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Consoante se depreende da leitura do art. 170, caput, da Carta Magna, o constituinte consagrou como finalidades da Ordem Econômica a realização da dignidade humana e de justiça social. Cada um desses objetivos será isoladamente examinado a seguir.

124 Ibidem, p. 61. 125

“[...] la libertad de empresa compreende, como decíamos, la libertad de abandonar total o parcialmente el mercado, reduciendo o suprimiendo las actividades productivas desarrolladas, o prescindiendo de trabajadores que para dicho desarrollo se habían contratado. Em estos casos, no siempre se trata de abandonar o mercado, sino que puede tratarse simplemente de reducir el número de trabajadores contratados, como consecuencia de reorganizaciones productivas, mejoras tecnológicas, aumentos de productividad, etc” (Ibidem, p. 64).

126 Neste sentido, meditando acerca do art. 7º, inciso I, da Constituição de 1988, EDILTON MEIRELES esclarece: “[...] a primeira lição que se extrai é que é direito do trabalhador a proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa. Logo, se a lei busca proteger o trabalhador contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, assegurando-lhe esse direito social, constitucional e fundamental, é porque ela não tem como jurídica a despedida imotivada. A despedida injusta, arbitrária ou sem justa causa, portanto, ao menos a partir da Constituição Federal de 1988, passou a ser ato antijurídico, não protegido pela legislação” (Abuso do Direito na Relação de Emprego. São Paulo: LTr, 2004, p. 198). A Consolidação das Leis do Trabalho, convém ressaltar, define a

3.3.1 Dignidade humana

A adequada compreensão do significado do princípio da dignidade da pessoa humana para o direito somente é possível mediante a incursão nas reflexões éticas formuladas por IMMANUEL KANT.

Um dos aspectos fundamentais da obra do filósofo é, sem dúvida, a investigação moral por ele empreendida. Com efeito, KANT preocupa-se em justificar a atuação moral do ser humano por meio de um postulado apriorístico, inerente à própria racionalidade humana e de necessária observância como regra de conduta. A tal preceito, KANT denomina de imperativo categórico127.

Tal imperativo pode ser explicitado através da seguinte sentença: “Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”128.

Consoante se infere da máxima acima declinada, o filósofo não dirige sua atenção a enunciar comportamentos concretos que atenderiam à conduta ética, mas objetiva estabelecer uma regra abstrata determinante da atuação moral do homem. Assim, conforme lecionam EDUARDO BITTAR e GUILHERME ALMEIDA, no pensamento kantiano, o

agir moral é o agir de acordo com o dever; o agir de acordo com o dever é fazer de sua lei subjetiva um princípio de legislação universal, a ser inscrita em toda a natureza. Daí decorre que o sumo bem só pode ser algo que independa completamente de qualquer desejo exterior a si, de modo que consistirá no máximo cumprimento do dever pelo dever, do qual decorre a suma beatitude e a suma felicidade, como simples mérito de estar conforme ao dever e pelo dever.129

Nos “Fundamentos da Metafísica dos Costumes”, encontra-se a explicitação do imperativo categórico sob uma perspectiva do reconhecimento do valor humano. Tem-se, então, a enunciação do preceito que KANT denomina de imperativo prático, através da seguinte máxima: “age de tal modo que possas usar a humanidade, tanto

despedida arbitrária como aquela que não se lastreia em “em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro”.

127

ALMEIDA, Guilherme Assis de; BITTAR, Eduardo C. B. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2007, p. 289.

128

KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1994, p. 42. 129 ALMEIDA, Guilherme Assis de; BITTAR, Eduardo C. B. Op. cit., p. 289.

em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como um fim ao mesmo

tempo e nunca somente como um meio”130.

O homem, assevera KANT, deve ser sempre um fim em si mesmo, não sendo franqueado, a quem quer que seja, reduzir uma pessoa à mera condição de meio para consecução de outras finalidades. O ser humano, ressalte-se, não possui preço, não pode ser substituído por qualquer equivalente, mas, ao revés, é inestimável, detentor, portanto, de dignidade.

A noção de dignidade humana, amplamente difundida na modernidade a partir das reflexões de KANT, encontra-se consagrada em diversas Constituições

contemporâneas131, figurando como verdadeiro lastro dos respectivos ordenamentos

jurídicos.

Na atual Constituição brasileira, o princípio da dignidade da pessoa humana está consagrado no art. 1º, inciso III132, como fundamento da República Federativa do Brasil, assim como no art. 170, caput, estando, aqui, alçado à condição de finalidade da Ordem Econômica.

Trata-se de princípio de elevada carga de indeterminação semântica. Ao discorrer acerca do seu conteúdo, ROBERT ALEXY reconhece que, podendo seu conceito ser expresso através de um plexo de condições concretas que devem estar presentes ─ ou que necessariamente devem ser repudiadas ─ a fim de que se assegure existência digna, pessoas diferentes indicariam conjuntos diversos de tais

130 KANT, Immanuel. Fundamentos da metafísica dos costumes. Tradução de Lourival de Queiroz Henkel. São Paulo: Ediouro, 1997, p. 79.

131

Exemplificativamente, a atual Constituição portuguesa dispõe, em seu art. 1º: “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”. Da mesma maneira, a Constituição espanhola consagra, em seu art. 10, 1, a dignidade humana, nos seguintes termos: “La dignidad de la persona, los derechos inviolables que le son inherentes, el libre desarrollo de la personalidad, el respeto a la ley y a los derechos de los demás son fundamento del orden político y de la paz social”. Destaque-se, ainda, a proteção à dignidade humana na Lei Fundamental da Alemanha (Grundgesetz). Sobre o tema, aduz KONRAD HESSE que o “novo ordenamento jurídico baseia-se, já desde o artigo 1º GG, no princípio supremo, absoluto e intangível da inviolabilidade da dignidade humana (art. 1.1 GG) e no reconhecimento dos direitos invioláveis e inalienáveis do homem (art. 1.2 GG).” (HESSE, Konrad. Temas Fundamentais do Direito Constitucional. Textos selecionados e traduzidos por Carlos dos Santos Almeida, Gilmar Ferreira Mendes e Inocêncio Mártires Coelho. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 29).

132 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

(...)

condições133. Não obstante, prossegue o autor, esses diferentes feixes de condições apontadas não serão absolutamente distintos, guardando, entre si, um grau mínimo de afinidade ou consenso. Não é difícil perceber, por exemplo, que, qualquer que seja a concepção adotada, condutas vexatórias, humilhantes haverão de ser tidas como violadoras da dignidade humana. Para além disso, diversos princípios materiais exsurgem como consectário da garantia do aludido princípio, tais como “aqueles que têm como objetivo a proteção dos aspectos mais íntimos dos seres humanos e aqueles que conferem ao indivíduo um direito prima facie à sua auto- representação em face dos outros indivíduos”134.

De outra parte, lastreado em diversos posicionamentos doutrinários e na jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal, ALEXY sustenta que a liberdade consiste em elemento essencial à noção de dignidade humana135. Liberdade, aqui, assume a idéia de ausência de coerção sobre o ser humano em suas decisões. Não é possível, nesse sentido, sequer cogitar-se de dignidade humana, se não houver a garantia de livre desenvolvimento do indivíduo e auto-determinação. Salienta ALEXY, todavia, que a Corte Suprema Alemã não esposa uma compreensão individualista dessa liberdade, mas, antes, afirma “não ser uma liberdade ilimitada, mas uma liberdade de um ‘indivíduo referido e vinculado a uma comunidade’” 136. Da lição do doutrinador alemão é possível extrair que o conteúdo do princípio da dignidade humana expressa, ao menos, três aspectos básicos: a) a vedação a condutas humilhantes ou degradantes; b) a garantia de autonomia do ser humano em suas escolhas, liberdade esta que se há de coadunar com a idéia de convivência em sociedade; c) diversos princípios materiais decorrem do princípio da dignidade humana, como condição para sua realização, dentre os quais é possível assinalar aqueles atinentes à própria personalidade dos sujeitos137.

133 ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008, p. 355. 134 Ibid., p. 359. 135 Ibid., p. 356. 136 Ibid., p. 357. 137

EDILTON MEIRELES assevera que o trabalho é um dos elementos que concorrem para a efetivação da dignidade humana, in verbis: “(...) inúmeros direitos fundamentais, e até a vida com dignidade, dependem do trabalho, pois sem a renda que lhes é proporcionada, numa sociedade capitalista, dificilmente o indivíduo alcança satisfatoriamente a realização dos seus direito mínimos. O trabalho, portanto, está a serviço da dignidade humana” (A Constituição do trabalho: o trabalho na constituição da Alemanha, Brasil, Espanha, França, Itália e Portugal. São Paulo: LTr, 2012, p. 31).

Posicionamento muito próximo é encontrado na doutrina pátria, presente na obra de INGO WOLFGANG SARLET, para o qual

(...) temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos., mediante o devido respeito aos demais seres que integram a rede da vida138

Podem-se divisar, no conceito de SARLET, os componentes básicos, acima assinalados, que concorrem na conformação do conteúdo jurídico da dignidade humana.

No mesmo sentido, ressaltando os contornos basilares, apontados por ALEXY, do princípio em comento, PABLO STOLZE e RODOLFO PAMPLONA asseveram que a

noção jurídica de dignidade traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade.

Mais do que garantir a simples sobrevivência, este princípio assegura o direito de se viver plenamente, sem quaisquer intervenções espúrias — estatais ou particulares — na realização desta finalidade.139 (grifos no original)

Na Ordem Econômica brasileira, a dignidade humana assume a qualidade de verdadeira condicionante do exercício da atividade econômica140. Qualquer que seja ela, estará vinculada à finalidade, insculpida no caput do art. 170, de promoção da existência humana digna.

138

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 8. ed. rev. atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. p. 70.

139 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. vol. IV: contratos, tomo 1: teoria geral. 2 ed. rev., atual. e reform. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 29.

140

Sustenta VITAL MOREIRA que a Constituição Econômica pressupõe “um espírito econômico, segundo o qual a economia é posta ao serviço do homem, ao qual, qualquer que seja a sua posição no processo económico — capitalista, empresário, trabalhador, consumidor — cabe, em virtude de sua dignidade e do seu sentido criador, o primeiro lugar” (Economia e Constituição: para o conceito de Constituição Económica. Coimbra, s. ed., Separata do Boletim de Ciências Económicas n.º 17, 1974, p. 25). Obtempera, a seu turno, VIDAL SERRANO NUNES JR. que “(...) toda e qualquer atividade econômica só pode validamente desenvolvida em consonância com tal princípio de conformação, o que implica a vedação ex vi constitutionis de toda e qualquer atividade econômica que vulnere a dignidade da pessoa humana” (A cidadania social na Constituição de 1988: estratégias de positivação e exigibilidade judicial dos direitos sociais. São Paulo: Editora Verbatim, 2009, p. 163).

Discorrendo acerca da ampla dimensão adquirida pelo princípio da dignidade humana no ordenamento jurídico, bem como de suas implicações na esfera dos

direitos fundamentais de segunda dimensão141, MARCUS MOURA FERREIRA aduz

que os

direitos civis e políticos jamais terão o mínimo de efetividade se não forem antes atendidos pressupostos econômicos e sociais, capazes de satisfazer as necessidades elementares de alimentação, educação, saúde, trabalho, previdência e outras tantas que o desenvolvimento das condições históricas incorpora gradualmente à condição humana. Os direitos econômicos e sociais dão conteúdo material e expressão de realidade aos direitos básicos de liberdade. Somam-se todos eles em interação dialógica e convergente, completam-se no conjunto dos direitos fundamentais da pessoa142

Neste diapasão, é forçoso concluir que a atuação dos agentes econômicos em desacordo com a orientação de garantia da existência humana digna revela-se como conduta eivada de flagrante inconstitucionalidade143.

3.3.2 Justiça social

Impõe, ainda, a Constituição Federal de 1988 como finalidade da Ordem Econômica a justiça social. Sua consagração no texto constitucional, contudo, não se resume a este dispositivo, tratando-se de objetivo fundamental da República Federativa do Brasil144, bem como de objetivo da Ordem Social145.

141 Quanto à conveniência no emprego da expressão “geração” ou “dimensão”, relativamente aos direitos fundamentais, aduz PAULO BONAVIDES: “o vocábulo ‘dimensão’ substitui, com vantagem lógica e qualitativa, o termo ‘geração’, caso este último venha a induzir apenas sucessão cronológica e, portanto, suposta caducidade dos direitos das gerações antecedentes, o que não é verdade.” (BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 14. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 571-572).

142

FERREIRA, Marcus Moura. O direito ao trabalho no conjunto mais amplo dos direitos humanos. Aspectos de sua proteção jurídica no direito constitucional brasileiro. Revista do Tribunal Superior do Trabalho. Brasília, vol. 66, nº. 3, jul./set. 2000, p. 57.

143

GRAU, Eros Roberto. Op. cit., p. 181 144

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

(...) 145

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

A realização de justiça social traduz a pretensão de distribuição mais equânime das riquezas entre os agentes sociais, relacionando-se com o objetivo constitucional de reduzir desigualdades entre classes e entre regiões do País146.

Em face disto, diversos direitos sociais foram previstos no texto constitucional, com o fito de viabilizar a promoção da justiça social. Ademais, constitui-se em importante elemento orientador da interpretação das normas constitucionais de caráter econômico, as quais devem ser aplicadas tendo-se sempre em conta sua realização147.

O conteúdo do conceito indeterminado em apreço não se esgota, todavia, na orientação de minimização de desigualdades. Isto porque a idéia de justiça social, que perpassa o texto constitucional, está intimamente relacionada à idéia de solidariedade.

Solidária, afiança EROS ROBERTO GRAU, é a “sociedade que não inimiza os homens entre si, que se realiza no retorno, tanto quanto historicamente viável, à Geselschaft ─ a energia que vem da densidade populacional fraternizando e não afastando os homens uns dos outros”148.

A noção, assim, ultrapassa a concepção de prevalência dos interesses sociais sobre os individuais, podendo ser compreendida como verdadeiro compromisso de interdependência recíproca entre os seres humanos149.

146 Art. 3º (...) (...)

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

(...)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

147 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 789.

148

GRAU, Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988 (Interpretação e crítica). 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 200. “A única base sobre a qual uma sociedade pode viver é o fortalecimento de seu caráter comunitário, que exige reafirmar seu passado, reconhecer os limites dos recursos e a prioridade das necessidades sobre os desejos e compartilhar uma concepção da equidade que dê às pessoas a sensação de justiça e de integração na sociedade” (CORTINA, Adela. Ética sem moral. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Martins Fontes, 2010, p. 142). 149 “Desde logo, a comunidade económica não é uma estrutura de relações entre coisas ou processos técnico-naturais; uma comunidade económica só pode existir entre pessoas, entre os sujeitos económicos — capitalistas, empresários, trabalhadores, consumidores. A existência de uma tal relação só existe, contudo, quando a interdependência dos vários sujeitos económicos tenha atingido tal densidade (Dicht), quand o processo de socialização na satisfação das necessidades sociais tenha atingido um tal grau, que exista uma verdadeira solidariedade entre os membros de uma

A tal ponto sobressai a importância da idéia de justiça social que é possível considerar, como o faz JOSÉ AFONSO DA SILVA, que a instalação de um regime democrático que a realize consubstancia-se na tarefa fundamental do Estado Democrático de Direito150.

Registre-se, por fim, que, assim como ocorre com a dignidade humana, toda atividade econômica nacional deve estar voltada para a concretização da justiça social, ressaltando-se, com isso, a finalidade comunitarista de que devem estar imbuídos os agentes econômicos em sua atuação.

Examinadas as finalidades da Ordem Econômica brasileira, deve-se proceder ao estudo da livre concorrência, a fim de atender aos propósitos deste trabalho. É o que se empreenderá no tópico adiante.