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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.10 Fatores de análise do texto fonte

Como visto acima, o modelo circular contempla a fase na qual o TRD analisa o TF, identificando suas características intrínsecas e extrínsecas. Tais características, as quais são chamadas de fatores de análise do TF, necessitam de um melhor detalhamento.

Primeiramente, consideramos importante a análise porque, através dela, é possível determinar a função comunicativa deste TF. As características intrínsecas e extrínsecas são aqui tratadas como fatores “extratextuais” ou “externos”, e fatores “intratextuais” ou “internos”, respectivamente. Os fatores extratextuais podem ser mencionados no texto, ou seja, “verbalizados”, e nesse caso falamos de “expressões metacomunicativas” (NORD, 2016 p. 74). O jogo entre os fatores extratextuais e intratextuais pode ser convenientemente expresso na seguinte “Fórmula Q”. Dependendo da sua relação com a situação comunicativa

75 ou com o próprio texto, essas questões podem ser atribuídas tanto aos fatores de análise extratextuais como aos fatores intratextuais.

Quadro 2 - Fórmula Q Quem transmite Para quê

Para quem Por qual meio Em qual lugar Quando Por quê

Com qual função

Sobre qual assunto ele diz O quê

(o que não) Em qual ordem

Usando quais elementos não verbais Com quais palavras

Em quais orações Com qual tom Com qual efeito?

Fonte: Nord (2016)

Em vista do quadro acima, seguindo a ordem de indagações contidas na coluna da esquerda, os fatores extratextuais são assim identificados: 43

I - O autor ou emissor do TF. Porém, muitos textos, tais como leis e contratos comerciais, não possuem um autor ou emissor identificado. Tal fato não inviabiliza inferirmos que documentos deste tipo são geralmente redigidos por profissionais da área jurídica, administrativa ou comercial. Informações sobre o emissor às vezes ajuda na compreensão das escolhas linguísticas e principalmente das marcas de estilo encontradas no TF quando este é de origem distinta do sistema jurídico do adotado no país onde o TA será utilizado.

No caso de documentos jurídicos, tendo em vista o aspecto formal e as características intrínsecas da linguagem empregada, a ausência de tal informação não causará prejuízos insanáveis ao processo tradutório, vez que se trata de um texto que segue padrões pré-estabelecidos por lei; 44

II - Todo texto tem uma intenção ou propósito que se quer comunicar. A autora do quadro ainda destaca que são três os fatores que identificam a pretensão do emissor do TF: intenção, função e efeito45. Quando o TRD analisa esses fatores de forma separada, ele terá mais condições de escolher entre preservar, adaptar ou modificar o TF em função dos propósitos comunicativos a serem alcançados durante o processo tradutório, em vista da situação comunicativa do TA.

43 Cada item da formula Q recebeu uma numeração em algarismos romanos e foi trabalhado seguindo uma

sequência lógica: as questões da coluna da esquerda, na ordem de cima para baixo.

44 Os contratos no sistema jurídico brasileiro, por exemplo, estão regidos pelo Código Civil Brasileiro, Título V -

Dos Contratos em Geral – os artigos 421 a 926.

76 Muito embora a intenção do emissor seja um fator de análise mais relevante quando se trata de textos literários (NORD, 2016 p. 95), nada impede que o TRD especializado observe a intenção do emissor ao formular uma determinada lei ou contrato. Para tanto, podem ser feitas pesquisas históricas e culturais sobre o sistema jurídico do TF à época em que fora emitido. Isso poderá gerar notas de rodapé onde o TRD esclarecerá situações como, por exemplo, anacronismo jurídico (quando um fato deixou de ser crime no ordenamento jurídico)46;

III – Todo TF se destina a um determinado receptor ou público alvo (PA), para quem se quer promover uma ação comunicativa. Para que o texto cumpra sua função comunicativa, o emissor deverá estar atento aos aspectos inerentes a esse público.

No caso de textos jurídicos, o receptor ideal será alguém que detém competência linguística para ler e interpretar a lei ou o contrato. Claro que isso nem sempre ocorrerá. Em um processo tradutório há que se verificar outro fator: o receptor do TF não é o mesmo do TA. Principalmente quando fatores culturais, linguísticos ou técnicos tornam essa divergência mais evidente. A exemplo dos textos jurídicos emitidos no sistema do common law, quando estes têm de ser traduzidos para um PA adotante do sistema do civil law, o TRD analisará as características inerentes aos públicos do TF e do TA e tomará as decisões sobre preservação, adaptação e modificação, de forma a atender aos propósitos operativos do TF na CF e de como este deve operar seus efeitos jurídicos na CA. A tradução de um contrato para o vernáculo que apresente cláusulas confusas ou de difícil assimilação para o PA não terá alcançado os propósitos (escopo) da encomenda tradutória47, posto que não levou em consideração as informações básicas do PA no tocante às dimensões extraculturais: intenção, localização, aspecto temporal e função, além das características extratextuais (NORD, 2016);

IV - O texto é transmitido através do um meio físico ou imaterial, também chamado de canal. Segundo Nord (2016, p. 106), este canal “conduz o texto para o leitor”. O meio escolhido para a ação comunicação é fator determinante das condições de produção e de recepção na LA. Estas condições são expressas no nível de clareza, na organização dos argumentos, na escolha das frases, na coesão, na utilização, dentre outros elementos. Nord entende que as categorias de fala e escrita nem sempre podem ser entendidas separadamente. “Há textos falados que são reproduzidos em uma forma escrita (por exemplo, a declaração de

46 O desacato deixou de ser crime no ordenamento jurídico brasileiro [... ] A existência deste crime em nosso

ordenamento jurídico é anacrônica. Disponível em: <www.dizerodireito.com.br/.../desacatar-funcionario- publico-no.htm>. Acesso em: 20 jun. 2017.

77 uma testemunha) e textos escritos que são falados (por exemplo, palestras)” (NORD, 1996, p. 107). Assim sendo, caberá ao TRD identificar o que seja relevante destacar como marca de oralidade e /ou formalismo que o meio apresenta.

Na comunicação oral, o meio pode ser o rádio, a TV, o telefone etc.; na escrita, o meio pode ser o jornal, o livro o e-mail, dentre outros. Conhecer o meio pode ajudar o TRD a identificar o PA. Um texto publicado em uma revista científica, por exemplo, dá ao TRD excelentes subsídios sobre a condição-cultura do receptor. Se um contrato comercial estiver impresso e assinado e for entrega a um TRD para ser traduzido, este entenderá que o receptor é alguém interessado na execução do mesmo. Provavelmente uma das partes que não entenda o TF e queira encomendar uma tradução para poder assinar o contrato com plena segurança. 48 Porém, se este contrato estiver presente, no todo ou em parte em uma apostila de estudos acadêmicos, provavelmente o PA será constituído de alunos que estejam cursando uma disciplina nas áreas jurídica, comercial ou administrativa.49

V – A identificação do lugar da produção e da recepção do texto é importante no que diz respeito, por exemplo, ao aspecto linguístico. Um contrato comercial redigido no Reino Unido será escrito em inglês britânico; um contrato produzido por uma banca jurídica estadunidense trará as marcas linguísticas, culturais e gramaticais do inglês americano. Se o TRD brasileiro estiver traduzindo um contrato comercial do inglês para um PA em Portugal, este profissional terá de se acercar dos conhecimentos sobre as variantes linguísticas, gramaticais e culturais do português lusitano para que o propósito tradutório seja plenamente atingido.

Além das variantes acima mencionadas, a dimensão do espaço geográfico, as condições culturais e políticas do momento podem influenciar nas escolhas tradutórias. Por isso, obter informações junto ao INI é às vezes muito importante para que o TA seja recepcionado sem gerar constrangimentos de ordem cultural, estilística e ou política.

VI – tendo em vista de que a língua é um elemento vivo, seu uso sofre modificações ao longo do tempo. A língua portuguesa, por exemplo, passou por uma recente reforma ortográfica50. Em outras situações, o tempo da emissão do documento pode determinar o caráter anacrônico do mesmo. Por exemplo, se o TRD estiver traduzindo um

48 Tal tipo de encomenda tradutória já nos foi solicitada mais de uma vez. 49 Tal situação será abordada na análise do corpus de nossa pesquisa.

50 Acordo ortográfico em vigor desde 1º de janeiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.

78 documento jurídico redigido há muitas décadas, certamente encontrará termos e expressões jurídicas arcaicas ou em desuso.

As petições judiciais de há meio século eram repletas de expressões latinas; hoje em dia não são mais encontradas tais expressões em peças jurídicas, salvo raras exceções. É por esse motivo que Nord assevera: “a dimensão do tempo pode ser o critério decisivo para definir se a tradução faz sentido ou não” (NORD, 2016, p. 119). Se o TRD verificar que não faz sentido reproduzir tantas expressões latinas presentes no TF, visto não serem bem absorvidas pelo seu receptor do TA, caberá àquele profissional fazer uma pesquisa sobre o significado dessas expressões latinas e traduzi-las para o vernáculo ou vice-versa. Além disso, as informações do TF podem estar obsoletas, como no caso de artigos científicos.

Dependendo do encargo tradutório, se é exigido do TRD mais fidelidade ao TF ou mais equivalência funcional, caberá a este profissional informar o fato ao INI. Às vezes, caberá ao próprio TRD a decisão sobre a necessidade, ou não, de inserção de notas explicativas no TA, esclarecendo sobre a extemporaneidade da informação veiculada no TF.

A forma mais comum de obtenção da informação do tempo do texto é pela simples observância da data de emissão do mesmo (NORD, 2016)51. Caso esse tempo não possa ser definido pela data de emissão, pode o TRD averiguar documentos semelhantes, porém redigidos em épocas diferentes, o que dará ao profissional uma ideia mais clara de onde situar o referido texto no tempo por meio das semelhanças estilísticas, gramaticais, culturais etc.

VII – O motivo refere-se, de fato, à razão pelo qual um texto fora produzido. Nord nos esclarece que não é difícil identificar os motivos que levaram o emissor a produzir um texto: “Um anúncio de casamento é feito porque alguém está se casando; uma notícia é escrita porque um fato importante está acontecendo; uma crítica de uma peça de teatro é publicada porque houve a estreia etc.” (NORD, 2016 p. 126). A razão também pode estar relacionada a um evento ocorrido com o emissor que, por exemplo, está aniversariando e faz um convite por escrito para os familiares; ou um evento ocorrido com o receptor que, por exemplo, perdeu recentemente o pai e recebe uma mensagem de condolências escrita por um amigo.

Com certa obviedade, também temos que admitir que a razão ou motivo é fator determinante para o tipo de texto a ser produzido. No caso de uma empresa que quer fechar

51 Tal conduta não é critério válido para obras publicadas muito tempo depois de terem sido escritas (NORD,

79 um acordo comercial com outra empresa, o documento juridicamente válido para obrigar as partes no negócio será um contrato comercial. Nesse caso, o motivo também define certas características do próprio texto. No caso citado, o texto possui uma escrita clara, organizada por artigos ou cláusulas, e obedece a certos padrões de formatação e ordem estabelecimento das cláusulas contratuais, tal como será explorado no terceiro capítulo, quando falaremos sobre as características textuais de um contrato comercial e mais precisamente do contrato de distribuição.

É interessante observar que poderão existir divergências entre o motivo que gerou o TF e o motivo para a produção do TA. Por exemplo, se o TF foi motivado por uma vontade de contratar um produto ou serviço, o contrato será redigido com todos os elementos jurídicos válidos para tanto. Porém, se o encargo tradutório visa à produção de um resumo deste contrato para ser veiculado em um portfólio ou slide de apresentação de proposta, a produção tradutória não precisará contar com todos os elementos linguísticos e/ou estilísticos do TF.

VIII – Com relação à função textual, Nord afirma que esta “equivale à função comunicativa, ou à combinação de funções comunicativas que um texto cumpre na sua situação concreta de recepção” (NORD, 2016 p. 130). Nesse sentido, os elementos extratextuais, tais como o emissor e seu papel, a intenção, a identificação do receptor e as expectativas deste, o lugar, o canal etc., determinarão a função textual e, por via de consequência, o próprio gênero textual. No entanto, Nord faz questão de distinguir gênero de função textual. O primeiro está relacionado à estrutura do texto, o produto final; ao passo que a função está relacionada à situação comunicativa. Segundo ela mesma esclarece: “é como olhar as duas faces da mesma moeda: elas não podem ser separadas, mas não são idênticas” (NORD, 2016 p. 130).

A análise funcional do TA e a lealdade ao emissor através da análise funcional do TF habilitam o TRD a decidir que funções do TA serão compatíveis com aquelas identificadas no TF. A forma mais acessível para se identificar a função textual é o paratexto. Por exemplo, se o material escrito, um contrato de compra e venda, ou mais especificamente em relação à nossa pesquisa, um contrato de distribuição, o próprio título dará ao TRD elementos importantes para que este identifique as expectativas específicas da função do texto em suas mãos.

Por fim, é válido destacar que os fatores extratextuais estão relacionados entre si por uma situação de interdependência. “Dados e pistas sobre um determinado fator podem ser obtidos a partir dos dados e pistas obtidos sobre outros fatores.” (NORD, 2016 p. 137).

80 Ainda no tocante ao quadro da fórmula Q, seguindo a ordem de indagações contidas na coluna da direita, os fatores intratextuais são assim identificados: 52

I – Sendo básico em qualquer análise textual voltada à tradução, o “assunto” merece por parte do TRD uma atenção especial, levando-se em conta alguns aspectos: (i) este elemento intratextual pode identificar a consistência do texto, ou seja, se este se mantém, ou não, coerente em toda sua extensão, evitando que o TRD necessite identificar tais mudanças de assunto também na situação alvo; (ii) o assunto inserido em um determinado contexto cultural indica prováveis pistas sobre a importância do mesmo para a tradução; (iii) e identificação do assunto também possibilita ao TRD tomar a decisão de aceitar ou não o encargo tradutório, levando-se em consideração o nível de expertise e de capacidade técnica. Por exemplo, alguns profissionais que realizam tradução especializada na área jurídica tendem a limitar seu campo de atuação nesta área, recusando trabalhos tradutórios de outras áreas, tais como a área médica ou das engenharias. Sobre essa temática, vejamos o que diz Said:

Não é impossível um tradutor especializado em engenharia mecânica traduzir bem um texto de cardiologia pela primeira vez, mas o esforço de aprendizado, as dificuldades terminológicas e outros problemas relacionados podem acabar tornando o trabalho improdutivo e financeiramente inviável, quando não tecnicamente problemático. E, não nos esqueçamos, entender a mensagem implica em ter sensibilidade cultural para captar camadas de sentido mais profundas da mensagem ou associações que só podem ser compreendidas por quem tem vivência no universo cultural da língua de partida (SAID, 2011 p. 627).

É essa exigência de conhecimento especializado, sem olvidar o conhecimento da questão terminológica, que o TRD deve entender como indispensável para o bom desempenho do encargo tradutório. É exigência do mercado e, a nosso ver, deve ser uma exigência do próprio TRD para consigo, visto que o bom ou mau desempenho do encargo impactará diretamente na sua reputação enquanto profissional. (iv) A análise do assunto do TF pode oferecer ao TRD uma boa carga de informação sobre o quanto o texto é traduzível. Às vezes o assunto é tão específico da cultura do TF que o encargo tradutório poderá se tornar inviável se for exigido do TRD que transfira ao TA uma fidelidade inalcançável por falta de equivalência entre as culturas do TF e do TA. (v) quando se procede à análise do TF, pode-se decidir sobre a manutenção de certa literalidade dos títulos ou cabeçalhos, assim como se podem ver revelados fatores extratextuais não determinados por meio da análise externa do material a ser traduzido. Por exemplo, se o TRD recebe um contrato de compra e venda redigido em inglês

52 Cada item da formula Q recebeu uma numeração em algarismos romanos e foi trabalhado seguindo uma

81 para ser traduzido para o vernáculo, certamente traduzirá o título original: Buy Sell Agreement como sendo: “Contrato de Compra e Venda”.

II – Quando perguntamos sobre o que está ou não presente no texto, estamos indagando sobre o conteúdo deste; estamos nos referindo às estruturas lexicais e gramaticais, às informações do conteúdo que incluem níveis estilísticos, registros, estilo funcional, dialetos regionais e sociais, dentre outros. Tal conteúdo pode ter como base um fato ou uma ficção, e sua análise pode determinar se a situação interna do texto se aproxima ou se afasta da situação externa.

Uma boa maneira de identificar isso, segundo Nord (2016, p. 169) é analisar a situação interna separadamente da externa, utilizando-se as perguntas analíticas da “Fórmula Q”. Ainda segundo a mesma autora, a situação interna pode conter vários fatores, tais como: um E interno, ou seja, um falante ou um narrador, um leitor ou ouvinte, além das condições de tempo e lugar e as dicas sobre o canal, o motivo da comunicação e a função textual.

III – Outro fator de análise intratextual abordada por Nord em sua obra, são as chamadas pressuposições situacionais, ou pragmáticas, as quais são aceitas tanto pelo falante como pelo ouvinte. Entende-se, nesse sentido, que toda comunicação envolve fatores implícitos que são compartilhados por seus integrantes. Tais fatores se referem a informações sobre a cultura do emissor, as quais este espera sejam absorvidas pelo R. Importante, no entanto, é esclarecer que a pressuposição refere-se a uma informação comunicativa não explícita no texto. No caso de contratos comerciais, por exemplo, o título: “Contrato de Distribuição” ou o local e a data de sua assinatura, trazem ao R do TF e do TA uma pressuposição de que este documento possuirá uma linguagem jurídica específica da área comercial, além de lhe fornecer a suposição prévia de que, dependendo do local e da data, este documento possuirá leis ainda em vigor ou obsoletas; além de lhe informar o tipo de vocábulo, se arcaico ou moderno.

Na situação acima, o TRD tem de ser competente o suficiente para identificá-la e compreendê-la como se fosse um leitor ideal da CF. Daí, segundo Nord (2016) o TRD deve, antes de tudo, investigar a qual cultura o texto se refere para que dessa forma ele possa fazer uma distinção entre textos factuais, ou seja, baseados na realidade (notícia, artigo científico, relatos históricos, tec.) ou ficcionais (contos, poesias, romances e demais textos baseados em criações autorais).

82 Por outro lado, Nord entende ser o leitor, muito mais do que o próprio autor, quem deva classificar o texto como factual ou ficcional, levando em conta o conceito de realidade que aquele leitor aceita e defende em sua própria cultura.

IV – Outro aspecto intratextual destacado por Nord refere-se ao modo como o texto está estruturado. Sua importância reside no fato de que se um texto possui diferentes condições situacionais, o TRD deverá utilizar diferentes estratégias de tradução, levando em conta as diferentes funções de cada segmento textual. Por exemplo, se um contrato comercial possuir anexos (exhibits) com o propósito de apresentar instruções de uso e/ou armazenamento das mercadorias (goods), tal função textual deverá ser observada pelo TRD.

A inclusão de textos em uma unidade maior recebe o nome de intratextos, que