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CAPÍTULO 3 – MODELO E ABORDAGEM METODOLÓGICA

3.3 Metodologia de Investigação para o Caso da CVO

3.3.1 RG3 Framework

Apresenta-se nas páginas seguintes o framework, constituído por oito fases, que resultou da integração dos quatro modelos internacionais (ROII; GRP; GCBAIP; GB), cuja concepção e desenvolvimento servirá de base à avaliação do desempenho do projeto de investimento da CVO da Valorsul.

Fase 1 - Formulação

Esta fase, essencialmente do tipo qualitativo, permite definir a necessidade, o problema, ou a oportunidade detetada, justificando e enquadrando-a na organização de forma a garantir o máximo de entendimento com vista a evitar alterações e incorreções posteriores.

As questões, os inputs, as técnicas e os outputs relacionados com a fase de formulação são apresentados na Tabela 2. Paralelamente são formuladas as recomendações (Anexo L) que os gestores do projeto devem ter em consideração aquando da fundamentação das respostas às questões.

Tabela 2 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de formulação do projeto

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Qual problema que o projeto pretende resolver? ● Strategic PlanPOLDATProject Request Form

2 - Que soluções foram identificadas para resolver o problema? ● Market DemandZACHMAN

3 - O que fundamentou a escolha por uma instalação de valorização de matéria orgânica? ● ● Client Request Innovation Initiative ● ● Expert Judgement Business Requirement

4 - Quais as alternativas equacionadas para a valorização de matéria orgânica? ● Innovation InitiativeEnterprise Architecture

5 - Qual a alternativa que foi selecionada e o que esteve na base dessa escolha? ● Enterprise ReportsElevator Pitch

6 - Quais os fatores críticos do projeto? ● Enterprise Risk

7 - Quais os principais benefícios do projeto?

8 - Quais os impactos deste projeto não se realizar?

9 - De que forma e que critérios presidiram à escolha da equipa de avaliação do projeto?

10 -A decisão de avançar para a fase seguinte (alinhamento estratégico) foi previamente validada por um comité de acompanhamento?

RG3: Fase 1 - Formulação

Questões

Ver Anexo L

Recomendações

Fase 2 - Alinhamento Estratégico

O Alinhamento Estratégico corresponde à segunda etapa prevista no modelo processual RG3, a qual tem como objetivo chave aferir se uma determinada iniciativa apresenta condições mínimas, de natureza qualitativa, para desencadear o processo de avaliação, ou seja, avaliar se o projeto está alinhado com a estratégia da empresa e tem potencial gerador de valor para a empresa e para a sociedade.

As questões, os inputs, as técnicas, e os outputs relacionados com a fase de alinhamento estratégico são apresentados na Tabela 3. Paralelamente são formuladas as recomendações (Anexo L) que os gestores do projeto devem ter em consideração aquando da fundamentação das respostas às questões.

Tabela 3 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de alinhamento estratégico

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Em que termos o objeto do projeto se enquadra na missão da empresa? ● Project Request FormScoring ModelStrategic Alignment

2 - Qual o grau de prioridade do projeto na empresa? ● Strategic Plan & Objectives ● SWOT Analysis

3 - Quais foram os princípios orientadores para a conceção/construção da CVO? ● Organization CapacityDelphi Technique

4 - Quais foram os objetivos formulados para projeto? ● Nominal Group

5 - O projeto foi objeto de consulta e de debate? Quais as entidades intervenientes no âmbito deste processo?

6 - A decisão de avançar para a fase seguinte foi previamente validada por um comité de acompanhamento independente?

Ver Anexo L

Questões

RG3: Fase 2 - Alinhamento Estratégico

Recomendações

Fase 3 - Estimativa de Benefícios

A fase 3 correspondente à estimativa de benefícios do projeto e tem como objetivo avaliar quantitativamente o impacto dos benefícios, quer ao nível do projeto, quer em termos dos resultados globais da empresa. Esta fase revela-se, particularmente, importante porque ajuda a definir todas as fases seguintes até à decisão de se avançar ou não com a implementação do projeto.

A Tabela 4 apresenta as questões, os inputs, as técnicas, os outputs e as recomendações relacionados com a presente fase. Tabela 4 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de estimativa de benefícios

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Qual a metodologia adotada para estimar os benefícios do projeto? ● Project Request Form Data Collection Plan Benefits Estimation

2 - Quais os benefícios qualitativos esperados com a realização do projeto? ●Strategic AlignmentParametric Analysis ● Confidence Analysis

3 -Enterprise Environment Sensitive Analysis

Market ReportsFocus Group

4 -

Historical DataPareto Analysis

RG3: Fase 3 - Estimativa de Benefícios

Recomendações

Ver Anexo L

Foi realizada a análise de sensibilidade para os benefícios do projeto? Quais as técnicas utilizadas?

A qualidade do processo foi validada por uma entidade independente? E quais foram os resultados obtidos?

Fase 4 - Estimativa de Custos

A fase de estimativa de custos tem como objetivo obter uma estimativa de custos para o projeto. Esta estimativa deve considerar não apenas o custo do projeto (Capex ou Capital Expenditure), como também os novos custos de operação (Opex ou Operational Expenditure). Nesta fase, considerada crítica na análise do projeto, o objetivo é identificar e avaliar de uma forma consistente e rigorosa, com recurso a processos, a metodologias e técnicas de avaliação baseadas nas melhores práticas, os custos esperados com a realização do projeto, tendo em conta o objetivo de tomar a decisão de investimento correta e fundamentada de modo a evitar, assim, surpresas futuras.

A Tabela 5 apresenta as questões, os inputs, as técnicas, os outputs e as recomendações relacionados com a fase correspondente à estimativa de custos do projeto.

Tabela 5 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de estimativa de custos

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Qual a metodologia adotada para estimar os custos do projeto? ●Project Request FormCost Breakdown StuctureCost Estimation

2 - Foi realizada a análise de sensibilidade para os custos do projeto? Quais as Benefits EstimationRisk Register

técnicas utilizadas? ●Outer ContextParametric Analysis

3 - A qualidade do processo foi validada por uma entidade independente? E quais Historical DataAnalogous Estimation

foram os resultados obtidos? ●Market ReportsBottom-Up Estimation

Expert Judgement

Ver Anexo L RG3: Fase 4 - Estimativa de Custos

Fase 5 - Análise Económica

A análise viabilidade económica tem como objetivo avaliar se economicamente o projeto é interessante para a organização e para a sociedade. Esta fase envolve o processamento de todos os inputs associados às fases de estimativa de benefícios e de custos, a partir da opção selecionada previamente, tendo por base a integração dos cash-flows de benefícios com os cash-flows de investimento e custos operacionais.

A Tabela 6 apresenta as questões, os inputs, as técnicas, os outputs e as recomendações relacionados com a fase correspondente à análise económica do projeto.

Tabela 6 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase da avaliação económica do projeto

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Qual o teto orçamental, quais as fontes de financiamento e os respetivos ●Benefits EstimationEconomic-Finance AnalysisEconomic-Indicators

montantes previstos utilizar para desenvolver o projeto? ●Cost Estimation VALSensitive Data

2 - Qual a calendarização definida para a implementação do projeto? ●Sensitive Data TIRRisk Data

3 - Qual o VAL, a TIR e o PRI estimados para o período de análise do projeto? PRI

4 - Que análise de sensibilidade foi realizada aos indicadores de análise económico- ● Taxa de Atualização

financeira? ● Análise Sensibilidade

5 - Quais os principais riscos que foram identificados relativamente à realização do Análise de Risco

projeto? Monte Carlo

6 - Que medidas de mitigação dos riscos foram identificadas?

7 - Antes de se avançar para a fase seguinte (análise de contexto) alguma entidade

independente validou a qualidade do processo de avaliação económica do projeto?

Ver Anexo L RG3: Fase 5 - Análise Económica

Fase 6 - Análise de Contexto (Externo e Interno)

A fase 6 estabelece que, antes da tomada de decisão se avançar, ou não, com a implementação do projeto, se deve realizar um “road show”, com vista a apresentar o projeto aos stakeholders, nomeadamente a análise realizada e os resultados obtidos, por parte da respetiva equipa. O objetivo é obter feedback e recolher opiniões dos stakeholders sobre a análise que foi realizada, com a finalidade de reavaliar e corrigir eventuais fragilidades que foram identificadas durante as audições.

Tabela 7 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase da análise de contexto

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Qual o parecer das entidades externas (políticas, económicas, sociais, ambientais ●Project Request FormStakeholder MatrixStakeholders Analysis

e legais) relativamente ao projeto? ●Strategic AlignmentClimate Analysis

2 - Qual o parecer das entidades-internas envolvidas no projeto? ●Benefits Plan

3 - As equipas internas detêm a experiência, as competências, o conhecimento, ●Cost Plan

e a formação adequada? ●Economic Indicators

4 - As equipas dos potenciais fornecedores detêm a experiência, as competências,Risk Analysis o conhecimento e a formação adequada?

5 - Quais as medidas tomadas no âmbito do projeto, após a obtenção dos pareceres

e da avaliação das respetivas competências?

Técnicas e Ferramentas Outputs Recomendações

Ver Anexo L RG3: Fase 6 - Análise de Contexto

Fase 7 – Tomada de Decisão

A tomada de decisão é o momento chave de todo o processo de análise de viabilidade económica do projeto, que corresponde ao momento de optar por aceitar ou rejeitar o projeto, de acordo com o nível de satisfação alcançado por parte da entidade promotora. Existem cinco elementos “mandatórios” a considerar na matriz de decisão: o alinhamento estratégico, os benefícios, os custos de exploração, o investimento e a análise de contexto em relação ao projeto.

A Tabela 8 apresenta as questões, os inputs, as técnicas, os outputs e as recomendações relacionadas com a fase correspondente à tomada de decisão de implementar ou rejeitar o projeto.

Tabela 8 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de tomada de decisão

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013)

1 - Foram analisados vários cenários de configuração de projeto? ●Project Request Form ● SWOT AnalysisGo/No-Go

2 - As sugestões dos stakeholders sobre a análise que foi realizada pela equipa de Strategic AlignmentExpert JudgementWait

gestão foram tidas em consideração? ●Benefits EstimationDelphi Technique

3 - Foram analisadas as causas de desvios de investimentos públicos portugueses Cost EstimationMulti-Criteria Cenarios realizados anteriormente que este projeto devia ter em consideração? ●Risk Analysis

4 - Foi realizada a análise de sensibilidade às variáveis exógenas do Organization Analysis investimento?

5 - Como vão ser mitigados contratualmente os riscos do investimento? 6 - Como foi efetuada a partilha dos riscos do projeto com os potenciais

fornecedores?

7 - Qual o processo que foi usado para tomar a decisão, quem o fez?

Técnicas e Ferramentas Outputs Recomendações

Ver Anexo L RG3: Fase 7 - Tomade de Decisão

Fase 8 - Monitorização dos Benefícios e dos Custos

A fase 8 tem como objetivo medir o Business Case após entrada em exploração do projeto, de avaliar se os estudos de viabilidade económica realizados foram, ou não, realistas, e se o projeto continua a fazer sentido do ponto de vista do retorno de valor para os stakeholders. Deva-se sublinhar que esta etapa reveste-se de elevada importância uma vez que permite à organização medir a qualidade do processo de tomada de decisão de investimentos, nomeadamente verificar se existem mecanismos de melhoria contínua em curso para melhorar o value-for-money e contribuir para a tomada das decisões adequadas relativamente à política de investimentos/desinvestimentos da empresa.

Tabela 9 – Questões, inputs, técnicas, outputs e recomendações para a fase de monitorização dos benefícios e dos custos

Fonte: Elaboração do autor a partir de ROII (2007); GRP (2009); GCBAIP (2008); GB (2003); L.F. Pereira (2013) 1 - Quais os eventuais desvios ocorridos nos benefícios face às estimativas iniciais ●Data Collection Plan ● Corporate ReportsBenefits Tracking Report

constantes do estudo de viabilidade económica? Que razões explicam os desvios ●Benefits Plan ● Balanced ScorecardNew Opportunities

verificados? ●Business Case ReportControl Group

2 - Que medidas preventivas ou corretivas foram tomadas no sentido de minimizar

os eventuais desvios ocorridos nos benefícios?

3 - Quais os eventuais desvios ocorridos nos gastos de exploração, relativamente às

estimativas constantes do estudo de viabilidade económica? Que razões explicam os desvios verificados?

4 - Que medidas preventivas e corretivas foram tomadas no sentido de minimizar

os eventuais desvios ocorridos nos gastos de exploração?

5 - Que eventuais problemas técnicos se verificaram nos equipamentos,

nomeadamente em termos de falta de fiabilidade e de fraco desempenho operacional? Quais as suas causas?

6 - Que medidas preventivas e corretivas foram tomadas no sentido de minimizar

os eventuais problemas técnicos dos equipamentos?

7 - Quais os impactos dos resultados do funcionamento do projeto no desempenho

económico global da empresa?

Ver Anexo L RG3: Fase 8 - Monitorização dos Benefícios e dos Custos

Finalmente, a Figura 26 apresenta o quadro referencial relativo ao framework do modelo RG3 que foi desenvolvido nos pontos anteriores. Figura 26 - RG3 Framework