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MATHIAS VIDAL DE NEGREIROS

O

sobrenome Vidal de Negreiros é bastante conhecido aqui

no nordeste, mas as informações sobre os descendentes de André Vidal de Negreiros são escassas. Assim, é preciso juntar alguns pedaços para fazer a recomposição dessa família. Por isso, coloco algumas informações desse ramo encontradas aqui no Rio Grande do Norte. Há um testamento de André Vidal de Negreiros, datado de 1678, onde se diz solteiro, que está postado no blog de Alfredo Cabral de Melo. Nesse testamento, consta uma pessoa de nome Mathias Vidal de Negreiros que o testador informa ter sido

criado em sua casa. Por outros documentos, há notícia de um Mathias Vidal de Negreiros, filho natural de André. Em um documento do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano consta que: “Este segundo nomeado Mathias Vidal de Negreiros não se ordenou de missa, entrando na Administração da dita Capela (Nossa Senhora do Desterro de Itambé), não satisfazendo os encargos e obrigações dela, dissipando progressivamente os bens da mesma; pelo que o Reverendo Bispo Dom Frei José Fialho procede contra ele na forma da instituição a folha oito e o privou da administração, assinando-lhe algumas terras e alguns escravos por ser filho natural do Instituidor”.

Em outro documento, encontrado na Internet, há notícia de uma solicitação de Mathias sobre o destino dos bens deixado pelo pai, reclamando inclusive por violação do túmulo para retirada de bens enterrados junto com o cadáver do riquíssimo André Vidal de Negreiros.

Vamos começar com a transcrição do casamento de um filho de Mathias Vidal de Negreiros. Não há maiores informações qual a relação desse Mathias que encontramos e André Vidal de Negreiros.

Aos vinte e seis de outubro de mil setecentos e sessenta anos nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação desta Freguesia do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações nesta e nas partes neces- sárias desta Freguesia onde os nubentes são naturais, na forma do Sagrado Concílio Tridentino, sem se descobrir impedimento algum, como consta dos banhos que ficam em meu poder em presença do Reverendo Padre João Tavares da Fonseca, Coadjutor desta dita Freguesia, de licença minha, sendo presentes por testemunhas que (ilegível) juntamente vieram assinadas Francisco da Rocha Freire, homem casado e José Francisco, solteiro, filho de João Martins, pessoas conhecidas, fregueses e moradores desta dita Freguesia se casaram solenemente, em face da Igreja, com palavras de presente, José de Barros Rego, filho legítimo de Mathias Vidal de Negreiros

e de sua mulher Maria de Freitas com Maria Magdalenna da Silva, filha legítima de João Martins da Costa e de sua mulher Maria José Bezerra, naturais e moradores nesta dita Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação; e logo lhes deu as benções conforme os ritos e cerimoniais da Santa Madre Igreja e pela certidão que veio do dito Reverendo, do que fiz este assento em que por verdade me assino. João Freire Amorim, Vigário.

Esse João Martins da Costa, sogro de José de Barros, era natu- ral de Ipojuca e filho de Dionísio da Costa, como se pode ver de um assentamento de praça. Tinha um irmão de nome Mathias Ferreira da Costa, que em 1730, com 18 anos, também sentou praça.

O José Francisco da Costa, testemunha e irmão da noiva, casou, posteriormente, com Elena Maria, nascida em Assú, e filha de José Pereira e Euzébia de Mattos, da Bahia. Vejamos o óbito da esposa de Mathias.

Aos treze de fevereiro do ano de mil setecentos e sessenta e nove faleceu Maria de Freitas casada com Mathias Vidal de Negreiros, com todos os Sacramentos, de idade ao que parecia de cinquenta anos, e foi sepultada nesta Matriz e encomendada, de licença minha, pelo Padre Coadjutor Bonifácio da Rocha Vieira envolta em hábito de hamburgo, de que mandei fazer este assento, em que me assinei. Pantaleão da Costa Araujo. Vigário do Rio Grande.

Pela informação contida no óbito, Dona Maria de Freitas deve ter nascido por volta de 1719. Vejamos, agora, o batismo de dois netos de Mathias Vidal de Negreiros e Maria de Freitas.

Phelippe, filho legítimo de José de Barros Rego, e de Maria Magdalena da Sylva ambos naturais desta cidade, neto por parte paterna de Mathias Vidal de Negreiros natural da Paraíba, e de Maria Gomes Freitas natural desta cidade, e pela materna de João Martins da Costa, e de Maria José Bezerra todos naturais desta cidade, nas- ceu ao primeiro de maio de mil setecentos, e sessenta, e oito, e foi

batizado, com os Santos Óleos nesta Matriz, de licença minha, pelo Padre Antonio de Souza Nunes, aos treze do dito mês, e ano. Foram padrinhos José Barboza de Gouvea, solteiro, e sua mãe Dona Quitéria de Jesus, mulher do tenente José Barbosa Gouvea, do que fiz este termo, em que por verdade me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.

Aos dezessete dias do mês de novembro do ano de mil sete- centos e oitenta e dois, nasceu José, natural desta Freguesia, filho legítimo de José de Barros, e de Maria Magdalena da Sylva ambos naturais desta Freguesia, neto por parte paterna de Mathias Vidal de Negreiros, natural da cidade da Paraíba e de Maria de Freitas, natural desta Freguesia e pela materna de Joam Martins da Costa natural de Ipojuca e de Maria José natural desta mesma Freguesia, batizei e pus os Santos Óleos aos vinte e sete do dito mês, e ano, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, foram padrinhos José de Araujo, e Thereza Antonia de Jesus, de que mandei lançar este assento, em que me assino. Francisco de Sousa Nunes, vigário do Rio Grande.

Comentários

Não há nos registros acima nada que indique a relação de Mathias com o velho André Vidal de Negreiros.

TERMO DE ABERTURA DE