho Directivo e do Conselho Pedagógico, de harmonia com o siste- ma de representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt.

Artigo 12.° (Sufrágio secreto)

1. Todas as eleições e todas as deliberações relativas a pes- soas implicam sufrágio secreto.

2. Pode ainda haver sufrágio secreto quando tal seja delibe- rado pelo respectivo Órgão.

Artigo 13.° (Mandatos)

1. Todos os mandatos tem a duração de um ano, salvo o disposto no artigo 76.°.

2. Os mandatos iniciam-se com a posse conferida pelo Rei- tor e terminam com a posse dos novos titulares.

3. Para a Assembleia de Representantes e para o Conselho Pedagógico podem ser também eleitos suplentes em núme- ro igual ao dos titulares efectivos, de modo a assegurar eventuais substituições.

Artigo 14.º

(Renúncia e perda do mandato)

1. Os titulares de qualquer dos órgãos da Faculdade, salvo os membros do Conselho Científico, podem renunciar aos respectivos mandatos através de declaração escrita justifi- cativa.

2. Perdem o mandato os titulares:

a) Que deixem de ser docentes, estudantes ou funcionários não docentes da Faculdade;

b) Que deixem de pertencer aos corpos por que tenham sido eleitos;

c) Que estejam impossibilitados permanentemente de exercer as suas funções;

d) Que faltem, sem motivo justificativo, a mais de três reuniões consecutivas ou quatro interpola- das;

e) Que sejam condenados em processo disciplinar durante o período do mandato.

Artigo 15.° (Substituições)

1. As vagas que ocorram na Assembleia de Representantes, no Conselho Directivo e no Conselho Pedagógico são preen- chidas pelas pessoas que figurem seguidamente nas res- pectivas listas de candidaturas e segundo a ordem nelas indicada.

2. Na impossibilidade de substituição nos termos do número anterior, procede-se a nova eleição pelo respectivo corpo, desde que as vagas criadas na sua representação atinjam mais de metade.

3. As vagas que ocorram na mesa da Assembleia de Repre- sentantes, nos cargos de presidente do Conselho Directivo, do Conselho Científico e do Conselho Pedagógico e entre os membros do Conselho Consultivo são preenchidas por nova eleição

4. Os novos titulares eleitos apenas completam os manda- tos.

Artigo 16.° (Presidente)

1. Os presidentes dos órgãos são eleitos de entre os res- pectivos titulares.

2. Os presidentes dos Conselho Directivo e do Conselho Pedagógico são eleitos de entre os doutores da Faculdade. 3. Os presidentes de todos os órgãos têm voto de qualida- de.

Artigo 17.º (Regimento)

1. Cada um dos órgãos aprova o seu regimento.

2. O regimento pode prever a existência de uma comissão permanente, de comissões especializadas e de secções, observando as regras constantes do artigo 11.º. 3. Ao plenário é sempre reservada a competência para tomar deliberações de carácter genérico.

Artigo 18.° (Ordem de trabalhos)

1. Cada reunião, ordinária ou extraordinária, tem uma ordem de trabalhos, fixada previamente pelo presidente e constante da respectiva convocatória.

2. A ordem de trabalhos só pode ser alterada ou preterida por deliberação tomada por mais de metade dos titulares presentes.

Artigo 19.º (Dever de participação)

1. Todos os titulares de órgãos da Faculdade, salvo os que exercem cargos públicos não incompatíveis com funções docentes ou de investigação científica, tem o dever de par- ticipar nas reuniões e nas outras actividades dos órgãos a que pertençam.

2. A comparência às reuniões dos órgãos precede sobre os demais serviços, à excepção de exames e concurso.

Artigo 20.º (Quórum)

1. Salvo o disposto nos n°s 2 e 3, nenhum Órgão pode reu- nir e deliberar sem a presença da maioria dos seus titulares em efectividade de funções.

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2. A Assembleia de Representantes pode reunir em período de antes da ordem do dia com a presença de um terço dos seus titulares em efectividade de funções.

3. No exercício da competência prevista na alínea e) do n.° 1 do artigo 64.° e nas alíneas f) e g) do artigo 66.°, apenas participam nas deliberações do Conselho Científico os dou- tores de categoria superior à do interessado ou candidato, com a consequente modificação de quórum.

Artigo 21.º (Forma das votações)

As votações são nominais, excepto os casos em que a lei preveja o sufrágio secreto ou este seja adaptado por delibe- ração do Órgão.

Artigo 22.º (Maioria)

Exceptuando os casos previstos na lei e nos presentes esta- tutos os órgãos da Faculdade deliberam a pluralidade de votos, não contando as abstenções para o apuramento da maioria.

Artigo 23.º (Resultado das votações)

A discriminação dos resultados das votações consta das actas, quando elas sejam por voto secreto ou quando tal seja solicitado por qualquer dos titulares dos órgãos.

Artigo 24.º (Deliberações inválidas)

São inválidas, designadamente, as deliberações de qualquer Órgão:

a) Que sejam tomadas em reuniões não regular- mente convocadas;

b) Que sejam tomadas em reunião sem quórum; c) Que não obtenham a maioria legal exigida; d) Que sejam tomadas com violação do n.° 3 do

artigo 17.°

Artigo 25.° (Actas)

1. De cada reunião da Assembleia de Representantes ou do plenário de cada Conselho faz-se acta, a elaborar pelo res- pectivo secretário e a aprovar no início da reunião ou de uma das reuniões subsequentes.

2. Das actas de cada reunião constam:

a) A indicação das horas de início, termo e even- tual interrupção;

b) A indicação dos membros presentes e dos não presentes;

c) A referência dos assuntos tratados;

d) A referência sucinta dos debates ocorridos, com menção expressa da posição de qualquer mem- bro que tal solicite;

e) O teor das deliberações; f) Os resultados das votações;

g) As declarações de voto que tenham sido apre- sentadas por escrito.

Artigo 26º (Livro de actas)

As actas são registadas em livro existente na Faculdade, com termos de abertura e de encerramento assinados pelo presidente.

Artigo 27º

(Publicidade das actas e das deliberações) 1. Logo que aprovada a acta de cada reunião o seu extracto será fixado nos locais próprios da Faculdade.

2. O Órgão pode, ainda antes da aprovação com acta, tor- nar pública qualquer deliberação.

Artigo 28° (Comunicações ao Reitor)

São, de imediato, comunicados ao Reitor os resultados de quaisquer eleições, os regimentos dos órgãos e todas as suas deliberações de carácter genérico.

Artigo 29º

(Direitos dos interessados)

Os interessados têm o direito de ser informados sempre que o requeiram ao presidente de qualquer dos órgãos, sobre o andamento de processos que directamente os afec- tem, bem como de conhecer as deliberações definitivas que sobre elas forem tomadas.

Artigo 30° (Responsabilidade)

Os titulares dos órgãos da Faculdade são responsáveis civil, criminal e disciplinarmente por acções ou omissões no exer- cício das suas funções, nos termos da lei geral.

Secção II