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Genotipagem do Vírus da Hepatite C

No documento Bioquímica clínica em geriatria (páginas 35-39)

C – BIOLOGIA MOLECULAR

2. Parâmetros analíticos e valor semiológico 1 Carga Viral do HIV-

2.7 Genotipagem do Vírus da Hepatite C

Este teste é utilizado para determinar o genótipo do vírus HCV em amostras com carga viral do HCV detetável. Permite determinar os genótipos do HCV 1-6 e quinze subtipos incluindo o 1a e 1b. Este ensaio não se destina a ser utilizado como um teste de rastreio para o HCV, nem como teste para confirmar a presença do HCV.

Valor semiológico: Clinicamente é pedido antes do início da terapêutica da infeção

crónica pelo HCV e utiliza-se como marcador de prognóstico de resposta e do tempo de duração da mesma, uma vez que os diferentes genótipos apresentam respostas diferentes às terapêuticas antivirais disponíveis.

D – Controlo de Qualidade

A seleção e organização dos programas de Controlo de Qualidade Interno (CQI) e avaliação externa da qualidade (AEQ) são efetuadas pelos responsáveis das secções. A seleção dos programas de controlo de qualidade é feita segundo critérios como: experiência anterior do laboratório, experiência de outros laboratórios, disponibilidade dos programas ou a referência em revistas técnico-científicas, e depende de fatores que incluem:

- Tipo de ensaio (qualitativo, quantitativo ou semi-quantitativo); - Grau de automatização do método;

- Frequência de utilização (rotineiro ou esporádico); - Recomendações do fornecedor;

- Disponibilidade de materiais de controlo interno ou de programas de AEQ; - Características do método.

Os programas de CQI e de AEQ aplicados a cada um dos testes são descritos em cada uma das Instruções de Trabalho Analítico (ITA), no ponto Controlo de Qualidade no qual se define a periodicidade de cada tipo de controlo, quais os níveis de controlo, quais os critérios de aceitação, análise e validação, registo e medidas a tomar quando os resultados de controlo são não conformes. Quando não há programas de controlo

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adequados são estabelecidos mecanismos para decidir da aceitabilidade de procedimentos não avaliados doutro modo. Quando não for efetuado controlo de qualidade aos resultados de um exame laboratorial, na respetiva ITA tal é também mencionado e justificado.

As amostras controlo são analisadas como amostras biológicas e não têm qualquer tratamento especial, para que os seus resultados possam ser avaliados como controlo do processo analítico. Sempre que possível, são utilizadas amostras controlo com uma matriz idêntica à da amostra biológica e são selecionadas em número e concentração que permita monitorizar os níveis de decisão médica e o intervalo de linearidade do método, no que se refere ao CQI.

Controlo de qualidade interno

O CQI é efetuado com base nos resultados das amostras controlo e construção das cartas de controlo. Cada secção definiu limites de controlo ou regras de controlo e os critérios de aceitação, com base nas características de desempenho do método. A analise do CQI permite efetuar uma avaliação periódica da imprecisão através do cálculo do coeficiente de variação CV% pela fórmula:

Os resultados acumulados do CV% de períodos definidos de acordo com o nº de amostras controlo ensaiadas, são colocados em gráfico e utilizados como indicadores de imprecisão e avaliados com metas retiradas de referências ou definidos pelos responsáveis da qualidade e de sector.

Controlo de qualidade externo

A participação em AEQ é um requisito essencial para controlar e evidenciar a qualidade dos resultados. O LIBM participa regularmente, em programas de Avaliação Externa da Qualidade, organizados por entidades idóneas, para os parâmetros disponíveis, sendo uma ferramenta considerada essencial como garantia da exatidão e validade dos métodos aplicados pelo laboratório. O desempenho de um ensaio pode ser analisado pelos índices fornecidos pelos relatórios da AEQ de acordo com os

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critérios definidos pela entidade promotora. O relatório cumulativo do laboratório poderá ser um meio útil de evidenciar o seu desempenho ao longo do tempo.

Os relatórios da AEQ devem ser devidamente analisados de forma a detetar situações não conformes ou tendências de resultados, sendo a análise comprovada pela assinatura do responsável da secção.

Para cada programa é avaliado o desempenho do laboratório pelo score obtido em cada distribuição e calculada a inexatidão (Bias %) através da AEQ em cada distribuição:

O desempenho do LIBM em relação aos objetivos definidos pelo promotor do AEQ nos vários parâmetros é avaliado como indicador de Inexatidão, sendo definida uma meta anual de % de adequação, como objetivo a atingir pelo LIBM.

Erro total e avaliação de desempenho

Para os ensaios qualitativos que dispõem de dados de CQI e AEQ, são efetuados estudos de forma a avaliar o desempenho em confronto com especificações da qualidade analítica, nacionais ou internacionais, ou baseadas no estado da arte para parâmetros para os quais não existam dados publicados. A especificação da qualidade Erro Total admissível (ETa) de um ensaio define a variação máxima aceitável, num determinado resultado laboratorial, gerada a partir dos efeitos combinados dos erros aleatórios (imprecisão/CV%) e sistemáticos (inexatidão/Bias). A análise da estimativa do erro com base no CQI (imprecisão-CV%) e na AEQ (inexatidão/Bias) permite determinar o desempenho real do processo e avaliar a sua estabilidade ao longo do tempo. O ET associado a um método de ensaio é determinado de acordo com a equação:

Bias%- medida da inexatidão do método (calculado a partir da AEQ, valor médio do período em analise, se possível n≥5).

CV% – estimativa da imprecisão do método (calculado a partir do CQI, valor médio do período em analise).

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z-factor multiplicativo da imprecisão que depende do nível de confiança desejado para o ET (1.96, 95%).

O laboratório considera o desempenho do método conforme, quando o ET≤ ETa. Os valores de ETa são estabelecidos com base em recomendações nacionais ou internacionais. Quando não disponíveis, estes são estabelecidos pelo responsável da qualidade e da secção, com base no seu julgamento profissional ou desempenho do método em AEQ. Os resultados obtidos também possibilitam a construção de gráficos de avaliação de método que permite classificar o desempenho do método analítico, anualmente, frente às características de inexatidão e imprecisão obtidas e a especificação da qualidade a ser atendida e classificá-lo em excelente, bom, conforme ou não conforme.

Tabela 7 – Plano de controlo de qualidade do LIBM

Teste Equipamento CQI Critério AEQ

Doseamento de IgE total e específica

ImmunoCAP250 Controlo UniCAP IgE Regras de westgard Quality Club Phadia

Imunofenotipagem linfocitária

FACSCanto Sangue total

estabilizado (immune- trol/low cells)

Regras de westgard UK NEQAS Immune Monitoring Scheme

CV HIV-1 COBAS Ampliprep

COBAS TaqMan

Controlo positivo baixo - ACC

Objectivos/InterQC UK NEQAS for Microbiology – HIV-1 RNA Quantification CV HCV COBAS Ampliprep COBAS TaqMan Controlo positivo baixo - ACC

Objectivos/InterQC UK NEQAS for Microbiology – HCV RNA Detection CVHBV COBAS Ampliprep COBAS TaqMan Controlo positivo baixo - ACC Regras de westgard/InterQC UK NEQAS for Microbiology – HBV DNA Quantification Genotipagem HCV Biometra T professional Thermocycler Autoblot 3000

Não efetuado UK NEQAS for

Microbiology- HCV RNA Detection Tipagem do HPV Biometra T professional Thermocycler Leitor CAR Controlo negativo Controlo positivo (amostra testada anteriormente) Não detetável HPV positivo (tipo testado anteriormente) UK NEQAS for Microbiology- assessment for Molecular Detection of Papillomaviruses Diagnóstico Molecular de vírus respiratórios Biometra T professional Thermocycler Leitor CAR Controlo negativo Controlo positivo (amostra testada anteriormente) Ausência de amplificado Positivo (vírus detetádo anteriormente) Programa de controlo de qualidade INSA

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PARTE II – Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas (JCLAC)

No documento Bioquímica clínica em geriatria (páginas 35-39)