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FAZENDA DAS CACIMBAS DO VIANNA,

H

oje, vamos tratar, aqui, de uma outra fazenda que fazia

parte do inventário de Domingos Affonso Ferreira e de sua esposa D. Maria Theodora, cuja descrição foi feita, em 1810, pelo procurador inventariante José Álvares Lessa. Em vários arti- gos já tratamos dessa fazenda, da qual tenho interesse, pois foi lá que nasceu minha avó Maria Josefina Martins Ferreira (mãe Sinhá). Cacimbas do Vianna que fazia parte do Assú, hoje, com as sucessi- vas divisões dos municípios do Rio Grande do Norte, faz parte de Porto do Mangue. Nos registros que encontramos, seu nome aparece de várias formas; Fazenda Cacimbas do Vianna, Sítio das Cacimbas, praia das Cacimbas e além do Sítio das Mercês na Fazenda Cacimbas do Vianna.

Eram seis léguas de terras da Propriedade da dita Fazenda de gados, denominada Cacimbas do Vianna, as quais parte ao norte com terras das Fazendas Entradas, e Morro Branco; ao sul com a Barra do Rio dos Cavalos, ao nascente com o mar oceano e ao poente com terras do Arraial: as quais seis léguas de ditas terras houve por compra a Francisca Rosa da Fonseca, o falecido Domingos Affonso Ferreira e seu genro e sócio e, constituinte dele, procurador inven- tariante, o coronel Bento José da Costa, por escritura pública das

Notas de Francisco Gomes da Fonseca, Tabelião da Vila de Santo Antonio do Recife de Pernambuco; as quais seis léguas de terras da dita Fazenda de Cacimbas do Vianna foram vistas e avaliadas pelos avaliadores com casa, e currais da mesma fazenda por preço e quan- tia de dois contos de réis com suas pesqueiras na costa do mar.

Havia na dita Fazenda, entre outras criações: 200 cabras, 360 cabeças de ovelhas, 31 éguas novas, 14 cavalos de fábrica, 100 bezer- ras, 80 bezerros, 150 garrotas, 750 vacas e 4 bois de carro. Havia, ainda, na Fazenda um oratório com três imagens pequenas, no valor total de 10 mil-réis.

Enquanto o ferro da Fazenda Amargoso era um F seguido de um c, a de Cacimbas do Vianna era uma Cruz.

O registro de casamento mais antigo que encontrei, datado de 25 de julho de 1824, foi de Antonio Gomes da Motta e Aldonsa Maria de Jesus; ele com 24 anos e filho de João Gomes da Motta e Izabel Maria de Sousa, e ela, com 16 anos, filha de Francisco Bernardo de Sousa e Joanna Lopes de Mendonça. Foram testemunhas João Martins Ferreira e João Baptista de Oliveira. João Martins Ferreira, antigo morador da Ilha de Manoel Gonçalves, foi administrador das terras do coronel Bento José da Costa.

Em dezesseis de novembro de mil oitocentos e trinta e um, o pároco do Assú, Joaquim José de Santa Anna, batizou na Fazenda das Cacimbas de Vianna Jeronima, filha de João José Nepomuceno e Antonia Joanna, naturais do Assú, nascida aos trinta e um de outu- bro de mil oitocentos e trinta e um, tendo como padrinhos Ricardo Cardoso e Maria Esperança, ambos solteiros e do Assú.

Outro registro de casamento, na Fazenda Cacimbas do Vianna, foi o de Joaquim Teixeira de Sousa e Josefa Lopes Viégas, em 19/11/1855. O nubente era da freguesia de Angicos e a nubente da freguesia do Assú. Foram testemunhas Antonio Lopes Viégas Junior e João Lins Teixeira de Sousa, casados. João Lins Teixeira de Sousa

casou com Izabel Felippina Lopes Viégas, no Sítio Saco, eram pais de Antonio, nascido em 31/03/1852, e batizado no Sitio das Cacimbas, em 15/11/1852, tendo como padrinhos Francisco Antonio Teixeira e Anna Joaquina Teixeira de Sousa (esposa de João Gomes Carneiro de Mello). Nesse mesmo dia e lugar, foi batizado Anna, filha de Manoel José de Sousa e Cosma Maria da Conceição, nascida em 4/05/1852, tendo como padrinhos Francisco Lins Wanderley e Anna Maria Wanderley, casados. Manoel José de Sousa e Cosma Maria da Conceição eram os pais de João Teixeira de Sousa, que nasceu em Cacimbas do Viana, e depois foi viver em Macau, conforme consta no livro 1º Centenário da Ordenação Sacerdotal do Monsenhor Joaquim Honório da Silveira. Manoel e Cosma contraíram núpcias em 24/02/1848, na Fazenda das Cacimbas do Vianna.

Em outros artigos já tivemos oportunidade de transcrever outros registros ocorridos na Fazenda Cacimbas do Vianna, princi- palmente da família Martins Ferreira, que inicialmente vivia na Ilha de Manoel Gonçalves, deslocou-se, posteriormente, para Macau, por conta da submersão da dita ilha, e por último para aquela localidade, principalmente os descendentes do major José Martins Ferreira. Uma parte da família depois foi para Santana do Mattos e Angicos, e outra parte não sei que destino tomou, pois não encontramos outros registros da dita família. Minha avó Maria Josefina Martins Ferreira, filha de Francisco Martins Ferreira, casou com Miguel Francisco da Trindade de Angicos; Josefina Emilia Alves Martins, filha de José Alves Martins, casou com Absalão Fernandes da Silva Bacilon, avós de Aristófanes Fernandes e Aluizio Alves; Encontramos os des- cendentes de Militão Alves Martins, irmão de Josefina Emília, em Lages, Acari, Cruzeta e Natal. Um outro irmão de Josefina Emilia era Delfino Alves Martins que agora estamos recuperando informa- ções sobre sua descendência através de sua bisneta Noélia Agripino de Castro. Não localizamos até agora, os descendentes contempo- râneos, de Manoel José Martins, Joaquim José Martins Ferreira e

Josefa Martins Ferreira, os dois primeiros casaram na Fazenda das Cacimbas do Vianna. Josefa foi casada com o português Manoel Alves da Silva.