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CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.2 Ciclo de Vida de um Projeto de Investimento

2.2.1 Fase de Pré – Investimento

A fase de Pré - Investimento é composta por três subfases: • Identificação

• Preparação • Avaliação

A descrição das principais atividades que correspondem a cada uma destas três subfases será desenvolvida nos pontos seguintes.

a) Identificação

A identificação do projeto é a primeira etapa do estudo de avaliação de projetos. Nesta subfase faz-se o levantamento das necessidades estratégicas e identificação das oportunidades de investimento existentes num determinado contexto empresarial, no país ou numa região. Qualquer novo investimento deve assentar numa vantagem competitiva do seu promotor – capital, organização, tecnologia, conhecimento do mercado ou outra, evitando-se a tentação de seguir o exemplo do bem-sucedido que normalmente resulta em fracasso15 (Esperança e Matias, 2009).

Figura 9 – Subfase de identificação de um projeto de investimento

Fonte: Elaborado pelo próprio, a partir dos autores mencionados na Figura 8.

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Para Esperança e Matias (2009), o investimento em atividades que estão «na moda», como o que afetou o comércio electrónico e as telecomunicações dos anos 90, é designado miopia de capital. Uma ideia de investimento economicamente viável pode deixar de o ser quando um grande número de concorrentes se estabelece na mesma atividade. Para os mesmos autores, é importante que a ideia de investimento concilie a identificação de uma falha de mercado com a existência de competências do empreendedor ou da empresa.

Sub-fase Identificação Actividades Matriz de input-output * Círculos de qualidade Brainstorm ing Oportunidades de investimento Técnicas - Ferramentas

b) Formulação do Projeto

A subfase formulação do projeto ou preparação, Figura 10, desenvolve-se a partir da identificação da oportunidade de investimento. É a fase conceptual e preparatória da decisão de investir, em que se desenvolvem investigações e estudos de forma a evitar decisões que se venham a revelar incorretas no futuro (C.P. Barros, 2007).

Figura 10 – Subfase de formulação de um projeto de investimento

Fonte: Elaborado pelo próprio, a partir dos autores mencionados na Figura 8.

As ideias de negócio possuem, em geral, diferentes formas de serem implementadas a que se chama variantes; para cada uma dessas variantes torna-se necessário fazer um estudo preliminar dos aspetos técnicos, dos aspetos de mercado, entre outros, que permitem aferir qual a variante mais adequada para que a decisão de investimento seja bem-sucedida. Estas diferentes soluções técnicas possíveis têm de ser estudadas de forma a determinar-se os custos e benefícios previsíveis que permitem identificar a solução/variante16 mais prometedora que constituirá a especificação do projeto.

A subfase de preparação diz, portanto, respeito aos estudos a levar a cabo para que os projetos a realizar satisfaçam os requisitos técnicos, económicos, financeiros e legais, permitindo que

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Exemplos de variantes técnicas de projetos de investimento são, num projeto de produção de energia elétrica, uma central térmica a carvão, a fuel-óleo e a gás, uma central hídrica e uma central a energia nuclear. Podem, ainda, ser consideradas outros tipos de variantes, tais como: variantes da capacidade de produção, da localização, da exploração e da data de realização do investimento (Barros, 2007).

Sub-fase

Formulação do Proje to (Preparação)

Actividades

Modelo 5 forças de PORT ER Opinião Especializada Inquéritos opinião Análise SWOT Electre

Pricing (preço de aceitação)

Análise da Concorrência

Benchmarketing

Estimativa análoga Estimativa "bottom -up " Estudo paramétrica Estimatvas de três pontos Análise propostas fornecedor Visitas técnicas Observações Estudo de Variantes Estudos Técnicos Estudo de Mercado Previsão da Procura Segmentação do Mercado Estratégia de Marketing Seleção da Tecnologia Capacidade de Produção Estudo de Localização Legislação Lay Out Estimativa de Gastos Estimativa de Rendimentos Estimativa de Investimentos Estimativa do Financiamento Técnicas - Ferramentas

os mesmos sejam analisados e se torne rentável a sua realização (C.P. Barros, 2007). É a partir da eficácia destes estudos que se vão construir os planos de investimento, exploração e de financiamento do projeto selecionado.

Os estudos a desenvolver incidem na pesquisa e tratamento da informação nas seguintes áreas essenciais:

Estudo de Variantes

O estudo de variantes consiste na identificação e comparação das diferentes soluções técnicas, de localização, de tecnologias disponíveis no mercado, entre outras, que permitem atingir os objetivos do projeto. As soluções técnicas possíveis selecionadas devem ser comparadas e analisadas de forma a determinar-se os custos e benefícios previsíveis de cada uma delas de molde a permitir identificar a solução mais vantajosa para o projeto (C.P. Barros, 2007; Cebola, 2011; Megre, 2013).

Estudo Técnico

Concomitante com o estudo das variantes, o estudo técnico, também denominado avaliação técnica, é realizado em simultâneo com o estudo de mercado. Com estes estudos, baseados em análises e em ensaios, pretende-se saber se o projeto é exequível do ponto de vista técnico (Cebola, 2011; Megre, 2013).

O estudo técnico tem como objetivo escolher, de entre as tecnologias existentes, a que melhor se adapte aos aspetos técnicos e económicos, de acordo com a sua disponibilidade, qualidade, fiabilidade e preço.

Estudo de Mercado

Lindon et al., (2011) sugerem que a palavra mercado é utilizada pelos gestores em dois sentidos diferentes, embora complementares: em sentido restrito, corresponde a um conjunto de dados quantitativos sobre a importância, a estrutura e a evolução das vendas de um produto; em sentido lato chama-se mercado ao conjunto dos «públicos» suscetíveis de exercer influência no volume de consumo de um produto.

A capacidade do mercado17 para absorver ou não os produtos ou serviços que se pretende produzir, são o primeiro elemento que se torna necessário investigar, pelo menos aproximadamente, antes de se aprofundar o estudo de qualquer projeto (Marques, 2006). Só depois dessa análise que confirma que o mercado terá uma capacidade de absorção que ultrapasse um certo mínimo considerado indispensável para a viabilidade do projeto, se deverá iniciar os restantes estudos (Couto et al., 2013).

O estudo de mercado relativo a um projeto de investimento deve abranger as análises da procura global (determinação dos níveis atuais e dos fatores determinantes como sejam o preço, rendimento per capita, moda, entre outros) de forma a possibilitar a projeção do crescimento futuro e da oferta total dos produtos acabados (incluindo a concorrência, os circuitos de distribuição, o nível dos preços, os descontos, as margens de lucro, estado de satisfação em que se encontra os consumidores) e, por outro lado, contemplar todos os fatores produtivos importantes: mão-de-obra especializada; matérias-primas essenciais; combustíveis; energia, água, entre outros (Menezes, 2012). Para Menezes, é essencial fazer uma distinção entre o mercado total dos produtos acabados e o mercado do projeto de investimento em apreciação, porque, para o autor, o que essencialmente importa estudar é a exequibilidade de a quota de mercado deste último vir a ser atingida.

Relativamente aos aspetos de exequibilidade de a quota de mercado (capacidade de penetração) devem levantar-se as seguintes questões e obter-se respostas concretas (Cebola, 2011):

• O grau de flexibilidade do processo produtivo é adequado a eventuais necessidades de ajustamento de caraterísticas nos produtos, face a exigências dos consumidores ou alterações nos padrões de consumo?

• As caraterísticas que o mercado pretende para o produto são possíveis de disponibilizar pelo processo de produção? O produto é aquele que o mercado pretende? O produto foi concebido para resolver uma necessidade ou satisfazer uma procura existente no mercado? • O produto é resultante de processos de investigação?

• A empresa já domina totalmente a tecnologia do produto e/ou do processo de produção?

17 O mercado comporta um conjunto vasto de elementos mais ou menos complexos que é fundamental conhecer:

• Que produtos existem no mercado que façam concorrência direta ou indireta (sucedâneos) com os da empresa e que vantagens ou desvantagens a empresa terá nesse confronto? • As caraterísticas do produto obedecem às especificações técnicas e às normas de

qualidade exigidas pelos potenciais clientes?

• Foram analisadas e comparadas as diferentes alternativas em presença? Estas alternativas foram analisadas e comparadas com base nos resultados económicos que apresentam? Foi demonstrado que a alternativa selecionada é a melhor de todas as alternativas possíveis? • Foram determinados os custos de investimento, receitas e custos de exploração das

diferentes variantes?

• A empresa tem condições para colocar no mercado um produto que seja diferenciado do que a concorrência apresenta (preço, caraterísticas, qualidades, etc.) representando uma mais-valia para os clientes?

A primeira condição para que um produto tenha êxito no mercado consiste em oferecer aos clientes potenciais um «bom produto». Esta noção, para Lindon et al. (2011),

, abrange duas ideias distintas, a da qualidade do produto e a da vantagem do produto em relação aos concorrentes. Em termos de qualidade do produto, os referidos autores, entendem-na como «o grau em que as suas performances respondem às expectativas dos seus clientes». A vantagem do produto trata-se de um atributo positivo do produto em relação aos concorrentes, ligado à fórmula, às performances ou ao design. Para isso é necessário que corresponda a uma verdadeira expectativa dos clientes e que não provoque um aumento de preço de venda que seja inibidor para o consumidor.

Para saber se um produto é «bom» quer pela qualidade quer pelas eventuais vantagens, os gestores não devem limitar-se ao seu julgamento pessoal ou à opinião dos técnicos que o fabricam. É importante que os responsáveis também recorram a testes ou a ensaios do produto junto dos clientes potenciais, apresentando-lhes uma amostra a consumir (ou utilizar), de molde a recolher a sua opinião sobre o produto.

Para Lindon et al. (2011) são numerosas as causas de fracasso de um novo produto. A título de exemplo os autores enumeram as seguintes:

• Uma deficiente análise do mercado, devido à ausência de estudos; • Um produto com performances insuficientes;

• A distribuição não aceita o produto, ou não o apoia suficientemente; • Uma subavaliação da concorrência, da sua força e da sua implantação; • Uma má organização.

Finalmente, o estudo de mercado deve permitir tirar conclusões a respeito de três questões fundamentais:

• Quem comprará? • Em que quantidade? • E por que preço?

Análise da Concorrência

Um processo de analisar a concorrência pode ser realizado utilizando o modelo das cinco forças de Michael Porter, cuja representação gráfica é apresentada na Figura 11.

Figura 11 – Modelo das cinco forças de Michael Porter

Fonte: Michael Porter, in Competitive Advantage, Free Press (1985).

Segundo este modelo, a análise da concorrência não se restringe unicamente à disputa entre as empresas que atuam no mesmo sector de atividade, mas, inclui também os concorrentes potenciais, as ameaças dos fornecedores, dos clientes e dos produtos substitutos.

Um facto a sublinhar é que, através da aplicação do modelo, é possível identificar os fatores de risco potencial do negócio, fornecendo informação importante relativamente ao comportamento atual ou tendência evolutiva de variáveis presentes em cada uma das forças (Gonçalves, 2009).

CLIENTES Poder de Negociação

dos Clientes Rivalidade entre as Empresas

CONCORRENTES DO SETOR

POTENCIAIS COMPETIDORES

Ameaças das Novas Entradas

FORNECEDORES Poder de Negociação dos Fornecedores

PRODUTOS SUBSTITUTOS Ameaça dos Produtos ou Serviços Substitutos

Identificação da Tecnologia

A escolha da tecnologia a utilizar num determinado projeto de investimento encontra-se interrelacionada com o tipo de indústria onde o projeto vai ser desenvolvido, com a sua dimensão e localização. Estas escolhas vão ter profundos reflexos sobre o montante total das despesas de investimento e, deste modo, vão influenciar não somente os cash flows iniciais do projeto, bem como a sua rendibilidade futura (Gonçalves, 2009; Menezes, 2012).

A identificação da tecnologia a adotar no processo produtivo é uma atividade a ser desenvolvida por engenheiros especializados no sector (C.P. Barros, 2007) que validarão a existência de equipamentos para produzir o(s) produto(s) pretendidos, nas condições desejadas em termos de, especificações técnicas, qualidade, durabilidade e custo. É frequente encontrarem-se situações em que a tecnologia necessária não se encontre disponível no mercado ou que ainda não tenha sido suficientemente desenvolvida e testada (Cebola, 2011), ou existam meras aplicações piloto não consolidadas.

Para Menezes (2012), a escolha da tecnologia a utilizar dever-se-á pautar pela eficiência dos rendimentos de produção, pela redução das despesas iniciais de investimento e pela minimização dos custos de exploração futuros. Os estudos tecnológicos devem abranger com minúcia os processos técnico-produtivos, o lay-out dos edifícios, dos equipamentos e instalações, a circulação interna dos materiais e dos produtos, as especificações dos equipamentos, a assistência técnica, as despesas de manutenção e conservação futuras, as exigências ambientais, entre outras.

Os estudos tecnológicos importam assegurar resposta às seguintes questões (Cebola, 2011): • Os equipamentos e materiais estão disponíveis no mercado, ou ainda será necessário o seu

desenvolvimento?

• A tecnologia selecionada está suficientemente desenvolvida e testada? • O processo de produção está suficientemente testado?

• Foram analisadas e comparadas as diferentes alternativas/variantes em presença?

• Estas alternativas foram analisadas com base nos resultados económicos que apresentam? • Qual a dimensão da unidade produtiva que a empresa vai instalar? O que justifica essa

dimensão?

O lay-out foi desenhado tendo por base que racionalidade (flexibilidade, redução de tempos de fabrico, circulação, entre outras)?

• Foram determinados os custos de investimento, receitas e custos de exploração das diferentes opções técnicas disponíveis e a escala de produção associada a cada uma? • Justifica-se a compra de todos os equipamentos e instalações, ou existem soluções

aceitáveis de aluguer ou de utilização de serviços partilhados com outras empresas?

• Os fornecedores dos equipamentos dispõem de assistência técnica de qualidade e prontidão?

A obtenção dos dados necessários ao presente estudo (caraterísticas técnicas, especificações, preços, qualidade, entre outras) é feita recorrendo aos fornecedores de equipamento, literatura técnica especializada e através de visitas técnicas a instalações que já laboram com equipamentos e processos de produção idênticos aos selecionados.

Dimensionamento da Capacidade

A dimensão de um projeto (capacidade produtiva a instalar) está geralmente relacionada com o objetivo de satisfação do mercado (C.P. Barros, 2007; Couto et al., 2013), e identifica-se com a sua capacidade física anual de produção normal, durante um certo período de tempo e a um determinado ritmo diário (Menezes, 2012).

Os indicadores de dimensão de um projeto de investimento mais utilizados são, além da capacidade física anual de produção, o número total de trabalhadores, as despesas totais de investimento e o volume anual de vendas, preferencialmente em unidades físicas (Menezes,

2012).

Naturalmente que, quanto maior for a procura a satisfazer maior terá de ser a dimensão dos investimentos. Para C.P. Barros (2007) este problema prende-se também com o da localização, pois, em certos casos, pode ser preferível investir numa grande unidade produtiva que satisfaça a globalidade de mercado, noutros a melhor solução será investir em várias unidades produtivas de menor dimensão, localizadas próximo dos locais de consumo.

Localização

A escolha do local para a implantação do projeto constitui, conjuntamente com os três fatores anteriormente apresentados, uma escolha estratégica determinante para o seu sucesso (Abecassis, 2007; Gonçalves, 2009; H. Barros, 2008; Menezes, 2012; Mithá, 2009).

Menezes (2012) diz que, a localização ótima de um projeto é aquela que é suscetível de minimizar os custos de exploração (numa ótica empresarial) ou de maximizar o diferencial benefícios-custos (numa ótica social). De acordo com Menezes (2012) e Megre (2013), os principais fatores determinantes da localização de um projeto de investimento, que influenciam significativamente os custos de produção e de distribuição, são geralmente os seguintes:

• As disponibilidades, caraterísticas e custos dos fatores produtivos necessários (mão-de- obra, energia, matérias primas, entre outros);

• Os custos do terreno e possibilidade de expansão futura; natureza e topografia do solo e averiguar da necessidade de melhoramento do terreno; espaço necessário para possibilidade de expansão física;

• As caraterísticas dos produtos acabados; proximidade entre o produtor e o consumidor; • Os custos de transporte e as facilidades de comunicação;

• As economias externas de escala (caso das indústrias dependentes de elevado número de subcontratantes) e as condições sociopolíticas e climatéricas de cada país ou região; • Os estímulos estatais e os benefícios de natureza fiscal ou financeira especialmente

relacionados com as políticas de desenvolvimento regional.

Há também que avaliar o ambiente social, cultural e económico que se encontra nas zonas em análise, uma vez que para determinados tipos de produtos ou processos de fabrico, as comunidades locais poderão criar fatores de rejeição ao projeto, os quais poderão mesmo colocar em risco a sua viabilidade.

Assim, a escolha do local de instalação da unidade produtiva, a partir dos vários locais alternativos identificados, deve ser precedida por uma análise criteriosa aos diversos fatores em jogo, uma vez que, conforme referido anteriormente, uma boa ou má localização poderá ser a diferença entre o sucesso e o insucesso do projeto de investimento.

Apesar do projeto de investimento ser composto por vários estudos, apresentados nos pontos antecedentes, com objetivos claramente definidos, eles são inter-relacionados, porque as informações geradas por um podem ser utilizadas pelos outros, de forma que consigam atingir os seus objetivos. É importante também referir que, em função dessa interdependência de informação, apesar de serem apresentados de uma forma sequencial, na prática os estudos devem ser elaborados quase paralelamente. Como há essa dependência, a elaboração deve perceber os impactos de uma nova informação nos demais estudos (Neto, 2009).

Avaliação Económica e Financeira do Projeto

Escolhida a localização do projeto, realizados os estudos de mercado, selecionada a tecnologia e o processo de produção, determinada a dimensão, realizadas as estimativas de custos é necessário analisar o impacto destas componentes do projeto em termos económicos (nos resultados do projeto) e financeiro (nos fluxos de tesouraria), passa-se à subfase seguinte do ciclo de vida do projeto, designada por avaliação económica e financeira, que compreende a elaboração dos seguintes planos:

• Plano de Exploração; • Plano de Investimento; • Plano de Financiamento.

Nesta subfase o objetivo é avaliar com rigor a rendibilidade das várias alternativas de investimento que vai permitir a tomada de decisão final quanto à realização ou não do projeto (H. Barros, 2008; Megre, 2013). Segundo Menezes (2012), um projeto de investimento só deve ser realizado se, no mínimo, proporcionar uma rendibilidade idêntica à de outras alternativas com o mesmo risco no mercado.

Existem duas óticas de análise:

• Análise financeira sob o ponto de vista da rendibilidade empresarial, ou ótica privada; • Análise económica sob o ponto de vista da rentabilidade para a coletividade, ou ótica

social.

A análise da rendibilidade na ótica da rendibilidade empresarial tem em vista, em função das condições atuais e futuras, verificar se os capitais investidos, são remunerados e reembolsados de modo a que as receitas geradas superem as despesas realizadas, num período mais ou menos longo de tempo (H. Barros, 2008).

A análise económica na ótica da rendibilidade para a coletividade, também chamada «análise social» ou «análise custo benefício» difere da análise financeira na medida em que os dados não são tratados a preços do mercado, mas sim a preços de mercado corrigidos de todas as distorções (estas distorções são as restrições às importações, taxas de câmbio oficiais, controlo de preços, incentivos às exportações, entre outras) que alterem o seu valor real (H. Barros, 2008).

Uma das tarefas a realizar neste tipo de análise é definir estes «preços de referência» que serão utilizados no cálculo da rentabilidade económica dos projetos. Por outro lado, para além das receitas e despesas a preços de referência relacionadas diretamente com o projeto, é também necessário ter em consideração os custos e benefícios indiretos do projeto, designadamente, quais as repercussões que a realização do projeto tem nos outros sectores da economia nacional (H. Barros, 2008).

Conforme referido anteriormente, os elementos essenciais para a avaliação da rendibilidade de projetos são os seguintes (Abecassis, 2010):

• Plano de Exploração; • Plano de Investimento; • Plano de Financiamento.

Critérios de Avaliação de Projetos de Investimento

No Anexo M apresenta-se e compara-se os principais critérios de avaliação de projetos que sustentam a sua aprovação ou rejeição, concretamente o Valor Atual Líquido (VAL), a Taxa Interna de Rendibilidade (TIR), o Período de Recuperação do Investimento (PRI) e o Índice de Rendibilidade do Projeto (IR).

Análise de Sensibilidade e Risco

No Anexo N apresentam-se as principais técnicas de análise de sensibilidade e risco do projeto, com destaque para a análise de sensibilidade, análise de cenários, simulação e método de Monte Carlo e árvores de decisão. A Figura 12 apresenta esquematicamente o desenvolvimento da subfase de avaliação económica e financeira do projeto.

Figura 12 – Subfase de avaliação económica e financeira do projeto

Fonte: Elaborado pelo próprio, a partir dos autores mencionados na Figura 8.

Sub-fase Actividades

Avaliação Económica e Finance ira

(Antes e Após Endividamento)

VAL T IR IR PRI

Analise de sensibilidade Análise Monte Carlo

Plano de Exploração Plano de Investimento