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PROF JOÃO ABNER E THOMAZ BENGALA

D

urante o ano de 2010, tive várias conversas com o Professor

João Abner, o homem das águas, dos recursos hídricos e da transposição do Rio São Francisco, que versaram, principalmente, sobre Genealogia. Ele vinha buscando, incessantemente, informa- ções sobre seu ascendente Thomaz Pereira de Araújo, mais conhe- cido por Thomaz Bengala. Para Abner era um mistério não descobrir quem eram os pais de Thomaz. Achei que seria fácil encontrar e, por isso, vasculhei os livros de Olavo de Medeiros, Sebastião Rocha, Pery Lamartine, José Augusto, Dom Adelino, além de alguns registros da Igreja.

João Abner quer descobrir de onde veio Thomaz Pereira de Araujo, Thomas Bengala, como ele fala. Segundo Abner, Thomaz era casado com Rita Regina de Vasconcelos e pais de Benvenuto Pereira de Araújo (bisavô de Abner) e Vivaldo Pereira de Araújo (pai de Vivaldo que era pai de Cortez Pereira).

Dos descendentes de Thomaz de Araújo Pereira, o Patriarca do Seridó, havia um Thomaz Pereira de Araújo, famoso, que era padre, e nasceu em 14 de janeiro de 1809, e foi batizado em 16 do mesmo mês e ano. Eram seus pais Antonio Pereira de Araújo, filho de João Damasceno Pereira e Maria dos Santos Medeiros, e de Maria José de Medeiros, filha de Thomaz de Araújo Pereira (2º) e Thereza de Jesus. João Damasceno e Thomaz, irmãos, eram filhos de Thomaz de Araújo Pereira (1º), português da Vila de Viana e de Maria da Conceição de Mendonça, da Paraíba. Assim, o padre era dupla- mente bisneto do Patriarca, além de ser neto de Rodrigo Afonso de Medeiros Mattos, outro português, da Ilha de São Miguel.

No livro de Bianor Medeiros, Paróquia de Acari, vamos encontrar uma escritura de perfilhação que fez o Vigário Thomaz Pereira de Araújo, datada de 1869, onde ele declara, que por fragili- dade humana, havia tido seis filhos em mulheres solteiras. No livro constam os nomes das ditas filhas.

Os descendentes do Patriarca se espalharam por várias locali- dades do Rio Grande do Norte e adjacências. Aqui em São Gonçalo, encontramos o filho José de Araújo Pereira que era casado com Elena Barbosa de Albuquerque, filha de Hipólito de Sá Bezerra, também da Vila de Viana, e Joanna Bezerra de Albuquerque. Um dos filhos do casal se chamava Thomaz e nasceu em 1771.

Lá em Macau, vamos encontrar um Thomaz de Araújo Pereira. Diz um registro de batismo: Sebastião, filho legítimo de Thomaz de Araújo Pereira e Joanna Maria do Sacramento, naturais, ele do Seridó, ela desta, e nela moradores, nasceu aos vinte e um de janeiro de mil oitocentos e trinta e sete, e foi batizado com os Santos Óleos na povoação de Macau, desta Freguesia, aos quatro de abril do dito ano, pelo Reverendo Frei José de Santo Alberto, de minha licença; e foram padrinhos José Martins Ferreira e Josefina Maria Ferreira, casados. Do que para constar mandei fazer este assento, e

por verdade assino. O Vigário João Theotonio de Sousa e Silva. Esses padrinhos eram meus trisavós.

Nos livros de registros de Santana do Mattos encontramos o casamento de uma filha de Berardo ou Beraldo de Araújo Pereira, um descendente do Patriarca.

Às onze horas e três quartos da noite do dia vinte e oito de fevereiro de mil oitocentos e setenta e sete, no Sítio Remédio, desta freguesia, de licença do respectivo vigário da freguesia padre Ladislau Adolfo Salles e Silva, confessando primeiro o nubente, deixando de confessar a nubente, pela hora, e examinando ambos em doutrina católica, e em todos os mais servatis servandis, uni em matrimô- nio, aos contraentes Pedro José de Sousa e Marianna Benigna de Araujo, ele filho de João Avelino de Sousa, falecido, e Beatriz Maria da Conceição, ela filha de Berardo de Araujo Pereira e Thereza Maria de Jesus, deixando de dar as bênçãos nupciais, por me ter sido proi- bido pelo respectivo pároco, em razão de ser tempo de quaresma, quando são elas proibidas, sendo testemunhas do casamento Manoel Thomas Pinheiro e Joaquim Thomas Pinheiro, ambos casados, e desta freguesia. Assim mais, já sendo eu pároco desta Freguesia, às onze horas da manhã do dia treze de novembro do ano supra men- cionado, no Sítio Conceição de dona Bernarda, desta Freguesia, dei as bênçãos nupciais aos nubentes supra mencionados, em tudo ser- vatis servandis; sendo testemunhas as mesmas que tinham sido do casamento; do que tudo para constar fiz este assento, e para firmeza nele me assino. O vigário Antonio Germano Barbalho Bezerra.

É nos livros de Santana do Mattos que encontramos regis- tros de casamentos de dois filhos de Thomaz Pereira de Araújo, o Thomaz Bengala.

Às sete horas da noite do dia vinte e três de novembro de mil oitocentos e setenta e cinco, no sítio Desterro, da Freguesia de Acary, uni em matrimônio e dei logo as bênçãos nupciais, em tudo servatis

servandis, juxta tridentinum, aos contraentes Manoel Jacintho da Silveira Borges, meu paroquiano, e Maria Regina de Miranda, da Freguesia de Acary, ele filho legítimo de Jacintho José Thomas da Silva e Anna Clara da Silveira, já falecidos, e ela filha legítima de Tomaz de Araújo Pereira, já falecido e Rita Regina de Miranda, pre- sentes por testemunhas, Manoel de Albuquerque Galvão e Juventino da Silveira Borges, ambos casados, e da Freguesia de Acary: de que fiz este assento, e assino. O Vigário Antonio Germano Barbalho Bezerra.

Aos vinte sete de novembro de mil oitocentos e oitenta e três no Sítio Conceição, depois de feitas as denunciações do estilo, con- fessados e examinados em Doutrina Cristã, em minha presença e das testemunhas Manoel da Silveira Borges, e Benvenuto Pereira de Araújo, se receberam em matrimônio os contraentes Vivaldo Pereira de Araújo, e Maria Quitéria da Silveira, ele de Thomaz Pereira de Araújo, e Rita Regina de Albuquerque, e ela de Manoel da Silveira Borges, e Maria Quitéria Barbalho Bezerra, o nubente é natural da Freguesia de Santa Rita, e residente em Acari, a nubente natural e moradora nesta. E logo lhes dei as Bênçãos na forma do Ritual Romano. E para constar fiz este que assino. O vigário José Cabral de Vasconcelos Castro.

Manoel da Silveira Borges quando enviuvou de Maria Genérica, filha de Luiz da Rocha Pitta, casou com Maria Quitéria. No registro não há o nome dos pais dela. Observamos que Ritta Regina aparece com sobrenomes diferentes nos dois registros.

A ILHA DE MANOEL GONÇALVES,